Monday, October 07, 2013

Redes Sociais

Este FDS tive um jantar com alguns dos meus amigos mais antigos. Bem... referir-me a todos como amigos é relativamente forçado mas dou-me bem com todos e este dar bem como todos costuma ser a medida para se chamar amigos a um determinado grupo heterogéneo; vou deixar assim.

Então:
como o tempo nos vai alterando a todos, houve algumas coisas que me fizeram perceber que uns eram, agora, outros e, verdade seja dita, em alguns casos essa alteração foi positiva. É um reforço da crença de que todos vamos evoluindo. O que é falso em termos absolutos mas felizmente verdade em termos relativos.
O que mais me deixou em estado de choque, ainda assim, foram as redes sociais. Esse vírus chamado Facebook.

Pá... eu andei agarrado às redes sociais entes destas dispararem de utilidade. Andei agarrado numa fase pré-smartphones. A dado momento fiquei farto e, como acontece em mais ou menos tudo na minha vida, não diminui. Cortei!
Fiquei, então, a ver esta alegria do post e da fotografia e da publicação e da constante actualização de estado (de, por exemplo, contente para a comer pasta e, eventualmente, a a arrear o calhau porque Deus nos livre de alguém desconhecer o que fazemos ao minuto. Somos todos super-interessantes, segundo nos dizem na televisão) de fora e julguei, lêdo engano, que era uma coisa adolescente. Uma coisa de gente a procurar-se no mundo e que acredita que o vai mudar e que a blusa que usa vai ser uma trend e que o namorado quando diz que está em casa não está, de facto, a malhar uma ucraniana.

Neste jantar, contudo, vi homens crescidos, com família, com profissão, com formação académica... a tirar fotinha e a publicar no Face para segundos depois ver quantos likes tinha! Enquanto o jantar decorria! Quantos likes tinha! A informarem, alegremente, que sempre que tiravam uma foto o telefone estava programado para a reenviar, de imediato, para o Face.
Adultos!
Homens!
Responsáveis e Pais de Família!
A verem os likes! A postar as fotos! Agarrados aos telefones enquanto se jantava!

A forma mais evoluída de sapiens não são eles, sou eu!
Eu sei que não sou suficientemente interessante ou especial para que uma multidão saiba onde estou e o que estou a fazer. Eu sei que o meu bife é melhor que o teclado virtual.
Eu sei isto tudo e sei também que o Mundo está um passo mais próximo do abismo! 

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