Sunday, December 30, 2007

Não gosto muito de títulos...
Já tive a necessidade de dar nome às coisas, de avisar o que aí vinha, de traçar, previamente, o fim do início... agora nem tanto.

Algumas vezes sei o que vou dizer, talvez a maioria delas.
Muitas outras vezes, venho aqui porque quero, porque preciso ou porque não tenho outro sítio a ir naquele momento.
Aprendi a gostar de coisas soltas, coisas que não se conhecem mas que se sentem, coisas que não se chamam mas que chegam.

Porque tentaria baptizar algo que vejo pela primeira vez?
Se fosse o fisco, chapava-lhe, à partida e por precaução, um número de contribuinte... mas não sou.
E assim, mais umas linhas sem dizer absolutamente nada.

Friday, December 28, 2007

A Idade

O envelhecer preocupa-me.
Caguei para isso de rugas e coisas parecidas.
Não tenho medo de ter de usar o comprimido azul e nem de não conseguir uma maratona sexual.

Chateia-me que a cada ano que passa a realidade é mais real.
Os sonhos megalomanos que tenho e sempre me acompanharam começam a pintar-se de uma cor pastel estupidez.
Cada ano que passa a hipótese, ridícula mas existente, de eu mandar no mundo torna-se assim... estúpida...

Quando era criança, acho que como todos, não era dificil acreditar que quando fosse grande enriqueceria à velocidade da luz porque ia descobrir uma mina de ouro.
Não era preocupante, nessa altura, querer ser bombeiro e médico, afinal, tinha muito tempo.

Agora, depois de tirar o curseco, não há retorno.
Ok, parece que ouço os idealistas dizerem que há sempre tempo e tal... tempo o caralho!!
Mais um ano a estudar é mais um ano fora do saturado mercado de trabalho.
Mais um ano a estudar é menos um ano a ganhar dinheiro.
Mais um ano a estudar é menos um ano de crédito a habitação.

A realidade é uma merda!!!
Não sei se é uma coisa comum mas sempre que vejo um filme, que me agrade, imagino-me lá dentro.
Não sei, também, se é comum mas nunca me vejo em nenhuma das personagens, imagino uma que podia lá estar mas não está.

Vejo-me sempre como o mesmo tipo de personagem.
Pode ser um super herói, pode ser um homem de negócios, pode ser um bandido, pode ser qualquer coisa mas nunca o herói.
Não me imagino como o líder de um grupo e também não me vejo como parte integrante.
Por norma, sem excepção de que me lembre, vejo-me solitário e poderoso, provavelmente acredito que esse poder radique, em larga medida, nessa solidão.

Sou sempre o gajo que desaparece no horizonte, que não tem particular apreço por regras, que não quer realmente ser justo, que não guia mas que não é guiado, que tem a sua agenda e não faz concessões.

Agora, não saberei dizer se é um reflexo de mim ou do que imagino de mim, quer dizer, eu acho que são as minhas caracteristicas potenciadas mas não poderei garantir.
É uma verdade que não entendo como alternativa mas antes como colorida.

Enfim, merdas...

Thursday, December 27, 2007

Love Is a Loosing Game

A Amy Winehouse foi a primeira pessoa que ouvi dizer isto.
Sim, ela é, lamentavelmente, um caso de cocaina/heroina/alcool e tudo mais que se movimenta e, talvez por isso, tenha chegado a esta conclusão.
Seria muito agradável para mim achar que esta conclusão a que ela chega resulta de alucinogeneos, psicotropicos ou qualquer outra coisa que se possa imaginar, inclusive, desiquilibros mentais... infelizmente, não acho.

As vantagens deste Love são virtualmente nulas.
Acredito que sempre que se ouve a One ou Till The End Of Times ou milhares de outras músicas que fazem estremecer os coraçõesi deveria haver um anúncio do tipo que aparece nos cigarros, Amar Prejudica Gravemente A Sua Saúde e a Dos Que O Rodeiam.

Começa pelas célebres palpitações, passa pelo frio na espinha e culmina no massacre a quem rodeia estes apaixonados, alvos inocentes da chatice que exala por todos os poros de quem Ama.
Trabalha-se menos, come-se menos, presta-se menos atenção...

Depois destes sintomas, quando a coisa corre mal, continua a trabalhar-se menos, a comer-se menos, a prestar-se menos atenção...

Tudo pra quê?
Pra nada!!!

Como gostava de me apaixonar...

Wednesday, December 26, 2007

Esta época é plena de gente que se agarra ao que morreu, pensando no renascimento.

Por estes dias recebi uns quanto sms de duas pessoas.
Uma delas foi provocada por uma quantidade quase pornográfica de álcool ingerido.
Outra caiu em si, achando que, por algum motivo, será perdoado.

Assumo que em certas vertentes, o assassinato ou homicidio anterior pode não ter acontecido mas apenas parecido.
É possível que o batimento cardiaco tenha baixado tanto que parecia morto mas, de facto, apenas estava em coma.
Em outros casos, não é possível essa segunda hipotese.

Nada sobrevive depois de lhe arrancarmos a cabeça.

Saturday, December 22, 2007

Natal

Não perderei tempo dando ênfase ao facto de que é uma época hipócrita.
Também deixei de me revoltar com as campanhas ridículas de solidariedade instantânea.
Nem sequer gastarei mais do que uma linha com as gajas plásticas e sem qualquer importância no mundo que aparecem nas revistas a proclamar o Amor.

Uma pergunta, no entanto, não me sai da cabeça "Pra quê?!"

Preferia que me dissessem que é como um desfibrilador para uma economia ligada às máquinas.
Não me importava que se dissesse que é mais uma forma de não ter de se trabalhar num dia específico.
Quase gostaria que me dissessem que o espirito de Natal é um mito como os jardins da babilónia mas que é politicamente correcto dizer que se sabe que existe.

Cansam-me os sms de feliz natal a que não respondo.
Cansam-me os E-mails de feliz natal a que não respondo.
Cansam-me os familiares que saem do buraco nesta ocasião e me inomodam.
Cansam-me as luzes de árvores de natal nas janelas, acho-as, além de tudo, pirosas.
Cansam-me os natais dos hospitais que ocupam o horário dos filmes de fim de semana.

A única coisa boa, realmente, é que vou estar 04 dias sem trabalhar.
A única coisa boa é que hoje vou tomar uma cerveja de natal que vai dar sabe-se lá onde.
A única coisa boa é que dia 25 às 00.30 devo estar a jogar bilhar acompanhado de um wiskey de 20 anos.

O Natal serve de desculpa para muita coisa, e isso, apesar de hipócrita, pode nem ser assim tão mau.

Thursday, December 20, 2007

É recorrente ouvirem-se lamentos de coisas que se fizeram e, tempos depois, se verifica que foram erros.
Umas vezes há volta a dar-lhe, outras não... mas em ambos os casos o lamento existe.

Estranhamente, acontece-me frequentemente uma coisa parecida no seu processo mas muito diferente no resultado.
Como apesar de pregar a perfeição não sou perfeito, em um ou outro momento acho que fiz asneiras e arrependo-me de as ter feito.
Infelizmente, não tenho capacidade de voltar atrás nem no tempo e nem nas intenções, por isso, quando a merda está feita, feita está.

A maioria das vezes, no entanto, arrependo-me para depois ver que estava certo.
Sinto no ar um odor de "não, não é por aí" ou vislumbro uma cor que me transmite que "coisa sem nexo... deve estar alguma coisa errada" e, rapida e letalmente, páro e corto qualquer hipótese de avanço.
No intermédio, entre a atitude e o comprovativo de que "fui para o lado oposto e fui bem", algumas vezes passa-me pela cabeça que deveria ter feito uma outra coisa.... mas raramente essa pequena ferroada na parte de trás do cérebro tem fundo de verdade.

A maioria das vezes, a verdade é que mesmo sem saber muito bem porquê, acerto.

O Acertar e o Errar deixam-me insatisfeitos.
Se é verdade que ao Acertar provo que não sou cego e que a minha pele está muito bem protegida pelos meus sentidos e pelo meu cérebro, não é menos verdade que Acerto porque acredito piamente na maldade que impregna a humanidade.
Errar significaria que nem tudo é tão escuro e hipócrita como eu a pinto, que nem tudo são interesses e que há quem diga a verdade.

No meio deste dilema, fico menos triste por acertar.
Pelo menos, apesar de poder ter o coração a bater-me fora do corpo, posso confiar que os meus pés estão no chão.

Tuesday, December 18, 2007

"Não vou passar os próximos dez anos da minha vida a entrar neste apartamento de dez em dez minutos a falar de coisas estúpidas e supérfulas!!!"

[transrição de cabeça de uma das falas de Elaine num dos últimos episódios do Seinfeld]

E não parece adaptar-se a tantas situações?

Monday, December 17, 2007

Nomes

Acho os nomes das pessoas uma profunda perda de tempo e, talvez, estupidez.
É ridículo termos de ter nome desde que nascemos.
Primeiro porque nunca nos tratam por ele [ou é bébé ou bb ou uma merda abreviada e terminada em inho], depois, porque não fomos nós a escolhe-lo e, por fim, porque se cai no erro de ter um nome inadequado [eu deveria chamar-me Golias ou Apolo e não me chamo].

[tenho pra mim que, nos dias que correm, uns pais que chamam a um filho ou filha um nome em forma mix - João Maria ou Maria Manuel, por exemplo - o fazem para não falhar na orientação sexual do puto ou,... miuda].

Outra coisa que me chateia é o facto de nunca me lembrar dos nomes das pessoas.
Ninguém se deveria ofender porque é tratado por "tu aí".
Anda tudo vestido da mesma maneira e gosta das mesmas merdas e quer o telemóvel de última geração mas, o nome é a sua individualidade!!! O nome é o que o distingue!!! As pessoas são importantes demais para que não se saiba o seu nome...todas elas!!!

[tenho pra mim que como todos são Drs., independentemente de serem médicos ou não e até de terem curso superior ou não, deviam ser todos tratados por Drs. Foda-se, toda a gente.
Conheci uma idiota que quando fez o último exame de direito - não quando acabou o curso mas quando fez o último exame - se apressou ao banco porque os cartões agora tinham de ter o seu novo primeiro nome..Dra.!!]

Por fim, cansa-me ter sempre o mesmo nome.
Há diversas partes de mim que, apesar de fazerem o todo, não se gramam.
Então, tenho, por exemplo, o Fenris e o Kaiser Soze, entre muitos outros.
Ok, pode ser uma coisa meio esquizofrénica mas o dia a dia também o é e ninguém se importa.

Esperto foi o Pessoa, sempre que lhe apetecia lá aparecia um Caeiro ou um outro qualquer.. e não faz muito mais sentido?!

Saturday, December 15, 2007

SMS

Domingo, o3.18hs da madrugada:

"Vi-te no X... Espero que estejas bem. 1 beijo, Y"

Domingo, 12.49 da tarde:

"Viste? Eu estava giro?"

Verdades

Não sou daquelas pessoas que temem dizer o que acham das coisas.
Também não sou daquelas pessoas que acham que a minha opinião vai mudar a vida da humanidade.
Normalmente, assumo o que penso quando me perguntam ou quando estou numa roda de amigos.

Ontem, entre um fino e outro, chegámos ao assunto da "tipa que namorou com um amigo nosso e agora namora com outro amigo nosso e esses dois nossos amigos são amigos entre si".
Já não somos crianças e, perante o quadro concreto [essa tipa foi namorada de um dos nossos amigos quase em outra encarnação e agora namora com o outro], concordamos que não é nada de extraordinário. O tempo passa e não faz qualquer sentido um sentimento de rancor ou traição ou coisa que o valha.

Ainda assim, eu disse: Foda-se, não curtia nada namorar com uma gaja que já tivesse sido namorada de um outro amigo meu. Se fosse um amigo meu a namorar com uma ex minha acho que encararia com mais facilidade.
Pois, ele concordou comigo e, antes de dizer porquê, ambos sabiamos a resposta:

Aquele meu amigo já tinha comido a minha namorada... e isso não é porreiro.
Quando vejo uma gaja que já comi com a namorada, a primeira merda que penso é "Já há! Vai buscar!!"

Não gostava de estar na posição inversa, até porque, naturalmente, quando começo a namorar com alguém esse alguém NUNCA teve vida sexual antes de eu aparecer!!!

[A idiotice tem limites?
Não.. não tem...]

Thursday, December 13, 2007

Queres Que Levante a Mesa?

Não é muito fácil fazer com que me sinta mal na minha pele.
Sou, naturalmente, orgulhoso do que sou, do que faço e do que consigo fazer.

Mas, algumas coisas simples e pequenas têm o condão de, volta e meia, fazer-me achar que não devia ter tanta vontade de ser eu.
Uma vez, uma mulher disse-me: "É incrível como tu és tão tu!"
Pois, não sei ser outra coisa....

Hoje cheguei mais tarde para jantar.
Como habitual, por mais que diga que não é preciso, a mesa ainda estava posta e o jantar esperaca-me, assim como a minha mãe [acho que ela tem um medo absolutamente infundado que eu me torne subnutrido].
Deixou-me sentar à mesa e, depois de me perguntar se está tudo bem e dizer que eu tenho de dormir mais e fazer umas análises e trazer o esquecido casaco do escritório e que eu sou o orgulho dela, foi fazer o que tinha a fazer.

Comi entre uma e outra idiotice do Conan e quando acabei tive a feliz ideia de perguntar: "Queres que levante a mesa?"
É uma pergunta do tipo "Tás em casa?" quando atendes o telefone... de casa.
Apressadamente, ouvi que não, para deixar as coisas como estão.
Com a doçura que me caracteriza, lá disse: "Não?! Vem mais alguém jantar?!" [naturalmente não vem, foi mais uma coisa parecida com ironia mas cravejada de estupidez e, como não tenho uma voz doce, não deve ter sido agradável de ouvir].

Não queria que eu me incomodasse... como se só eu trabalhasse e estivesse cansado.
Deixa que eu faço... como se já fizesses pouco.

Foda-se, se houvesse aqui um buraco enterrava-me nele.
Como não há, venho só dar umas cornadas na parede.

Ninguém tem o que merece...

Wednesday, December 12, 2007

Hoje perguntaram-me se acreditava na durabilidade de relacionamentos tempestuosos.
Não é uma pergunta fácil mas é bastante pertinente...

A resposta que dei, e mantenho, é que acredito na hipótese de sobrevivência de um relacionamento acidentado mas não num relacionamento estilhaçado.
São, para mim, coisas diferente.

O relacionamento acidentado é aquele parecido com uma montanha russa... sem que seja sempre emocionante.
É uma vivência com choques, são duas pessoas que discutem, um casal que não concorda com a frequência desejada, dois corpos que se chocam.
Agora, muitas vezes chocam por estarem assim tão juntos.

O relacionamento estilhaçado não vive de falta de concordância mas antes de interregnos.
Termina-se e volta-se.
São duas pessoas que não conseguem ficar longe mas juntas também não, dois corpos que seguem estradas diferentes para, mais à frente, se reunirem, um casal que vai fazendo mal à vez de cada um para compensar o mal do outro.

Apesar das semelhanças e de, correctamente, se poder dizer que o acidentado leva ao estilhaçado, não os vejo como dois nomes para a mesma coisa.
O estilhaçado gosta o suficiente para que a ferida não se torne em gangrena, pensa o suficiente para evitar que a necessidade de estar só não se confunda com a vontade de estar sem aquela pessoa, sente que o caminho é aquele apesar de não estar devidamente alcatroado.

Outra coisa que me faz acreditar no sucesso do acidentado é o facto de este ser construído, antes de mais, no sangue que corre nas veias.
Muitas vezes, o quanto se gosta não vem na flor que se dá mas no espinho que se sente.
A irritação que nasce do telefonema que termina sem o "estou sempre a pensar em ti" não será necessariamente egoismo ou inseguranças mas necessidade que aquela gota lhe mate a sede.

Naturalmente, acredito neste tipo de relacionamento porque não me imagino a ter outro... mas isso são contas de outro rosário.

Há uma ideia instituída de que a montanha é óptima para desanuviar mas, para viver, bom mesmo é a planície.
Agora, aqui que ninguém nos ouve, não cansa ver verde até onde a vista alcança... todos os dias?

Monday, December 10, 2007

Paixão e Vida

Hoje estava a falar com uma amiga que me dizia que alimentava a paixão, que potenciava o sentimento quando o via a padecer e que, além disso, entendia que partilhar o objecto da paixão era mais que natural... era muito bom.

Não fiquei estupefacto, aceito muito bem as diferenças e acho, até, vantajoso.
Quem não se importa, por exemplo, de me partilhar nunca terá problemas. Não tenho qualquer problema em ser usado por mais de uma mulher e menos problema tenho em que espalhem a notícia de que eu valho a pena.

Mas... para mim...

Paixão para mim não é só vida, é tudo.
Não consigo imaginar-me sem defender o que quero até que me sangrem os dedos.
É compulsivo, dramático, obcessivo, pleno, ofegante, martirizante, doloroso, persecutório, é pele e sangue e ossos e olhos esbugalhados.
Se assim é, e é mesmo, não tenho capacidade de o partilhar.
Se assim é, e é mesmo, ainda que a quisesse partilhar, não restaria uma única migalha na mesa.

Já muito se escreveu sobre paixão e amor, já muito de lírico foi dito, já muitas metáforas foram plasmadas pelas páginas do mundo.
O romantismo da minha paixão é a incapacidade de a pintar de rosa claro e de a embrulhar em seda de primeira qualidade.
O romantismo da minha paixão é que é única.
O romantismo da minha paixão é que engole e é engolida.

A minha paixão não é enleante, ela é brusca, não é o gato que te hipnotiza, é o lobo que te devora.
A minha paixão não chega com pês de lã, os seus sapatos são de chumbo, a sua aproximação é ensurdecedora mas a inevitabilidade é absoluta.

Não te quero o coração, quero a pele.
Não te quero embevecida, quero-te de pernas trémulas.
Não te quero entregue, quero-te rendida.

Saturday, December 08, 2007

Não gosto nada de discursos mornos.
Na verdade, desagrada-me qualquer manifestação que o não seja.

Há muitas coisas que leio em muitos lugares diferentes que são a negação do positivo.
Para mim, positivo será dizer alguma coisa, fazer alguma coisa, expressar uma opinião, ter um lado, enfim, ficar no sim ou no não.
Infelizmente, há muitos que escrevem e nada dizem e falam e nada transmitem.

Perdoem-me os esquerdistas (os mais esquerdos) mas é um bocado como a retórica comunista.
Ouve-se um discurso de horas sobre igualdade e esbatimento das diferenças sociais.
Acredito que ninguém com bom senso seja contra o discurso comunista puro, eu, que sou mais à direita, concordo com quase tudo.
A questão que se coloca é simples: Se todos concordamos, todos somos comunistas.

Ora, só não é verdade porque la palissadas e nada é o mesmo.
Não é, para mim, possível apoiar uma ideologia falida, por muito bonita que fique nas folhas e nas imagens.
A cada dia que passa me parece que o comunismo old school é mais religião que ideologia política.

O mesmo acontece com os tipos de forte teor sociológico.
Areditam eles, e acredito eu também, que não existe uma única coisa ou comportamento que não resulte do convívio e ambiente social.
Ok, aceito... mas a desculpabilização não resolve, não adianta distribuir culpa e muito menos adianta que a culpa seja de todos. A culpa, como tudo, quando é de todos, não é de ninguém.

Tudo para chegar a uma conclusão: Não adianta dizer o que todos sabem mas sim fazer crer que a dado momento a luz vai acender.
Não é o bonito, é o que resulta.

Wednesday, December 05, 2007

Literatura Erótica

Acabo de entrar num blog dedicado a este tema...
Contém uns quantos contos, contos esses que me forcei a ler porque me incomoda não gostar sem saber porquê... já não gostar, incomoda-me pouco.

Nunca fui atraído por este tipo de contos.
Não lhes acho a menor graça e, para ser sincero, não os sei escrever de forma a que os torne agradáveis.
Poderão dizer, como já me disseram, que é porque sou homem e ps homens precisam de ver enquando às mulheres basta imaginar.
Concedo que possa haver alguma verdade nisto.

Agora, o tema não faz grande sentido...
Das coisas que li, tudo é um emaranhado de metáforas de terceira, analogias de quinta e adjectivos de sexta.
O pior, apesar de tudo, é a sub divisão eróticolírica. Esta... meu Deus.

Pode-se chamar muitas coisas ao sexo mas nenhuma é menos adequada do que Amor.
Sexo é suor e sangue a ferver, tem mais de lobos a comerem carniça do que pôr do sol, depois, se fosse preciso amor pra foder quantos ainda seriam virgens?
Embrulha-se em seda o que é pra rasgar sem sequer pensar?

Não percebo.
Prefiro, sem sombra para dúvidas, 10 minutos de pornografia... que nem tem de ser boa!!!

Tuesday, December 04, 2007

Quando o Sol Nasce

Se quando o Sol nasce a pele aquece, ainda espero que ele apareça.
Se quando o Sol nasce a luz aparece, ainda espero que ele apareça.

Serei o único a achar que se vive numa, quase, constante penumbra?
Com o amontoar de horas que se transformam em tempo de vida, cada vez tenho mais a sensação que todas as histórias de amor e felicidade plena são lidas a partir de um guião que, uns ou outros, tentam seguir num esforço inglório de má representação.
Só se consegue ver o felizes para sempre nos 90 minutos de fita que se transferem para uma qualquer tela.

Quando a fita acaba, é muito comum ouvir-se o discurso político dos impostos, o foi bom enquanto durou ou o foi pra sempre enquanto durou ou, o pior de todos, não mudaria nada do que fiz.
Quem se pode acreditar nisto?!
Alguém teria dado aquela foda que acabou na transmissão do HIV?
Alguém teria entrado naquele helicóptero para aquele passeio de sonho se soubesse que ele iria cair?
Alguém teria simulado o fim se soubesse que o seria de facto e não apenas um intervalo para publicidade?

Desculpas de mau pagador ou qualquer outro bordão popular que sirva para o caso.

Na verdade, nunca vi uma pessoa feliz porque o que pra sempre enquanto dure não tenha durado para sempre.
Se só interessa ter vivido e não o desfecho, para quê a depressão?
Se só interessa que foi bom, porque escorrem légrimas?

Eu tenho para mim que se me perguntassem se preferia ficar cego ou nascer cego eu escolheria a segunda hipótese.
Se não as verei outra vez o que me interessa que um tigre tenha listas?

Monday, December 03, 2007

Este fim de semana confirmei, uma vez mais, que as coisas não andam bem...
Tenho tentado um bocado de tudo.

Já passei o fim de semana caseiro, entre jornais, dvds, séries, livros e água.
Já pessei o fim de semana a abrir, com cerveja desde sexta-feira pós expediente até wiskey antes de me deitar, domingo.
Já passei o fim de semana de cama-comida-cama.
Não consigo pensar em mais variantes e se conseguisse, provavelmente, tentaria.

De todas as combinações tentadas, o mesmo resultado... segunda-feira de arrependimento ou de vazio ou de outra coisa qualquer que não sei bem explicar... mas não é agradável.
Falta-me tentar mais uma coisa e estou a apostar todas as fichas, no entanto, ainda não será para agora.

Já ando assim há bastante tempo, dormente e sem grandes interesses por isto ou por aquilo.
Acredite-se ou não, já nem sequer pensar em comer esta ou aquela me entusiasma muito (o que muda de figura quando estou pra comer esta ou aquela mas a simples ideia não me entusiasma... o que não é normal).

Não há pronuncio de mudança no horizonte e isso também me deixa cada vez menos apreensivo, quero um bocado que se foda.
Há uns anos atrás, bastantes, na verdade, a minha parceira (detesto este termo mas é o mais apropriado ao caso) perguntou-me se era verdade que os gajos batiam muito à punheta.
Naturalmente, respondi-lhe que isso variava conforme o entendimento de muito.

Perguntou-me, então, quantas vezes eu batia à punheta.
Mais uma vez, disse-lhe que também isso era relativo e variava conforme a actividade semanal mas sempre lhe dei uma luz... nunca menos do que uma vez por semana.
Pareceu-lhe normal... mais ou menos... e, com uma certeza à prova de bala, acreditava que agora, que eu a comia com muita regularidade, não devia precisar disso.

Ri-me muito.
Ela achava que uma coisa estava ligada à outra.
Do tipo, agora que não tinha falta de gaja a minha mão estava de férias.
As coisas não funcionam assim...

Metaforicamente, poderei dizer que quando se está numa maré baixa de sexo a masturbação é uma deporto profissional e quando se está numa maré alta de sexo a masturbação é um passa tempo.
Não se abandona quem está sempre pronto a ajudar-nos!!!!