Thursday, November 19, 2009

Apesar de não ser politicamente correcto nem bom de se dizer, ouvir ou reconhecer, não é suficiente que alguém goste de alguém para isso se tornar suficiente. Já me disseram e até já disse a outra pessoa que "a única coisa que importa é que gostes de mim, nada mais".
Pura e simplesmente, não é verdade.

Neste momento, nem sequer perderei tempo a falar de interesses económicos ou coisa que o valha. Apesar de ser um dos factores que atrai um a outro é vil, mesquinho e baixo, ou seja, é, basicamente, a némesis do gostar de facto.
Limitemos a questão ao gostar ou, até mesmo, ao amar. É suficiente? A maioria esmagadora responderá que sim e um igual número estará a mentir.
Parece cínico? Não é. É, contudo, a coisa mais parecida com o cinismo: a realidade.
Se bastasse gostar haveria ciúme? Se bastasse gostar interessaria a vida passada do outro? Se bastasse gostar os exs seriam um problema?
Para todas estas questões, a resposta é simples: Não!

O que procuramos uns nos outros é a unicidade, ser especial, não haver quem alguma vez tenha estado onde nós estamos.
Queremos calcar território virgem, queremos ser os primeiros e únicos a lá chegar, queremos tomar posse de alguma coisa que nunca ninguém tomou.
Parece a descrição de uma competição e é mesmo. Ninguém quer ser o 2 de quem para si é o 1, ninguém está interessado em ser um passo atrás na capacidade do outro gostar, ninguém quer olhar para cima.

Apesar de poder parecer a antítese do romace, não me parece que o seja. Bem pelo contrário, para mim, é o cerne, o fundamental, a única coisa que interessa.
O amor não é um cão, é um unicórnio. Teremos sorte se, algum dia, o virmos mas mais sorte ainda teremos se o capturarmos.
O amor não é mundano, é divino. O amor não é variado, é único. O amor não tem duas intensidades, tem uma.

O amor não se precisa, o amor quer-se.

Wednesday, November 11, 2009

Por ocasião do aniversário da queda do muro de Berlim (estou tão velho que me lembro de ver o acontecimento, ao vivo e em directo!), o Socrátes, eventualmente em resultado de um ácido estragado ou de um cogumelo fora de validade, disse qualquer coisa como "o 25 de Abril foi preponderante para a queda do muro de Berlim".

Aham...
Estou, claramente, a ver, por exemplo, o Gorbachov e o Reagan a pensar "eh pá, é agora!!! Os portugueses derrubaram uma quase ditadura quase fascista!!! É agora ou nunca, vamos aproveitar o incentivo internacional dado por esses gajos!!!"

Também eu posso sofrer de alguma falta de humildade e, até, de alguma realidade paralela em que me acho mais do que o que realmente sou mas espero que não a este ponto megalómeno e ridículo!

Sócrates,
não terá sido por causa de uma bombinha de carnaval, made in Portugal, que o resto do pessoal se lembrou da bomba atómica?!

Monday, November 09, 2009

Tenho uma enorme dificuldade em lidar com as minhas fraquezas. Não que tenha muitas e, às vezes, chego a pensar se não seria melhor tê-las; isto porque se tivesse mais contacto com elas talvez me fosse habituando, talvez fosse molhando os braços e o peito e não entraria de uma vez, sem preparação, nesta tempestade disfarçada de sono.

Não acredito em desespero nem em depressões. Infelizmente, contudo, já estive perigosamente perto de ambas um punhado de vezes mas, naquilo que me parece ser o último momento antes do contact efectivo, dou uma passada atrás e regresso ao mundo da realidade.
Desta vez, estive quase uma semana no quarto, quase uma semana sem fumar um único cigarro (fumo, mais ou menos, um maço por dia) e a comer uma vez por dia e, ainda assim, porque seria um sinal gravíssimo para o exterior que não comesse de todo.

Passados estes dias, estou novamente de pé e, apesar da falta de vontade de estar com quem conheço, estarei de volta à normalidade.
Preciso de ver outras pessoas, preciso que me vejam com olhos frescos, preciso de um novo ambiente e, mais que isso tudo, preciso de começar a busca.