Sunday, April 19, 2020

25 de Abril II

Confrontado com a petição para que não se realizem as comemorações, desta vez, Ferro Rodrigues disse que é para assegurar que não sairá nenhuma opção anti-democrática desta crise (parafraseio).

Isto é, ainda, mais estúpido.
Todos (todos) os que pretendem uma solução anti-democrática votaram favoravelmente às celebrações, vão estar lá e são os primeiros a encher a boca com uma democracia que detestam mas que lhes garante a sobrevivência.

A palhaçada aumenta.
E a nossa segunda figura do Estado é este Ferro Rodrigues.

Cómico se não fosse trágico.

Friday, April 17, 2020

O 25 de Abril

Obviamente, acho que as comemorações do 25 de Abril haveriam de ter sido reconfiguradas.
Não as queriam cancelar?
Ok.
Transmitam-nas pela TV ou coisa do género. Se o Marcelo pôde fazer uma comunicação ao País por webcam (bocado sem nexo mas...) e se os alunos vão poder receber tele-aulas...por que motivo o mesmo princípio não se poderá aplicar à AR?
Ah, mas a AR tem funcionado em cena reduzida! Qual a diferença?
Bem...há uma diferença substancial entre trabalhar e comemorar. Uma comemoração não é essencial, por muito que nos queiram convencer do contrário.
Porquê, então?
Feira de vaidades.
Uma passeata de supostos heróis de uma guerra que terá sido travada e vencida pela democracia (interessa que se a coisa tivesse levado um sopro suplementar teríamos, como planeado por não tão poucos como isso e por gente que, apesar de com outra cara, andar pela AR ainda hoje? Não...).

...e, depois, o inefável Ferro Rodrigues.
Quando o deputado do CDS se manifestou contra a comemoração - e bem! - o gajo, lá do seu poleiro, encheu a boca com a decisão da maioria e com a vitória de cenas e, com uma altivez e paternalismo eivado de uma importância que lhe deram mas que nunca mereceu, disse qualquer coisa como e vai ser comemorada! ou merda do género.

Palhaçada!
Este mesmo Ferro Rodrigues, conhecedor de uma democracia que não entende a repartição de poderes, festejou em plena AR a libertação do Pedro Pedroso.
Este Presidente da Assembleia da República (até me dá um arrepio...) assumiu aquilo como a libertação de um preso político em afronta ao poder judicial.

Interessa?
Nada.

É nestes momentos que, entre outras coisas, me lembro do Soares a sair de visitar o Sócrate (outro preso político, imagina-se) e dizer aos jornalistas uma coisa do tipo diga-lhe que eu mandei dizer referindo-se ao Juiz que engavetou o 44 ou, a mesma personagem, que arrepiou o cabelo à GNR que mandou parar o autocarro onde viajava.

Esta gente não se enxerga.
O Ferro Rodrigues andou muito tempo desaparecido mas, infelizmente, lá foi reabilitado.
Este mesmo tipo que fez a exgese de uma carta do Sócrates, publicamente, quando era líder da bancada parlamentar do PS.
 
É uma vergonha, como diria o Ventura.
E é mesmo.

É uma puta de uma palhaçada.
Muito apreciaria que entrasse a PSP na AR, no 25 de Abril, para desbandar o ajuntamento...como faz - e bem! - com o resto da população.

Wednesday, April 08, 2020

Morte do Homem Analógico

Ah, o homem analógico já tinha batido as botas!
É. Talvez seja verdade.
A tecnologia já andava a fazer-nos a cama.

Tecnologia, para mim, é como uma chave de fendas: é útil mas não gosto dela...manos quando preciso e aí aprecio um bocado.
Gosto de pensar em mim como ludita mas ludita não sou. Por um lado porque não posso e por outro porque não quero.
Adoro a minha smart tv;
Adoro a minha DSLR.

Também muito aprecio o avanço ma medicina e acho importante que a tecnologia possa aproximar o que está fisicamente distante.
Gosto da tecnologia útil.
A tecnologia não é o novo Deus.

Por exemplo:
Não uso Via Verde;
Não há pagamentos automáticos na minha conta;
Não tenho um SmartPhone;
Não tenho PayPall;
Não tenho Facebook;
Não tenho WhatsApp;
...e nem sei dizer quantas mais coisas não tenho porque não lhes ligo.

Quando ficam chocados com o meu flip phone, há uma parte de mim que fica orgulhosa (sou very cool) mas há outra que, quando quero, lhes explica:
meus caro, fico agarrado a um computador umas 10 horas por dia...por que motivo haveria de precisar de um aparelho que me mantém ligado o resto do tempo?!
Isto, para mim, é óbvio!
Se for realmente urgente, o pessoal pode ligar. Mas nunca é urgente. O pessoal acha que se mantém actualizado sobre nem sei bem o quê.
Onde foi X jantar?
Qual a cor preferida do Y?
O que pensa a Dianna da política nacional?

Percebem?
Para quê?

E, depois, há o imenso problema da ignorância.
A minha impressão é que apesar de nunca se ter tido tanto acesso a informação, nunca se soube tão pouco.
O pessoal não entende, por exemplo, que a Wikipedia é uma fonte aberta, pelo que não é sabedoria em sim. E eu vou imensa vezes à Wikipedia mas ou para coisas insípidas por irrelevantes quanto à certeza ou para encontrar uma seta que me possa apontar, rapidamente, o que preciso de procurar.
E, pior dos piores, passou a confundir-se opinião com facto.

Mas nem era sobre isto, na realidade.
Como me cansei, vou resumir o que haveria de ter sido o principal.

O COVID haverá de ter tornado a tecnologia mais importante.
Os serviços de entregas tornaram-se mais eficientes, os sites tornaram-se melhores para não perderem dinheiro, a tele-escola vai regressar em força e as aula online de cenas dispararam (yoga, dança, ginásio e por aí fora).

O retorno a uma vida de pessoas normais tornou-se mais difícil e a porta escancarou-se ainda mais.

Para mim, é uma merda... 

Saturday, April 04, 2020

24

Estou em casa há 24 dias.
Não direi que estou de quarentena porque não me enontro enclausurado. 
Na primeira semana, levei o mais a sério que consegui e, basicamente, não saí.
A partir da primeira semana comecei a fazer meia-hora a pé aqui à volta, às 06.30 da manhã para mexer as pernas e evitar enlouquecer.

...mas isto começa a azedar.

O esforço continuará e penso, frequentemente, mas estás a queixar-te de quê?! Tudo o que te pedem é que não passeies!! Não é, propriamente, uma coisa muito exigente!
E não é.
Mas esta coisa começa a afectar-me.