Saturday, July 27, 2013

O Álvaro

Não vou, aqui, fazer o mesmo papel que se faz quando as pessoas morrem. Como toda a gente já reparou e muita dessa mesma gente praticou, quando alguém bate a pota passa, de imediato, a ser um gajo porreiro, cheio de virtudes quando em certos casos a única virtude do falecido foi tê-lo feito.

O caso do Álvaro é o mesmo do do Gaspar e o de tantos outros antes dele.
Quando o Gaspar foi embora logo muitas Madalenas choraram a sua partida. Essas neo-Madalenas seriam, algumas delas, umas prévias Medusas ou nem sequer renasceram mas antes limitaram-se a nascer. Mais! Foi possível ver naquela carta que o Gaspar deixou uma manifestação de humildade e não um ajustar de contas; nã, ele não disse que o PM era incapaz de liderar; nã, ele não disse que falhou porque se demoraram a mandar-lhe uma qualquer carta; nã, não fica subentendido que foram as circunstâncias que o rodearam que impediram o sucesso. Nada disso!
Ele foi, na verdade um mártire! Vamos ter muitas saudades dele!!

A quantidade de gente que pratica a mais antiga profissão do mundo mas que lhe chama uma outra coisa é alucinante...

O Àlvaro só foi diferente porque até simpatizo com ele. Não posso garantir que não seja a mesma simpatia que sinto por uma criança, de forma inata, mas a verdade é que sinto.
Quando o Álvaro pedui que o tratassem, justamente, por Álvaro eu ri-me. Não porque tenha achado ridículo, afinal, foi assim que o baptizaram, mas porque aquilo demonstrou a inocência de quem está a nascer numa realidade que não conhece.
Neste país em que está na moda dizer-se que há demasiados Drs. e que isso é indiferente... Álvaro foi e é massacrado por querer que o tratem pelo nome.
Também me pareceu que o Álvaro não era um aparatchik. Obviamente não o era por ser independente e virgem à política mas poderia sê-lo quando confrontado com a realidade que se apresentou...e eu não fiquei com a ideia que tal aconteceu.
Poderá questionar-se a mansidão que revelou quando foi uma e outra vez destratado mas, mal ou bem, nunca atirou a toalha ao chão. Tiveram de lhe dar um KO e, isto talvez seja o romântico em mim, é sempre mais digno o KO!

Mas, pasme-se, agora o Álvaro era o São Jorge para os dragões que eram os lobbies;
agora, o Álvaro era um tipo com uma visão diferente mas certa na forma como o poder deveria ser encarado;
agora, o Álvaro é fixe!

Otários!

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