Teorias e Realidades
Na última jornada, o treinador do Sporting disse que não pretendia comentar a arbitragem do jogo que empatou. Disse, ainda, que não falava quando era beneficiado e que também não o faria quando era prejudicado... indo mais longe e apelidando de hipocrisia os treinadores dos clubes grandes (onde, suponho, se terá incluido) queixarem-se de arbitragens quando estes são sempre mais beneficiados que os pequenos.
Concordo com tudo o que Leonardo Jardim disse em género, número e grau. Eu e, pelo que ouvi dos comentadores, Portugal inteiro. Foi um exemplo de seriedade e justeza, pelos vistos.
Uns dias antes das declarações a que acabo de me referir, vi um episódio do Marterchef USA em que uma equipa perdeu um desafio e outra, naturalmente, ganhou-o.
Os apresentadores (e jurados) perguntaram ao capitão dos perdedores quem tinha sido o melhor elemento; quem achava ele que deveria ser protegido da prova de eliminação, caso essa decisão pertencesse ao capitão de equipa. O capitão de equipa escolheu um elemento que não o próprio.
Começando pelo último:
Foi, depois, revelado ao tal capitão que ele tinha, de facto, o poder de escolher um elemento da equipa para não participar no desafio que iria decidir qual dos perdedores abandonaria o concurso.
O que fez?
O óbvio. Sem remorso nem vergonha: escolheu-se a si mesmo.
Quando não tinha custos, foi justo.
Quando tinha custos, protegeu o seu rabo.
O caso do Jardim é mais em forma de projecção.
Se a coisa lhe começar a correr realmente mal, vamos ver o quão estóico será. Por quanto tempo evitará a hipocrisia e por quanto tempo não falará de arbitragem e caso nenhuma. Por quanto tempo estará a salvo de ser como os outros.
A Realidade é uma coisa horrível.
Além de imprevisível tem o condão de transformar ficção em...realidade.
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