Monday, October 14, 2013

Vemos o que Queremos ver?

Acredito que todos já tenhamos passado pela experiência de nos chamarem a atenção para algo em que não tínhamos reparado e, a partir daquele momento, passamos a ver essa mesma coisas vezes sem conta.
Não sei se lhe podemos chamar o poder da sugestão ou se será apenas um facto que não tínhamos reparado apesar de ser evidente.

Como é bom de ver, hoje em diz tudo o que ouvimos tem que ver com dinheiro/economia/finanças. Não é um caso apenas português em virtude deste péssimo tempo que passamos. Não. Passem pelas estações televisivas além fronteiras e por jornais desses mesmo lugares e anda tudo mais ou menos à volta do mesmo (este seria um óptimo momento para falar da igualdade de discurso entre os mais diversos gajos que falam pelo mundo fora - mormente políticos - e que se tornam novilíngua mudial...sendo que apenas se os compararmos uns aos outros entenderemos isso. Mas não vou nerdizar isto).

E entramos em Jesus Cristo (não literalmente, claro).
Parece um salto de lógica muito grande sem nada pelo meio. E é. Mas o que aconteceu foi isto:
O Bill O'Reilly escreveu um livro chamado Killing Jesus (uma senda de killings de personalidades históricas que ele vai esticando), livro que não li e que não pretendo ler. É dos infelizes casos em que como eu não suporto aquele otário não lerei o que escreve.
Neste livro, pelos vistos, é revelado que JC não foi crucificado pelos motivos que a bíblia e a sabedoria popular referem.
Foi crucificado porquê?
Cheta, you guessed it!!!

Diz o Bill que JC andava a pregar e tal mas que isso só irritava as pessoas, não mais que isso.
Terá este caso mudado de figura quando JC se insurgiu contra o facto de que as cenas religiosas estavam a ser utilizadas para negócios e cobranças de impostos por parte de, you guessed it!, judeus. Ora, quando JC começou a incomodar o cash flow o pessoal deixou de achar graça e daí à cruz foi um tirinho!

Não conheço a Bíblia o suficiente para ter uma opinião formada quanto ao que escrevi por transferência do Bill mas como não ouço falar em nada além de dinheiro e finanças e economia e deficit e balanças comerciais e impostos e por aí fora, a coisa não me parece desprovida de sentido.
Pode ser que o Bill se tenha aproveitado da conjuntura para que uma ideia que seria, à partida, parva passasse a fazer sentido.
E quem sabe se além de fazer sentido ainda por cima tem o condão de ser verdade?

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