Tuesday, May 31, 2016

...estava a pensa, o que nunca é bom sinal...

Hoje a coisa vai a acelerar.
Vou nuns 8 cafés (desisti de contar) e, felizmente, ainda não fumei 1 maço de cigarros.
Ah, o trabalho deve estar fodido!! poderão pensar e pensarão mal. Não está. Nunca está. É verdade que às vezes está mais agressivo mas não é um problema quase nunca, tenho tudo planeado para as eventualidades que rebentam o dia de trabalho de um gajo (Sim. O meu dia nunca está mais de 60 ou 65% completo para sobrar tempo para o imponderável).
Acresce que, facto que me orgulha, coisas externas não me deixam muito tenso. Raramente fico nervoso. Raramente estou stressado. Nunca entro em pânico.

O que parece uma completa ilha de felicidade, contudo, não é.

Tenho uma tese que se aplica mais ou menos a isto:
Todos criticam gente influenciável e elogia os que trilham o seu caminho (o porquê é uma outra história) mas há uma vantagem que nunca é contemplada.
As pessoas que são afectadas pelos outros são, também, passíveis de ser ajudadas...porque admitem a influência.
Não se confundam, não queria ser assim e irrita-me gente com espinha demasiado maleável mas factos são factos! Uma pessoa feia e influenciável ficará mais contente se alguém a achar bonita; uma pessoa indecisa e influenciável pode ser encaminhada para a decisão certa.

Os auto-suficientes, quando não estão contentes, fodem-se.

O que estava a contar, no início, liga-se a isto.
O ambiente externo, por muito adverso que seja, não me afecta por aí além (excluindo facadas e tiros e por aí). Sou calm, cool e collected com muita facilidade.
O ambiente interno, se for um bocado adverso, fode-me de uma maneira que, provavelmente, preferia levar uma facada ao de leve que não me atingisse o fígado.

E é isto que é, para mim, estar acelerado:
a coisa não está como devia.

Sim, em benefício da clareza e da transparência, sou um bocado dramático nestas circunstâncias. Nestes momentos, evito falar e estar com gente porque se me irritarem um bocadinho, melhor, se me parecer que me estão a irritar a coisa azeda.
Antigamente, quando queríamos dar tanga a pessoal que só estava bem a arranjar problemas dizíamos pera, pera! A minha mãe o quê?! o que era a desculpa para alguém apanhar. É parecido. Estou em fase de me dizerem boa tarde e responder ei! A minha mãe o quê?!

Eu sei o que quero fazer para resolver esta merda mas também sei que não devo ou acho que não devo.
Ah, incongruências que nos apoquentam a todos! Não és especial!
Não, não sou especial nestes conflitos mas já sou um bocado especial no quanto me afectam.

Tempo e Espaço

Há uns dias disseram-me que estava a precisar disto (ir uns dias para outro lado) e de me distanciar um bocado...fez-me tão bem... e isto é relativamente comum ouvir-se ou dar como conselho.
Quando estive numa fase péssima, disseram-me várias vezes e várias pessoas que deveria fazer isso: ir para sei lá onde por uns dias para espairecer.

Ouço tantas vezes este tipo de coisas que tendo a achar que deve funcionar e que deve ter bons resultados mas não me atrai nada.
Pode ser uma cena masoquista ou obsessiva ou uma conjugação de ambos mas é-me quase impossível desligar temporariamente. Consigo fazê-lo em definitivo mas não temporariamente.

Quando estive na tal fase, só a queria resolvida, fosse como fosse, e o mais rápido que conseguisse.
A ideia de ir para qualquer lado e fazer qualquer coisa para depois ter de voltar não me atraiu e ainda não me atrai. Detesto problemas e fingir que não existem, ainda que por pouco tempo, não me é possível porque enquanto estou a espairecer estou a pensar que vou reencontrá-los assim que o espairecimento termine.

Por exemplo:
tenho muitas vezes vontade de ir mas nunca penso em voltar, quando esta coisa me passa pela cabeça.
Não estou a ponderar ir experimentar, estou sempre a pensar em ir viver.

Por exemplo:
não gosto de sair e bater com a porta e evito-o com todas as forças.
Também ouço que as pessoas às vezes precisam de espaço e também acho que isso é verdade e também acho que sou uma pessoa...mas comigo não funciona...
Só bato a porta uma vez e pode dar-se o caso de me vir a arrepender mas o mal está feito. Não se volta ou não volto.
Sim, provavelmente às vezes estou a contragosto e, provavelmente, às vezes torno tudo pior naquele momento mas a alternativa é sempre pior.

Por exemplo:
há uns dias, um gajo pediu-me que fosse com ele encontrar-me com duas gajas.
Uma das gajas quer comer-me há bastante tempo e ele quer comer a outra, sendo que, por uma daquelas coincidências muito esquisitas, viemos a descobrir que moram juntas.
Lamentei muito mas recusei o favor que me foi pedido. E lamentei mesmo...mas o que se passa - e expliquei-lhe isto - é o seguinte: SE eu fosse ia dar a entender à gaja que quero o mesmo que ela, o que não é o caso por mais do que um motivo, e eu, no lugar dela, pensaria o mesmo.
Ora,
é certo que não iria abrir a porta, por iniciativa minha, mas se ela se atirasse de cabeça é improvável que eu conseguisse recusar porque, afinal, o que teria ido eu lá fazer?
Disse-me ele que ninguém te obriga a fazer nada! Finges-te desentendido ou dizes que não queres nada que só foste pela música...é. Como se fosse possível.
Eu só ando para a frente.

Aparentemente, isto terá ficado desregrado no que tange à temática mas é tudo um bocado a extensão da mesma coisa:
não protelo;
não finjo;
não fujo;
não fico quieto.

Nem sou capaz de dizer que isto são tudo coisas boas (não são, só para ficar claro) mas é o que é. 

Monday, May 30, 2016

Voltei a entrar numa discussão sobre a Natureza
A cena de que deveríamos seguir as Leis da Natureza e de que a decadência humana resultava do desrespeito pela cena selvagem.
...e que uma aldeia de pescadores no meio de África era composta de uma comunidade muito mais feliz do que nós, coisa que se retirava de um documentário.

Como já estava um bocado a voar:
Tu, estavas fodido e às cabeçadas a todas as paredes. Sem óculos ou lentes não vês um corno à tua frente. Queria ver como te orientavas na Natureza.
Tu e meia e a maioria dos gajos como tu estavam fodidos da vida. Este aqui é cinturão negro de cenas e eu sou muito mais forte que tu, com ou sem cinturões. Quando um de nós te aparecesse à porta para te sacar a mulher - quer ela quisesse quer não - e a comida, queria ver o que ias fazer, além de ficar quieto ou ser rebentado.
Tu, vai viver com eles e apanhar uma desinteria fodida ou uma malariazinha e logo vês a felicidade que tens! Eu sei que isso para eles é um problema menor, viveram sempre com isso mas e tu? Com a tua aspirina e o teu casaquinho Armani?! Ias adorar limpar o cu a uma folha!

(são 3 parágrafos diferentes para 3 gajos diferentes)

Adoro esta merda de voltar ao estado natural.
Estes camelos que andam à volta de fogueiras a cantar e a brincar com o diablo não percebem que a Natureza é muito mais cruel do que querida.
Ok, admito que quando digo cruel poderia dizer justa mas para nós, gente de primeiro mundo (ou aparentado) é uma e a mesma coisa.

Na selva, a gazela manca fode-se mas ninguém acha que vai ser a gazela manca até levar um pontapé na perna.

...e nem estava muito azedo mas apanharam-me em modo confrontacional.
...não acharam fixe mas é assim a Natureza, não se retira só o que se quer, retira-se o que aparece.

2 Much Of A Good Thing


Saturday, May 28, 2016

A Felicidade

Desde miúdo que a minha esperança na Felicidade é muito reduzida. Como levo as palavras a sério, a Felicidade é um bocado como o conceito de Pai Natal: existe na imaginação e enquanto existe é top.
Remetendo-me, para já, ao período de criança (direi até, praí, aos 18/19?!), a ilusão foi-me sendo retirada por causa daquilo a que fui sendo exposto.

A minha infância não foi, de forma alguma, má nem triste nem de memórias dolorosas, em geral, mas foi muito real. Pouco me foi sendo escondido e menos ainda me foi possível esconder depois de ter sido aberta a porta; é daquelas coisas: depois de visto o Sol não dá para fingir que não se viu.
Então,
a natureza humana e a própria da Natureza em si não constitui surpresa com o passar dos anos. Aliás, voltando ao Pai Natal, não estou certo de alguma vez ter acreditado nele porque não estou certo de que alguma vez mo foi vendido.

Enfim, somando as parcelas o resultado parece-me ser que é pueril acreditar-se na Felicidade.

Na idade adulta, é mais esquisito acreditar-se em Felicidade...
O passar do tempo foi confirmando e aprofundando o que acho ser a natureza dos outros e a minha e, por isso, um estado perene de satisfação é uma esperança irreal ou, pelo menos, o primeiro e mais violento sintoma de uma profunda estupidez.

Ouço os mentecaptos dos programas de televisão do coração e os analfabetos que escrevem livros parvos apoiar a busca do que nos faz feliz; encontrar a felicidade.
Podiam chamar-lhe Moby Dick, certo?
Podiam dizer que querem criar uma infinidade de Ahabs, certo?

Pois bem, por mim, quero ser Feliz de vez em quando e, felizmente, vai acontecendo. Vejo o vislumbre por uns momentos e isso mais do ser suficiente, é real.
Fui feliz na Lapa; Fui feliz em Mundaú; Fui feliz quando comprei um CD dos Led Zeppelin; Fui feliz quando venci o Campeonato Nacional; Fui feliz quando estive sentado à chuva às 8 da manhã.

Habituei-me e não me importo. Não ser Feliz não me chateia.
Aquilo a que não me habituo é à tristeza (reparem, não usei o termo Infeliz porque me sugere o mesmo de Felicidade, a inexistência de um tal estado). Estar triste, além de me fazer sentir que toda a minha testosterona se evaporou, leva a que me pergunte mas porquê e para quê?!, pergunta a que nunca encontrei resposta.
Como pouco em mim é comedido, quando estou triste não há gente alegre à minha volta. É um buraco negro que suga toda a energia que encontra.

O que me entristece, corto.
Não compensa.

Não posso esquecer o que vivi. Não posso ser mais estúpido do que o que sou. Não posso ser mais ignorante do que o que sou.
Não consigo acreditar em Felicidade mas posso controlar a tristeza.
I´m fine. I´m just not happy é o meu objectivo.

Relacionado, temos isto,

O George Costanza, num dos episódios do Seinfeld, decidiu pôr em prática a seguinte medida: quando as coisas estavam a correr bem, ia-se embora.
Por exemplo: numa reunião de trabalho, tinha uma boa ideia, toda a gente apreciava e ele saia nesse mesmo momento; quando estava com os amigos, mandava uma piada e ela funcionava...e ele saia nesse mesmo momento.
Quando explicou, todos o acharam parvo mas, passados uns momentos, perceberam que, de facto, aquilo funcionava. Ficavam sempre com uma boa impressão na memória.

Sim, é caricatural mas como em todas as caricaturas parte de uma parte que existe e, depois, exagera-se.

Por natureza, faço mais ou menos isto mas, ao contrário do George, não o faço para que fique uma boa impressão e uma boa memória mas antes porque me chateia a deterioração.
Não se enganem: eu gosto que as recordações que têm de mim sejam boas mas é muito mais importante não deixar azedar o que foi, a dado momento, óptimo, como acontece com uma enorme frequência. É como o leite...

É raro deixar que algo dure demasiado tempo (e demasiado tempo vamos dizer que é uma semana...sendo que uma semana pode, e muitas vezes é, demasiado tempo). 
Gosto de quando é bom e a, por experiência, o bom - como o entendo - muito menos do que perene, é de curta duração, como as cerejeiras em flor.

Ora, porque ainda sou humano, algo que ando há muito a tentar ultrapassar, houve vezes em que achei que valia a pena ficar e quando acho uma coisa destas é porque algo de realmente especial está a acontecer. Assumo o risco e espero que o resultado seja diferente, coisa que, à data, ainda não foi mas não tenho qualquer sentimento de pesar por isso. Não acho que não devia ter feito o que fiz.
Nestes casos, contudo, no momento em que comecei a sentir a deterioração que me pareceu ser apenas crescente, dei-lhe um fim ou deram-lhe um fim por mim ou provoquei o seu fim ou qualquer outra merda, interessa pouco.

Nas coisas que duraram acho que não saí em alta mas tenho a certeza que não deixei que fossem até ao fundo do poço.
Poderão dizer ah, mas tens a certeza que não iria até ao fundo do poço?! e a resposta é clara, óbvia e honesta: Não!
Poderia ter tomado um rumo contrário? É possível.
Poderia ter retomado o que tinha acontecido? Poderia.
Depois da tempestade vem a bonança? É. Digam isso ao pessoal de Nova Orleães...

Esta semana, disseram-me que o marido de uma gaja (não conheço nenhum dos dois) lhe tinha pedido o divórcio e que tal tinha sido uma surpresa.
Pá...não. Não pode. Ela podia não ter querido ou conseguido ver e, por isso, ser uma surpresa. Ser uma SURPRESA mesmo? Não.

Há dois dias, estava a falar com dois gajos e um deles falou muitas vezes da ex dele de há uns 10 anos.
Depois, falou-me de um casal qualquer que se tinha separado e passados 10 anos (acho que o hiato temporal foi este) se tinham reencontrado e a coisa tinha funcionado.
Disse-lhe que conhecia um caso desses. UM CASO. Quando só se conhece um caso no meio de tanta gente, estamos a falar de erro estatístico.
Ele contrapôs e eu respondi-lhe o que já muitas vezes por aqui escrevi e usei-me como exemplo:
Pá...as pessoas esquecem-se do motivo pelo qual as cosias correram mal. Não é por mal...esquecem-se! A L sempre que me fala diz que eu sou o maio sonho de consumo do Mundo. Gajo como eu, não se encontra. Pois...não se encontra...mas perdeu-se e perdeu-se bem. Há um motivo para as coisas terem corrido mal!

São estes buracos que me deixam petrificado. Melhor: é pensar que entro num destes buracos que me assusta e eu não tenho medo de quase nada.

....e para acabar porque espera-me cerveja

Muitas vezes é-me difícil perceber se me chateia perder pessoas ou se me chateia, apenas, perder.
Estive a pensar nisso por estes dias, uma daquelas dúvidas existenciais que parecem aparentemente parvas mas que se deslindadas têm uma enorme repercussão na vida de um gajo.

A minha personalidade é dominante, egoísta e controladora.
Quando se me conhece mais ou menos bem a parte do egoísmo é difícil de assimilar.
À primeira vista, o meu egoísmo é evidente porque, em geral, não me interessa gente que não conheço ou gente que conheço mal. Não é que lhes queira mal, não quero, mas não faço qualquer esforço para acomodar o que me poderá causar o mínimo dos transtornos.
Depois, se as pessoas que não conheço passarem a ser entendidas como amigas sou capaz de muito mais coisas do que o normal e, nesta altura, é muito difícil entender-me como egoísta.

O que acontece é o seguinte: tudo tem custos.
Não sou problemático nem tenho muitas necessidades que os outros possam suprir. Durante a esmagadora maioria do tempo, não represento qualquer peso para ninguém.
Infelizmente, apesar de não ser problemático, tenho problemas de vez em quando e quando tenho problemas, não se me pode dizer que não sem que eu entenda perfeitamente o porquê.

Ah, não podes ser assim e a isso respondo com a única coisa realmente útil que aprendo no curso que tirei: Tanto posso que sou.

Voltando:
por causa disto e de outras coisas, é-me difícil, à primeira vista e sem preparação, entender se o que me chateia é perder a pessoa ou, apenas, perder.

Não quero que me chateie só perder mas, às vezes, suponho ser esse o caso.
....e também por isso, tento sair on a high note.

...e por falar em note mas acrescentando-lhe um t mais:

Friday, May 27, 2016

Muito Divertido. Um Exemplo de Choque de Realidade.



Tuesday, May 24, 2016

Coragem?

Já muito se disse e escreveu a respeito mas este assunto, como outros, está dependente da perspectiva e do que se entende como sendo mais ou menos relevante.
A minha perspectiva, em geral sobre as nuances, pode ser explicada por um episódio do House: uma gaja apareceu doente e tinha uma memória prodigiosa, então todos acharam que possuía uma coisa muito rara chamada memória eidética...deu-se não ser esse o caso. O que ela sofria era de um caso extremo de TOC.

Percebem?
Ela lembrava-se de tudo, como quem tem memória eidética, mas a enfermidade era outra.

Há uns tempos soube que alguém que conheço quer ser mãe. Essa mesma pessoa sofre de uma doença degenerativa incurável. Uma doença que, graças aos avanços da medicina, pode ser controlada mas não resolvida; pode-se viver melhor durante mais tempo mas não tanto tempo como as pessoas que não sofrem do mesmo e muito menos da mesma maneira.

É, para mim, de uma coragem assinalável alguém com uma espada sobre a cabeça decidir procriar quando sabe que não verá - ao que tudo indica - a sua cria atingir a idade adulta.

Poderão dizer-me ah, mas temos todos uma sentença de morte e ela pode muito bem enterrar-te! e a este argumento, válido e real, respondo assim: Deixem de ser estúpidos!
É verdade que ela pode enterrar-me mas a probabilidade de isso acontecer é baixa;
É verdade que ela pode estar mentalmente saudável muito mais tempo do que eu mas a probabilidade é baixa.
Quem acha que isto é irrelevante: Deixe de ser estúpido!
....até porque, para mim, quem começa alguma coisa com a ideia - e as circunstâncias que apoiem essa ideia - sabendo que vai acabar mal é ou corajoso ou parvo.

No caso dela, acho que é coragem. Uma coragem que me escaparia, seguramente.

Aparentemente, sou um gajo corajoso.
Não vacilo e sigo em frente, independentemente de quase tudo.
Isto vê-se e existe mas não resulta da falta de medo, resulta apesar dele.
Eu sinto medo, como a maioria das pessoas que não é demente, mas contrariamente a muitas delas (em muitas circunstâncias, nunca todas) irrita-me ter medo, pelo que tendo a enfrentar e ir para o derrube da coisa.
É uma pequena diferença psicológica mas não é indiferente.

Por exemplo:
Sou capaz de não ligar a um gajo que me insulte no trânsito ou que seja parvo num bar qualquer, se não estiver num dia mau;
Não sou capaz de não ligar a dois gajos que me insultem no trânsito ou que sejam parvos num bar qualquer, em quase todas as circunstâncias.

No primeiro caso, não sinto nada. Normalmente, um gajo é insuficiente para me fazer sentir ameaçado;
No segundo caso, sinto que a coisa pode azedar. Dois gajos, em princípio, são suficientes para me fazer sentir ameaçado.
Não gosto de sentir medo nem gosto de me sentir ameaçado. Tendo a reagir mal.

Voltando:
caso a doença da minha amiga me apoquentasse, é improvável que pensasse em procriar e, para ser completamente honesto, é improvável que pensasse, sequer, em ter uma qualquer relação duradoura (eu sei, eu sei...não sofro de nenhuma maleita assim e também não tenho muito sucesso em relações duradouras ou em pensar em entrar nelas...mas é por outros motivos).
Pensar, no começo, que vai ter um fim definido e inevitável faz-me ter vontade de nem sequer começar, é sempre assim. Foi sempre assim.

Ela é corajosa e é corajosa numa área que me escapa.

Monday, May 23, 2016

Do Fundo do Baú...

...e na sequência de, aparentemente, ser uma das muitas músicas que só drogados apreciam e criam, sendo que eu não sou drogado.
(não sei se é uma coisa boa ou má)

Friday, May 20, 2016

Little Bitch Winning

(no caso, a Little Bitch sou eu e o pensamento que me ocorreu e que verterei, a custo, a seguir parece-me Winning)

A minha visão de como a vida é ou devia ser é, aparentemente contraditória mas, para mim, faz sentido.
Na verdade, no mesmo sentido de que não existe nada se o seu oposto também não existir, no mesmo sentido de que o contrário dá sentido à existência, não haver contradições e não nos debatermos com elas significará que estaremos a fazer alguma coisa de errado.

....

O Trabalho é, para mim, fundamental.
É verdade que não trabalho mais por mais dinheiro (é uma característica que, infelizmente, me escapa) mas gosto de ser bem sucedido no que faço e, especialmente, gosto de ganhar.
A importância não é apenas a de pão para a boca mas também para o espírito. O trabalho ocupa-me e o meu eu desocupado não traz nada de bom.

Já me perguntaram muitas vezes se não deveria desviar parte do empenho profissional para o pessoal, ou seja, se não devia dedicar parte do que despendo a laborar a procurar o que todos queremos: alguém, uma família e que tais (reparem, escrevi TODOS e acho mesmo que somos TODOS, excluindo gente demasiado traumatizada pelo passado ou com outro tipo de problemas. TODOS somos gregários).
A minha resposta de então mantém-se: tenho algum controlo sobre o meu trabalho mas controlo nenhum no que tange a conhecer alguém que me interesse. A primeira tem alguma ordem, a segunda é completamente aleatória.

Dito isto, depois de acontecer o aleatório a coisa muda de figura.
Não deixo de me importar com o Trabalho nem deixo de querer ganhar sempre mas a perspectiva é alterada.

O Trabalho e o Dinheiro e as Coisas são fungíveis, é isso que têm de bom. Um Trabalho pode ser substituído por outro; Uma nota pode ser substituída por outra; Uma coisa pode ser substituída por outra.
Já Uma Pessoa (ou A Pessoa, se isso existir realmente), tem características diferentes e bem mais únicas.
Por exemplo:
já repeti por aqui que não consigo dormir acompanhado, em geral. Não penso nisso. Não quero isso. Mas é o que acontece...
Se encontrar alguém com quem consiga dormir, isso não é fungível ou, pelo menos, não é fungível com a mesma facilidade que o trabalho, o dinheiro e as coisas. Eu não vou partir de uma para a outra e dormir da mesma maneira.
Conseguir dormir, para mim, não tem preço e quase tudo o resto tem.

Percebem?
Faz-me confusão gente que se dedica mais ao Trabalho do que a outra pessoa (novamente; desde que seja aquilo a que se chama A Pessoa).
Excluindo estados de necessidade que infelizmente existem em que a escolha não existe, não percebo...
É natural que alguém que ganha o suficiente para comer ou nem isso tenha de dedicar muito mais esforço a conseguir dinheiro mas já não acho nem parecido quem quer trocar de carro.

Há mais cenas a dizer a respeito e há mais situações semelhantes que parecem uma contradição nos termos mas que não sinto assim mas por agora...chega.
Little Bitch, out e com esperança de só regressar daqui a muito tempo...


Thursday, May 19, 2016

Conseguir encontrar o ponto de ruptura é uma arte muito difícil.
Lembra-me sempre a cena do pico de (esqueci-me do nome dado ao ponto do pico de produção de petróleo) em que só se consegue vê-lo depois de ter passado; lembra-me, também, que só depois de se começar a ter menos se percebe que já se teve tudo que se conseguia, apesar de se andar à procura de mais.

Sabem a labreguice do o melhor ainda está para vir ou melhores dias virão?
Isto é muito estúpido porque, se calhar, os melhor já veio e foi e os melhores dias já partiram...agora, encarar isso é, primeiro, chato e, depois, triste porque só quando estivermos para quinar - contando que ainda temos os berlindes todos a funcionar - conseguimos saber esse tipo de coisas.

Voltando à ruptura:
Tenho muito apreço pelas pessoas que conseguem vê-lo, que percebem quando chegou o momento de parar de pressionar porque a partir daí será contraproducente.
O problema é que, ao não ser uma ciência e muito menos ao não ser exacto, vai-se partir uns quantos pelo caminho mas desde que se acerte na maioria, para mim vale!

Nada é mais propenso a dar sono do que pessoas que respeitam os limites e que não tomam o não consigo mais como garantido. Consegue-se sempre mais mas, é verdade, de vez em quando é demais.

Outra coisa que me lembra este raciocínio é a minha capacidade de virar whiskey.
Sou capaz de rebentar muitos sem que nada de particularmente especial aconteça, no próprio e no dia seguinte, mas, às vezes, mando mais um do que o que devia e vai tudo com o caralho. 
Ah, não foi só um que deu cabo de ti! e não é mesmo. Depois desse eu continuo mas foi aquele que me faz quebrar.

...queria tanto passar a aceitar as limitações próprias e alheias mas, para mal dos meus pecados - e são muitos e felizes! - é improvável que vá acontecer.
Não gosto de nada anorético e muito menos de vitórias! Nem as derrotas quero em pequenino.

The path I walk lights up in flames!
As ideias de regeneração e evolução e por aí fora são óptimas mas constituem algo mais parecido com fé do que com realidade.
É a estória do escorpião que pica o seu transporte de margem a margem, o que resultará em morte certa, e ouve eh pá, por que me picaste?! Agora vamos foder-nos os dois... e responde pois, é a minha natureza...

É possível que o escorpião, como muitos de nós, tenha acreditado que não iria picar até ter chegado a meio do caminho mas, depois...
O meu amigo zen que antes era um troglodita, só precisa de um empurrãozinho para regressar aos tempos de punhos levantados. Ele não mente quando diz que mudou, é obviamente visível, mas, como parece acontecer com todos nós, é uma mudança que não suporta a espessura da epiderme.
A minha amiga que quer muito ser mãe e dar sentido à vida depois não tem tempo para conhecer gente e ainda menos paciência para o fazer.

O que é chato em toda esta merda não é tanto a incapacidade de se metamorfosear mas antes o trabalho que se tem para, em última análise, falhar.
É muito chato...

Poderão pensar ah, cool que sabes isso e até tens provas. Vais poupar imenso tempo e esforço. Vais-te aceitar como és e seguir em frente!
Sim, assim seria se a minha inteligência fosse o que muitas vezes parece.
Apesar de me considerar pouco comum em muitos aspectos, tanto para o bem como para o mal, há outros em que sou tão igual a todos que chega a irritar. 

Sinto-me muito bem na minha pele, não se enganem, mas não sinto que deva parar de tentar alterar aquilo que entendo dever ser mudado. E depois, há aquela coisa ainda mais chata do que trabalhar para alguma coisa e falhar que é estar-se determinado a ser isto ou aquilo independentemente do esforço empreendido.

Não me dou bem com limitações. Muito menos com as minhas!

Yeah...


Wednesday, May 18, 2016

Problemas de Recrutamento

Quando ia a entrevistas de emprego - coisa que conto voltar a fazer - tinha sempre de contar em ter sorte com quem me iria entrevistar.
É possível que possam pensar toda a gente tem mas contrariamente à maioria das pessoas, mesmo em condições de inferioridade, como é o caso de ser um entrevistado, não me é fácil colocar a máscara do tipo dócil e corporate que não sou.

Eu sei, Eu sei. É apreciado o espírito crítico e a capacidade de decisão, coisa que tenho para dar e vender mas a realidade é que ainda que apreciado, em tese, não o é tanto assim na prática.

Vivemos num mundo de lambedores de rabos.
Este mundo é assim, na minha opinião e em maior grau, porque ninguém quer fazer nenhum e ninguém tem vontade de arriscar em nome próprio porque isso pode implicar ser responsável pelo que decide.

...e voltamos ao anterior...

A impressão que me dá é que o discurso daquilo que se procura em colaboradores não é falso mas sofre uma forte curva a dada altura.
Suponho que, espero, inconscientemente, quem contrata e quem manda prefere ver os seu ego afagado por um ou uma pessoa que seja dócil e aprecie a cor da gravata ou a posição de mercado claramente líder da empresa ou o muito que se ouve falar disto aqui quando nada é verdade.

Depois, quando se coloca uma faca na mão de um cordeiro não se percebe o porquê de ele não a espetar;
Depois, quando a inércia impregna toda a máquina não se percebe como tal acontece;
Depois, quando olhamos para cima e só vemos gente a tremer nas botas não percebemos como é possível uma tal incapacidade de dizer sim ou não.

Quando era eu a fazer entrevistas, num determinado lugar, perguntava sempre aos candidatos o que tinham achado do site da coisa.
A resposta, invariavelmente, era que tinham gostado muito.
O único problema era que não havia site da coisa...

Pensam que cortei todos os que me mentiram?
Não...não fiz isso porque não teria contratado ninguém.
Por que continuei a fazer isso, então?
Dava para me rir.

Tuesday, May 17, 2016

Hipocrisias De Que Não se Pode Falar...

Ciclicamente, o politicamente correcto vai mudando.
Temos de passar a dizer negro em vez de preto (sendo que não percebo como alguém possa ser negro) ou fisicamente desafiado em vez de deficiente ou, esta eu adoro!, invisual e não cego ou peito e não mamas (o termos médico).

Há uns dias, escrevi por cá que é difícil uma mulher manter um relacionamento com um homem manifestamente mais novo. Melhor. É difícil ultrapassar uma diferença etário significativa para qualquer um dos sexos mas parece-me pior para mulheres.
Vi, depois, naqueles programas do social e num ou noutra revista apreciações sobre o que tenha ocorrido.
Ultrapassando o facto de ser ridículo comentar a vida dos outros (mais ou menos como estou a fazer agora), mais ridículo é que a diferença de idades não tenha sido aventada como um dos eventuais problemas...

Raparem: tudo pode acontecer em qualquer idade e com qualquer pessoa mas ignorar o elefante, é estúpido.
E porquê? Porque não se pode.
Vêm logo as feministas dizer que é discriminação...

...e por falar nisto:
Uma reconhecida intelectual e feminista de primeira linha, decidiu fazer uns tratamentos estéticos porque está a chegar a altura da praia...

Novamente: nada contra as pessoas fazerem o que quiserem, incluindo tratamentos estéticos - não é altura para falar de problemas que ultrapassam a estreiteza da pele, o que me chateia é que as mesmas  pessoas que se dão ao luxo de dar lições quanto a comportamento supérfluo vão, depois, fazer tratamentos invasivos para ter uma barriga mais tonificada.

Estou a mais por cá, não é?

Monday, May 16, 2016


...um bocado de Veneno.

Não é uma surpresa nem sequer uma novidade mas quando me toca mais próximo da pele e sinto que não devo responder como quero e devo, a coisa fode-me um bocado.

Ouvi, há uns minutos, qualquer coisa como pá, não se pode fazer mais nada! e pura e simplesmente não é verdade. Há muito que se pode fazer ou, para tentar ser menos absoluto por temer exagerar, há mais que se possa fazer.
Assunto antigo: a frase não posso fazer mais nada, na boca da larga maioria das pessoas com quem nos cruzamos na rua, deveria ser completada com que não me cause real transtorno.
Juntando tudo: não posso fazer mais nada que não me cause real transtorno.

Há duas dimensões para esta incapacidade de se dizer o que de facto acontece e não o que se imagina ou se pensa que os outros comerão.
Ou o outro não merece o sacrifício;
Ou nós não conseguimos sacrificar-nos.

Sou completamente favorável a fazer apenas o que os outros merecem que sejam feito por eles.
O esforço que emprego está directamente relacionado com o merecimento e, infelizmente, como tenho pouco talento para fazer mais ou menos tendo a ser gajo para fazer tudo ou nada...mas digo isso mesmo.
Se o outro merecer, não tenho muitos limites quanto ao que consigo fazer e farei.

Ora,
enganarem-me ou acharem que me enganam fode-me a cabeça...
É muito visível que sou difícil de enganar e é, também, visível que sou mais esperto do que muitos dos que falam comigo...então porquê?

Bem...porque a estupidez não tem limites e porque muita gente tem espelhos como o das Casas dos Espelhos das feiras de divertimentos. Distorcidos e irreais.

Não convém que se venham queixar de comportamentos que também praticam com mais violência, ainda;
Não convém que me venham falar de sacrifícios que não o são mas apenas se enquadram num mundo egoísta e idiota.

Puta que pariu esta merda.
Ficar calado está a acabar comigo...

Friday, May 13, 2016

Só Parece que me Esqueci ou que Ultrapassei.

Não aconteceu:

Wednesday, May 11, 2016

Very Cool!


Quem Come a Carne que Roa o Osso

Gosto deste ditado mas pouca atenção lhe costumo prestar. Na verdade, nem me lembro dela muitas vezes mas pratico-a com convicção fundamentalista.

Quando sou exposto a comedores de carne isto vem-me directamente à cabeça.
Ontem, foi precisamente isso que aconteceu.
Não foi a primeira vez e nem sequer foi inesperado mas, infelizmente, estou mais ou menos vedado de fazer o que costumo: pôr-me a monte em direcção ao pôr do sol. E isso não me cai bem no estômago.

Mais do que comedor de carne, fui exposto - uma outra vez - à completa falta de noção do que se diz e a quem se diz. Uma outra vez, não pude fazer o que costumo: dar duas bordoadas de realidade e satisfazer a minha necessidade de lançar luz na escuridão.

Este tipo de coisas e o ditado empurram-me para uma realidade que é o que é. Não a apoio nem gosto particularmente dela mas tenho pouca paciência para contrariar cursos de águas e tenho pouco de salmão em mim.

I
Esperar coisas de pessoas é um erro.
É verdade que nem toda a gente te vai desapontar mas é mais verdade ainda que muita gente o vai fazer.
Não culpo ninguém por isso. Da mesma maneira que não culpo as nuvens por descarregar água. Esperar coisa diferente é parvo.

A humanidade é egoísta e isso tem pouco de estranho, o egoísmo ajuda na tarefa de sobreviver.

II
Tendo a ouvir conselhos mas não a segui-los nos termos em que se entende por seguir.
Aprendi a ouvir - de pouca gente mas, ainda assim, aprendi - mas, depois, é apenas informação recolhida para tomar uma decisão que apenas a mim pertence.

Não quero com isto dizer que não atribuo mérito a quem ajuda mas atribuo o mesmo a quem apenas tenta, mesmo sem conseguir.
Parece esquisito?

Bem...a minha natureza é individualista, tanto por educação como por formação, pelo que a minha tendência natural é querer ganhar e perder sozinho. 
Não negarei esta vontade mas há, no fundo e mesmo sem querer, um elemento racional e que não se prende com egoísmo ou soberba ou outro tipo de maleita (ou defeito ou feitio):

Quem paga pelo que decide é sempre, mas sempre, o próprio.
Interessa o que se é influenciado? Não.
Este tipo de coisa apenas serve para alijar culpas ou distribuir responsabilidades mas quem sem fode, no fundo, é sempre o próprio.

Ora, se sou eu quem se fode sou eu quem trilha o caminho para esse destino.
Responsável, eu. Sempre eu.
Ser vítima nunca foi um fato que me servisse e não gosto dele.

Tuesday, May 10, 2016

E Ainda Assim Não Foi do Nada!

Por causa do que contei, há uns dias, do gostar de alguém 60% em troca de 100% e que nada acontece do nada, apesar de poder parecer, há algum tempo que não posso considerar, ainda, muito, liguei a perguntar:
Tá tudo bem?! Passa-se alguma coisa? (liguei por terem sido quebrados hábitos de forma abrupta)
- K. Tu não tens interesse nenhum em mim. Ando aqui feita parva e, obviamente, tu não queres nada. Andamos nisto há não sei quanto tempo e Deus que nos livre, sequer, de dizer que temos alguma coisa que tu ainda tinhas um colapso!!!
Do meu lado da linha, além de silêncio, ouviu-se Ok. Se é o que achas, nada a dizer.

Poderia contrapor e recuperar a coisa, não seria difícil. 
Duas coisas obstaram a isso:
1. Não preciso de muito mais do que dizerem que não querem para aceitar como adquirido, seja de que forma e em que tom for;
2. Ela não estava completamente enganada...mas estava um bocado enganada.

Não era verdade que eu não queria nada;
Não era verdade que andava a fazer figura de parva;
Não era verdade que eu teria colapsado com a menção a temos alguma coisa mas não seria, provavelmente, muito aberto a isso.

Visto de fora, é possível que ela passasse por parva mas visto com os olhos de quem me conhece um bocado isso não estava a acontecer. Se eu não quisesse lá estar, teria ido embora.

O problema foram, de facto, os 60%.
Eu gostava dela mas, entretanto, confundi-me ou quis confundir-me; eu não gostava dela assim!
Muitas das pessoas que vejo juntas têm o mesmo que eu tinha com ela ou, para ser honesto, acho que têm menos.
Ela gostava mesmo de mim e nós éramos muito compatíveis em tudo menos naquilo que distingue a amizade de coisa maior. E não estou a falar de sexo, isso não é de somenos mas não é inultrapassável porque, se fosse, ainda seria quase virgem.

O que acontece é que quando estava cansado, dizia que estava cansado e ficava em casa;
O que acontece é que quando estava de mau humor, dizia que estava de mau humor e desaparecia o tempo que o mau humor durava;
O que acontece é que não precisava que me avisasse que tinha chegado, inteira, a um lugar qualquer.
Nenhuma destas coisas acontece quando é uma coisa maior que a amizade. 
Nunca suficientemente cansado;
Nunca suficientemente de mau humor;
Nunca descansado.

...bem, não foi do nada mas foi abrupto porque até nisso somos parecidos.

Ah, K, és óptimo! É disso que se quer!!
Não estou certo disso.
É óptimo quando é óptimo mas, quando não é, tende a ser um bom bocado mais do que desagradável.

...


Monday, May 09, 2016

O Boi e a Boiada

Há anos atrás, uma cliente disse-me: eu dou um boi para não entrar numa briga mas depois dou uma boiada para não sair.
Na altura em que isto me foi dito, daria dois boiadas: uma para entrar e uma para não sair. 

Na minha cabeça, eu tinha o comportamento que ela descreveu mas a realidade, vim a descobrir depois, era diferente.
É verdade que nunca fui de provocar abertamente mas era-me fácil picar um bocadinho para me reponderem e, depois, tinha o que queria: Guerra! O meu instinto é belicoso desde sempre e isso não mudou muito mas, neste momento, poderei utilizar a expressão que ela usou com alguma propriedade ainda que dar um boi talvez ainda seja excessivo...sou capaz de dar meio, talvez.

A minha consciência fica apaziguada mas o facto de ainda dar uma boiada para não sair nem sempre traz coisas boas...

Durante a II GGM, o Roosevelt disse que só aceitaria a rendição incondicional, algo que fez com a Guerra durasse muito mais tempo porque ao não dar hipótese de negociação não deu hipótese a que houvesse vantagem em capitular mais cedo do que mais tarde.
Foi um erro que o próprio reconheceu e uma boiada que saiu cara.

O meu exemplo é, obviamente, muito menos relevante e muitíssimo menos gravoso para o que quer que seja mas o âmago não é particularmente diferente e é revelado em coisas pequenas que à primeira vista revelam coisa nenhuma.
Já por aqui disse que não tenho interesse em ter um corpo definido nem em conseguir correr 3 horas seguidas; o que me interessa é massa, poder e conseguir fazer 100 metros (se tanto) muito depressa.

Definição muscular e resistência cardiovascular podem trazer uma vitória a longo curso e, até, mais vitórias porque se dura mais do que a oposição mas isso não me diz nada. Quero KO e quero KO depressa! Não estou interessado em ganhar por pontos, estou interessado em deixar gente estendida.
Esta mentalidade não se resume a questões físicas, quero este tipo de vitórias sempre e em todas as circunstâncias. Acaba-se o que se começa e só se pára com a destruição do adversário.

O problema é que isto não se aplica apenas a inimigos ou a quem não se gosta. Aplica-se a tudo e a todos.
É-me difícil deixar que alguém salve a face. É-me difícil deixar como está mesmo com o objectivo cumprido.
Vitória total. Reconhecimento total. 
...e isto não é bom...isto acarreta a possibilidade de um sentimento de humilhação que deixa marcas. E a verdade é que não é a humilhação que eu procuro, nem me lembro dela, as mais das vezes. Só vejo meta, nada mais. É raro conseguir, quando em actividade, ver efeitos que me são fáceis identificar, agora.

Um gajo tenta sempre ser uma obra em construção e apta a melhorias mas nem sempre isso é possível.
Adoraria ser tão esperto como pareço.

Saturday, May 07, 2016

É muito engraçado...
A tolerância manifestada pelos meios de comunicação social e demais comentadores à esquerda radical nacional faz com que a intolerância dos mesmos para com a direita do mesmo tipo possa dizer barbaridades sem que seja confrontada com elas.

É óbvio que deveria queimar os lábios de qualquer comunista e afim a palavra democracia e a palavra liberdade e a palavra liberdade sucedida de de expressão.
É gritantemente claro que não é isso que querem independentemente da quantidade de vezes que o digam, e isto abre a porta - e bem - para que quem deles desgosta (como eu!) possa dizer isso mesmo: é um óbvio embuste e uma carraça democrática.

O que tem graça é que o pessoal de direita do mesmo tipo, diz as mesmas coisas que eu e enche a boca com os gulags e cenas mas esquece-se que é precisamente igual!
O que lhes permite, agora, dizer as barbaridades que diz ser-lhes-ia retirado assim que um dos deles batesse lá com as costas.
Agora, como estes são, de facto, ostracizados e banidos constitucionalmente, podem vitimizar-se com alguma propriedade.

Tem graça.

Friday, May 06, 2016

Quando se Pensa que Chegou...

MARÃO

O Túnel do Marão vai ser inaugurado e o António Costa terá decidido convidar os Ex-PMs que estiveram envolvidos, o Passos e o Sócrates.
O Passos declinou porque não deve querer participar numa festa Socialista mas, também, porque até para ele que andou de braço dado com o Relvas estar na mesma foto que o Sócrates será descer demasiado.

O problema, contudo, é outro...
Vamos imaginar que convidar os PMs seria uma questão protocolar e vamos imaginar que poderia ser, até, de educação.
Vamos esquecer que o Sócrates está metido até ao pescoço na cena judicial; vamos esquecer que o Sócrates viveu (ok, sonho!) de dinheiro emprestado que não devolveria e, por isso, terá uma moral duvidosa; vamos esquecer que o Sócrates se sente tão injustiçado como o Lula, por quem sente um amor fraternal.
Vamos esquecer tudo isto e vamos imaginar que ele é inocente e tudo o resto.

O Sócrates anda há meses indignado com o facto do PS não se indignar com a prisão preventiva e com o inquérito e com a falta de acusação e por aí fora.
O Sócrates andou tempos infindáveis a receber figuras do PS e a sabotar o Costa - coisa que ainda faz.
...e o PS convida-o para uma inauguração!

Separação de poderes, é uma tanga.
Seriedade, foi vendida.
Vergonha, nunca houve.

MARCELO

O BE, uma vez na vida, teve uma ideia decente e acusou, sem ser demasiado directo, o Marcelo de andar atrás do presidencialismo e, também por uma vez sem exemplo, tem razão.
As declarações do Marcelo, as ideias do Marcelo, as viagens do Marcelo, os mais que bitaites do Marcelo... vão ter todos o que merecem, onde me incluo e não votei nele.

Por estes dias, perguntaram-lhe se estava disposto a servir de mediador na crise que escala em Moçambique (quando lá estava) e ele respondeu que não se pronunciaria porque é uma questão de soberania e tal e que não se imiscui (ri-me um bocado)...e depois disse que um amigo ajuda sem ser na praça pública, fá-los nos bastidores (parafraseei) o que é espectacular. Um amigo ajuda nos bastidores mas diz que o faz na praça pública...

E quando instado a responder ao BE disse que não era nada presidencialista porque...era um homem de afectos.

Ora, se ouço mais uma vez a merda da palavra afectos vai-me dar uma coisa.
Outra coisa é eu não perceber, exactamente, como podem os cena que acabei de escrever na linha anterior demonstrar que não se procura poder.

Haja paciência para este bocado de Terra onde andamos...

TUDO!

Ah, nunca estás satisfeito, K!

Confirmo mas duvido que isso chateie alguém mais do que me chateia a mim.
Sim, torna-se insuportável para os outros, às vezes; sim, torna-se difícil lidar comigo; sim, os outros sentem-se, com frequência, em falta quando não deviam.

O que acontece é:
1º eu sei que isto é estúpido e canso-me muito a tentar evitar. Nem sempre sou bem sucedido mas tento mesmo!
2º os outros, quando páram de me aturar, vão para outro lado e eu fico sempre a levar comigo.

É fodido mas não dói a todos.

Thursday, May 05, 2016

Os Prémios

Há uns dias li uma reportagem sobre um estudo dos efeitos dos incentivos nos trabalhadores (estamos a falar de dinheiro).
O resultado foi aquele que intuía: trabalho desenvolvido só com foco em objectivos - mormente de muito curto prazo - beneficia agora mas prejudica depois. Ou seja: neste momento, resulta, mas com o passar do tempo o resultado é pior do que um desenvolvimento estruturado.

Intuía isto porque trabalho mais ou menos assim.
Normalmente penso a 3 meses ou 4 (sim, isto é considerado longo prazo) e tende a resultar, havendo tempo, porque não funciona em picos mas em continuidade e estabilidade, previsivelmente crescente.

Se isto é óbvio, a moda é esta porquê?
Normalmente culpa-se o capitalismo desenfreado e, em pano de fundo e muito macro talvez seja (o homem e o ambiente em que está inserido e cenas) mas o mais próximo culpado e mais próxima razão é esta: o pessoal não faz um caralho! E porque o pessoal não faz, por si, um caralho, carrega-se em objectivos e pressões e sei lá mais o quê.
Em suma: faz-se porque resulta.

Isto é uma característica que não gostava que fosse humana mas, na volta, é mesmo.

Em coisas que não envolvem dinheiro não varia assim muito...
A maioria de nós (e nesta maioria não me incluo) só faz o que quer que seja quando é mais ou menos forçado a fazer, no resto do tempo: olhar para nuvens.
A passividade chateia-me. As vistas curtas chateiam-me.

(Ah, e só porque me excluo da maioria em geral não me excluo em particular. Por norma não preciso de ser empurrado para fazer nada mas esta não é uma verdade absoluta. Há raros casos - sempre os mesmos, claro - em que tenho de ser pressionado porque não gosto nada de fazer o que não quero.)

A casa arrombada, trancas à porta! ouve-se com um sorrisinho.
Coitado, não estava a contar...foi de repente...

Só para que conste: não é raro foder-me com esta brincadeira, ou seja, com esta minha maneira de ser.
Normalmente deixo andar porque não gosto de pressionar e, depois, quando me canso de deixar andar é tudo de repente. 
Não, não é de repente.
O que acontece é que não falo muito porque não gosto que falem comigo a menos que pergunte. E isto dura e dura e dura e dura até quando deixa de durar. Não é de repente mas pode, em tese, ser sem aviso prévio.

Coisas que Não São Esquisitas

Não é esquisito que o Bourdain goste do Homme, que seja recíproco, e que eu goste dos dois.
Por isso, em triunvirato:


Wednesday, May 04, 2016

...porque me chateia andar irritado e em rotação alta...

Cheguei a um parque de estacionamento que estava cheio e, como sempre, andei para perto da cena que impede a entrada à espera que quando saísse alguém eu pudesse entrar.

Veio o porteiro que me diz assim:
Não viu o sinal vermelho?!
- Vi. E vi os 4 carros que estavam onde eu estou agora e acabaram de entrar...
Se calhar têm lugar próprio!
- Pois...se calhar...
E esse senhora atrás de si também deve ter!
(azedou...)
- Eu lá sei quem tem ou não tem ou se o parque tem ou não tem?! Estou aqui agora. Vai continuar a falar ou quer abrir a cancela para dar a volta e sair?
Pois...e se não desse para abrir?! Também passa vermelhos na estrada?
- Se não der para abrir, fico aqui e sempre quero ver o que vai fazer. Na rua, se me apetecer passar vermelhos, passo. Não é nada consigo. E começo a encher-me de o ouvir. Se quer abrir essa merda, abra. Se não quer abrir, não abra. Se está cansado de ter de andar da casota até aqui, sente-se. Não estou para o aturar.

Rezou qualquer merda e abriu a cena.
Depois foi dar a volta para abrir a outra.

Ainda esperei mais um bocado para ver se tinha alguma coisa a dizer mas não se confirmou, como todo o herói de perna curta.

...ainda assim, chateia-me.
Não juro que menos em alta rotação do que o que estou hoje a coisa tivesse sido diferente mas é provável que sim... hoje em dia, sempre que posso conto até 10 e revelo tudo que consigo.

Andar um bocado descontrolado chateia-me...
Presumia que as pessoas gostavam de determinadas formas de arte (lembro-me mais de cinema e tv e música) porque se conseguem identificar com elas ou porque aspiram ao que elas representam.
Acho que a presunção, em si, não está errada mas, aparentemente, no meu caso apenas gosto daquilo com o que me identifico ou com o que aspiro, mesmo quando não me parece que consigo.

Há gente que fica abalada com o que vê e ouve, coisa que não me apoquenta muito mas, de vez em quando, apoquenta um bocado e quando o que se vê e ouve aparece em momentos chatos, é mais chato.

Ontem,
enquanto via a Good Wife, deparei-me com a cena da Alicia ter chegado à conclusão que o negócio do casamento de fachada dela tinha deixado de fazer sentido. 
Quando disse ao Peter pá, vou-me divorciar de ti ele respondeu o clássico (especialmente quando o que interessa é apenas a fachada mas, infelizmente, não apenas nestes casos) e o que vai pensar o X? E o processo que estou a passar agora?! ao que ela respondeu estás sempre a ser processado, se não for agora é noutra altura e quanto ao que vão pensar, caguei, não devo satisfações a ninguém! (parafraseei)

É simplificar demasiado pensar que as coisas funcionam desta maneira sem mais nuances mas, no fundo no fundo, funcionam um bocado.
Quem não está contente ou se muda ou papa e que se queixe pouco.

Tuesday, May 03, 2016

Não é Comum Mas Às Vezes Sinto-me Burro...

Parvo acontece muitas vezes mas burro, não.
Vamos ver se escrita a coisa me parece tão razoável como dita, ainda que incompreendida.

Necessidade tem precedência;
Comodidade depende.

É compreensível que de uma forma mais ou menos indiferenciada se vá acudir ou se aceite uma urgência como inevitabilidade.
Desmarcam-se coisas, reelaboram-se planos e perspectiva-se.
Não é exigível outra comportamento, por muito que custe ou desagrade (vamos esquecer, para ser mais escorreito, a cena do Pedro e o Lobo).

Não é compreensível que por comodidade se faça a mesma coisa que se faz por uma urgência.
Pesando os custos, devemos providenciar comodidade mas não à pala de coisas que temos agendadas e marcadas.
É exigível que a comodidade sofra sempre que necessário, o que não é o mesmo que dizer sempre.

...

Não, não sou burro.
Lido soa-me igual a dito.

As Grandes Coisas!

Noto o que as pessoas fazem.
Sem que seja premeditado, sei, por exemplo, a que horas chegam e a que horas vão embora; quantas vezes vão fumar; quanto tempo antes do horário de expediente deixam de trabalhar...
Não o faço por uma questão de cusquice, até porque só partilho estes saberes com pessoas com quem tenho muita confiança e quase nunca em termos de denúncia: acho graça a hábitos.
(de uma forma marginal, porque nunca se sabe o dia de amanhã, é informação que, a dado momento, pode ser útil mas não é por isso que a armazeno)

Sucede que se as mesmas pessoas em quem detecto estes comportamentos não estiverem presentes não lhe noto a ausência. Se estas mesmas pessoas fizerem uma piada - com ou sem piada efectiva - tendo a não dar por ela.

Já me perguntaram - quem conhece esta minha idiossincrasia aparente - como era possível.
Pode ser esquisito mas não é complicado.

Grandes gestos revelam o que deles se retira naquele momento específico em que são necessários. É verdade que revelam alguma coisa de quem os pratica mas não muito.
As cenas magnânimes e que levam a que sejam notadas são, por norma, formatados por condicionalismos específicos e raros ou, pior, são mentirosos porque são executados para serem notados e nós somos o que somos e não o que queremos parecer ser.
De novo: não são irrelevantes mas erros estatísticos ou mentiras.

Já os gestos do dia-a-dia, a que não se dá atenção, revelam o que somos ou o que os outros são porque o dia-a-dia é o que temos mais tempo e mais vezes.
Trabalhar-se muito porque é estritamente necessário num determinado momento não revela que somos trabalhadores; trabalhar-se muito porque se quer a coisa em termos e evitar a necessidade de uma aceleração por desleixo é outra coisa.

Há pouco tempo, alguém saiu de casa. Em tese, para a abandonar (não me pareceu, à partida, que fosse).
O abandonado terá tido um assomo de consciência e correu atrás. Ela voltou.

Vamos imaginar que este correr atrás foi digno de um filme: flores e declarações como não há outras e lágrimas e para sempres e amo-te muitos e tudo mais que possa habitar a vossa veia romântica, seja qual for.
Enquanto muitas de vocês possam estar a escorrer com esta imagem e muitos de vocês pensem que foi bem feito e que fariam o mesmo, discordo, naturalmente.

O que se deve evitar é sair de casa - se for impensado - ou evitar que alguém saia de casa - se tal aconteceu por ser um otário.
Dá menos sainete; não se vai fazer um filme disso. Mas a pessoa que evitou vai existir sempre, a que corre atrás, não.

A anomalia não é uma regra.
Eu sei que parece parvo dizer isto mas...

...e agora, antes de colocar uma cena cool, lembrei-me de algo relacionado com isso.

Os QOTSA, especialmente o Josh, é um gajo esquisito quando visto pela rama.
Se perdermos tempo a compreender as letras e passarmos um bocado ao lado da distorção, vamos ver que a maioria das músicas dele são românticas. É verdade que nem sempre convencionalmente românticas mas românticas.
Muitos sobre uma girl e um boy e muito sobre perda ou vontade de estar ou encontrar.

Mas não lhe fodam muito a cabeça porque a cosia azeda depressa.
Há problemas com seguranças que não deixam o pessoal dançar; há problemas com gente mal-educada nos bares; há problemas com o Jay-Z porque achava que ia ver os sacos da banda.

Se ficarmos pelas letras, será um sentimentalão;
Se ficarmos pelo comportamento, é um homem das cavernas.
A verdade deve andar no meio. Coisa que me agrada.

...e quanta gente consegue estar completamente queimada em palco?

Monday, May 02, 2016

Umas Coisas...

Ia começar por outra coisa mas já nem sei se consigo porque acabo de me babar com uma merda que me mandaram.
Contexto: há coisa de uma semana estava a dar uma volta em determinado sítio com determinada pessoa e senti um toque no braço. Era uma amiga bastante chegada.
Como sou uma pessoa que preserva a intimidade, não me costumam ver com ninguém em lado nenhum e quando acontece é notícia.
Estou desde essa altura à espera de reacções e ainda não tinham acontecido...entretanto, esqueci-me.

Ligo o telefone e:
K! K!!! Levaste a C a passear a M ao Domingo à tarde? Tava bom o geladinho?
(como não vi de imediato)
K! K!!! Depois diz-me como é não ter tomates...o Gaspar (cão dela) nunca me conseguiu explicar...

Engasguei-me e ainda me estou a rir.
Não tenho muitos amigos por isto: têm de ser assim, caso contrário não tenho paciência.

Os Burros!

O meu irmão apanhou um soco neste FDS.
Perguntei-lhe o que tinha acontecido e ele disse-me que puxou uma gaja para dançar, sem saber que ela tinha namorado, e o gajo agarrou-lhe o braço. Quando o meu irmão o sacudiu, levou um soco.

Isto parece irreal e, obviamente, não posso jurar que não seja mas há duas coisas que me empurram no sentido de acreditar:
Quanto a este tipo de merdas, não havia necessidade de me mentir;
Já vi disto e pior, ou seja, disto e ainda mais estúpido.

O idiota de pila murcha (ou pequena ou as duas coisas) não se terá lembrado de perguntar à gaja o que estava a fazer ou porque estava a dançar com quem quer que seja. Não, foi agarrar o braço de quem não lhe deve nada e não tem nada que ver com isto.
Chateia-me, também, que o gajo tenha desaparecido e que eu não estivesse lá. A história teria sido diferente e a coisa não teria ficado num soco.

Há uns tempos, disseram-me que não era preciso eu estar sempre por perto e a puxar para evitar confusões.
É verdade. Concordo.
O que as mulheres (alguns homens também, na verdade) não percebem é que em determinados ambientes não é preciso fazer nada para a merda azedar e quando azeda, dependendo das pessoas, não azeda pouco.

Jamais iria agarrar no braço de um gajo que estivesse a dançar com quem me pertencesse, a menos que estivesse a ser forçada. O meu problema seria com ela.
Agora, gente a armar-se em esperta, sem encorajamento, deixa-me um bocado irritado. E é sempre melhor evitar irritações.
Normalmente, os gajos ladram para ver se assustam com o latido, o que funciona muitas vezes. 
Eu não sei fazer isso... quando ladro (quando ladro) estou pronto para tudo que vem a seguir e não me conseguiria olhar no espelho se acobardasse depois.

Há bastante tempo peguei-me um bocado com um arrumador.
Eu estava dentro do carro e ele fora.
A dado momento, quando a cosia começou a azedar ele mostrou que tinha uma faca nas calças. Eu pendei tenho, ainda, de sair do carro. Pá, ainda me fodo com a brincadeira...
Fiz o que devia e, ainda assim, como se repara, não me passou, Lembro-me muitas vezes que o que deveria ter feito era sair e safoda, desse o que desse.

Baixei a bola. Não gostei. Mesmo que de forma justificada. Não gostei. 
Passar por isto é matar-me...

...Mais um bocado da conversa de Sábado

Como já por muitas vezes disse, só pareço um gajo desregrado. Detesto a desordem e detesto que me quebrem as rotinas e expectativas quando ao que tenho planeado.
Então, esse é um dos motivos que me impede de ficar contente quando me envolvo com outra pessoa e é uma dos principais motivos para não o fazer.

Mas não é promessa e também não está escrito na pedra que assim tem de ser.
Não gosto e, por isso, evito. Só deixo de evitar (activa e conscientemente) quando acho que alguma coisa de pouco comum e normal está a acontecer.

A minha amiga, que acha que é como eu na mesma medida mas não é, disse-me, por exemplo, estas duas coisas:
Ah, K. Eu não tenho tempo para andar a conhecer pessoas...
- Pois, B, dá-se que eu me recuso a jantar com gajas...
E pior! Pensar em dormir agarrado é matar-me. Cada um para seu lado porque dormir é dormir.
- Pois, B. Dá-se que eu só consegui dormir com duas ou três pessoas a minha vida inteira. O resto foi sempre de olhos abertos até chegar a casa... não me sinto confortável a dormir com ninguém...

Tenho issues, como toda a gente mas talvez de uma forma menos comum conheço-os e fazem-me pouca confusão, em geral.
É preciso um bom bocado de motivos para pensar em tentar ultrapassá-los e, suponho, um bocado bastante maior para serem ultrapassados.

Sunday, May 01, 2016

Ontem, ao jantar, disseram-me que o que queriam era que alguém gostasse dela a 100% mas, em contrapartida, ela queria gostar a, vá, 60%.

Isto não é, teoricamente, estúpido. Para control freaks faz sentido.
Posso dizer, sem medo, que o meu objectivo nunca foi que gostassem de mim a 100% porque nem 50% estava disposto a oferecer.

O problema é que pode não ser teoricamente estúpido mas é estúpido, ainda assim.

Não se escolhe a percentagem em que se gosta e muito menos a percentagem em que gostam de nós.
Quando se gosta bastante menos de alguém do que esse alguém gosta de nós enquanto não aparece outra pessoa ou, no meu caso, passado pouco tempo porque a minha paciência rebenta.

O pessoal tenta iludir-se mas eu não deixo!