Portugal e a Europa
Fui acompanhando, no FDS passado, as conferência que se realizaram por iniciativa da fundação do Pingo Doce e achei que alguns dos participantes estiveram muito bem e outros estiveram, na novilíngua que hoje se usa, menos bem (é como chamar crescimento negativo à recessão).
O que ouvi com uma posição mais próxima da que me parece certa foi o Pequeno Napoleão, também conhecido como Paulo Rangel. Também eu acho que o maior risco que se corre com a desagregação europeia é a Guerra. Também eu acho que já se ouve um ou outro tambor: a cena da Catalunha em Espanha, as tensões belgas, os encobertos problemas nas Balcãs (encobertos pela vontade de permanecerem na Europa que lhes mantêm os machados debaixo da roupa), a tensão milenar Turquia X Grécia e, ainda na Grécia, a convicção de que os Coronéis ainda não voltaram porque a Europa ainda não se foi embora.
Disse, ainda, o Rangel (e isto desconhecia em absoluto) que na Hungria paga-se 300,00€ mensais para que as mulheres usem o véu islâmico. Sendo que o crescimento do Islão na Europa pode consubstanciar-se num problema sério quer pelo seu crescimento demográfico quer porque se a crise se agudizar este crescimento demográfico será mais extremista.
Pareceu-me, também, que os painéis eram excessivamente germanófilo.
Foi feita uma ode às enormes e verdadeiras qualidades germânicas. Desde o eles já pagaram pela II GM, passando pelo enorme rigor com que tratam tudo o que fazem e que faz todo o sentido a posição que tomaram no que conerne à Europa ou à sua alienação progressiva da Europa.
Se eles já pagaram pela II GM ou não eu não sei mas sei que as pessoas podem e devem perdoar mas já não esquecer. Há uns tempos saiu uma notícia de que os gregos teriam calculado quanto perdoaram à Alemanha por conta da indemnização de Guerra e o mundo indignou-se.
Eu não me indignei.
No momento em que os gregos (como nós) lutam pela sobrevivência é pedir demais que se esqueçam dos seus carrascos passados e presentes.
As virtudes alemãs encontram paralelo nos seus defeitos e esquecê-lo é perigoso.
Não quero com isto dizer que nós, Portugal, somos alheios ao nosso fracasso. Nada disso. Somos responsáveis, ainda que indirectamente porque elegemos mal, pelo atraso e por termos comprado banha de cobra a quem não devíamos.
O que não se deve perder de vista é o resultado de certas atitudes.
Foi por causa de uma enorme crise que o Hitler venceu a Alemanha. Foi por causa da miséria que o ressentimento alemão pelos termos da derrota na I GM não desapareceram e floriram na II.
A Europa é, historicamente, o mais bárbaro dos Continentes, apesar de agora gostarmos de chamar animais a habitantes de outras latitudes.
Há umas semans ouvi um dirigente alemão dizer que pertencia à primeira geração da história alemã que não viveu um período de guerra e que isso era uma riqueza inestimável.
Ele tem razão e o Pequeno Napoleão também. Convém que o pessoal não se esqueça.
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