Wednesday, October 02, 2013

Há muitas coisas que causam perplexidade em quem as observa. Muitas vezes esta perplexidade pode ser o resultado de falta de conhecimento ou mesmo ignorâncias mas outras resulta, apenas, de não se encontrar qualquer fio condutor entre aquilo que sabemos e aquilo que vemos.

Por exemplo:

Não se percebe como é que num país como o Brasil, em que será difícil encontrar alguém de raça pura, o racismo é tão assolapado. E nem sempre é, apenas, o racismo. Muitas vezes há uma distopia entre a realidade e a ficção. Há uns anos ouvi Ronaldo Fenómeno dizer qualquer coisa em que se englobava a expressão nós, os brancos. Ronaldo imagina-se branco...o que naturalmente não é.
Não percebo, também, completamente o problema dos EUA com emigrantes. Esquecendo o facto de que a coluna produtiva americana se baseia, também, nesta quase escravatura do trabalho ilegal, é espantoso que um país em que os nativos se consideram Mexicanos, Irlandeses, Italianos e por aí fora (os que nasceram lá!!), têm um tão grande asco a quem para lá vai com os mesmos objectivos com que eles ou alguém antes deles para lá foi.
Ainda no que concerna a emigrantes, faz-me confusão que haja portugueses que tenham problemas com eles. Nós somos os emigrantes da Europa. Nós fomos, não assim há tanto tempo, o que os trolhas de leste são agora, com a desvantagem de que os trolhas de leste têm, muitos deles, cursoso superiores e não apenas bigodes. Faz-me confusão o país da diáspora que somos, talvez mesmo os pioneiros do melting pot, entenda pretos, amarelos, vermelhos ou outros quaisquer como sub-humanos.
É espantoso, também, que os alemães achem que têm discussões olhos nos olhos com os americanos ou com os chineses (ouvi um deles dizer isso na conferência do Pingo Doce). Não têm. Não podem ter. Olvidam que foi por limitações físicas evidentes e inultrapassáveis (em termos de paz) que tentaram apanhar a Europa toda. Sim, havia uma componente racial mas o principal foi a necessidade de um espaço vital que lhes permitisse serem uma potência ao nível russo ou americano.

É espantoso mas o ser humano também o é.

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