Monday, July 31, 2017

....e é por isto...

Supostamente, CR terá dito hoje junto do Tribunal:
Se não me chamasse Ronaldo, não estaria aqui! e Pago os meus impostos em Espanha e sou dos maiores contribuintes individuais do País!.

Coitado...
Pobre Ronaldo...
Preferia ser anónimo.
Preferia ser pobre ou, pelo menos, por ser tão rico devia ser tratado de forma diferente....

Ah...só peço que não me assobiem! disse o pobre Cristiano Ronaldo no fim de um jogo do Real Madrid.

Coitado...
Pobre Ronaldo...
Sozinho...desapoiado...contra o Mundo....

Se o ouvirmos, parece que é um poço de confiança.
Diz que é o melhor do Mundo e que os invejam por ser rico e bonito (sim...ele disse que é bonito) mas, depois, é perseguido. Não o compreendem. Não o apoiam.

Pobre menino rico.


Friday, July 28, 2017

Vou ver Gregory Porter (espera-se!) e dei por mim não tão animado como devia.
Não ouço Gregory Porter muitas vezes e isso é, também, um bocado esquisito.

Não me vem à cabeça gente que cante melhor. Não estou certo de o ter ouvido a falhar notas alguma vez.
Também é difícil encontrar bandas melhores do que a que o acompanha. É possível mas não andam por aí aos magotes.
As músicas são boas e as letras também...e, ainda assim, não estou a antecipar o concerto na cabeça e não ouço tantas vezes como os indícios aconselhariam.

A título de exemplo:


...por outro lado...ouço incomparavelmente mais vezes a Etta James.
Eu gosto da voz da Etta James mas há vozes bastante melhores (Greg incluído) e gente que é muito menos apta a falhar notas (Greg muito incluído!);
Dependendo dos concertos ou álbuns que se ouçam, os músicos que acompanham a Etta nem sempre são uma grande espingarda. É raro serem maus mas também não são sempre de primeira água;
De vez em quando, ouço a Etta cantar músicas que me parecem um tiro bastante ao lado...

E apesar de tudo isto, o que gosto de um e de outro é incomparável.
Estou, neste momento, a ouvir o que colarei a seguir.
Ela está velha. A voz está pior. E, apesar de tudo isso, estou com os pêlos no ar enquanto ouço.

Há intangíveis muito mais importantes que tangíveis.
E que se foda a perfeição todos os dias da semana e duas vezes ao Domingo.

Ladies & Gentlemen,
I´d Rather Go Blind, by Miss Etta James

Transgender Fora do US Military

(parece de propósito, no seguimento do último post)

O Trump - obviamente via tweet - anunciou que os Trans não poderão prestar serviço militar.
É possível que me pudessem ser dados fundamentos para o efeito porque, eventualmente, haverá mas a justificação foi esta: os cuidados de saúde com os trans são demasiado caros.

Supostamente, 
os cuidados de saúde com os Trans custarão entre 2 e 8 milhões de dólares (sim, são números que parecem pouco fidedignos porque entre um número e o seu quadruplo é tudo um bocado parvo mas leiam o resto).
Supostamente,
os gastos dos serviços militares com Viagra serão cerca de 15 milhões!

Percebem?
Pode haver motivos para não ser aconselhável ter Trans nas forças armadas mas aquilo de que se trata, neste caso, é de puro preconceito porque a justificação para os barrar é de uma estupidez gritante.

...e só mesmo por ter graça, façam um Google de Kristin Beck.

Thursday, July 27, 2017

A Pila é Definitiva

Costumo ver/ouvir uns quantos podcasts e todos eles envolvem MMA mas não se limitam a isso, a maioria das vezes.
Porque estamos perto do Cromier vs Jones, estou metido até aos joelhos nestas merdas.

Estou, agora, a ouvir um em que, a dada altura, se discutiu sexos.
Um dos gajos estava a referir-se a um homem como ela e o outro gajo disse: porque estás a referir-te a ele como ela?! e o gajo respondeu que ele se sentia ela.
Em resposta, o segundo diz-lhe mas tem pila?! É que se tem pila é homem... e o primeiro diz-lhe não é assim tão simples....

A questão é que é assim tão simples.
Se tens pénis és masculino.
Se tens vagina és feminino.

Isto não está sujeito a discussão em termos objectivos.
O segundo gajo, e bem, disse-lhe: pá, se chegassem extra-terrestres e dividissem as pessoas por géneros, quem tivesse pila era masculino.
Isto é óbvio!

O problema que se coloca, na realidade, é este:
a maioria das lutas quanto a esta questão não são objectivas.
O gajo que descrevo, por exemplo, está carregado de razão no que afirma mas o que ele aprecia não é objectivo. Para ele, se Deus te criou Homem, és Homem. A ciência não muda isso.
...se ele se limitasse ao órgão sexual, tudo estaria certo, para mim. Se ele dissesse ah, tirou a pila? Ok, então é gaja. Mas não é o caso.

Eu não me importo de chamar Paula a uma pessoa que apesar de ter pila se sente Mulher. É, para mim, irrelevante.
Mas porque o Paulo se sente Paula não poderei dizer que se trata, de facto, de uma Mulher quando tem um apêndice pendurado.
Numa comparação supérflua, eu posso querer que me tratem como um gajo de 1.95mts mas isso não altera o facto de eu ter 1.79mts. 

Problema semelhante com os transgender.
Há uns tempos, Obama decidiu que os trans usariam a casa de banho do sexo que decidiram ter e a decisão foi revertida em alguns estados.
Tive o cuidado de ir ver o que transgender quer dizer, de facto.

Então,
eu achava que transgender eram pessoas que tinham alterado o sexo (tirando a pila, por exemplo) mas, segundo o Google, também é aplicado ao que julgava serem travestis.
Novamente, para mim é simples:
Se tem pila, vai para a dos gajos;
Se não tem pila, vai para a das gajas.

O problema, contudo, repete-se:
tendo em conta os Estados que reverteram a ordem, o fundamento não terá sido o anatómico mas antes ideológico e o que Deus criou.

Quem me irrita mais?
Os extremistas religiosos?
Os Guerreiros pela Justiça Social?
Tem dias...

PS. O gajo que descrevi e que distingue os sexos pelo...sexo, vive num rancho e...como se chama o rancho?
BMF Ranch ou Bad Mother Fucker Ranch (so so cool!) 

Wednesday, July 26, 2017

O Presidente Marcelo

Pá...o Marcelo Rebelo de Sousa chateia-me um bocado e já o faz há muito e muito tempo.
Quando, num determinado dia, estava em casa de uma amiga a festejar o seu aniversário e começou o comentário semanal do Professor na TVI e toda a gente se dirigiu para o sofá e assistir. Perguntei-lhe J, o que se passa?! porque ainda não tinha percebido e nunca me ocorreria e ela respondeu-me vai começar o comentário do Professor.

O Marcelo, à excepção da intriga que estimulava e das (in)directas que mandava para o pessoal não dizia coisa nenhuma. Era uma amálgama de palavras vazias de sentido mas que, aparentemente, saiam com a gravitas de um sábio.
...mas as pessoas ouviam e viam e isso alimentava aquele ego de pessoa que adora ser o centro das atenções e que adora, talvez ainda mais, o som da sua voz.
Não confio em gente assim.
Não gosto de gente assim.

Depois, correu solta uma história nunca desmentida de que ele não aceitava há sei lá quantas décadas (é possível que fossem bastantes anos e esteja a exagerar) que lhe pagassem, sequer, um jantar porque estava a planear ser PR e não queria que a sua honestidade fosse questionada.
Say what?!
Caros... eu admiro gente honesta. Admiro mesmo. Até porque também sou. Agora...não vos parece um bocado extremo?
Este tipo de merdas para sair no jornal e serem aplaudidas trazem-me à memória os incontáveis padres que andavam a evangelizar com a direita e a apalpar crianças com a esquerda.
Moralistas de plástico ainda me chateiam mais do que moralistas.
Não confio em gente assim.
Não gosto de gente assim.
(em nota: Marcelo, o incorruptível dos jantares não dispensava férias com o amigo Ricardo Salgado. Porque não sou moralista, não irei criticá-lo por ter os amigos que quiser mas, convenhamos, talvez seja pior ser amiguinho do Salgado do que aceitar que lhe paguem uma bifana).

E depois, passou a PR e nunca mais saiu do caralho dos telejornais.
Antes, ainda me escapava se evitasse a TVI mas, agora, fodi-me ao comprido.
(apetecia-me continuar a cascar nisto mas porque o assunto que me trouxe foi outro, ainda que não pareça, vou para sob pena de ficar kilométrico).

Então,
hoje, quando dava uma volta pela imprensa, li que o Marcelo terá dito que em ditadura, nunca ninguém percebia bem os contornos das tragédias.
Não me restavam dúvidas que a questão se referia a Pedrogão e também não me restavam dúvidas que esta atoarda viria na sequência da divulgação da lista de mortos.
Estava, obviamente, certo.

Em termos académicos, poderia e poderá discutir-se a falta de liberdade de imprensa no Antigo Regime. Questão real e comprovada mas...isso interessa para quê?!
Na altura do Antigo Regime as mortes doíam menos aos entes queridos?
Na altura do Antigo Regime era pior mentir do que agora?
Na altura do Antigo Regime os incêndios queimavam menos?
Não.
Este gajo (queria tanto escrever outra coisa mas fui travado por uma atenção idiota ao posto mais alto do País - ia qualificá-lo como qualifiquei a atenção) está a defender a (nesta altura, provável) mentira sobre o número de mortos e a defender um Governo que não tem de defender porque...ele é Presidente do portugueses.
Para que se mete nisso?
E para que se mete nestes termos?
Acho, mesmo, que é porque não pode ver uma puta de uma câmara e um caralho de um microfone.

Quem perguntou pela ditadura?
Quem perguntou pela liberdade de imprensa?

O Presidente Marcelo chateia-me muito...
Só para constar: votei Henrique Neto.

Foda-se...

..................................................

Bem...cool & sexy.
Estou a abanar o rabo na cadeira em repeat há bastante tempo:

Tuesday, July 25, 2017

Estava a pensar "Filipina"


(e só para me sentir um nadinha menos frívolo)


Trump e Lula

O Trump faz-me imensa confusão por uma panóplia tal de motivos que me recuso - por falta de paciência - a enumerar.
Uma das minhas principais preocupações, contudo, é o desvio à normalidade ou àquilo que poderemos considerar normal.
O Trump é a pós-verdade e os factos alternativos.

Poderá ser este o nascer de uma nova estratégia ou, pelo menos, de uma mais radical estratégia?
Vem de tempos perdidos o atirar areia para os olhos das pessoas.
O Clinton, por exemplo, para não se falar da estagiária que o andou a chupar mandou tombar uns quantos na Nicarágua. Os exemplos disto são muito mas o que não me lembro de ver é o mesmo gajo criar casos maiores sobre si mesmo para encapotar os anteriores...que também o tiveram como protagonista.

Houve muitas coisas que o Trump disse e fez que são de arregalar os olhos até à nuca mas quando o ouvi dizer que o Mcain não era um Herói de Guerra porque preferia gente que não era apanhada achei que era o fim.
Hoje, não estou certo que alguém, sequer, se lembre disso.

Este gajo está a fazer escola como todos os Presidentes fizeram antes dele e se a maioria das escolas que deixaram não são recomendáveis...esta é o estar perto do abismo e dar um passo em frente.

Como muitos que pensavam não o vir a dizer já disseram: que saudades do Bush...

Do outro lado do espectro, temos o Lula.

O Lula e o Sócrates são muito amigos e isso diz tudo o que precisaríamos de saber dele mas o assunto é outro.

Não desconsidero por completo poder estar a dar-se um caso de perseguição política mas não nos termos em que o Lula (e o seu amigo) a descrevem.
É possível que outros actores políticos tenham entalado o Lula mas o que interessa é o seguinte: será ele inocente?
Bem...

É esquisito um gajo inocente querer receber um cargo que o tornaria vacinado contra o poder judicial (a Dilma fodeu-se com a brincadeira. E bem);
É esquisito que um gajo inocente decida anunciar uma candidatura à presidência neste momento.

Não é esquisito porque estou em crer que ele não é inocente.
Não é esquisito porque tenho a certeza que ele não é sério.

...e este é um movimento contrário ao Trump.

É possível - não uso o termo provável porque já cá ando há demasiado tempo para ter uma fé inabalável no que quer que seja - que o Lula seja a bandeira para quem aí venha. 
É possível que o Lula seja a ponta da mudança.

...e é espantoso que os sinais do apocalipse venham da melhor democracia do Mundo e os de esperança em amanhas que cantam venham da corrupta América Latina.

Bem, o Samba vem do Brasil, pelo que talvez fosse de esperar que a salvação também viesse.


Monday, July 24, 2017

Deveria Drogar-me?

Há um episódio do House em que um génio toma, diariamente, uma mistura de um determinado xarope com um shot de vodka para se tornar mais burro.
A maioria de nós não entenderá o que leva alguém a querer ser mais burro mas a maioria de nós não é assim tão inteligente para sentir essa necessidade.

Para os poucos de nós que andam lá por cima o quotidiano é muito chato.
É muito irritante ter de explicar o que é óbvio; é muito irritante ter de ouvir falar de assuntos completamente desinteressantes; é muito irritante ter de ser constantemente lembrado que o que serve para a comunidade não serve para si.

Então, a personagem em questão preferiu ter as sinapses diminuídas em prol de se sentir mais integrado.
Decidiu - inteligentemente - que é capaz de ser melhor ter companhia do que andar sozinho e o preço para isso foi estupidificar-se.

Fez bem mas, provavelmente, só o conseguiu fazer porque não sentia a sua superioridade intelectual como a melhor e maior parte da sua identidade. Provavelmente, achou que a genialidade era uma parte daquilo que é e não o que é.

Eu sei que parece que estou a tentar usar a personagem para falar de mim e, sem rodeios, estou mesmo mas apenas parcialmente.
Não me considero genial nem uma dádiva ao Mundo.
Os factos para não me considerar nos termos em que descrevi são bastantes: nunca fui um génio em termos académicos e também nunca fui genial artisticamente. 
Além dos meus testes de QI terem sido (um bom bocado) mais altos que a média, não existe um motivo palpável para me qualificar mais do que normal.

Há, ainda assim, um parâmetro em que confluo com o génio do episódio e um outro em que não o faço.

A minha capacidade de ver os outros como eles são e perceber os indícios que me rodeiam é superior à daqueles que me rodeiam.
Eu entendo o que as pessoas são e não aquilo que dizem ser ou que querem que nós pensemos que são. É difícil fazerem-me comprar aquilo que estão a vender.

É por isso que o que me dizem interessa-me pouco.
É por isso que conversas em que os próprios se descrevem me interessam apenas na medida em revelam o quão enganados estão e me mostram aquilo que não querem dizer.

O grande problema disto é que por ser muito sensível a estes inputs externos é difícil traçar a linha entre o que é percepção e paranóia.
O outro grande problema é que torna quase toda a gente que me rodeia muito chata.

Onde entro em conflito com o génio do episódio é que não tenho nenhuma vontade de tomar nada que me diminua.
A ideia de que poderia ter paz é muito atraente mas, contrariamente ao outro gajo, é que não entendo isto como sendo parte de mim mas todo de mim.
Por muito que doa, não quero perder porque seria perder-me.

on a positive note, este fim-de-semana fui ver isto:

Friday, July 21, 2017

Será Tudo Xenofobia? (e uma que me diverte a finalizar)

Portugal entrou em alvoroço porque o candidato (na altura) apoiado pelo PSD e CDS à Câmara de Loures teceu comentários que foram entendidos como xenófobos para com a comunidade cigana.
Não reproduzirei tudo mas, em traços gerais, disse que vivem à custa do Estado e dos RMI e que andam nos transportes públicos sem pagar e que não tratam, adequadamente, as habitações sociais e que ocupam espaços na rua como se fossem seus.

Será isto xenofobia?
Em termos que me parecem incontestáveis, só será xenofobia se não se basear em factos e, se os circunscrevermos à câmara a que este gajo concorre e, por concorrer, se presume que saiba do que fala, talvez não seja.

Eu vi e vivi tudo o que ele relata.
Eu vi gente da comunidade cigana a tratar as habitações facultadas pela Câmara como pocilgas;
Eu vi gente da comunidade cigana a meter 20 pessoas em casas destinadas para 5;
Eu vi gente da comunidade cigana a tratar a praça pública como se lhe pertencesse;
Eu vi gente da comunidade cigana a incomodar todos os vizinhos que conseguiam quer por causa da música que colocavam quer por causa da forma destemperada como se tratavam entre si quer por causa do meu cheiro que saía da habitação.

Poderei, por isso, dizer que todos os ciganos são assim?
Não, não posso porque a minha experiência é pessoal e, por isso, limitada.
Poderá o candidato dizer que todos os ciganos da autarquia a que concorre são assim?
Pode se, de facto, uma esmagadora maioria o for.

O meu problema com este tipo de questões é o seguinte:
Sabem como só uma ínfima parte dos cientistas contesta o aquecimento global e a mão humana no mesmo mas parece que só os ouvimos a eles?
Pois bem. Não descarto a hipótese de estarmos impregnados por uma minoria da comunidade cigana mas nem tudo aponta nesse sentido.

...mas é perigoso ter uma conversa franca sobre questões hoje tão delicadas.

É sabido que, culturalmente, os casamentos ciganos podem ocorrer com miúdas muito antes da maioridade, por exemplo.
Poderemos defender isto como costume?
Se nos opusermos a este costume somos xenófobos?

Não tenho um osso de racista ou xenófobo em mim mas se as pessoas - quaisquer umas e de qualquer tipo - quiserem estar neste País têm de se sujeitar ao País e não o contrário.
Não estou pronto para admitir como legal o casamento de uma miúda de 12 ou 13 anos e se isso fizer de mim xenófobo...é o que é.

Tenho um amigo que não permite o uso de sapatos em sua casa.
Se lá queremos ir, descalçámo-nos;
Se queremos ficar calçados, não vamos.
Simples e indiscutível, certo?

E Uma Coisa que Me Diverte

Há uma ou duas mulheres que trabalham no mesmo prédio que eu que têm muita vontade de me dizer Olá
Não digo que me queiram comer mas seguramente acham-me graça.

Hoje, estou com uma T-Shirt vestida que tem o logótipo do Super-Homem.

Quanto estava para entrar no elevador, uma das que me quer dizer Olá passou por mim e, dois passos depois, deu meia volta e disse-me, muito sorridente: Tenho uma T-Shirt igualzinha a essa. Não me fica tão bem e riu-se.

Sorri e fui à minha vida.

E, para provar a minha abertura de espírito, aqui fica popzinho que muito me agrada (não sendo de descurar que escolhi esta versão e este momento em específico).


Wednesday, July 19, 2017

Coisas Que Me Irritam Muito

(na busca de uma frigideira)
- Desculpe. Estou a ver isto e percebo pouco.
Para que efeito quer? Casa? Hotelaria?
- Casa.
Quer uma boa para que não precise de outra durante muito tempo?
- Sim.
Então quer esta.

Ora,
eu não preciso de uma opinião profissional para me dizer que a melhor é a mais cara.
Eu não preciso que me venham dar uma opinião óbvia sem, sequer, se interessarem quanto às necessidades.

Agradeci.
Comprei outra.
Pensei: E se fosses para o caralho com as tuas opiniões?

----------------------------------

(sou muitas coisas mas não sou mesquinho. 
A mesquinhez chateia-me muito, pelo que evito-a como evito a Cruz - analogia a ser eu o Diabo de que estou muito orgulhoso)

- Olha lá. Esta merda está associada à X mas a X não fez nada para isto.
Porra. Nunca te ouvi queixar disso, K.
- Pois não. Caguei nessas merdas de louros e mais cago quando estar associada à X ou a mim, em termos práticos, não faz qualquer diferença. No que eu não caguei é em gente que não faz um caralho. Nisso eu não caguei. Fodam-se!

Pode parecer que sou uma besta mas não sou. 
Mais certo do que eu não ser uma besta, contudo, é que posso - com muita facilidade - ser uma besta desde que me dêem motivos para isso.

Não me preocupo com noções que entendo como subjectivas. Não quero saber se me qualificam como isto ou como aquilo.
A única coisa que me interessa é ser justo (que me parece, sempre, menos subjectivo)...e mais! Estou cada vez mais tolerante com muitas merdas - o que me retira muito sex appeal, infelizmente - mas tentarem meter-me o dedo no rabo continua a dar resultados tão violentos como sempre deram.

--------------------

E terminarei com um dos meus tipos de classe favorita: a Suja.
O Clarence é muito sujo e isso agrade-me muito.

Tuesday, July 18, 2017

(se escrevesse agora, não ia saber bonito...por isso)

one leg in the east
one leg in the west
and me in the center
tryin´ to do my best

(so cool and so true...)


Monday, July 17, 2017

Heaven


Sunday, July 16, 2017

Moral e Amoral

Tenho andado muito investido no Mayweather vs Mcgregor porque gosto do espectáculo que está a decorrer e porque gosto de boxe e ainda mais de MMA.
O desfecho do combate é óbvio: o Mcgregor será massacrado. 
Os motivos para esta evidência são muitos mas não me debruçarei sobre eles. O mais interessante é que, a dado momento, comecei a pensar: caralho, será que o Notorious tem hipótese?!

Bem,
o que aconteceu é que comecei a comprar o que de diz e não aquilo que se pode ver e comprovar.
O Floyd começou a desvalorizar a sua superioridade com a idade e com o menor peso e o Conor decidiu dizer que o ia mandar ao tapete até ao 4º assalto.
E depois, o Floyd veio dizer que depois de o tombar no ringue iria tombá-lo no octógono; e que, mais do que vencer, ia ser de KO!

Estão os 2 a vender e parte de mim quer comprar.
Passei a desvalorizar o que sabia: o Floyd não dá um KO desde os anos 90 e o último gajo que o Floyd derrotou bate bastante (BASTANTE) mas forte que o Conor e é incomensuravelmente melhor pugilista.

Este meu impulso chateou-me porque me fez ser o mesmo tipo de gajo que critico: aquele que se apega às palavras e não aos factos.

...e foi por isso que me lembrei da amoralidade.

Se apenas nos dedicarmos a ouvir o que se diz (inclusivamente o que vocês dizem) serei sempre eu o dono da amoralidade.
Por exemplo:
a traição é amplamente criticada e apta a tornar uma santa numa instantânea puta.
Ora, o meu pensamento é este:
um acto isolado não transforma uma pessoa numa outra pessoa e porque se comete um erro não se merece ser crucificado.
Acho, ainda, que, tal como matar, todos somos capazes de trair, em determinadas circunstâncias.

Provavelmente, os indignados que por aí andam e que são estúpidos, lerão que apoio a traição; outros, menos estúpidos, pensarão que esta minha visão resulta de me ter acontecido e, por isso, a minha complacência é maior.

Estão ambos errados.
EU nunca traí mas não julgo como indigno quem o fez da mesma forma que mentir não faz de uma pessoa mentirosa.

Dá-de que muitos dos que acham a traição um A escarlate, já andaram a enfiar a piroca em buceta alheia ou já viu uma piroca alheia entrar na própria da buceta.

Acredita em metade do que vês e em nada do que ouves.

Thursday, July 13, 2017

....E PARECE DE PROPÓSITO...

Ontem, fui quase fofo e hoje, mal cheguei, foi-me contado que o genro (é o Pai da mulher, nunca me sei orientar em parentescos) estará para tempo. Disseram que não deveria chegar a sexta-feira.

Pelos vistos, o genro é como um segundo Pai sendo que o primeiro deles tombou há bastante tempo. 
Está a ser muito difícil e, contou-me, quando foi a vez do primeiro Pai esteve 2 anos de pistão colado.

Reforçando que não perdi o meu Pai, tenho dificuldade em compreender isto.
Não tenho dificuldade em compreender que se goste muito de uma pessoa;
Não tenho dificuldade em compreender que a ideia de se perder uma determinada pessoa é terrível;
Não tenho dificuldade em compreender que algo possa parecer demasiado doloroso.

...tenho dificuldade em compreender que se pense que o Mundo vai terminar.

Fiquei calado o mais que consegui porque não sei consolar pessoas que sentem coisas que eu não consigo entender, pelo que o que consegui fazer foi: pá...ninguém cá fica. Vamos todos.

O pior, contudo, veio depois...

Perguntei onde estava o gajo internado e se ele ainda iria a tempo de o visitar, depois do trabalho.
Em resposta: não quero ir. Fui lá no Domingo e nem queiras saber como fiquei...não posso. Não consigo...

E o meu cérebro gritou: PANELEIRO!

Isto, para mim, já não é compreensível.
Pode ser uma coisa machista mas foi assim que fui criado: um Homem aguenta! É para isso que um gajo existe. 
Se alguém sonha que eu tenho prazer em ver gente acamada e próximo da morte, engana-se mas podem ter a certeza - e isto é factualmente comprovado! - que vou lá estar.
Se alguém sonha que eu tenho prazer em ser o primeiro a chegar ao velório e o último a sair, engana-se mas podem ter a certeza - e isto é factualmente comprovado! - que vou ser.

A responsabilidade é minha e enquanto eu existir e não estiver completamente impossibilitado de a cumprir, é isso que vou fazer: cumprir.

Há uns poucos anos, o meu Avô materno tombou.
Não me fez a mais pequena diferença e avisei que não me veriam no funeral mas, naturalmente, disse à minha mãe que iria levá-la e que esperaria o tempo que fosse preciso esperar. Se fosse preciso alguma coisa, lá estaria como um cão de guarda à porta da propriedade.
Porque assim seria, o meu irmão estava liberto disto. Nem de comparecer à porta precisava.

Deu-se que eu tive de viajar (trabalho), pelo que nem à porta poderia ir - para ser completamente honesto, fosse outra pessoa e não teria ido em viagem nenhuma mas neste caso...
- Oh T, eu não estou cá. Vais tu.
...mas eu não quero ir ao funeral.
- Não precisas de ir ao funeral. Eu também não ia. Levas a tua Mãe e esperas por ela.
Ok.

Enquanto eu por cá andar, eu arco com as despesas de ser a pedra onde o pessoal se pode apoiar mas se não andar ele está cá.
É certo que (felizmente) o meu irmão não é como eu mas é ainda mais certo que sabe que quando é preciso não se pergunta nem se tem gostos.

Ai, faz-me impressão...

Paneleiro.
Não lhe disse mas pensei e, como se vê, ainda penso.

Wednesday, July 12, 2017

(mais ou menos) um alívio

Como se retira de um dos últimos posts - eventualmente, de muitos deles - fico, de vez em quando, com a ideia de que padeço de uma qualquer maleita não diagnosticada ou de uma mutação genética não identificada.

Então,
já ponderei que sofreria de hipomania; já me ocorreu que fosse uma versão moderada de Asperger; já tentei perceber se andaria pela psicopatia.

...ora, tenho, volta e meia, dúvidas quanto aos motivos que me levam a pensar este tipo de coisas.
Por uma lado, objectiva e realisticamente, desenquadro-me da maioria de nós e a efectiva diferença da maioria de nós justificaria isso;
Por outro lado, subjectiva e etereamante, porque apesar de tudo tenho algum gosto em não pertencer à manada, dou por mim a magicar se - de uma forma macabra e parva, ainda que possível porque a parvoíce não conhece limites - não será uma vontade de ser comprovadamente diferente.

É certo que não sou psicopata (pelo menos completamente).
E é certo porque ouço isto e fico absorto numa emoção paralisante:


E é certo porque ouço:
Não gosto de vir pra cá. Não gosto de estar longe de ti. Já estou muito tempo longe de ti.
(isto que transcrevi é só real subjectivamente porque a esmagadora maioria das pessoas passa mais tempo longe umas das outras do que nós)

...e sinto a ligação e sinto que estou onde queria estar.

KNOWLEDGE, BITCHES!

Ando à volta do último livro do Chomsky e estou na fase da atomização social em virtude - pelo menos parcialmente - do consumismo que é social/estatal/ou outra coisa mente instigado.

Mais que concordar que assim é, lembrei-me de uma cena top que ouvi e assumi como uma verdade absoluta que me ajudou a simplificar a explicação desta coisa:

Comprar dois elefantes pelo preço de um só é um bom negócio se precisares de dois elefantes.

Tuesday, July 11, 2017

Definição de Ironia em Imagens

Estas duas imagens que colarei são sequenciais e no mesmo instagram:


Monday, July 10, 2017

Às vezes dou por mim a pensar: "foda-se...acho que deve haver algum problema comigo..."

Já por cá contei que - daquilo que me recordo - o mais memorável dos momentos que me fez pensar no que escrevi foi aquando da morte do meu Avô e, ainda desde o mesmo tema, até hoje me persegue.
Não entrei em parafuso nem senti um desespero profundo e não me lembro constantemente dele.
Na altura, pensei que deveria estar mais abalado e afectado;
Nesta altura, penso que deveria acompanhar os momentos de lembras-te quando x, y ou z?.

Nenhuma destas coisas aconteceu.

É semelhante, ainda que de forma manifestamente menos agressiva, a quando ouço gente que diz não vejo os meus pais há x ou que querem marcar jantares e eventos com familiares ou, inclusive, amigos.
Tudo isto me é relativa, ainda que não absolutamente, estranho.
Não conto os dias em que não vejo a minha Mãe;
Não quero marcar eventos com este ou com aquele porque não sinto necessidade de marcar encontros.

Há uns anos, uma mulher disse-me tens algum problema em ligar-me? e eu respondi: mais ou menos. Tenho problemas em ligar a toda a gente. Não gosto.
E isto aconteceu porque ela ligava-me e eu não atendia quer porque não ouvia (algo de muito frequente para quem larga o telefone e se vai embora) quer porque naquele momento não me apetecia; e depois nunca devolvia a chamada. Mandava um SMS a dizer qualquer coisas como querias alguma coisa?.

Nada do que escrevi resulta de não gostar de qualquer uma destas pessoas.
Sou menino da mamã; largo o que estiver a fazer se alguém por quem tenha consideração precisar; tenho gosto em jantar com gente a quem tenho apreço...mas não sinto a falta de nada disto.

Felizmente, 
as mais das vezes não dou importância a este sentimento abichanado porque também não digo obrigado por ter aceite mas antes obrigado por ter aceitado porque é assim que se diz, independentemente de quantas pessoas repitam este erro ad nauseam.

...mas, de vez em quando, acho que se esqueceram de me meter qualquer coisa quando estava na linha de montagem.

Por ter graça:

Thursday, July 06, 2017

....e as certezas tornam-se dúvidas, por um momento

Apanhei isto, agora:

e dei por mim a pensar: ah...é por isso que o pessoal passa forme e anda em ginásios e cenas...ah...assim vale a pena...
e depois do primeiro choque pensei: foda-se...alguém tem de a aturar depois de a partir. Nã...Nã...não dava para mim...


Wednesday, July 05, 2017

Up To Old Tricks - doing something you has done before

Normalmente, isto traduz-se em volta a algo que nos deixa confortáveis ou, no pior dos cenários, aquilo a que estamos habituados mas que não nos deixa confortáveis; é um hábito a que não conseguimos escapar, independentemente do resultado.

Às vezes, pensamos cool! Quebrei o ciclo! e, às vezes, parece mesmo! E depois percebemos que isso não aconteceu.
Às vezes, não conseguimos fazê-lo sozinhos e, muitas vezes, aqueles de nós que pensam que se não se conseguir fazer sozinho não vale a pena fazer...estão fodidos.

Os mais panisgas de nós (estou a falar de mim, para não se pensar homofobia!), dão sinaizinhos de merda e esperam que se perceba ou, as mais das vezes, se adivinhe que é preciso ajudar porque, assim, não se pede nada e salva-se a testosterona.

...e isto de salvar a testosterona é up to old tricks.

OH, Yeah! (acho que ainda volto)


Tuesday, July 04, 2017

Tombou Henrique Medina Carreira

Não tenho por hábito lamentar mortes porque elas pouco interessam.
Amanhã, o Sol nasce outra vez e as pessoas irão trabalhar na mesma e a Terra girará e por aí fora; haverá alguma consternação - mais por uns que por outros, claro - mas tudo volta a ser o que era antes.

Somos poeira.
Somos todos poeira.

....mas lamento a morte do Medina Carreira.

Como digo sem dó, não sinto admiração por muitas personalidades e o principal motivo para isso é o facto de não dar para ter ídolos e seguido de perto pelo facto de que é comum pintar-se personalidades como santos que não são.

A lista de gente por quem nutro alguma admiração será a que segue (não falarei de músicos e artistas por motivos que talvez refira depois):
- Mandela (porque é um exemplo de tolerância mas nunca se deixou pintar como o santo que ninguém é);
- Chomsky (porque me faz sentir estúpido, algo que aprecio por me forçar a querer saber mais, e porque me lembra que, em certas circunstâncias, sou eu quem vai de faca para um tiroteio);
- Medina Carreira (porque foi a primeira personalidade que me mostrou que a realidade se está a cagar em nós, por muito que achemos ou queiramos outra coisa).

De todos eles, aquele com quem mais me identificava era o Medina Carreira porque aquilo era realidade pura e dura suportada em factos. 
Foi muito à pala das coisas que o ouvi dizer que deixei de ser - a maioria das vezes - um gajo que acha cenas.

...e estou a ver que começarei, proximamente, a pensar bando de filhos da puta quando o Medina Carreira passar de Velho do Restelo a Profeta, na boca dos mesmos gajos.

Lamento que o Medina tenha Tombado.
Aqui fica um apanhado de cenas (o Observador só serve para compilar...)
http://observador.pt/2017/07/03/medina-carreira-no-fundo-sou-um-tipo-muito-doce/ 

RIP 

Monday, July 03, 2017

O Estranho

Quando tenho conversas francas e honestas sobre as minhas coisas tendo a dizer sempre que acho e raramente que sei.
É verdade que a minha opinião em relação à generalidade das pessoas com quem nos cruzamos é que tendem a usar o verbo achar para evitarem comprometer-se; achar dá sempre para, depois, dizer ah, eu não disse que tinha a certeza...foi só uma opinião... e isso chateia-me. Cobardia chateia-me sempre.

Então, por que uso eu o verbo achar com algo tão pessoal como eu?

Na série The Crown o Churchill abdicou da sua posição de Primeiro Ministro não por ter sido interpelado para o efeito por toda a gente que respirava mas porque viu o resultado final do quadro que lhe pintaram e viu, nessa altura, o velho frágil a quem a saúde tinha escapulido.
Sim, todos lhe tinham dito isso;
Sim, ele tinha uns quantos espelhos;
Não, ele não tinha realizado que o velho que aparecia no quadro era ele até o ter visto.
(não é certo que isto seja verdade porque é uma versão televisiva da cena mas, para mim, é verosímil).

No dia anterior ao que descrevi, vi umas fotografias minhas que me tinham sido tiradas nesse mesmo dia e, quando olhei para elas, dei conta que sou manifestamente maior que as pessoas que me rodeavam; mais pescoço, mais braços, mais ombros, mais peito e (com uma excepção, acho) mais barriga também.
...não tinha dado conta disso mas assim visto era manifestamente óbvio, pelo que me senti estúpido.
Fez-me lembrar, há uns tempos, quando disse a um amigo foda-se, aquela gaja tem uns braços tão grossos como os meus... ao que me foi respondido pá, tu só podes estar a brincar...

Ora,
se o Churchill não se conseguia ver velho e era;
se eu não me consigo ver maior do que os que me rodeiam e sou...que esperança podemos ter de perceber o que não aparece em espelhos nem em fotografias e nem sequer em quadros?

Presto muita atenção aos meus actos e ao que considero ser o meu eu mas...quando nem sequer o diâmetro dos meus braços consigo diagnosticar com clareza e acerto...

Voltando onde se começou:
o meu acho nestas coisas significa tenho tanta certeza quanto consigo ter e não talvez; esta minha apreciação não é de coninhas mas antes de um gajo que sabe que pode mesmo não estar certo.

E além disso, este meu acho, para não ser mal entendido, está restringido a, como disse, conversas francas e honestas.
Em conversas correntes com gente que não conheço tão bem como gosto de conhecer e que não me conhece tão bem como gosto que me conheçam não há achos porque esta é uma nuance que não quero deixar à descrição e que não tenho tempo para explicar.

E agora, ajoelhem perante a beleza que é o Stormy Monday dos Allman Brothers em 71: