Friday, April 28, 2017

Lição de História


Thursday, April 27, 2017

Palmada Nas Costas

Deram-me uns óculos de sol e eu estava lá para os escolher.

A escolha ficou reduzida a dois: uns de 100,00€ e outros de 240,00€.
O enquadramento é este:
Perguntaram-em qual dos dois queria e respondi o seguinte:
Os de 240,00€ (tratei-os pela marca) são manifestamente mais bonitos mas acho que os de 100,00€ (também os tratei pela marca) acho que me ficam melhor.
- Hmm...não sei. Não te preocupes com o preço!
...eu não me preocupo com o preço. Interessa-me se gosto deles ou não; se me prefiro ver com uns ou com outros.

Escolhi os de 100,00€ e fiquei mais contente por tê-los escolhido do que pelo facto de os ter. Aliás, fiquei muito mais contente por ter escolhido os baratos.

Descontando o facto de se ter dinheiro ou não para adquirir as coisas, defendo que o preço interessa nada. Não releva quanto custa. Não releva a marca. Só tem peso decisivo gostar da coisa. Só tem peso decisivo o que, de facto, é decisivo: se quero ou não.

Às vezes, contudo, isto é uma afirmação vazia.
Às vezes, dizem-se este tipo de coisas porque se não tem dinheiro para as comprar. Às vezes, a realidade é que subalterniza a importância que se dá pelo facto de, à partida, não se poder ter.
Esforço-me muito para não ser assim mas este tipo de afirmações só ganham o peso de verdades quando confrontadas com elas em termos reais.

Perante a situação, cumpri o que achei que cumpriria. Fiz o que acho que se deve fazer. Talk the talk e walk the walk.

A outra marca seria mais impressionante para quem me visse com eles;
A outra marca dir-me-ia que possuía algo verdadeiramente caro;
A outra marca mostraria, por si, a quem comigo se cruzasse que eu era - ou, pelo menos, parecia - bem sucedido;
A outra marca ser-me-ia concedida sem que, sequer, tivesse de pagar por ela.

Digo que nada disto me interessa.
Mostrei que nada disto me interessa.

Esta situação fez-me sentir bem na minha pele.
Não é que seja raro sentir-me bem na minha pele mas é bom ser relembrado que devo ter orgulho naquilo que sou, apesar de todos os (enormes) defeitos que me tornam muito mais pesado do que deveria ser.

....e porque estou contente, não teremos depressão em melodia:

Wednesday, April 26, 2017

I LIKE THE WAY U WORK IT!


Friday, April 21, 2017

Estava a Pensar...

...talvez tenha montado a minha vida da mesma maneira que se monta um submarino (e navios, acho): a coisa está compartimentada para se tornar hermética em caso de acidente.
Se um dos módulos do submarino começar a meter água dá para o encerrar e salvar os restantes módulos.

Não tenho um grupo de amigos (só para efeito de exemplo, vamos acreditar que tenho amigos em número suficiente para chamar de grupo); tenho vários grupos de pessoas que não têm verdadeiro contacto além de mim.
A minha família conheceu algumas das pessoas com quem me relacionei mas nunca foram criados laços; quando a coisa ardeu, desapareceram todos da vida uns dos outros.
Não criei nenhum laço de verdadeira amizade com amigos de pessoas com quem tive relacionamentos; acho, até, que nunca tive, por exemplo, números de telefone de nenhum deles.

Poderá ter muitas explicações:
1. tudo termina;
2. gosto de cortes limpos;
3. fui desenraizado de uma ideia de comunidade desde criança;
4. não gosto que se tenha uma ideia completa daquilo que é a minha vida.

Não gostei, particularmente, de pensar nisto mas, verdade seja dita, não me parece uma maneira irracional de levar as coisas. Pode ser demasiado racional mas irracional não é.

Thursday, April 20, 2017

O Paco da Lúcia


Tuesday, April 18, 2017

Evitar e Igualdade

EVITAR

Como já por aqui disse, tenho orgulho no facto de ter aprendido a tentar evitar confronto se o entender desnecessário (ok...tentar e não necessariamente conseguir mas é um passo na direcção certa).
É evidente que há batalhas que não vale a pena travar e é, também, evidente que deixar correr o tempo sem se tomar nenhuma medida resolve coisas, de vez em quando. Mesmo sendo dois conceitos que colidem, violentamente, com o meu feitio, aprecio-os e entendo-os.

O problema é que fazer nada não é sempre a solução.
O problema é que nem para os Budistas a coisa do devir funciona como deveria, caso contrário os chineses já tinham bazado do Tibete. Podem dizer-me que não resultou ainda e estamos diante de um argumento estúpido por vazio: todas as afirmações daquilo que funciona e não funciona e do que não funciona são contraditado com o ainda mas não argumento parvoíce.

Já não me lembro em que série ouvi o melhor é pôr a sujeita debaixo do tapete (o que, para ficar claro, é uma metáfora para o deixar andar) o que deu origem à resposta é...até ficar um monte suficientemente grande para tropeçares nele e dares com os cornos na parede (esta última parte é muito possível que não tenha sido dita).

Então,
não ignorando a minha opinião primeira e mantendo-a, não consigo deixar de pensar, quase como um reflexo, que o deixar andar e e ignorar o problema é coisa de gente cobarde (ok, talvez também sapiente mas, primeiro, cobarde) e, além de cobarde, resulta menos vezes do que aquilo que se quer fazer crer, pelo que une duas características que muito prezo: a cobardia e a estupidez.

Ah, K, assim é difícil entender-te! mas não é.
Se se estiver seguro que esperar resolve, espera-se;
Se se tiver dúvidas que esperar resolve, age-se.
Estatística, sempre!
Na dúvida, os outros que levem no rabo.

Ah...e se me envolver o esperar e ter confiança de que me passa, nunca vi resultar.
Eu bloqueio ali e não vejo futuro, só vejo passado. E não vejo o passado como um todo; eu vejo o pior que o passado tem para oferecer e em loop.

IGUALDADE

Não estou a referir-me ao tratamento que devemos dar aos outros; neste quesito, mesmo que a igualdade não exista, acho que todos merecem ser tratados da mesma forma (a menos que sejam uns filhos da puta).
Igualdade, aqui, tem como base o podemos ser tudo o que quisermos, se nos esforçarmos.

Afirmação vazia e tacanho para dar esperança a néscios.
Queiram muito afundar como o Lebrom James e verão que não tendo 2 metros e tal e uns 130 kgs a coisa não vai funcionar;
Queiram partir a boca a gente como o Fedor e verão que, provavelmente, não serão bem sucedidos;
Queiram ter a ligeireza e profundidade de raciocínio do Chomsky e talvez não dê.

Com esforço consegue-se muita coisa mas acreditar e trabalhar não chega sempre.
A Natureza cagou em vocês e em mim.


Vêem a Margot?
Ok.
Vocês, mulheres, queiram provocar o mesmo efeito que ela quando entram numa sala e vão ver que não dará porque...não são a Condessa.

Isto é triste?
Não.
A realidade não é triste nem alegre; a realidade não é boa nem má.

Olhem, se eu quisesse a Margot, é improvável que conseguisse e, não se esqueçam, eu sou espectacular.

Acho que ainda cá volto mas, por agora, do Fundo do Baú:


Monday, April 17, 2017

YEAH!


Thursday, April 13, 2017

AJUNTAMENTOS

Não gosto de nada que envolva muita gente (mais de 5 pessoas é muita gente).
Jantares, casamentos (bah!), reuniões, formações, conferências.. tudo.

O principal motivo prende-se com o facto de achar que a atenção fica dispersa mas a minha falta de interesse pelo que outras pessoas têm a dizer não ajuda.

Hoje tive uma formação sobre um programa que vai ser implementado e que fará uma ligação directa entre o cumprimento do horário de trabalho e a remuneração.
Há muito na merda do programa que me chateia. Uma das coisas que mais me chateia é o facto de me sentir controlado (e atentem! eu NUNCA me atraso; eu NUNCA chego, sequer, à hora; eu não tenho absolutamente nada a temer). Outra das coisas é ter de preencher formulários e formulariozinhos por toda e qualquer merda. 
Se eu quisesse ser administrativo, era isso que seria.
Eu não dou para paneleirices. Chateia-me.
Eu não dou para trelas. Chateia-me.

Mas, não. Isto não foi o pior.

A maioria (esmagadora!) estava preocupada com isto:
Ah, e se eu chegar 5 minutos atrasado? Ah, e se eu compensar depois da hora? Ah, vão-me descontar logo?

Caralho!
Pá...fico com vontade de esventrar.
Se se chega sempre atrasado o problema não é do caralho do trânsito nem da puta do acidente nem da merda da porta da garagem nem do paneleiro do animal de estimação que fica doente.

Puta que pariu!
Acordem mais cedo, caralho!

E eu, que já detesto ficar fechado numa sala para nada, ainda tenho de levar com estas preocupações mesquinhas.
Foda-se.


Wednesday, April 12, 2017

“Either you repeat the same conventional doctrines everybody is saying, or else you say something true, and it will sound like it's from Neptune.”

― Noam Chomsky

Soul, Baby!


Tuesday, April 11, 2017

I) Coisas que Revelam Coisas; II) Coisas que Funcionam

I

Ontem precisava de cortar uma cena que estava congelada.
Como bom neandertal, tentei parti-la na quina do balcão de pedra. Não funcionou. Tentei quebrá-la no joelho. Não dava jeito.
Peguei nela, meti a parte que pretendia fora do balcão e dei-lhe um soco, com os nós nos dedos, não como um martelo. Partiu.

K! Magoaste-te?! Partir coisas congeladas assim?! Mostra-me a mão!
A minha mão ficou intacta.

Poderia, agora, fazer uma apologia da minha força ou da minha macheza ou de quão espectacular sou mas não posso...
Não ponderei que me podia ter magoado; não ponderei que podia ter partido a pedra; não ponderei que haveria maneira mais fácil de fazer aquilo.

Olhei e pareceu-me a forma mais rápida para ter o que queria, sem pesar consequências.

Uma vez, li uma descrição das características do meu signo onde se lia que gente compreendida nas minhas datas tendia a ter cicatrizes na cabeça e na cara porque descuidava o bem-estar em prol da vontade.
Ri-me muito.
Serve-me como uma luva.

II

Há um benfiquista que trabalha comigo e que é um gajo porreiro (como suponho serão a maioria dos benfiquistas). Apesar disso, é um bocado faccioso.

Hoje, estava a discutir alguns dos acontecimentos futebolísticos do dia,
Os mentecaptos comentadores do SLB, perante uma agressão óbvia, chamaram-lhe tentativa. O meu amigo benfiquista achou que eram ridículos.
Os mentecaptos comentadores do SLB defendem a existência de uma enorme conspiração contra o seu clube, O meu amigo benfiquista concorda.

Lembrei-me do quê?
Lembram-se de o Trump ter dito que os imigrantes mexicanos era violadores e traficantes de droga? Excepto, talvez, alguns?
Então,
haverá muita gente que terá achado uma baboseira qualificar os mexicanos imigrantes como ele o fez...mas, essas mesmas pessoas, provavelmente pensarão qualquer coisa como ah, não serão violadores e traficantes de droga, todos...mas são um problema...

Percebem?
No meio de afirmações obviamente ridículas (chamar tentativa a uma agressão) o quadro geral vai pegando (a conspiração).
No meio de qualificações sem nexo (são todos violadores) a mensagem de fundo vai pegando (os imigrantes são um problema).

Este meu amigo, e muitos dos votantes do Trump, acham-se decentes e honesto e são-no, seguramente, mas não percebem que estão a evitar a morte por veneno sem entender que estão a ser intoxicados.

...eu tento explicar-lhe estas merdas mas ele não entende.
De vez em quando irrito-me e dou por mim a arregalar os olhos e a entrar em modo de batalha - que, normalmente, quer dizer insultos e enxovalhos só por me irritarem - mas a maioria das vezes consigo evitar.

E, por fim, uma alusão a House, MD:

Monday, April 10, 2017

...e nem gosto muito do Paul...


Saturday, April 08, 2017

Real Politik

A real politik é dos meus assuntos favoritos. A política, em si, menos mas a aplicação da realidade é-me muito apelativa.
Acho de um interesse virtualmente ilimitado a diferença entre o que se quer fazer e, depois, o que se faz. É certo que, quanto a isto, poderia ser mais cínico e dizer a diferença entre o que se diz e o que se faz, partindo, assim, do princípio de haver uma mentira envolvida. Nem sempre me parece o caso.

Por estes dias, estava a ter uma das muitas conversas sobre o porquê de gente menos abonada intelectualmente que eu tem manifestamente mais sucesso profissional e um dos motivos (entre muitos outros, seguramente) é que não me adapto ao que me deveria adaptar para que a escalada corporativa acontecesse ou acontecesse mais depressa...e quando entendem que quando digo isto estou a criticar quem o faz, engana-se: nada tenho contra a adaptação ao meio; é o instinto mais primário de todos é o da sobrevivência.
Então,
aqui como no quadro mais geral, a realidade sobrepõe-se à fantasia e o ser ao dever ser. É admirável, visto de fora, quem não se verga à diferença e assume o dever ser como aquilo que faz mas é pouco inteligente e, quando a realidade bate à porta, a maioria de nós vai escolher ser.

Voltando:
o Trump atacou a Síria dias depois de considerar que o Assad poderia ser um belo aliado contra o Daesh e, diz ele, fê-lo porque se deu um ataque químico e isso é intolerável.
Sem querer, o ataque desviou as atenções das investigações sobre as ligações à Rússia (o principal investigador tinha-se demitido por, pelo menos, parecer pouco sério) e, de caminho, tomar a posição contrária ao Putin quanto à Síria.
Coisa que não será de somenos: aproveitando o enquadramento que descrevi, ainda deu para mostrar que não se limita a ameaçar e é capaz de matar gente, mesmo!

Posso estar enganado mas parece-me ter sido isto que aconteceu.

Ora, o que isto tem de especialmente interessante é que o ataque (do Tump) e o não ataque (do Obama) à Síria são diametralmente opostos mas com o mesmo significado: Real Politik.
1. Trump distrai da confusão interna com o ataque;
2. Obama tolera ataques químicos porque, por exemplo, ao atacar o Assad estaria a ajudar o Daesh.

Quer com uma aplicação ou outra, contudo, quem se fodeu foram e são os Sírios.

(não falarei do Putin porque isto me faz parecer maluco: não estará o Putin a fingir-se ofendido e descontente com o ataque para camuflar a ligação com o Trump? Afinal, o Putin tá-se a cagar para todos os Sírios. Não é - nunca é! - uma questão de justiça)

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Poderia, agora, defender um Trump ou um Obama. Não o farei,
Tenho, obviamente, um preferido mas não é sobre isso que me apetece escrever.
Optarei pelo seguinte:

É muito fácil encarar esta gente como sanguinária ou assassina e, mais do que ser fácil assim encará-los, é possível que o sejam mas são, isso seguramente, humanos.
Quando se está muito alto na montanha deve ser difícil encarar-se o que por lá em baixo anda como mais do que formigas; deve tornar-se uma decisão mais fácil decidir e ponderar que grau de sofrimento é aceitável impor a essa massa indistinta de rastejantes.
Seremos nós, mais vulgos mortais, muito diferentes?

A maioria de nós pode dizer que sente imensa empatia por quem não conhece mas só se mentir dirá que lhe preocupa tanto a fome de um amigo quanto a de um africano angolano.
Não desejo a morte a ninguém mas não hesito em dizer antes ele que eu porque....prefiro que seja outra pessoa, que não conheço, a tombar do que eu. Eu, um gajo que não se sentiu nem remotamente contente com a morte do Bin Laden, por exemplo; Eu, um gajo que não acha que deva ser festejada a morte de quem quer que seja; Eu prefiro que sejam eles e não eu.

Este raciocínio impede-me, cada vez mais, de tecer juízos de valor sobre outras pessoas.
Como reparam, sou capaz de tecer críticas mas isso não é o mesmo que achar que quem erra - aos meus olhos - é menos que eu ou, sequer, pior pessoa.

Há uns dias, por altura do post sobre os dias especiais, contei a mesma coisa que aqui escrevi: não atendi chamadas porque não tenho paciência para um resumo de minutos do que se passa na minha vida a quem, possivelmente, nem faz parte da minha vida, agora.
Não critiques assim as pessoas, K!
- Mas...eu não estou a criticar. Não me ligam como eu não lhes ligo. Não lhes quero mal e nem sequer acho que são umas bestas. Eu só não tenho interesse, por isso, não faço...

Percebem?
Criticar no sentido de avaliar a qualidade de alguém quase nunca faço.
Criticar no sentido de apreciar o comportamento, faço sempre mas só digo se me perguntarem.

Friday, April 07, 2017

MONGO!


Thursday, April 06, 2017

Tou Cansado, por isso vou ser só Cool (coisa que não me requer nenhuma energia)


Wednesday, April 05, 2017

Estou a ler um livro sobre cenas da mente. Não estou certo de como o poderei qualificar mas tem que ver com o cérebro reptiliano (aquele que nos diz quando olhamos para uma foto se a pessoa está contente ou triste) e o outro (é chamado de sistem 2 mas não me lembro do termo técnico, porque não me interessa) que usamos quando nos perguntam, por exemplo, quando dá 20x178?

O assunto é, para mim, interessantíssimo e poderia discorrer sobre a própria questão científica da coisa mas não me apetece; quer porque não sei o suficiente quer porque, até agora, o que me chamou mais a atenção tem que ver com a imagem que colei (não poderei deixar de referir que estou a gostar muito da ligação entre a ingestão de glucose e a capacidade de recuperação de cansaço cerebral).

Bem, então:
olhando para a imagem que inicia o post é evidente que a segunda linha é maior do que a primeira só que, de facto, não é. São precisamente do mesmo tamanho.
Ah, mas a graça é essa? Não.

Isto chamou-me a atenção por causa disto:
todos poderemos medir as linhas para chegar à conclusão que são do mesmo tamanho, se não vos chegar eu ter dito que o são.
Depois de atestado que ambos os segmentos de recta têm o mesmo comprimento, se vos perguntarem qual a mais longa responderão que têm o mesmo tamanho...só que continuarão a ver que a de baixo é mais comprida do que a de cima.

Todos saberão que têm o mesmo tamanho;
Todos continuarão a ver que uma é mais longa do que a outra.

A quantas situações de todo o tipo poderíamos ligar este exemplo científico?
Quantas vezes sabemos o que estamos a ver mas continuamos a ver outras coisas?
Pior: quantas vezes ignoramos o que sabemos estar a ver para preferirmos ver outra coisa?

Não, meus amigos, nunca estamos sossegados.
Até o nosso cérebro nos fode.
(e o Mundo seria menos engraçado se não nos fodesse. É certo que doeria menos mas não é menos certo que seria muito mais chato)

...e por sermos esquisitos:

Tuesday, April 04, 2017

Dias Especiais

Os dias de cenas e aniversários e natais e sei lá o quê sempre me soaram a desculpa para um gajo se lembrar do que quer que seja uma vez por ano. E eu sou péssimo para datas.
Hoje, só vergo a ocasiões festivas em benefício da minha Mãe; é a única pessoa a quem dou presente no aniversário - quando me lembram que é o aniversário - e no Natal. É, ainda, a única pessoa a quem acedo jantar no meu aniversário por ser o meu aniversário.
K, o que vamos fazer no teu aniversário? Vamos para algum lado?
- Se quiseres ir para algum lado, podemos ir. Por ser o meu aniversário, não vale a pena.
(fomos)
Então, gostaste do dia?
- Sim...teve a mesma duração dos outros e tive a vantagem de não ter tombado.

Então:

Quem me ligou e não atendi

Não foi ressabianço.
Neste caso, trata-se de evitar duas coisas que muito (muito!) me desagrada: falar ao telefone + conversa de circunstância.
As pessoas que me telefonam uma vez por ano vão querer saber então, o que tens feito?! e para evitar o respirado ou magia! prefiro não atender. A angústia de não dever mandar para o caralho quem tem o cuidado de me ligar suga-me demasiada energia.

Novamente: não tenho o desejo que muitos dos que se lembraram ontem se lembrem mais vezes e muito menos lhes desejo mal.
Só não tenho paciência.

Quem me ligou e atendi

As mesmas pessoas com quem falo com bastante frequência e não enchem duas mãos de dedos.
Atendi porque me parece desagradável ignorar alguém que tem gosto em ligar só para dar os Parabéns.
É certo que nada significa para mim mas é, ainda, mais certo que tenho cautela com quem me trata bem...e como é gente que me conhece e que convive comigo não me faz perder muito tempo.

É que, no fundo, também tem isto: as pessoas que me ligam, em automático, não fazem a mais pálida ideia de quem eu sou agora. Conheceram um K que já não mora completamente aqui. Tenho olhos verdes na mesma mas já nem sequer sou tão gordo.
Eu sou um estranho quem tem meia dúzia de traços que lhes lembra alguém.

Quem me tentou ligar para ver se ainda pega

Também não atendi mas, pelo menos, achei graça.
Estas (elemento feminino, obviamente), depois de, pelo menos, duas tentativas de contacto mandaram sms a dizer que ando desaparecido o que é um eufemismo para nunca mais me comeste ou quando me vais comer outra vez?!

Tem graça.
Não levo a mal.

Os SMS

Respondi a todos.
Não custa.
90% de Grato. Abr ou Grato. Bjo.

Por último,
recebi, por outra via, os Parabéns precedidos de lembro-me sempre!.
Ora, eu recebo, sempre, pelo que não foi novidade.

Agradecia e, uns minutos depois (que vi muitas horas depois) veio Bons sonhos....sempre bom sonhar...
Ultrapassei o uso excessivo de reticências, coisa que me chateia um bocado, para constatar o que nos tolhe a todos: todos gostávamos de ser inesquecíveis; todos queremos ser especiais.

Inesquecível no sentido em, por norma, se pretende, não tenho ninguém na minha vida;
Inesquecível no sentido em que me lembro que existem tenho umas 3 ou 4.

Bem... felizmente, o meu aniversário passou e o meu humor está a melhorar um bocado.
Como estive longe da net, não me pude valer da minha arma secreta: