Monday, August 26, 2013

Cavaco e os Portugueses

Sinto em Cavaco o mesmo que sinto em muitas das pretensas sumidades nacionais. Sentem ter o azar de nascer portugueses e de serem incompreendidos num país que, naturalmente, não está à sua altura. Espantoso é, contudo, que vivam à custa desse mesmo país; não quero com isto dizer que não deveriam ser remunerados pelos cargos que desempenham mas, que diabo, se não gostam do patrão, que somos todos nós, e se lhe são tão superiores, como se sujeitam a isto?
Cavaco não é caso único, como já referi, mas dele são afirmações como eu não sou um político profissional e que a reforma que recebo faz com que tenha de fazer contas à vida... (não vou nem dizer a quanto ascende a reforma porque me dá náuseas - ao que acresce que prefere a sua magra reforma ao vencimento de PR - nem vou perder tempo a dizer que se Cavaco não é político profissional ninguém é).

Mas porquê Cavaco, hoje?
Bem, porque Cavaco na sua forma oficial de comunicar (o Facebook, claro!) prestou as suas condolências à família de António Borges. Acho naturalíssimas as condolências e nem o facto de eu achar que Borges era uma besta - e a morte dele não alterou isso, apesar de parecer - faz com que deseje coisa diferente do PR à sua família. Nenhuma morte me deixa contente, seja, literalmente, de quem for.
Ora, como os portugueses andam com o Cavaco, e todos os outros, pelos cabelos e como não se esqueceram, também, que Borges era um dos infelizes por ter nascido estrela num céu negro, apressaram-se a apresentar as condolências pelo falecimento dos bombeiros vítimas dos fogos que combatem por todos nós.
Cavaco esqueceu-se disso... devia estar a contar tostões no Algarve.

Para ser franco, o esquecimento presidencial dos guerreiros da paz é triste mas não é o fim do mundo. Também é absolutamente natural as condolências à família do Borges. A junção das duas coisas num curto espaço de tempo e depois de todas as argoladas presidenciais (e são tantas...) é que faz tudo isto parecer muito estranho e torna o político profissional em questão aparentemente mal preparado.
A incompetência talvez não seja (só) nossa mas também de quem após uma vida profissional ainda não é competente no exercício da profissão.

A resposta ao porquê desta diferença de tratamentos é relativamente simples, ainda que triste: Cavaco entendia Borges como um seu igual enquanto os bombeiros não se encontram na mesma posição...e suponho que Cavaco não os entenda como seus superiores...apesar de o serem porque toda a vida foram seus patrões.

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