Saturday, August 12, 2006

FDP´s

"Não é o ventre que te gera que te torna Filho da Puta,
é o ventre que te acolhe depois de nasceres"
Como se entenderá, o FDP não é, na verdade, resultado de ter nascido do ventre de uma prostituta.
Pode ser usado como uma forma de insulto sem que, pra mim, isso se reveja na mãe do destinatário das palavras.
Pode ser, e é o caso de que falo, a apreciação de uma personalidade no seu conjunto. Uma forma simplista de analisar a postura de alguém perante o mundo.
Não a considero em si ofensiva, acho que é uma forma descricional. Não tem necessariamente um tom pejorativo nem valotarivo...apenas é.
Quando se contacta com o mundo, logo à nascença, há um advento que metaforicamente falando é uma prognose do que te irá acontecer.
A Palmada do Médico.
Ok....é uma coisa médica e tal pra respirares e não sei que mais....mas o mundo, tal como existe, é isso...pancada.
Existe quem bate e quem apanha, tens os que seguem, os que são seguidos e os que não são uma coisa nem outra.
É uma selva, civilizada (nem sei bem o que isto quer dizer...), mas ainda assim, uma selva.
Basta olhar à volta com um pouco, muito pouco, de atenção e é fácil identificar que há passividade e actividade, que há predadores e presas, que há opressores e oprimidos, que há afortunados e desfortunados....em suma, que há fortes e fracos.
Não poderei afirmar com segurança o que te torna membro de uma facção ou de outra. Acredito no peso do meio ambiente, das vivências, da educação, do exemplo e até da genética.
Não sei se é escolha ou fado, não sei se és naturalmente propenso pra bater ou para apanhar, não sei se nasces e decides ser realista ou idealista.
Tenho dificuldade em assumir-me como "realista" ou como "idealista".
Sei que tenho os dois dentro de mim e sei que ambos são influentes. A medida dessa influência é mais difícil de aferir.
Sou um "com todos" e outro "contigo".
"Com todos" sou realisticamente cru e "contigo" idealisticamente adocicado.
Mas.....o FDP.
Eu sei que prefiro bater a apanhar, sei que tenho muito mais vontade de ser opressor do que oprimido, sei que o meu bem estar se sobrepõe ao da generalidade.
Nunca serei alvo de pena ou de piedade.
Colho exactamente o que semeio, sem qualquer necessidade de complacência ou constrangimento. É como eu quero ou de maneira nenhuma.
Nunca correrei o risco de de hoje para amanhã pensar "foda-se...pra que segui aquilo que aquele me disse??! A culpa é dele!"
Eu decidirei por mim e as minhas costas são suficientemente largas para levar com as consequência.
Se um dia as minhas escolhas e as minhas acções me levarem à forca saberei porque lá cheguei e não sentirei arrependimento.
Tenho o mesmo orgulho e a mesma arrogância quando acerto e quando falho.
Não fui eu que construí este mundo mas vergo-o às minhas vontades e serei tão hostil com ele quanto me for pedido.
Não há clemência nos meus olhos e amor existe apenas para com quem sinto que o merece...mais ninguém.
Poderei, é até provável, nunca ser o rei desta selva mas seguramente nunca serei o vassalo!

1 Comments:

Anonymous Anonymous said...

Um FDP que se preze é alguém absolutamente incapaz de ter pena...DELE PRÓPRIO.
Quem não tem pena de si mesmo, faz do medo força, faz do querer caminho, transforma a dor em respiração e ainda tem tempo para estender a mão não porque parece bem mas porque às vezes tem que ser.
Um FDP aborrece, incomoda. O que vale é que raramente lhe apetece ficar...prefere avançar.
Um FDP não falece...morre mesmo e apesar disso...prevalece.

3:30 PM  

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