Wednesday, February 28, 2018

...Estou Doente...

Estar doente revela o pior que há em mim.
Fico muito mais agressivo e impaciente e assim fico por me sentir frágil. 
A realidade, que nem sequer escondo, é que a minha vontade é meter-me num buraco (dependendo da severidade da doença pode ser aberto ou fechado) e não voltar a aparecer enquanto não estiver recuperado.

É horrível.
Acho que é uma característica masculina não se dar bem com este tipo de adversidade.

Desta vez, fiquei tão desesperado que disse que ia para casa ao que me foi respondido mas tu estás em casa!!!
- Não estou nada em casa!
E atirei uma t-shirt com força para o chão. Coisa ridícula. Coisa parva. Coisa tendente a ser uma ameaça.
Sou tão estúpido...como se alguma vez pudesse ser violento com uma mulher.

Estava muito desesperado.
Depois, quando eu já estava em transe paranóico, Ela decidiu partilhar comigo o que deveria fazer e que deveria esperar para ir ao Hospital.
Pá...colei um bocado.

É justo achar-se que eu abichano um bocado quando estou doente.
Não deveria passar pela cabeça de ninguém que eu exageraria dor e, por bichice, quereria ir ao Hospital.
A diferença entre o primeiro e o segundo parágrafos é que no primeiro pareço bicha (isso não me chateia) e no segundo seria bicha e isso chateia-me muito.

Detesto estar doente...

Friday, February 23, 2018

A Complicada Humanidade

Acho que já por aqui escrevi que quando ouço e vejo o Denis Rodman tenho pena dele.
O gajo comporta-se como uma besta mas a verdade é que é difícil não se ser quando se tem o tipo de educação e de experiência que ele teve.

Agora, estou a ver o Mike Pery.
Se virem meia dúzia de clips do Mike Perry na net - bem, talvez chegue olhar para ele... - é muito fácil ter-lhe asco; não fui diferente.
Então:

Depois, ouve-se e ganha-se alguma empatia.
Especialmente porque gajos como o Rodman e o Perry parecem-me honestos. Não retiro das palavras deles que são sociopatas ou psicopatas. Fico com a sensação que é gente que teve uma vida fodida e que não tem intenção de ser um filho da puta e fazer filhas da putice...ainda que as façam e, às vezes, enquanto as fazem.

Dito isto, o Título:
Às vezes, para muitos de nós, é melhor não saber por que motivo alguém deu um tiro a alguém; é melhor estar-se desfasado da forma como se criou a pessoa e o seu comportamento.

As pessoa têm pena.
Como reparam, eu também sou sensível a isto mas há duas questões que não se ultrapassam, para mim:
1. há muita gente que teve uma história fodida e que não se comporta como um filho da puta;
2. menos culta do que o comete a filha da putice tem o que recebe a filha da putice.

Então, para mim, o mais útil é tentar aprender-se como as pessoas ficam como ficam e tentar o melhor que se consegue evitar que mais sofram do mesmo.

Agora, se se faz merda, paga-se.
Podemos compreender o mais que conseguirmos mas não se pode perdoar sem a competente consequência.

Thursday, February 22, 2018

Trump/EUA e as Arma

...não considero o mais simples dos temas.
A vontade que tenho, como - suponho - a esmagadora maioria dos portugueses e europeus, é chamar cowboys ridículos aos americanos. Tenho vontade e não acho que esteja completamente enganado.

Há uma ou outra perspectiva da defesa das armas a que sou sensível.
Uma delas é o tamanho do bicho que são os EUA.
Há partes realmente remotas e que estão, por isso, relativamente ausentes dos serviços de segurança; há lugares onde a polícia não está e onde não chegará em tempo útil, ainda que possamos entender como tempo útil um tempo bastante alargado.

Outra delas é histórica.
A desconfiança dos americanos para com o Governo remonta à relação com o Reino Unido.
Na verdade, a previsão constitucional está intimamente arreigada na ideia de defesa do Governo e nas milícias com que os EUA ganharam a sua independência.
É claro que esta coisa está ultrapassada e é claro que, hoje em dia, não há semi-automática que possa proteger um cidadão se o Governo o quiser encravas; é claro mas a memória é antiga.

(devo notar, contudo, que este último argumento serve quando o digo mas é difícil de ser utilizado por aqueles que dizem quando é que os pretos vão esquecer que já foram escravos?! Já passou tanto tempo... mas isso é outra questão)

O que acontece é que esta minha bondade vai de saco quando ouço idiotas dizerem que a única coisa que pára um mau com uma arma é um bom com uma arma
Isto é parvo.
Isto é Hollywood.
O argumento de reparem que os massacres só se dão em locais onde não é permitido ter armas incitam à melhor das soluções: não há armas a mais mas antes armas a menos.
Não vai há muito - e há-de voltar - a ideia de que os professores deviam andar armados na escola para evitar os massacres.

Isto não é, sequer, racional.
A solução para os massacres não pode ser mais armas.

Este é uma das falácias que se vende à multidão que enquanto massa é estúpida;
Consegue-se vender que impedir ou tornar mais difícil ter-se acesso a armamento é contrair a liberdade.
Vão perguntar aos infelizes miúdos escolares que passam a vida a tombar o quanto apreciam a liberdade que lhes ofereceram em forma de chumbo grosso.

Na Austrália disseram foda-se, tá tudo a entregar as putas das armas! e vão ver a evolução das estatísticas de morte por arma de fogo; quer dizer, nem precisam de ir. Menos armas de fogo = menos mortes por armas de fogo, não é?

Fuckin yankees.

Wednesday, February 21, 2018

Estou a ouvir um Podcast com o David Goggins

(não se preocupem, sabia muito pouco sobre ele mas sabia alguma coisa)

...é esquisito ouvir-se um gajo com quem se concorda quanto às premissas mas cuja conclusão é muito diferente.

Este gajo acha que a vida é 90% de sofrimento e diz, ainda, que mesmo aqueles idiotas felizes são isso: idiotas.
Não acho que ele esteja errado. Life is pain!
O gajo acha, ainda, que só nos encontramos na adversidade e não na felicidade; quanto tudo está bem, tudo está bem...

Agora...o que este gajo é, também, é daqueles que acha que se eu consigo as outras pessoas conseguem!
Isto, lamentavelmente, não é verdade e não deve ser vendido como tal.
É esta ideia que se vende e que alguns compram que fazem dos que nos rodeiam pessoas frustradas.

É verdade que podemos sempre fazer melhor.
É mentira que podemos fazer o que quisermos.

Eu nunca conseguirei ser um pintor. Eu nunca conseguirei ser um marceneiro. Eu nunca conseguirei ser um Padre.
Reparem: eu até poderia ser estas coisas mas não seria bem sucedido e isso é, para mim, a própria definição de não conseguir.
Não me frustra. É o que é.

Diga-se, contudo, o seguinte:
a única virtude deste produto de ser tudo o que se quiser é que pode ajudar a ultrapassar a comodidade.
A maioria de nós desiste quando custa um bocado e não quando não consegue mais. E isto é uma bichice.

New Orleans, Bitches!


Tuesday, February 20, 2018

Somos como os Flocos de Neve!

Diz-se que não há dois flocos de neve iguais, certo?
As pessoas acham que são iguais.

Ah, K, mas isso é verdade!
É mais ou menos e tendo mais para o menos.
Ainda que os flocos de neve possam ser todos diferente, não é menos verdade que são todos feitos de...neve. Então, podem ser diferentes mas têm algo de comum que os une.

K, mas tu vais proibir um filho teu de ter telemóvel?
- Idade?
10 anos, por exemplo.
- Vou, claro.
É...e depois ele sente-se excluído. Vais morrer pela língua...
- Mas quem disse que ele tem de ser como todas as crianças? Eu não sou como todos os pais.
Nesta conversa, ela projectou-se num eventual filho que eu venha a ter e falou da sua dor de se sentir excluída.
Além disso, presumiu que eu, como ela, preciso da aprovação de quem quer que seja.

Eu só preciso de achar que estou a fazer o que tem de ser feito e muito pouco além disso.
Esta mulher não entende isto.

K, já fizeste a tua avaliação?
- Já. Tive de perguntar uma cena aos RH porque não percebi o que era perguntado. Era a diferença entre atribuir-me 5 ou 3.
Responderam-te?
- Sim. Fodi-me. A resposta que me deram fez-me dar-me 3.
Ah, K. Isso pode prejudicar-te.
- Eu sei mas é o que é. 5 o que acho ser de 5. 3 o que acho ser de 3. 
Esta não está errada. Se eu mentisse como todos, era capaz de sair beneficiado mas, como lhe disse meio a brincar (e meio porque gosto dela) eu tenho carácter!.

Não se pense que sou gajo para criticar quem se defende, nestas merdas.
O instinto de sobrevivência é essencial.
MAS o que já levará a que entre em modo de ataque é se, depois, acharem que têm o mesmo carácter e rectidão que eu. Não têm.

Viverão melhor? Não sei.
Viverão mais tempo? É provável.
São feitos do mesmo material que eu? Não.

...e quanto a esta última coisa, há algo que reputo de engraçado:
A maioria das pessoas com quem me cruzei e com quem me cruzo encontram a vergonha na cara dos outros; quero com isto dizer que apenas terão vergonha de alguma coisa se os outros souberem que a fizeram.
Se eu for uma besta e ninguém souber, eu não sou uma besta.

A minha vergonha, pelo contrário, não está na cara dos outros, está no espelho.
Eu serei uma besta desde o momento em que ache que sou uma besta.

Ah, K, isso é espectacular! e não é. Um gajo pode fugir dos outros mas não dos espelhos.


Monday, February 19, 2018

Outra Pessoa

Sempre achei engraçado o facto de as pessoas estarem a pensar noutra pessoa quando atribuem o nome ao seu filho.
Não, Rúben não porque conheci um Rúben que era um penedo;
Não, Carlota não porque era o nome da tua ex;
Não, Micael não porque não sou Pai do filho do Toni Carreira;
Não, Paula não porque todas as Paulas que conheci eram pêgas.

Apesar de ser irracional atribuir a numa nova pessoa características que conhecemos de outras, não é parvo.
Irracional, sim.
Parvo, não.

Todos somos condicionados pela memória.
Há uns tempos, vi uma história de uma mulher que fugiu do filho porque ele era demasiado parecido com o marido que morreu e isso era-lhe insuportável.

Hoje, tive uma reunião com um gajo que me fez lembrar outra pessoa.
Normalmente, não me incomoda que me tentem enganar e que se façam passar por aquilo que não são. É um jogo. Faz parte do papel deles e encaro-o com o relaxamento de quem faz isto há muito tempo e conhece as regras.
....o problema com que este gajo, em concreto, se deparou sem saber é que o fingimento que apresentou era demasiado semelhante ao fingimento a que estive exposto durante muito tempo; este fingimento, que era impessoal, tomou conta da minha memória e a minha memória é extremamente pessoal.

Também nisto não sou especial.
Quantos de vocês ouviram frases ou afirmações de uma pessoa e as transpuseram, de imediato, para outra?

Bem:
este caso poderia ter acabado mal mas não acabou.
Estou mais velho, mais atento e, espera-se, mais esperto. Percebi a tempo o que estava a acontecer e dei conta que o sangue que me estava a subir aos olhos não devia ser flamejado naquela direcção.

Ah, K! Então foste espectacular e conseguiste ser imparcial? Conseguiste traçar uma linha entre a realidade a que estavas exposto e a ficção em que estavas a pensar?!
Não. Infelizmente, não sou tão espectacular.
O que fiz foi abreviar a coisa ao máximo que conseguir e chutar para tratamento por escrito, depois.
Por escrito, conseguirei ser espectacular.
Ao vivo, só consegui evitar o pior e isso é só meio espectacular.

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E na onda de um dos posts anteriores em que descobri que uma música que presumia ser de uma banda era, de facto, do Otis Redding, aqui fica mais um exemplo:

A Change Is Gonna Come do Sam Cooke pelos Allman Brothers:

Be Like Water

Esta afirmação é creditada ao Bruce Lee.
Apesar de estar relacionada com as artes marciais, a capacidade de adaptação será um princípio aplicável à vida em geral; tanto à vida como à Vida. A evolução depende da adaptação ao meio ambiente e a adaptação, nestes moldes, acontece por necessidade de sobrevivência.

Dá-se que a água não tem espinha e é isso que lhe permite adaptar-se.
Eu tenho espinha.

Pessoas mais inteligentes do que eu não perdem a espinha ao adaptar-se; pessoas mais espertas do que eu escolhem trabalhar na flexibilidade.
Eu não sou (muito) flexível.



Sunday, February 18, 2018

Yeahhhh...


Friday, February 16, 2018

Não me devia surpreender...

Eu gosto de Black Crows, especialmente do disco deles com o Jimmy Page.
A primeira música que me levou a esta banda - talvez muitos dos que lá chegaram - foi a Hard To Handle.

Hoje, estou a virar a discografia do Otis Redding.
A Hard to Handle é do Otis Redding.

Faz muito mais sentido assim.


Thursday, February 15, 2018

Igualdade

Hoje, tive aqui uma irritação que é mais ou menos recorrente mas que não deixa de me chatear.
Estou quase certo de quem ma provoca e estou certo tratar-se de uma mulher.

Então,
para aumentar ainda mais a minha irritação, por se tratar de uma mulher, não fiz as coisas de viva voz mas antes por escrito e enviado para toda a gente.
Detesto actuar como uma pêga mas...é ainda mais detestável, para mim, engrossar para uma mulher.

Não gosto de levantar a voz a nenhum dos géneros mas a mulheres custa-me mais. E custa-me mais quer porque sou fisicamente mais possante e sinto-me cobarde quer porque fui gerado por uma mulher e educado por mulheres.

Agora: será educação ou discriminação?
Tenho imensas dúvidas que uma mulher - se não por questões ideológicas e meramente politicamente correcta - me recriminasse por evitar tratar de maneira mais atenciosa uma mulher que um homem.

Machista por não levantar a voz?
Machista por levantar a voz?
Cobarde por não ser capaz de a intimidar como intimidaria um homem?
Cobarde por intimidá-la por ser mais poderoso fisicamente?

Igualdade é o caralho.

Wednesday, February 14, 2018

Homem Espectacular II

Quando viram que Ela tinha recebido flores, depois de qualquer coisa como tão querido (não mo diriam na cara, não levo a bem), perguntaram-lhe:
É o vosso aniversário?
- Não... motivo nenhum.
Tenho de dizer ao X, ele não faz dessas coisas! Então no Dia dos Namorados deve haver um plano incrível!
- Não. No Dia dos Namorados não vou ver nadinha!

É certo que, em algumas coisas, sou aquilo com que as gajas sonham.
Eu não preciso de datas especiais - na verdade, evito-as - porque apetece-me fazer quando me apetece fazer e isso pode ocorrer a uma segunda-feira, a uma sexta-feira ou não acontecer de todo.
É este o tipo de espontaneidade de que se ouve falar nos filmes e a isso há que acrescentar que sou o gajo que escolhe o ramo que quer dar e não deixa nas mãos de outros...e que é capaz de partir (ou tentar partir) os cornos de quem me irrita.

Ah, K...fico toda húmida com homens como tu e, se o pensam, há motivos para isso; dá-se que eu não sou só e apenas isto.
A minha vontade não se limita ao que beneficia; a minha vontade estende-se a tudo.

Não se atrasem. Ficarei fodido.
Não me neguem um pedido que eu não compreenda na perfeição. Ficarei fodido.
Não me façam duvidar do que querem de mim e isso é um trabalho constante. Prepararei a mala.
Não me façam duvidar sobre a completa veracidade do que me dizem, independentemente da importância que julgam que isso terá. Prepararei a mala.
Não me encostem à parede. Escolherei a espada.
Não me ameacem. Não negoceio com terroristas.
Não usem um tom de voz que me faça pensar que me estão a dar ordens. Ninguém manda em mim.

Da experiência que tenho tido, as palavras não casam com os actos.

A maioria das mulheres é capaz de sonhar com um gajo que faz as coisas que eu faço mas prefere acordar junto de quem não dê muito trabalho.
E se pensam que critico, estarão apenas parcialmente certos.

Não critico quem escolhe a facilidade, compreendo.
Critico quem escolhe a facilidade mas diz que, se pudesse, escolheria outra coisa. Será muito mais vezes falso do que verdadeiro.

....e aí está.
Tento ser realista e não confiante ou convencido.

Tuesday, February 13, 2018

Cool Stuff


Monday, February 12, 2018

Homem Espectacular

(sim, vou falar de mim)

Ando a tentar comprar um colar e não tenho sido bem sucedido. Essa merda chateia-me.
Porque o insucesso me deixa tenso e porque me incomoda querer fazer alguma coisa que não está a resultar, tive de mudar de alvo.

Entrei numa florista e disse:
- Fazem entregas? (foi a única das 3 das redondezas que estava aberta)
Sim, fazemos.
- Pronto!
Comecei a andar à volta com a cabeça à procura do que queria e a mulher diz-me:
Quer que o ajude ou quer deixar ao meu gosto?
- Não, não quero. Deixe-me ver.
Olhe, as X estão muito bonitas.
- Obrigado, Deixe-me ver. (isto irrita-me sempre mas por se tratar de uma florista, presumi que ela achasse que eu queria despachar o assunto, como a maioria dos homens, pagar e bazar. Eu não sou assim)
- Olhe, quero 3 destas e quero 3 daquelas; quero, também, duas daquelas ali. Agora, sim, agradecia que me dissesse o que lhe parece.
Sim, essas duas conjugam bem com as outras 6. 
- Pronto. Então é isso.

ESPECTACULAR I

Ainda antes de nos termos debruçado quanto às flores que eu queria, perguntou-me:
O ramo é para quê?
- Como assim, "para quê"?
Então: aniversário? Dia dos Namorados? É uma data especial?
- Não...não é nenhum desses casos.
.... (olhou para mim um bocado desconcertada)
- ...vou oferecer um ramo de flores para que Ela fique contente.

ESPECTACULAR II

Não sou a melhor pessoa do Mundo e nem sequer o mais bonito ou o mais inteligente.
Há gente melhor gente que eu.

...mas é por causa deste tipo de merdas que vos descrevi que sou Espectacular e é por isso, também, que as gajas sempre gostaram muito de mim.

Friday, February 09, 2018

Emendar Erros Passados

Hoje, estava a ouvir um gajo contar que no passado tinha feito X e que se arrepende de assim ter procedido; e como se arrepende, está a tentar compensar.

Não me dou com esta merda judaico-cristã de expiação e de culpa.

Gostava de dizer que não me arrependo de nada que tenha feito. E gostava de o dizer porque arrependimento é uma perda de tempo. E gostava de o dizer porque a ideia de que os erros que cometi trouxeram-me até aqui é estúpida.
Ah, K, mas agora não estás bem?!
Estou mas não perdi uma imensidão de neurónios pelo caminho. 
Se voltasse atrás, não cometeria os mesmos erros quer por não ser estúpido quer porque os erros me perseguem sempre e não me deixam em paz...porque me fazem sentir estúpido independentemente da distância a que já se encontrem.

Agora, o que não faço, de certeza, é tentar compensar os meus erros passados. Não se corrigem. Não se apagam.
O máximo que se pode fazer quanto aos erros que se cometem é pedir desculpa e não os repetir. É o máximo e o mínimo ao mesmo tempo.
O Máximo porque não se pode, literalmente, apagá-los;
O Mínimo porque não aceito fazer menos e não aceito que façam menos comigo.

Compensar tem vários problemas inerentes:
Não é possível;
Não resulta;
É o melhor caminho quer para sermos manipulados quer para fazermos um péssimo serviço.

Quando sentimos culpa ela pode ser-nos atirada à cara e, de caminho, permitir que se aproveitem de nós;
Quando sentimos culpa ela serve, muitas das vezes, para permitirmos um comportamento que jamais toleraríamos se ela não existisse.

Depois de eu pedir desculpas, elas podem ser aceites ou não e se não forem....até logo.
Depois de me pedirem desculpas, elas são aceites ou não mas, em benefício da mais completa honestidade, tenho um enorme problema:
Eu perdoo mesmo (ou não perdoo, obviamente, mas para o caso interessa menos) mas nunca me esqueço.

O que, depois, acontece, é que não me sinto capaz de manipular as outras pessoas com Culpa, pelo que não as culpo, expressamente...mas basta uma merdinha para que me lembre, de imediato e em enxurrada, aquela vez em que a pessoa foi uma besta.

I Appear Missing (o que me acontece várias vezes, também)

Thursday, February 08, 2018

As Coisas Mudam

Estava a ouvir o podcast The Fighter And The Kid com o Michael Rapaport como convidado.

A dado momento - ainda muito no início - o Rapaport pergunta ao mais velho e mais pequeno se ele era capaz de fazer 50 flexões e, depois de alguma discussão, disse ao maior e mais novo (não vos descreverei e maior pormenor quem são. Podem ir ver) e tu, consegues fazer 50?!

50?! Consigo fazer 100.
- Oh, não consegues nada!

O Rapaport não concebe a possibilidade de alguém fazer 100 flexões seguidas e eu também não conseguia...até que passei a fazê-las.

É muito engraçado.

Wednesday, February 07, 2018

SO SO COLL!


Desporto

Pratiquei desporto desde os 4 anos de idade e em momento algum o fiz por uma questão meramente lúdica nem de saúde.
Suar e correr não tem nada de lúdico, para mim;
Aprecio ser saudável mas - e eu sei o quão estúpido isto pode parecer - não é a minha prioridade.

O desporto que pratiquei sempre foi competitivo.
Enquanto pratiquei desporto fi-lo porque ganhar me dá prazer; impor a minha vontade dá-me gosto.

Por ter praticado desporto de competição desde os 4 até aos (se não me engano) 20, é comum ser-me perguntado se sou da opinião que os filhos dos meus amigos devem começar a praticar desporto e desde que idade.
A minha resposta é sempre Sim, quanto a praticar, e Depende, quanto à idade em que se deve começar.

Praticar desporto, especialmente de contacto, torna-se cada vez mais imperioso, na minha opinião.
O desporto, hoje em dia, deve ser a única forma de contacto com uma realidade darwiniana permitida no Mundo Desenvolvido.

A moda de se dizer que se pode fazer tudo e que temos de respeitar tudo e todos merecem ver a sua opinião respeitada e temos de ser sensíveis a todo o tipo de orientações não prepara as crianças para o que vem a seguir.
Sim, não há empregos para todos;
Sim, provavelmente não podes fazer tudo o que queres;
Sim, não és tão esperto como todas as outras pessoas com quem te cruzas;
Sim, a desilusão vai ser uma constante ainda que se espere que não seja constante.

Quando praticas um desporto descobres muito rapidamente que há quem seja mais forte que tu e mais corajoso que tu e mais esperto que tu e que não ganharás sempre e que nem todas as tuas expectativas serão cumpridas.
E, com isto, não se será tão surpreendido quando coisas bem mais relevantes e importantes do que um jogo correrem pior ou de forma inesperada.

Por exemplo:
sempre fui um gajo grande e sempre fui um gajo agressivo.
Eu tenho o ar de gajo com quem não te queres chatear e, por isso, comportei-me (e comporto-me) como esse mesmo gajo.
....e no primeiro jogo que fui fazer isso impressionou menos um gajo que me deu um soco; soco que me atirou para fora do jogo; soco que me fez ficar sem ver do lado esquerdo durante uma semana.
Nunca tinha apanhado na tromba.

Daqui, retirei duas lições:
1. Vai haver quem não se impressione e tente a sorte (ao gajo que me socou correu bem);
2. Levar um soco não é assim tão mau.

Há uma semana - acho - descobri que o meu médico tinha praticado o mesmo desporto que eu mas com bem menos sucesso.
Mas aquilo era difícil, K. Há muita gente que fica desencorajada.
- Pois é e não pode ser diferente. É preciso saber onde nos metemos e não adianta nada andar de mãos dadas a cantar quando se treina para, depois, se levar um pontapé na cabeça quando o jogo começa e ficar sem saber o que se fazer.

Ele é demasiado sensível e não precisei de saber estas coisas para se tornar evidente.

Tuesday, February 06, 2018

Yeaaahhh....


Monday, February 05, 2018

"Nem todas as mulheres têm vaginas"

Há uns meses, houve uma marcha de mulheres.
Nesta marcha foi usado uma boné cor-de-rosa que foi chamado de pussyhat

O pussyhat deu um imenso problema e foi descontinuado como símbolo.
Porquê?
Será por ter pussy no nome?
Será por ser ridículo?
Nop. Nada disso.
Foi banido porque não era inclusivo; e não era inclusivo porquê?!
Porque nem todas as mulheres têm vaginas!

É este o ponto a que se chegou.
Isto é demasiado estúpido e faz-me desejar que chova uma considerável quantidade de enxofre.

Dizer que nem todas as mulheres têm vaginas é a negação absoluta da realidade em favor de um ideal progressista que é tão ridículo como a maioria dos progressistas em si.
Pode um portador de pila sentir-se uma mulher? Pode.
Pode um portador de pila ser uma mulher? Não.

Pode o Mário querer ser chamado de Marta? Pode. Fá-lo-ia de boa vontade.
Pode o Mário querer convencer-me que é uma Marta? Não. 

Reparem:
se eu começar a dizer às pessoas que tenho 1.90mts ia dizer, com razão, que eu tenho um problema mental;
se eu começar a dizer que me sinto com 1.90mts poderão ter pena de mim e achar-me estúpido mas apenas isso.

...agora, transponham este raciocínio para vaginas e passam a ser retrógrados e homofóbicos.
Isto é demasiado estúpido para ser considerado mas, infelizmente, mais do que considerado é respeitado.

Digam a estes progressistas que, de há uns tempos para cá, não se morre de inanição na Venezuela.
Os justiceiros sociais vão-se indignar - se tiverem tempo de se informar - porque continuam a morrer crianças de fome na Venezuela.
O que aconteceu é que o Governo decidiu proibir  a morte por inanição, pelo que quando alguém morre de fome chama-lhe outra coisa.

O comunistas venezuelanos contrariam a realidade com palavras;
Os guerreiros da justiça social também.

Dir-me-ão que são coisas muito diferentes. Afinal, aceitar que nem todas as mulheres têm vagina não prejudica ninguém e estarão errados.
Os conceitos interessam e a sanidade também.

Vamos para onde?
À novilingua em que guerra é paz e paz é guerra?

Temo pela Humanidade.
Espero daqui a poucos anos estar abrigado no meio do mato ou dentro de uma caverna a mandar a Humanidade pró caralho.

"K, eu sustento-te"

Hoje é um dia em que não tinha vontade de trabalhar. 
Todos nós passamos por isto, é seguro; a mim, quando me acontece, fico com o ar mais miserável do Mundo. Fico sempre com ar mais miserável do Mundo quando me deparo com o que não tenho vontade de fazer e não tenho como evitar.

Como estava com um ar muito infeliz, Ela disse-me K, eu sustento-te e vais fazer o que quiseres. Nem sequer sais caro.
Uma das afirmações é absolutamente verdadeira, por comprovada, e a outra parece absolutamente verdadeira, por não comprovada.
É verdade que eu saio barato porque não quero nem preciso de quase nada (cigarros e café?);
Parece absolutamente verdadeiro que Ela me sustentaria para eu fazer o que me fizesse feliz.
(não me debruçarei sobre isto porque não é o que me traz aqui mas a vontade de me fazer feliz é algo que muito aprecio...ainda que tal seja impossível).

O problema com o qual me confronto é simples: o que potencialmente me faria feliz é impossível.
Preferia escrever do que fazer o que faço;
Preferia tirar fotografias do que fazer o que faço.
Nenhum destes casos, se se transformasse na minha vida, me traria felicidade porque vivo no Mundo real e não no imaginário.

Escrevo quando quero.
Porque não retiro nada além de prazer quando o faço, é óptimo!
Se não vier cá hoje, é relaxado.
Se não vier cá durante um mês, relaxado é.
Agora...e se escrevesse para alguma publicação? E se escrevesse para uma editora? E se tivesse de dar satisfações quanto ao que faço e por que faço e quanto ao que escrevo e por que escrevo?

Tiro fotografias quando quero.
Não edito nada. Não tiro fotografias a nada que não tenha vontade.
E se quiserem que eu tire fotos a grupos?
E se quiserem que vá tirar fotografias a um jogo de basebol?
E se - meu Deus... - quiserem que vá fotografar um baptizado?

Percebem?
Em teses, fazer uma destas duas coisas seria melhor mas as limitações que encontro no meu dia-a-dia encontraria noutro lado e a fazer outra coisa,
E certo que poderia não ser igual mas a minha vontade não seria o início e o fim de tudo e isso.
E porque haveria sempre constrangimentos, nunca se daria o caso de ser feliz.

Se eu imaginasse que ser sustentado me resolveria o problema - e esqueçamos, por momentos, o enorme empecilho que seria eu sentir-me dependente... - ponderaria mas não confio que o faça.

Sou muito filho da Luxúria e a Luxúria não se compadece com as regras que nos encarceram.

De todo o modo, direi sem grande pesar que estes oásis livres de monetarização me são muito caros.
Eu prefiro preservar este pequeno espaço em que as amarras não tocam de forma nenhuma do que conceder que uma ou duas lhes toquem.

Pode ser que amanhã acorde mais bem disposto.

Friday, February 02, 2018

STEREO

Compreendo a dificuldade de se falar e ouvir-se ao mesmo tempo. Não falo de quando mais do que uma pessoa estão a conversar mas quanto à incapacidade de ouvirmos as palavras que estamos a ouvir.
Tento ouvir o que digo mas nem sempre consigo.
Tento, com mais sucesso, lembrar-me das coisas que disse.

I
Uma gaja disse-me que ia ter com uma colega ao que perguntei, obviamente, é boa?!
Lá me mostrou quem era e o que me foi mostrado tinha mais do que a foto. Tinha, também, o CV e do CV constava que ela ainda andava a fazer uma merda que deveria ter terminado há 6 anos!

Eh, pá....ela é um bocado um penedo...
- Oh, K...para o que ela faz é mais do que suficiente!

Problema?
O que o Penedo faz necessita de formação técnica específica e a que me estava a dizer para o que é chega não.
Problema?
Em princípio, nenhum...não se desse o caso de a para o que é chega passe metade da vida a queixar-se e a falar de si como uma mera administrativa.

Tenho muito apreço por administrativas porque têm um ou mais talentos que me escapam mas achar que a outra é um penedo com um trabalho inferior é um bocado esquisito.

A para o que é chega não é má pessoa mas não se enxerga e isso é uma pena.

II
Há uns dias:
- K, a L convidou-te para ir tomar uma copo ao fim da tarde?!
Ah?! Não. A que propósito?!
- É que convidou-me a mim. Pensei que te tivesse ido fazer a mesma proposta.
Oh, S...tu és maluco?! Não lhe dou trela para esse tipo de intimidades. Com ela e com as outra é só trabalho. Não gosto de confusões.
- Eh, pá. Eu também, K. Não lhe dei confiança. Sou casado!
É. Não lhe deste confiança. Excitas-te todo quando uma gaja te dá atenção, é o que é.
- Nah, nada disso!

Hoje:
- Bom dia meninos (disse a L).
Olá (respondi eu).
Bom dia, Pombinha Branca (respondeu o S).

Oh, S. Não dás trela? E se te fosses foder?
- K, é brincadeira. Não tem maldade. Sabes por que lhe chamo isto?
Não sei e não quero saber. Vai mais é pró caralho.

E ainda deu para nos rirmos uns minutos.

Thursday, February 01, 2018

O Materialismo

(gosto muito deste assunto mas nem sempre o uso. 
Como cada um ouve e lê como entende, tenho a sensação que pareço um gajo de amor e cabana, coisa que não sou. Eu gostava de viver no mato mas com saneamento básico e internet.
Talvez devesse usar o termo consumismo em vez de materialismo mas não acho mais correcto)

Ontem, andei bastante tempo a pé e um dos motivos foi o de querer ver uma ou duas lojas de material fotográfico usado porque pretendia encontrar lentes em bom estado que me interessassem.
Não fui bem sucedido.
Agora, penso em poucas coisas mais do que tirar fotografias e já passou tempo suficiente para se tratar de excitação momentânea.

Como cheguei ao Materialismo, vindo daqui?
A minha vida não é pior porque não compro outra lente. Preferia tê-la mas é um preferir ténue. Se quisesse mesmo, comprava.
A lente não iria preencher nada. É possível que a lente me fizesse feliz durante umas horas mas depois disso precisaria de outra...e de outra e de outra e de outra...porque não somos o que temos e também não é por ignorarmos o problema que ele deixa de existir.

E as coisas são, para mim, isto: o novelo com que o gato se entretém durante uns minutos.

A maioria de nós tem vontade de trabalhar mais para ter mais.
O que sucede é que a ideia de que o Iphone novo ou mesmo aquela viagem está errada. 
É giro? Pode ser.
Só que aquelas horas que emprestámos para aumentar o rendimento não são emprestadas, são dadas. E são horas em que podemos estar com aquela pessoa ou com aquele livro ou com aquela música ou só a pensar no porquê de querermos o mais recente e brilhante objecto.

Não me lembro de alguma vez ter trabalhado mais para ter mais dinheiro. Eu trabalho muito para não perder e para ser melhor que os que se me opõe mas trabalhar mais só para ter mais dinheiro nunca me aconteceu.
MAS já gastei bem mais dinheiro do que o que devia em merdas. Foi poucas vezes mas aconteceu.

Sempre que comprei coisas caras e desnecessárias fi-lo por não achar ter mais o que fazer; não é muito diferente do tempo em que andava a sacar gajas. Não é que quisesse, é que não tinha mais nada para fazer.

Lamento os que pensam poder ser felizes com coisas;
Invejo os que são felizes com coisas. Coisas compram-se.

(um minuto que deveria durar uma hora mas a minha paciência já não permite)

A reacção islamita radical - entre muitas outras! - ao Ocidente terá bem mais do que uma explicação e, em outra altura, até sou capaz de escrever sobre isso mas a frustração dos menos afortunados por não lhes ser possível adquirir um Porsche é uma delas.

Vende-se a ideia de que somos aquilo que podemos comprar e, depois, a frustração deprime uns e decapita outros.