Thursday, August 03, 2006

Linhas Ténues


Todos criticam quem mente...inclusive os mentirosos...que o fazem porque até aqui estão a mentir.
Como já escrevi antes (assunto que tem tanto de interessante como potencialmente ilimitado...por isso gosto tanto) não vejo o Mal como absoluto e nem o Bem. Nada, pra mim, foge à gradação e à perspectiva.
"Mentir é de gente sem coragem!"
Não me parece verdade e nem me parece mentira.
A Mentira, como tudo o que faz quem tem 3 neurónios funcionais, tem um objectivo, se assim não for é patologia.
Quem mente em seu exclusivo benefício pode ser egoista ou realita.
Egoista quando prejudica desnecessariamente e pouco ou nada ganha com isso.
Realista quando disso vai retirar um claro benefício de uma situação que o ajudará e não prejudicará ninguém ou de uma situação que lhe será beneéfica e quem é prejudicado ou merece (há quem mereça) ou simplesmente é um dano colateral e aceitável.
O tempo Quixotesco acabou e quem ainda não percebeu arrisca-se a um belo pontapé no cú.
Quem mente porque não quer sofrer as consequências disso ou é desprovido de espinha ou um herói.
O desprovido de espinha mentirá porque porque não quer levar com as consequências do que provocou ou criou.
O herói mente porque prefere rasgar-se por dentro e sangrar escondido do que arranhar quem não merece sofrer com o acto realizado.
Da leitura desta "racionalização do mentiroso" poder-se-ia retirar uma daquelas teorias sociológicas ou coisa que o valha que desculpabilizam quem faz merda ou que, no limite, atenuam a merda feita.
Nada disso!
Acho que quem faz merda deve pagar pelo sofrimento que causou independentemente da intenção que guiou a sua actuação.
O menos culpado é aquele a quem se mente e não o que inflinge a dor da decepção.
No entanto...tudo é o olhar de cima da mesa ou do chão (olá Clube dos Poetas Mortos) e nada é absolutamente virginal ou demoniaco.
Veja-se o Spawn (a explicação da imagem):
O tipo era assassino profissional e foi recrutado pelo Lucifer para comandar os seus exércitos na invasão à terra.
Depois disso, numa reviravolta Hollywoodesca, passa a defender o bem.
O importante é que ainda que defendesse o Bem (conceito quimérico mas que serve pra passar a imagem que pretendo) ele não perdoava nem dava a outra face....fodia o canastro sem complacência aos "Maus".
Existe uma coisa chamada mal menor e outra chamada mal necessário.
Eu, pessoalmente, não quero ser demónio (até porque o vermelho me fica mal) mas tenho bem presente que não quero e não sou um anjo.

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