Monday, January 29, 2018

...por causa do Post Anterior

Dei por mim a pensar que estou muito pior do que fui em tempos passados. 
Estava a pensar que já tive de andar de camioneta com muita gente e que já estive em muitas festas de aniversários e que já fui a casamentos e que dei por mim em muitos jantares e por aí fora. Houve uma época - ainda que já longínqua - em que fui sociável ou, pelo menos, mais do que o que sou hoje.

...mas, contabilizando as circunstâncias, não é absolutamente certo que seja verdade.

Estes tempos que descrevi ocorreram, em larguíssima maioria, desde o meio da minha adolescência até ao início da minha idade adulta.
Nessa triste época em que pretendemos que nos aceitem e em que nos parece que estamos a lutar pela nossa individualidade mas que, ainda que inconscientemente, o que estamos mesmo a fazer é tentar fazer parte do rebanho.

Só que quando me debrucei mesmo sobre o assunto, dei conta que mesmo nessa altura o meu caminho de potencial eremita já estava a ser trilhado.

É verdade que ia na camioneta com os meus amigos mas estava sempre num lugar duplo sozinho;
É verdade que ia a jantares com muita gente mas assim que saía do restaurante para ir para o lugar que se seguir era muito comum ficar para trás ou ir para outro passeio; sozinho ou com mais uma ou duas pessoas mas não mais que isso;
É verdade que ia a casamentos mas ia dar muitas voltas só com um cigarro e um copo de whiskey (sim, irlandês).

Muita gente já me fazia confusão mas, dentro daquilo que a minha paciência permitia, desfazia-me delas pelos períodos de tempo que me pareciam suficientes para apanhar mais uma dose.

Depois de muito adulto - acho que por volta dos 30 - caguei nessa merda toda.
Evito, activamente, jantares de convívio;
Evito, activamente, casamentos (cortei-me aos últimos 2);
Evito, activamente, compromissos que possam corresponder a mais de 2 ou 3 horas de clausura.

Felizmente, o meu círculo mais próximo entende-me e deixa-me em paz.
Não ficam ofendidos quando não quero fazer algumas das coisas que me propõe porque entendem que não é um reflexo da importância que têm para mim.
Liguem-me para estar com eles - e só com eles - e é muito provável que aceite;
Liguem-me para uma comemoração que eu não entenda essencial e é muito provável que recuse.

.........

Porque sou uma pêga que aprecia a imprensa cor-de-rosa (funciona como uma lobotomia temporária), andei tempos e tempos a ver notícias de uma gaja chamada Kelly Bailey.
Um gajo que tinha largado a mulher por causa dela;
Um gajo que agora anda com ela;
Cenas de ciúme por causa dela....

Sabia - e sei - quase nada sobre ela.
Pensei como é que um homem adulto larga a mulher por uma criança de 18 anos?! (acho que até tinha menos que isso, na altura) e estes actores e actrizes...não sei o que lhes passa pela cabeça!

...até que hoje, por estar cansado apesar de ser uma segunda-feira, decidi:
Foda-se, vou ver quem é essa gaja!!

E:

Ah, então é por isso.
Ok. Nada a dizer.
Não, não me importo de receber gente mas preocupa-me.
- Preocupa-te porquê?
Porque se as receber não me posso ir embora.

Não é que não goste de pessoas e muito menos que ache as pessoas desagradáveis.
Por muito que goste delas;
Por muito agradáveis que sejam;
...tem de ser em doses homeopáticas.

Tuesday, January 23, 2018

Comunistas...SEMPRE

Ontem, um bocado a contragosto, vi um bocado do Prós e Contras.
O assunto era interessante: A Autoeuropa.
Ah, K, então por que foi a contragosto?!

Bem...primeiro porque é apresentado pela Fátima Campos Ferreira. Escusando-me a comentar a falta de preparação constante e global e a soberba impossível de perceber que lhe corre pelo corpo, faz-me uma confusão difícil de explicar a dor que me dá ouvi-la a referir-se a pessoas presentes como Ele. Ele tem nome! avisa-me a minha Mãe sempre que se refere desta maneira deselegante às pessoas.

Segundo...Comunistas. Iam lá estar Comunistas...

Ouvi coisas como Não, não há o mínimo risco da fábrica se deslocalizar e os trabalhadores da empresa ganham muito mais na Alemanha .
Parei porque comecei a ficar irritado com estas baboseiras.

Como não há o risco da fábrica de deslocalizar?!
Não há lugares com ordenados mais baixos e regimes fiscais mais favoráveis?! A fábrica não veio deslocalizada da Alemanha?! Não haverá gente para aparafusar porcas noutro país?!
Eu sei, eu sei. Isto que acabo de escrever é demasiado agressivo. Não desconsidero. Dá-se que é verdade.
Tenho a certeza que houve motivos para ter vindo para cá (mão de obra boa e barata; paz social; regime político estável; bons acessos e infraestruturas e por aí fora) mas é profundamente estúpido pensar-se que como chegou não se irá se entender ser mais conveniente.
É estúpido e mentiroso dizer-se.

Quanto aos trabalhadores alemães serem mais remunerados, vamos esquecer a economia alemã como um todo e o rendimento dos trabalhadores alemães pelo simples facto de que...se eles quisessem ter os mesmos encargos que têm na Alemanha...ficavam na Alemanha.
As infraestruturas são piores, lá?
A mão de obra é menos qualificada?
O regime político é menos estável?
O regime fiscal é menos fiável?

Comunistas...não aprendem nada e não querem saber de ninguém.
A merda da ideologia não se pode sobrepor a tudo e muito menos à realidade.
Bora prós planos quinquenais?
Bora prás privatizações de imenso sucesso do pós 25 de Abril?
Bora para a miséria sul coreana?

Pá...esta merda deixa-me em brasa.
Não posso ser exposto desta maneira a esta gente.

Monday, January 22, 2018

E?!

Hoje, quando começou a chegar gente o ambiente pareceu-me pesado.
Como não me interessa o porquê relativamente à maioria, deixei ficar porque não gosto de perder tempo nem fingir que tenho vontade de saber o que não tenho.

Entretanto, chegou uma das poucas pessoas que me interessa e perguntei-lhe (por achar que o motivo poderia ser particular e não geral) se estava tudo bem.
Não estava:
Na sexta-feira passada, ligaram ao J ao fim do dia para lhe dizer que não iam renovar o contrato e que não valia a pena voltar já na segunda.
- Hmm...e estás assim por causa disso?!
Oh, pá...é indecente.

Encolhi os ombros.
Apesar de acreditar que estava incomodada com o que dizia estar, não me parecia ser esse o factor real.
Uns minutos depois:
Não percebo como não achas indecente.
- Pá...indecente, indecente, não acho mas poderia ser feito de outra maneira, sim.
É, K. Se lhe fizeram isso a ele podem fazer-nos a nós!!!
- Pois podem. E?

Era este o verdadeiro problema. O central!
Ela sentiu escorrer-lhe um sentimento de segurança que eu nunca tive, por isso o meu dia não se alterou porque a realidade também não.

Dito isto,
não tive nem tenho prazer nenhum que o gajo tenha perdido o emprego mas acho que esse deve ser o nome do jogo: se não serve, patina.
Socialmente, acho que as pessoas devem ser protegidas mesmo quando incompetentes mas quando se trata de uma empresa que visa o lucro - e o pagamento de impostos - a minha consciência é mais darwiniana.

Dito isto,
o que me preocupa mais preocupa os outros menos.
Não me faz confusão que uma empresa se queira desfazer de gordura. É racional. Entendo.
Faz-me muita confusão que uma empresa não consiga reconhecer a diferença entre gordura e músculo. Não é racional. Não estou certo de entender.

A promoção de gente que não deve ser promovida é um convite à mediocridade e ao insucesso. Isto, sim, é estúpido.
Há muitos motivos para isto ser estúpido mas um deles é que as próprias pessoas se começam a medir uma bitola medíocre e, com elas, o corpo inteiro que é a empresa que integram.

Há um tempo razoável, perguntaram-me o que achava dos colaboradores e da política de contratação da empresa: respondi devia patinar muita gente. Há excesso de mão de obra e, em muitos casos, má mão de obra.

O que o pessoal acha normal é isto: o horário de entrada é às 9. Entra-se às 9. Vai-se para o café tomar o pequeno-almoço.
Deixa-me em brasa! E esta merda nem é minha.

Thursday, January 18, 2018

SO COOL... (ainda que com um bocado de letra a mais)


(mesmo careca)

Tuesday, January 16, 2018

Se isto for verdade, estou Fodido.



...mas como sou mais físico do que meta, mesmo que me foda não me vou foder sozinho!

Quando estou relaxado, tendo a pensar que a minha evolução pessoal caminhará neste sentido; não por ser espiritual ou um qualquer lugar comum desse tipo mas porque faz sentido.
Não gosto de ser afectado pelo que me rodeia. Deixar-me enraivecer é a vitória do meio sobre mim.

Como tenho plena consciência que esta minha vontade de invulnerabilidade tem lacunas e que quando me furam a carapaça a reacção é violenta, tento fazer com o meu temperamento o mesmo que faço com cobras venenosas: evito-as.

Na minha tentativa de circundar o que potencialmente dará merda, tento uma de duas coisas:
1. ignoro;
2. aviso.

Prefiro ignorar. Mas ignorar traz consigo um desligar da corrente que tende a nunca mais encontrar a ficha.
Quando ignoro, aquele ou aquela deixa de fazer parte da minha vida e, depois, por muito que isto pareça - e seja - frio, é-me irrelevante o que possa acontecer.
Não passo a desejar mal mas não largarei uma gota de suor para evitar que o mal aconteça.
Ah, és tão dramático, K .
Não sou. É o oposto de drama. É mar sereno.

Quando aviso, chateia-me.
E chateia-me porque pode ser entendido como a ameaça que não é. 
O que eu quero, quando aviso, é evitar que me façam ignorar e, como disse, ignorar é a minha primeira e mais natural escolha.

De vez em quando, mais do que uma ameaça parece que estou a ser cruel para com a outra pessoa mas o que quero mesmo é evitar que a minha triste, terrena e vil crueldade apareça.
Não é uma crueldade sádica porque não retiro prazer nenhum do sofrimento. 
Esta é a pior crueldade de todas; nesta crueldade não se quer infligir dor. 
Nesta crueldade, não se quer nada. É um fim em si mesmo.

Monday, January 15, 2018

RIP


O Santana e o Rio

As eleições para a presidência do PSD foram o embuste que se esperava. Não por ser o PSD mas por ser um partido político.
Ah, criticas tanto os comunas mas lá não se vê disto.
É certo.
Nem disto nem eleições que o sejam.

O Santana tem de espantoso gostar mais disto de andar a debater e dizer cenas que merda. Gosta, muito provavelmente, porque tem talento.
Se um ET caísse cá para os debates, perguntar-se-ia por quantos ia o Rio perder porque a diferença entre um e outro é notória.
Pareceu-me a diferença que haveria entre um aristocrata e um trabalhador do campo num restaurante de gala.
Infelizmente, o passado do Santana ensina-nos que ele é óptimo para umas quantas coisas e péssimo para muitas mais.

Mas e o Rio?
O Rio quer-se pintar diferente mas é como os outros.
Por que não apoiou nestas eleições para a Câmara o Rui Moreira?
Por que andou a amar os pés - suponho que outra parte da anatomia também - do gajo de Ovar?
Por que agradeceu a Passos Coelho depois de o ter varrido das listas quando ganhou a Ferreira Leite?
Por que foi menos independente e super-espectacular quando veio elogiar o Santana PM e agora dizer dele o que disse?

É como os outros...mas não parece.
E é porque parece diferente que ninguém dá conta que foi contra o Moreira porque não quis chatear o PSD Porto (que ia votar para a liderança do Partido) e que andou a amar Ovar porque o caciquismo é de doer os olhos e varreu o Passos porque não gosta de sombra e é mesquinho e foi menos independente porque, na altura, era vice-presidente do PSD e devia lealdade ao Partido.

....esqueceram-se sempre de lhe perguntar se, afinal, ele devia lealdade ao Partido ou ao País.
É que ele diz sempre que é ao País...

Depois, a vitória de pirro.
Ah, afinal foi renhida! 
E foi. Eu, por ter uma memória menos boa do que devia, também achei que ia ser muito mais vincada.
Depois, lembrei-me: K, és tão burro! Não há uma votação real. Há uma curral de novos filiados. Há um pacote de ajudas para que os não-novos filiados vejam as suas quotas pagas...és tão burro...
Sim, só nominalmente são os filiados que escolhem o líder.

Eu não gosto do Rui Rio.
Vejo nele uma versão - para já - moderada de Salazar; vejo um autoritarismo que me desagrada.

...mas, há uns anos, Salazar ganhou uma cena de voto popular para figura mais marcante e tal, não ganhou?

Friday, January 12, 2018

BROW LOVE ("Love" em geral, na verdade)


Thursday, January 11, 2018

Acordo Tácito

Eu gosto de acordos tácitos. Há acordos tácitos quando as pessoas se dão bem, se conhecem e se preocupam umas com as outras.

Ela e Eu temos alguns acordos tácitos que andam sempre - ou quase sempre - à volta de evitar que eu faça coisas que me doem e que me chateiam.
Por exemplo: eu não gosto de falar com gente. Evito sempre que posso. Não me interessa o que querem saber e também não me agrada ter de ouvir gente que não me apetece (há uns dias, Ela ligou-me do carro em alta voz com uma amiga no carro; a amiga começou a falar comigo e eu pensei foda-se...por que estás a falar comigo?! Não disse mas pensei e Ela sabe que eu pensei. Senti-me um bocado uma besta por ter pensado isto mas a verdade é que pensei e penso muitas vezes).

Há uma merda de uma infiltração ou qualquer coisa que está a verter para a casa do vizinho.
O vizinho veio-se queixar disso e falou com Ela...porque eu não queria falar com ele.

O gajo bateu à porta uma e duas e três vezes.
Aquilo já me começava a chatear mas não mais do que eu ter de abrir a porta.

À - se bem me lembro - terceira vez, Ela disse-me:
K, acho que ele se está a esticar por eu ser mulher...
- Ok.

Passei eu a tratar do assunto.
Não voltou a bater à porta.
É certo que fiz tudo o que lhe disse que ia fazer mas mais certo é que não consegui fazer o que ele queria (mas tentei, só para que conste).

K, ele chateou-te por não ter dado para ser como ele queria?
- Não. Disse-lhe que só dava para X e ele agradeceu e foi para dentro.

Isto é outro acordo tácito.
Se a coisa azeda ou estiver para azedar, trato eu.

A moral desta história é também uma outra:
Os idiotas e pixas moles que me irritam mais são aqueles que sentem que uma mulher, por ser fisicamente mais fraca, deve ser assim tratada: és mais fraca que eu, por isso é bom que faças como eu quero.
As mais das vezes, esses mesmos pixas moles idiotas ficam na mesma posição em que acham colocar as mulheres quando aparece cão maior.
São cobardes.
Fico sempre a achar que não tiveram a sorte de ter uma Mãe como a minha. Pode ser uma presunção parva mas é-me difícil entender que quem tenha tido a sorte de ser educado por uma boa mulher seja capaz de as tratar mal ou como inferiores.

Mas isto era por causa de Acordos Tácitos. Acordos Tácitos animam-me.

Wednesday, January 10, 2018

Motivos Para o Mundo Estar Entregue à Bicharada

I

Ontem, cheguei ao carro e um gajo estava mal estacionado ao meu lado; não estava completamente paralelo mas não dava para eu sair.
O idiota do dono do carro estava cá fora calmamente a comer uma maçã (coisa que me irritou instantaneamente andar a comer frutinha na rua às 19.00) a assim continuou quando me viu abrir a porta do carro.
Ainda sentei meio rabo no carro porque pensei este gajo deve estar distraído mas não estava.

Desculpe lá, o carro é seu?
- É.
Então, se calhar, era de dar o jeito para eu sair.
- Mas você consegue sair.

Fiquei a olhar para ele e nem lhe respondi.
Ele foi andar com o carro para a frente.

II

Acabo de regressar de fumar e quando saí estava uma gaja a empatar o elevador.
Há 3 mas se um estiver no piso de portas abertas não vem outro.

- Estou à espera de uma colega.
Sim mas o elevador - este e os outros - sobe e desce; ele volta.
- Já está marcado para o 2...
Não se preocupe que ele vai para o 2 na mesma.

A gaja não parecia convencida, pelo que entrei no elevador e encostei-me à parte de trás.
A gaja saiu e eu fui à minha vida.

O pessoal não é civilizado e nem educado; o pessoal é estúpido.
Estas merdas deixam-me a ferver.

Tuesday, January 09, 2018

Não era para ser isto mas: COISAS QUE ME DEIXAM CONTENTE

I


Há uns dias, estava a rolar isto e na segunda música há dois solos: uma da Susan e outro do Derek.
Não estávamos a ver nem a ouvir com particular atenção - eu, pelo menos, não estava - e ouço isto:
Foda-se...está ela a rasgar-se toda e, depois, o Derek toca duas notas e é a puta da loucura (não sei se foi literalmente assim mas foi muito assim).

Olhei de lado e comecei a rir-me.
Ela tem razão mas o facto de ter notado e ter falado sozinha quando tirou esta conclusão deixou-me contente.

II

Kinski por Richard Avedon

III

Depois de ter entrado na onda Tedeschi Trucks, estava a ouvir uma entrevista deles em que o entrevistador disse à Susan:
Quando a ouço cantar lembro-me sempre da Mahalia Jackson.
- Muito obrigado. É uma das minhas cantoras favoritas. Aliás, o Derek e eu começámos a sair por causa da Mahalia Jackson.
(Derek) É verdade! Eu disse-lhe "tu sabem quem é a Mahalia Jackson?!"

Isto deixa-me contente porque compreendo.

E porque não seria justo:

BURR


Monday, January 08, 2018

"Tu gostas é de te sentir moralmente superior!"

Ouvi isto por estes dias.
Não me insurgirei contra a afirmação, por certa, mas quanto ao contexto em que surgiu, por errado.

Eu gosto de me sentir moralmente superior e faço por isso.
É uma das manifestações da minha fixação por estar certo.
A moralidade defino-a eu (a minha, pelo menos) e sigo-a o mais estritamente que me é possível. E quando digo que me é possível trata-se de um esforço a sério! Trata-se de uma tentativa real e não o tentarei, desde que não me cause muito transtorno que é o que as mais das vezes as tentativas querem dizer.

É por isso que faço o que digo.
É por isso que sou o único responsável pelos meus actos.

Mais:
não faço por ser moralmente superior para, depois, atirar isso à cara de quem quer que seja; certo é, contudo, que o farei se sentir necessidade - e não gosto de o fazer independentemente do quão certo esteja - e que ninguém saiu prejudicado por ter demasiadas munições.
Ah, o problema foi eu ter balas a mais! disse ninguém nunca.

Sucede que, neste caso em concreto, não fiz nada para ter a superioridade moral.
Neste caso em concreto a minha superioridade moral está muito mais que estabelecida; está muito mais que cimentada. Não precisava de fazer o que quer que seja para ter esta vantagem.

Neste caso em concreto fiz o que fiz não para me revelar superior mas antes para não ser uma coisa rasteira e mesquinha que não sou mas que de vez em quando consigo ser.
O que o meu temperamento me disse para fazer foi ah, bebé! Lei de Talião nessa merda! Olho por olho, dente por dente! mas o que o meu cérebro velho e cansado contrapôs foi Nã. Vais ser mesquinho e, depois, a coisa azeda muito mais porque daí não te levantas! e decidi dar ouvidos ao meu cérebro.

Tenho para mim que há lugares de onde não se volta.
A vingança é um deles. Quando a minha intenção é vingança não tenho interesse em que sobre pedra sobre pedra;
O cortar da corrente é outro deles. Quando a corto não tenho nenhuma expectativa que os gajos da electricidade apareçam para a restaurar.

...gostaria de estar convicto que o meu cérebro é mais esperto que o meu temperamento mas não estou.
Raciocinar e racionalizar são coisas muito diferentes mas que, volta e meia, são difíceis de distinguir.

Alea jacta est.

E, no trânsito:

Thursday, January 04, 2018

HUNTER


Isto não é triste.
Isto é realidade e a realidade é trágica.

Wednesday, January 03, 2018

DESEQUILIBRIOS

Parece-me haver a ideia errada de que o equilíbrio resulta de fazer pelos outros o que fazem por nós ou vice-versa.
Não considero isso o que equilíbrio representa.
Melhor:
SE for possível fazer pelos outros o que fazem por nós, tanto melhor mas não é por não se conseguir tal feito - considero isto um feito - que estaremos perante um desequilibro.

Por exemplo:
se eu consigo levantar 200kgs do chão e outra pessoa apenas consegue levantar 50 é injusto achar que há um desequilíbrio aqui.
Isto, assim posto, é óbvio mas quando se transfere este exemplo físico para um outro qualquer emocional parece que o paralelismo não existe. Mas existe.

Então, 
o que me parece impregnado é que se espera que outros façam o mesmo que nós e é isso que exigimos.
Talvez seja um complexo de inferioridade para casos futuros em que o inverso aconteça;
Talvez seja mais uma manifestação do egoísmo que abunda;
Talvez seja uma troca que se quer fazer do tipo eu faço isto por ti, por isso tem de fazer o mesmo por mim.
Cobrança, não é?

Nós não somos iguais;
Nós não conseguimos as mesmas coisas.

Quem ler isto pode ter a impressão de que aderi ao relativismo em que cada um é cada qual mas garanto que isso não aconteceu.
Pode, também, dar-se o caso de pensar que entrei numa fase zen e metafísica mas isso também não aconteceu.

Voltando ao exemplo do peso:
não exijo que outra pessoa consiga levantar 200kgs para considerar existir equilíbrio mas exijo que os 50 que consegue levantar sejam levantados.
O equilíbrio não é nominal e quantificável em termos simplistas mas o esforço é.

Não temos de conseguir o mesmo;
Temos de nos esforçar da mesma maneira.

Ah, K...mas e se se der o caso de a outra pessoa nem 10kgs conseguir levantar?!
Bem. Aí entramos numa outra questão.
Se a outra pessoa não consegue, de todo, fazer aquilo que é preciso talvez seja altura de repensar o que estamos nós ali a fazer.



Tuesday, January 02, 2018

Dia de merda, este.
É em alturas destas que gostava de ser daquelas pessoas que liga a dizer que o dia está a ser muito mau mas não sou; o que eu sou é daquelas pessoas que se ligar a dizer que o dia está a ser muito mau vai ficar ainda pior porque...não foi capaz de, pelos seus meios, aguentar a intempérie.

Estou muito cansado e este nível de cansaço torna-me uma pessoa deprimida enquanto dura.

Como te estás a sentir seria uma pergunta agradável de se ouvir mas é improvável que a resposta não fosse Impecável.
Comigo, o melhor não é perguntar. O melhor é adivinhar.