Wednesday, June 29, 2016

Actualidade (Porque não Há gente suficiente a dizer cenas...)

(o título é sarcástico. Nem o meu futuro Eu quero que pense que é remotamente sério...)

BREXIT

Os Ingleses - que não os britânicos - decidiram sair da UE.
Há duas coisas opostas que são muito engraçadas:
 - os Ingleses conseguiram sair porque o PM demissionário, para ganhar eleições, prometeu colocar a questão à consideração dos nativos...sendo que ele era e é contra a saída mas mais contra era, ainda, perder eleições.
É muito engraçado que a entrada na Europa nunca esteve - se bem me recordo - ou esteve em casos muito específicos nas mãos dos cidadãos; fomos todos empurrados para esta comunidade por líderes que a entenderam melhor.
Foi mal feito?
Pode ser defendido que não (eu acho que não) porque a multidão não é inteligente, como o referendo inglês demonstrou.
 - o PM anterior lamenta muito a decisão do povo.
Não devia. Democracia é isto. Ditadura, na mesma, mas da maioria.
Não se pode escolher quando dá jeito.

Os ingleses, historicamente, nunca se consideraram, realmente, europeus. E não quero dizer com isto europeus no sentido de pertencer à comunidade; refiro-me, mesmo, ao Continente.
Os ingleses, também historicamente, vêm-se como imperiais. É muito comum dizer-se que é triste continuarmos a falar dos Descobrimentos (pouco tempo em tanta história) mas os ingleses, ainda que muito melhor que nós e numa escala diferente, não são assim tão diferentes.

Depois,
esqueceram-se os imperialistas que a Escócia, em princípio, não bazou da UK porque lhes disseram que sairíam, também, da UE. Agora, saem contra a vontade?
esqueceram-se os imperialistas que a Irlanda que ainda lhes pertence não quer ser a fronteira com a UE que é agora e que vê na outra Irlanda;
esqueceram-se os imperialistas que não são tão especiais assim (não falarei, novamente, do passado colonial) nos dias que correm e, na verdade, nem os seus irmãos americanos...e, um dia, poderão ser Israel ao contrário (os EUA eram contra a criação de Israel, quando lhes deu jeito. Realpolitik).

A UE queria tanto que eles ficassem que já lhes tinha permitido, com muito pouca justiça, que estivessem com um pé dentro e com um pé fora...
(não me apetece falar da estupidez da ideia que o problema são os terroristas e os imigrantes)

O Boris diz que agora têm tempo;
A UE quer a merda resolvida, já.
Estou com a UE.

...e os Ingleses não perceberam que o projecto Europeu, apesar de não parecer nos dias que correm, não é um projecto económico, é um projecto de paz e comunidade.
...e não é por uma questão de abraçadores de árvores, é uma questão de sobrevivência. É olhar para o que SEMPRE foi a selvajaria europeia.

Há muitos a baterem palmas ao renascimento - suposto - do Estado Nação.
O Estado Nação foi uma época de sonho!
Perguntem à Jugoslávia e ao Iraque...

TURQUIA

Estou a ficar cansado mas...
Continuo a achar que a transmissão televisiva das explosões de carne só alimentam o que pretendem os terroristas;
Continuo a achar que não foi coincidência o ataque e o avanço na relação com os Israelitas.

Fez bem a Turquia retomar os voos muito pouco tempo depois.
Fuck´em.
Se foi o Daesh a atacar a Turquia, fez mal. A Turquia não é exactamente uma democracia...a Turquia estava mais preocupada com o PKK e afins...concentrar a atenção dos turcos não é very cool...
Fuck´em all.

A ESTUPIDEZ

Eu detesto trabalho de secretariado. Não por ser menor - administrativas são pessoas que admiro por fazerem o que mataria a minha vontade de viver - mas por ser demasiado enfadonho.
Então, é pôr-me a fazer merdas de listas e tabelas e a puta que pariu e é ver os meus olhos raiar de sangue...

Infelizmente, como tenho dois dedos de testa e mais alguma paciência, papo quando é necessário mas quando, à partida, me parece só estúpido a cosia está montada.

Há umas semanas foi pedido para ser feita uma puta de uma lista.
Perguntei mas para que vamos fazer esta merda?! e a resposta não foi satisfatória. Disse, então, pá, essa merda é só perder tempo. Não vai servir para um caralho a não ser para me foder a cabeça.

Hoje confirmou-se, como de costume, que tinha razão.
Não vai servir para nada!

Óbvio que tive de conter o meu instinto homicida e fique muito contente por redescobrir que não sou, clinicamente, nem socio nem psicopata, caso contrário estaria no noticiário.

Felizmente, ainda há beleza e ainda se pode suspirar...

Tuesday, June 28, 2016

foi mais forte que eu...


A Dificuldade de Ser

Isto não é um lamento, é uma constatação de facto. 
Poderá parecer que não me enquadro neste Mundo onde me meteram - mais que parecer, pode SER - mas não me permito achar que o problema é do que me envolve e não meu. Temos de nos adaptar ao meio e não o contrário.
Quando o povo segue para a Direita o mais provável é que seja esse o caminho certo. Não é uma ciência exacta mas convém, pelo menos, duvidarmos das nossas escolhas quando elas são diferentes da vasta maioria.

Dito isto...

Há bastantes vertentes que tentei e tento melhorar sem grande sucesso.
Tento ser menos efervescente e, ainda que com melhorias óbvias, não consegui;
Tento ser mais compreensivo com escolhas alheias e ainda não consegui (isto para pessoas que me dizem alguma coisa, para as outras...caguei);
Tento passar mais a mão na cabeça de quem cometeu um erro mas quando o erro era previsível e óbvio, ainda não consegui.

(o primeiro parágrafo foi importante para mim. É muito simples que deste conflito nós - eles se transforme em revolta e sentimento de injustiça. O clássico Porquê eu?! bem...se calhar porque és - e este és pode ler-se sou - burro)

Como sou o que sou mas nem sempre o que quero ser, sou o tipo de pessoa que se procura em poucas ocasiões porque a maioria de nós não está disposto a enfrentar o que realmente acontece; quer antes um reforço e uma concordância com as escolhas estúpidas que fizeram.
Ora,
é gritantemente evidente quando a escolha foi estúpida porque se consegue olhar para trás mas, ainda assim, é isso que se procura.

Então,
normalmente sou a escolha para quando se precisa de soluções que os outros não conseguem dar. Não quero com isto dizer que os outros são menos espertos que eu, o que quero dizer é que os outros têm limitações (que podem ser lidas como vantagens, dependendo da perspectiva) que eu não tenho.

Divago...
Ok.

Eu não tenho a capacidade de entender que deveria conformar as minhas vontades ao contexto que me rodeia - reparem, não às pessoas que me interessam e a quem interesso mas ao que envolve todos - quando quem paga pela satisfação ou não sou sempre eu.
O que me interessa que pensem que sou ou fui estúpido?
Quem vai paga a minha estupidez sou eu.
O que me interessa que pensem que devo ou deveria agir de outra forma?
Quem vai pagar os meus actos sou eu.
O que me interessa que pensem que as minhas prioridades estão trocadas?
Quem vai pagar as minhas escolhas sou eu.
O que me interessa que pensem que deveria ser mais sociável?
Quem vai pagar ter de aturar os outros sou eu.

A todas estas perguntas, a resposta parece-me ser esta:
quando fazemos, apenas, o que queremos somos responsáveis únicos e não poderemos esperar a compreensão generalizada. Não poderemos esperar ouvir ah, teria feito o mesmo! Fizeste bem! e, por magia, porque os outros fariam o mesmo a culpa/responsabilidade é colectiva.

O que tem graça e me ultrapassa é isto:
Para a maioria de nós, não é o facto de dar merda quando poderia não ter dado que tem a maior importância.
O que tem a maior importância é que deu merda no sentido e de acordo com o que era esperado.
Fiz mal mas os outros compreendem porque teriam feito o mesmo!
Isto interessa-me ZERO! 

Mais ou menos on topic:
Estou a ouvir o Russel Brand.
Os de vocês que saibam quem é o Russel Brand pelo que veste, pelos filmes que faz e pelos espectáculos de stand up, deverão achar - ainda que engraçado - um pateta feliz.
Não é.
Nesta entrevista já deu Carl Jung e já o vi humilhar jornalistas.

....isto é incompreensível.
A ordem não concebe um gajo que parece um pateta mas está a léguas de o ser.
dance for me monkey.

Monday, June 27, 2016

Lembrei-me! Ainda ligado ao Alpha.

Não na mesma noite mas, acho, 2 noites depois, aconteceu isto:

Eu ia ficar numa casa que não me pertence e, juntamente com quem eu ia ficar, estava uma amiga que tinha lá deixado umas cenas antes de termos saído.
Eram 3 ou 4 da manhã, não tenho a certeza.

Então,
subiram as duas e eu fiquei cá em baixo e pedi à que ia descer que não se esquecesse da chaves.
Para quê?
Ora, não disse mas, obviamente, seria para conseguir entrar depois de a levar ao carro, porque eram 4 da manhã!!

Ela desceu, entregou-me a chave e fez menção de se despedir.
Disse calma. Ainda te vou levar ao carro.
- Porquê?
Porque são 4 da manhã...porque és mulher...porque eu sou homem. Por que haveria eu de ter ficado cá em baixo?!
- Pensei que era para poderes trancar a porta.

Pois...
Peçam aos sensíveis ou, pelos vistos, a qualquer pessoa.

Paneleiragem e troglodice.
Nunca pensei que fosse possível mas é. Mais! É comum.

Pensei que tivesses ficado para trancar a porta... até tive pena dela.

Alpha

Não é novo mas nunca perde a graça.
Vende-se a sensibilidade masculina a torto e a direito. Depilar, cool; chorar em filmes, cool; perder muito tempo ao espelho, cool; gostar de ir às comprar com as amigas e respectivas gajas, cool.
Outros tempo, certo?

Errado.
As coisas, como é relativamente habitual, só mudam na aparência e no léxico, eventualmente (lembro-me sempre das inverdades que tomaram o lugar das mentiras).

Numa mesma noite:
1. Um gajo meteu-se com quem estava comigo mas desconhecia que ela estava comigo. Ela ia à frente e eu mais atrás.
Ela passou, ele meteu-se.
Eu passei logo a seguir, olhei para ele e ele - com noção da realidade - percebeu que ela não estava sozinha e apressou-se a cumprimentar-me e dizer-me ao ouvido pá, não te tinha visto...
Ela percebeu que tínhamos trocado duas palavras e perguntou-me, visivelmente contente, o que me tinha dito.
Contei o que aconteceu e disse-lhe que respondi tranquilo, um gajo não adivinha. Tranquilo.
Não se pode exigir mais. Eu já fui aquele gajo algumas vezes. Um gajo não sabe e quando descobre desculpa-se. Tudo certo.

MAS...sendo certo que não me resta qualquer dúvida que ela não quisesse que a coisa azedasse, não tenho, também, qualquer dúvida que ficou contente com o sucedido.
Não se mexe no que me pertence e é bom que isso fique claro.

Sensibilidade é o caralho, não é?

2 e 3
2. Numa ida à casa de banho, cruzei-me com uma mulher que, sem dó nem piedade, mandou-se para a piscina.
Ela também estava lá, a ver a cena, e a coisa causou-me algum desconforto porque...foi muito à má fila e nas barbas.
3. Enquanto andava na rua, uma gaja veio desembestada do meio da mesmas para se meter comigo.
Novamente: nas barbas dela. Esta causou-me menos desconforto porque durou pouco. Foi um ataque em blitz e foi à vida dela.

Poderão pensar que ela ficou fodida.
Nada disso. Tentou conter o contentamento mas não conseguiu.

Sensibilidade, é o caralho, não é?

Isto para quê?

Ora, a imbecilidade do costume.
Por uma lado, a imbecilidade de se tentar vender um novo homem como aquilo que se pretende quando a realidade desmente;
Por outro lado, a imbecilidade de se querer/gostar intrinsecamente de alphas mas, depois, ficar-se perplexo com o trabalho que isso dá.

A manutenção de gente de personalidade vincada não é fácil. Pode ser simples (eu sou muito simples) mas fácil não é.

Já me foi dito que comigo as montanhas são muito altas e os vales muito profundos e a coisa não foi mal posta.
Eu quero muito viver em planalto mas não estou certo que consiga. Eu queria uma coisa calma. Eu queria mais daquilo que as outras pessoas têm ou parecem ter. Eu queria estar mais relaxado com mais coisas.
Não sei, ainda, fazer disso.

Voltando onde se começou:
ah, eu queria um homem assim. Sensível...
Sim.
Sensibilidade é o caralho.

Thursday, June 23, 2016

O Trans

Acho que há uns tempos coloquei por cá a discussão que tive com uma amiga por causa do Cris/Caitlin Jenner.
As minhas ideias, por falta de vontade de reproduzir tudo, são:
1. não gosto do espectáculo em volta da diferença; quem é diferente, é diferente. Nem melhor e nem pior;
2. não gosto do que me parece uma manobra publicitária, como tudo que envolve as Kasdashians.

Não.
Foi personalidade do ano para não sei quantas publicações e laureado como a pessoa mais corajosa do mundo e, basicamente, o Martin Luther King dos trans, o novo Mandela.

Bando de idiotas (gosto de poder dizer isto).
A Caitlin acha que precisava de ter a experiência de ser uma mulher e, agora, já está. Declarou-se felicíssima (?) por não ter cortado a piroca e entendeu, agora, que ia ser uma chatice, com a idade com que está, reaprender rotinas como mulher que antes tinha como homem.
Pois...
Idade não foi um problema para fazer a capa da Vanity Fair.

Enfim...
É o que é.
É triste mas, ao menos, não preciso de repensar a visão que tenho do mundo porque, na pior das hipóteses, ainda não é suficientemente negra.

Aos que andaram de bandeirinhas na mão, life´s a bitch.

Wednesday, June 22, 2016

Nem Tudo Muda...O Que...

Fui fumar um cigarro.
Há uma gaja e um gajo que vejo frequentemente por cá e suponho que trabalhem juntos.
Não saberei dizer se têm alguma coisa ou se vão ter (aposto que sim. É verdade que já estive na mesma situação com uma miúda gira que trabalhava comigo e não se passava, não se passou e não se vai passar nada mas...é uma anomalia específica, especialmente quando é recíproco).

Já tinha reparado que ela olhava para mim quando estava sozinha - normalmente quando chega - mas bem menos quando estava acompanhada.
Aparentemente, esse tempo passou. Nem disfarçou. Deve ter gostado mais desta camisa do que das outras ou qualquer coisa.

...o Mundo não muda, por muito que se diga e por muitas Apps que se criem.
...as pessoas continuam a olhar para objectos que serão, em tese, mais brilhantes do que aqueles de que dispõe.
...e eu não deixei de brilhar.

É verdade que não ligo muito - apesar da óbvia mais valia de ser mais fácil sacar quando o interesse é imediato e do facto de, como é bom de ver, achar graça - e tenho ligado ainda menos.
É bom ligar menos.
É bom não ter as antenas sempre ligadas.

...mas as dela estavam ligadas e ela não se inclui na minoria.

EROSÃO

Poderia ser uma exposição pelo que se vai destruindo - o que seria sério - mas não é. A minha ideia não é a realidade mas, neste caso, a fantasia.

Faz-me confusão a ideia de que o tempo resolve tudo. Melhor. Faz-me confusão a ideia de que o tempo resolve tudo quando é dito no sentido de que melhora. Resolver, resolve. Mais tarde ou mais cedo, um gajo quina, certo?
Mas não.
A ideia é de que as coisas passam. Melhor. As coisas passam e volta ao que foi antes das coisas terem acontecido.

Finge-se que os assuntos não existem.
Finge-se que as situações não aconteceram.
Finge-se que está tudo na sua devida ordem.
Existem.
Aconteceram.
Não está.

Eu sei que, provavelmente, também se tratará de uma questão de personalidade. Eu não sei ultrapassar até estar resolvido ou, em alternativa, ultrapasso queimando tudo...coisa que, muitas das vezes, não é pretendido.
...e as vezes sinto-me como se vivesse noutro planeta e noutro tempo. Numa realidade alternativa.
Mas está tudo bem!
Say what?! Mas...como está tudo bem? Na melhor das hipóteses está metade bem, a metade que não me envolve.

E é aqui que, ontem, me lembrei da erosão.
Parece-me que se entende que se dará uma mágica erosão que, aos bocados, vai desfazendo até, por fim, fazer desaparecer.

Não sei como é com os outros mas as minhas cenas estão embaladas em vácuo, não há vento nem intempérie que lhes toque.

E depois, dá-se o milagroso: ah? Isso veio do nada...não percebo o que aconteceu...
Não veio do nada. Nada vem do nada.
É verdade que, às vezes, não se conseguiu prever o resultado mas as mais das vezes o que acontece é que se é estúpido.

Tuesday, June 21, 2016

Parasitismo

Houve um corredor de automóveis (acho que de Fórmula 1, não me lembro) que disse que se perdia 1 segundo por volta por cada filho que se tinha.
O House achava a mesma coisa, não a dar voltas à pista, mas à sua capacidade de ser médico quando estava com a Cuddy.

Ah, mas o House é ficcional.
É. A personagem é. O conceito, não.

Apesar de se vender que outra pessoa nos fará mais forte, a sabedoria popular diz que atrás de um grande homem está uma grande mulher; não diz ao lado, diz atrás.
Não me tomem por sexista. Não sou. Pode-se aplicar o mesmo ao contrário. O que interessa, para o caso, é que, na melhor das hipóteses, tem de haver quem aguente o barco e, na pior, se nos preocuparmos, realmente, com quem está atrás, nem assim a coisa se resolve.
É triste mas é apenas verdade.

Ok, não é uma questão completamente transversal e universal, poderá ser dito.
Sendo certo que é impossível contemplar uma imensidão potencialmente infinita de relacionamentos e pessoas, direi que, normalmente, uma pessoa será mais forte quando está com outra quando a outra é mais forte e oferece força...sendo que quem a oferece perde-a.
Em suma, tentando não ser uma besta mas acreditando que o serei, a relação mais próxima com esta coisa que descrevi é a do parasita e do hospedeiro. Na melhor das hipóteses, o hospedeiro sairá intacto mas na pior...

Eu sei que isto é pouco romântico;
Eu sei que isto é pouco bonito;
Eu sei que isto é cínico.
Mas será mentira?

Esta, como outras questões com este tipo de ligações, ocupam muito tempo da minha vida: Se eu sei estas coisas, deverei laborar em erro?
A resposta a esta questão ocupa-me mas não me chega sempre... em dúvida, costumo optar por cortar e recomeçar mas não o faço sempre. 
Acho que devia mas não o faço.

Enfim...tempo a mais, vontade a menos dá em deambulações deste estirpe, estirpe que não é das melhores.

DRAMA!!



Estou com isto em loop.
Não a procurei, encontrou-me.

Não é dia nem momento para ser encontrado por este tipo de melancolia (aprecio muito que não seja preciso um título para se perceber o que isto quer dizer ou o título ser um resultado directo do que se ouviu; de um lado ou do outro, coincide) mas nem tudo o que acontece é uma escolha apesar de ser uma escolha o que se faz com o acontecimento.

Ia dizer que não sou dado a dramas mas seria excessivo, acho que até sou. O que não sou é dado a manter-me no mesmo drama durante muito tempo.

Não é difícil entrar-se numa espiral descendente. Não é difícil olhar-se à volta e pensar-se foda-se...juntou-se tudo para me dar cabo da vida? e essa noção clara de que, como todos, posso ficar enredado num novelo de onde é difícil sair faz-me tentar evitar qualquer tipo de espiral e, à data, fui conseguindo sair de todas as que me apanharam e evitar que algumas me pusessem a mão.

O meu Sábado, não foi bom;
O meu Domingo foi uma continuação do Sábado;
A minha Segunda-Feira foi uma nova mocada no sentido de Sábado e Domingo;
A minha Terça-Feira está a nascer e não augura nada de bom.

Os problemas não são semelhantes mas têm, pelo menos, um ponto em comum: compreendo-os como injustos e isso irrita-me um bocado.
Os acontecimentos são desordenados e, por isso, não são propensos a serem justos ou injustos diz-me a minha racionalidade e acompanha o meu pensamento. Não é o que acontece que é injusto. O devir é o que é. 
O que, para mim, se torna injusto é o que, conscientemente, resulta do acontecimento. A posição que se toma ou que não se toma. O que se fez ou não se fez para evitar que acontecesse. O que se ignora e o que se reconhece; o que se ignora por vontade própria e não por desconhecimento.

Não sou um gajo que fale muito, por natureza. Quer por achar que é um desperdício de ar bombar palavras indistintamente quer porque não me parece que tenha muita coisa muito relevante para dizer.
Normalmente, não falo o estritamente necessário mas não me excedo por aí fora.

Sábado, até certa altura, falei o normal;
Domingo, falei o estritamente necessário;
Segunda-Feira, não disse, sequer, o que a normal conduta social prescreve;
Terça-Feira, essa acabou de começar e leva um caminho pior do que o dia que a precedeu.

...e porque não serei só eu a papar o loop

Monday, June 20, 2016

Tinha Poupado Muitas Linhas se Soubesse Dizer Só Assim...


Padrão Moral

Como em tantas outras coisa que no envolvem no dia-a-dia, há uma confusão entre ser/ter moral e aparentar ter moral; melhor, não ter moral mas um código de conduta moral; melhor ainda, ter um código de conduta moral ou seguir aquilo que é, aparentemente, entendido como uma conduta moral.

Há nesta ideia de moral própria e moral imposta uma contradição fundamental: o próprio não é colectivo. A conduta moral de uma sociedade está padronizada na legislação que produz enquanto a conduta moral individual está inscrita no ADN. Sendo que, como escrevi no primeiro parágrafo, nem todo o ADN o tem escrito.

Aparentemente - e de facto, em muitas coisas - a minha moral é amplamente duvidosa quando comparada com o que seria de esperar.
É-me indiferente quem trai comigo, desde que não seja eu a trair;
É-me indiferente que pensem que trato injustamente alguém quando entendo que é essa a maneira como devo tratar essa pessoa;
É-me indiferente que entendam que deveria ter uma linguagem mais cuidada e menos colorida (código para menos palavrões) quando é assim que escolho falar.

O meu padrão moral é outro e, muitas das vezes, circunstancial.
Não tenho talento para ser EU o traidor;
Não tenho talento para ser injusto com alguém só porque outros entendem que o devo ser;
Não tenho talento para fingir que o que quero dizer é poças quando o que quero, mesmo, dizer é caralho.

Isto faz de mim uma ave rara e, de vez em quando, fico sujeito (não fico mesmo...) a ouvir gente com uma moral muito mais maculada que a minha falar de comportamentos mais certos e mais errados; tenho de papar (não tenho mesmo...) considerações mirabolantes sobre o que deveria ser quando não é o que é.

Padronizando:
o tempo que alguma coisa demora a acontecer é o tempo em que demora a acontecer e não o tempo que deveria demorar a acontecer.
É-me irrelevante os dias que o calendário conta mas antes o que contam nos dias que o calendário vai acumulando.
Imaginem:
tenho 2 dias para fazer um trabalho que deveria demorar 5.
Ora, o trabalho não vai demorar 5 - por muito que queira e devesse demorar -, o trabalho vai durar 2. A realidade impôs-se ao ideal. A realidade mandou o padrão com a puta que pariu.

Mas não... 
Há gente que pensa que ainda que o trabalho tenha demorado, de facto, 2 dias o que aconteceu é que demorou 5.

Ah, eu faço o que a minha moral manda!
Às vezes, o melhor é comprar outra.


Friday, June 17, 2016

Perguntaram-me o que tens? e a coisa é um bocado parva... não tenho, realmente, nada; lembrei-me de uma cena, despoletada por outra, e pronto: cegueira.

Então,
não é que esteja a fazer-me difícil nem que queira ser misterioso nem nada disso. Estou a tentar que passe e verbalizar piora tudo no momento em que estou a ferver.
Quieto. Calado. A trabalhar pouco, para não fazer asneiras. A ouvir um podcast sobre MMA. A pensar em ir almoçar ao Sol, se o houver. A pensar que mal bata o meu minuto, vou pôr-me a monte.

Acho que há mais gente como eu mas a maioria gosta de contar coisas. Partilhar.
Partilhar quando estou fodido faz-me pensar, no mesmíssimo momento em que o estou a fazer, que devo fazer alguma coisa porque talk is cheap.
É melhor ficar calado. Assim, pode ser que passe e quando falar sobre o assunto já estarei apenas a falar e não a partilhar.

Acho que isto é amadurecer.
Amadurecer é uma seca. Útil mas uma seca.
Amadurecer não é sexy.

Thursday, June 16, 2016

Mandaram-me isto



No sentido em que ligo e desligo, é quase completamente verdade;
No sentido em que estou sempre desligado, é quase completamente mentira.

...mandaram a aludir que fosse a segunda.
Não, só não resultou, poderia ter dito. Mas para quê?

Wednesday, June 15, 2016

A Selecção

Antes de dizer o que tenho a dizer, deixem que comece com isto: não sofro com a Selecção Nacional.
Eu sei que será uma coisa mesquinha, pouco sofisticada e bairrista mas em futebol só sofro com o Porto. Quero que a Selecção ganhe mas é uma coisa distante e nada arrepiante.

Pronto.

Anda-se há dias a dizer que temos hipóteses de ganhar o Europeu, o que é estúpido. 
Haverá sempre um mentecapto ou outro que dirá tudo é possível (e é, incluindo uma desinteria generalizada em todos os adversários) e ah, a Dinamarca veio da praia para vencer o Europeu!!! (e foi, uma vez em não sei quantas décadas). A este mentecapto: és estúpido.
O pior é que esta ideia vem desde a cúpula e tem o condão de nos tratar como...estúpidos!

Primeiro: lamentavelmente, acho que se não ganhámos em 2004 não ganharemos mais no meu tempo de vida;
Segundo: não temos uma má Selecção mas teríamos de ter jogadores manifestamente melhores (como tivemos entre, vá, 1996 e 2004) para compensar a falta de pedigree (sim, é importante a mentalidade que se sobrepõe aos jogadores, como a mais ou menos reles Itália ensinou à soberba Bélgica);
Terceiro: a falta de pedigree está acompanhada ou é provinda de uma mentalidade que não é de vencedores, apesar do que quer que se diga da boca para fora.

Somos tratados como idiotas a este ponto:
quando questionado sobre a ausência de um ponta de lança, o Seleccionador disse que se um ponta de lança se mede pelos golos, temos o melhor do Mundo...pois...só que o CR precisa de um Benzema, Benzema que é...ponta de lança. Sozinho, naquela posição, o CR vale muito menos porque não é capaz do trabalho necessário, precisa de um gajo lá para lhe permitir fazer o seu jogo.
Não tem, em Portugal; em Portugal, não será o melhor avançado do Mundo.

Depois do choque de realidade de ontem, o problema não foi a hiperbolização do valor e do vencer. Não. O problema foi que a Islândia se meteu no buraco e que a Islândia fez anti-jogo e que a Islândia jogou com 11.
Reparem:
vencer o Europeu (coisa que nunca se viu), é perfeitamente alcançável;
vencer uma equipa que teve o seu primeiro jogo numa competição deste tipo, que é composta de mancos, que anunciou como ia jogar e que não o podia fazer de outra maneira...é imprevisível!

Uma palavra para o CR.
Não sou particularmente aficionado ao CR mas reconheço-lhe um sem número de virtudes...sendo que uma delas não é de líder.

O CR é, obviamente, o melhor jogador português e, ainda que menos obviamente, o melhor jogador português de sempre, na minha opinião.
É inevitável que com um jogador como ele na equipa, tudo na táctica ande à sua volta.
MAS
características de líder, nem uma.
Ontem, mais uma vez, como uma criança mimada, andava irritadinho e resmungão porque as coisas não corriam de feição.
Quando a intempérie aperta, o CR não é o homem do leme, o CR é a âncora.

Em seu benefício, há que dizer que deve ser fodido estar habituado a ser rodeado de craques e passar a confraternizar com, vá, pouca carne de primeira, alguma de segunda e outra de terceira.
Deve ser fodido mas é o que é...

Nem mentalidade.
Nem jogadores.
Nem capitão.
Eventualmente, nem treinador mas, neste caso, parece-me ser de somenos.

Tuesday, June 14, 2016

No anterior coloquei o Marcello Gonçalves a tocar.
Ora, sendo certo que nenhum dos dois é verdadeiramente famoso, o Yamandu Costa é manifestamente mais conhecido e mais reconhecido.
Não é esquisito que o seja mas eu prefiro o Marcello.

Não estou pronto para uma profunda análise técnica ao que qualquer um deles faz mas posso fazer uma superficial ou, talvez mais honesto, posso dizer o que acho da coisa.
Então,
o Yamandu parece (pelo menos parece) muito mais virtuoso (sinónimo de mais rápido, normalmente) que o Marcello e, como acontece muito frequentemente com quem é muito dotado em qualquer coisa, para mim exagera porque ainda não terá aprendido a segurar-se; com o Yamandu, a música em si perde-se entre os milhares de notas que ele consegue produzir;
o Marcello poderá ser menos virtuoso (não me parece, de todo, pior guitarrista) mas a melodia nunca fica perdida; a melodia é embelezada mas não desaparece como o elemento central daquilo que é uma música: a melodia.

Poder-se-á extrapolar daqui para muita coisa, desde o futebolista egoísta porque finta melhor que os outros mas, ainda assim, vê a sua equipa ser derrotada, até ao rato de ginásio que entende que o melhor de foder é o comprovar do seu óptimo cardio e a saliência dos próprios músculos.

Em relação à escrita, assunto ao qual sou particularmente sensível, às vezes a coisa é assim e outras é pior:
 - há gente que sabe muita e muita coisa; há gente que controla muitas e muitas palavras; há gente que tem muita e muita cultura mas não lhe é possível transportar isso até aos olhos dos outros porque provar é melhor que ser entendido (estes são o é assim);
 - há gente - esta, muitas das vezes, o antónimo do que escrevi anteriormente - que pensa que o melhor é não ser entendido porque não há densidade no que mais de 2 pessoas entendam; estes não têm a profundidade de quem sabe mas antes a ligeireza de quem quer parecer que sabe (coisa bem menos cansativa, de resto) - estes são o é pior.

Acabando mais ou menos onde comecei:
Marcello Gonçalves sobre Dino 7 Cordas:
Acho que a maior lição do Dino é que ele consegue a façanha de se destacar sem nunca invadir o espaço dos outros instrumentos ou do cantor. Ao contrário, ele os valoriza. Suas gravações são clássicas não só porque ele toca muito bem mas porque ele faz os outros tocarem e cantarem melhor.

A Minha Relação É Especial!

Nestes dias que se passaram, enquanto falava sobre a minha relação com a minha família ouvia o contraditório sobre a relação de outra pessoa com a sua família.
Talvez noutra altura diga qualquer coisa a respeito da minha parte mas ouvi da outra: a nossa relação é especial!.

Voltamos sempre um bocado ao mesmo...toda a gente se acha especial e particular e incomum, facto que me faz sempre pensar onde andam as pessoas comuns e, neste caso, onde andam as relações familiares comuns?
(na verdade, volto a ter vontade de carregar nas pessoas que são tão especiais que entendem relevantes todas as horas do seu dia e todas as actividade...olá FB, ódio de estimação, mas conter-me-ei).

Nas descrições das relações familiares, tenho ideia de ter ouvido duas apreciações:
A minha é uma merda;
A minha é especial.
Normal? Nenhuma.
É legítimo que eu ache que tenho a melhor Mãe do Mundo mas é menos legítimo acreditar cegamente nisso e, reparem, eu tento mesmo ver o que me rodeia e estou plenamente convicto que a minha é manifestamente melhor que a maioria. Jurar? Não posso.
...mas a verdade é que todos acham isso mesmo da sua.
Em alternativa, há quem ache que tem uma Mãe de merda e, as mais das vezes, essas pessoas não estão enganadas mas poderão estar ao considerá-la a pior da mesma maneira que quem pensa o seu contrário.
...mas a verdade, às vezes, é que essas Mães nem são assim tão más só que a quem dói, dói mesmo e é um assunto pouco dado a contenção.

Enfim: normal, não há.

Vou tentar particularizar com poucas hipóteses de ser bem sucedido ou, sequer, inteligível:
O que eu quero para os meus é que sejam capazes de fazer tudo sem o meu auxílio. 
A ideia de que não sou necessário não me deixa nem remotamente satisfeito mas entendo que o melhor é que não necessitem. Afinal de contas, às vezes não estou e haverá um dia em que mais do que não estar naquele momento deixarei de estar de forma alguma.

A ideia vigente, contudo, é que a relação é tão mais especial quanto mais umbilical (volto já a isto). A ideia vigente é que quanto mais input houver na vida uns dos outros mais próximos e mais cenas são.
Não. Não. 
Temos de ter consideração pelos outros mas não depender do que os outros pensam de questões que sejam completamente pessoais. 
Ouvir opiniões, sim. Decidir por quórum, não.
(e vamos voltar)
A ideia do umbilical nunca é boa.
É má porque reflecte dependência;
É má porque não reflecte o que se diz.

Quanto à segunda asserção, é, também ela, um clássico:
o pessoal quer parecer envolvido mas não estar envolvido.
Quer ser ouvido quando não chateia muito. Quer estar envolvido quando não é demasiado penoso.

Ninguém é normal, certo?
Errado. NORMAL é a NORMA.

Não dá para acabar uma cena destas sem Egocentrismo, certo?
Ok, é mais forte que eu.

Eu não sou o mais comum dos seres mas não me vejo como especial.
As minhas características e predicados não são, em si, incomuns mas o volume deles, é.
De qualquer forma, veja-me ou vejam-me como me virem, eu tenho muito de comum com todos os que me rodeiam...mesmo considerando que sou uma espécie mais esquisita.
Os meus braços são braços, ainda que possam ser maiores ou mais grosso;
Os meus olhos são olhos, ainda que sejam mais claros do que a maioria dos olhos.

Percebem?

...acho que só sou único porque não acho que seja único.

E vamos acabar com Arte (se me lembrar, o próximo post será sobre isto)

Tuesday, June 07, 2016

Já Há Muito Que Não Ouvia


...e desta já não me lembrava, o que é uma tristeza!

Monday, June 06, 2016

Porque me parece que não haverá dúvidas quanto ao facto de não ser um abraçador de árvores nem um activista pela paz no mundo e muito menos um idílico esperançoso da humanidade, sinto-me com alguma credibilidade para dizer o seguinte:

Com as devidas proporções, vivemos num Mundo demasiado materialista.
E quando digo com as devidas proporções quero dizer que há limites em que as necessidades ultrapassam as vontades; há um limite que impede apreciar mesmo aquilo que não pode ser contabilizado; há um limite que não permite que se viva com alguma tranquilidade aquilo que deveríamos viver.

Por estes dias, dei-me conta de  uma coisa e ouvi uma outra.

Enquanto estava a ver televisão (um documentário com o Chomsky, coisa que me deixa contente e quase feliz, apesar de me deixar, também, meio desiludido com o meu parco intelecto e cultura), Ela adormeceu e, mesmo a dormir, andou à minha procura, só para me pôr o braço em cima.
Não me agarrava nem me puxava nem acordava. Só andava à minha procura e sossegava quando me pousava uma mão ou um membro e cima.

Mais ou menos antes de dormir, ouvi K, não quero que morras antes de mim...
Não terá vindo do nada (nada vem do nada) mas não estávamos a falar sobre nada que, ainda que remotamente, tocasse semelhante tema.
Podem dizer que é mórbido - é um bocado - mas essa morbidez é ultrapassada por outras coisas.

Então,
queria acreditar que quem valoriza o que não deveria valorizar acima disto o faz por desconhecimento. Não sabe o que é. Nunca teve,
Infelizmente, não me parece ser o caso.

Estamos e somos demasiado preocupados com o IPhone.

Wednesday, June 01, 2016

Dando Mais Uma Razão Para Os Que Dizem Que Só Gosto de Música Triste,

E FUCK ALL Y´ALL!