Monday, October 31, 2016

As Opiniões...

Neste Mundo de aparente complacência passou, como em tantas outras coisas, a entender-se que todas as opiniões têm de ser respeitadas e, por isso, a ouvir-se é a minha opinião! como se isso quisesse dizer alguma coisa.
Raramente quer.

Respeito divergências de opiniões. Respeito quem acha coisa diferente da minha desde que estejamos no âmbito da subjectividade de interpretações sobre o que quer que seja.
Admito, aceito e respeito que alguém ache que a Monica Bellucci não é a melhor gaja do Mundo;
Admito, aceito e respeito que alguém entenda que o Guardiola é melhor que o Moutinho.
Mas estes exemplos entram no âmbito de divergências de opinião nos termos em que descrevi o que é uma opinião.

O problema é que nestes dias em que se ganham medalhas quer se fique em primeiro quer em último, passou a existir uma ideia estúpida que qualquer ideia é válida. Que qualquer sentimento é justo. Que qualquer opinião é válida.
Não é.

Quem está errado não tem uma opinião. Está errado.
O idiota que acha que a Terra é plana não pode dizer a uma pessoa normal que sabe que a Terra é redonda que a sua opinião é a planura e entender que deve ser respeitada.
Não. És estúpido e estás errado. Não é uma opinião.

O camelo que pensa que o Jorge Jesus é melhor treinador que o Mourinho não tem uma opinião. Está errado.
O mentecapto que julga que o Mundo foi povoado no seguimento, directo, de Adão e Eva não tem uma interpretação diferente dos factos. Está errado.

Nem todas as opiniões são válidas;
Nem todos ganhamos uma corrida;
Nem todos somos uns génios.

A realidade é fodida.
Todos têm direito à sua opinião é o caralho!

Meia Graça e Felicidade

Este fim-de-semana, depois de um jantar com bastante gente:
Eh, pá...o X e a Y são um bocado esquisitos...
- O problema do X é que ele é muito à vontade, K. Quando o conheci também foi como viste hoje...
Bem, hoje não o vi a esticar-se...
- Não, hoje não disse nada nem falou comigo com demasiado à vontade.
Pois. Hoje cheirou-lhe a Alpha!

Só teve meia graça porque quando digo coisas que têm o intuito de serem engraçadas mas que também são verdade, fazem-me sentir um bocado menos fixe. Foi como o período de adaptação por que passei há uns meses: agora, não posso dizer que toda a gaja que olha para mim me quer comer porque apesar de continuar a não ser verdade e de continuar a ter o intuito de ser uma graça...é mais verdade do que era antes e tem, por isso, menos graça do que o que tinha antes.

E coisas que fazem, por uns minutos, o K feliz (como referir-me a mim na terceira pessoa):




Homem Simples

I
K, para mim não é toda a gente igual! Tenho amigos e tenho colegas!
- Não tenho colegas. Essa merda rouba muito tempo...

Além do clássico colegas são as putas, dizer que aprendi desde miúdo e que, por isso, me causa um especial problema com o termo - que não com as putas - esta coisa de hierarquizar demasiado cansa e complica.
Tenho amigos (poucos...) e gente que conheço. 
É verdade que há algumas nuances nos conhecidos mas que resultam apenas de engraçar mais com uns do que com outros.

II
Hoje há muita gente nova a polular aqui no serviço.
Não tenho nada contra essa gente - nem conheço, ainda - e acho normal que vá entrando gente. Na verdade, será até bom sinal.

O que acontece é que não gosto de mudança mesmo quando é para melhor.
Tolero-a porque não tenho outra saída enquanto não me sair o Euromilhões mas não gosto.

Então, hoje a música está a entrar-me nos ouvidos mais alto do que o costume e estou mais calado do que é costume (sendo que como eu falo pouco, o que isto quer mesmo dizer é que estou em silêncio).

PS.
Ontem fui a um Miradouro onde já não ia a algum tempo.
Não percebo o que andam as pessoas a fazer metidas em shoppings.

Ainda dentro deste tema:
Pois, eu conheço cenas top porque as procuro.
O pessoal queixar-se que não conhece nada ou que não há nada fixe para fazer quando se enfiam dentro de um shopping ao fim-de-semana chateia-me um bocado...

Saturday, October 29, 2016

O Barato Que Sai Caro

Disseram-me:
Se ficasses em casa a tratar dela e tal serias fácil de sustentar. Não tens vícios nem és dado a despesas...só fumas e tomas muitos cafés..

Concordei.
A asserção não está nem próximo de errada.
Vistas de forma meramente económica, sou, de facto, muito barato.

Sucede que (parece que se vai seguir uma contraposição mas não é bem isso) as coisas que se podem comprar são sempre mais baratas do que aqueles que não se podem.

Imaginem este cenário:
Eu era um gajo fácil de aturar e calmo mas gostava de almoçar, sempre, lagosta e caviar.
Neste cenário, o maior problema - talvez o único - seria o preço da lagosta e do caviar e para o resolver o que era preciso? Ganhar ou ter mais dinheiro.
Ah, mas ganhar mais dinheiro não é fácil senão todos ganharíamos parece que ouço e não discordarei. É verdade. Ganhar mais dinheiro não é fácil.

De todo o modo, o que vos parece mais fácil?
Ganhar mais dinheiro ou ter de contentar ou satisfazer outra pessoa com coisas que não se podem comprar?
Ah, se as coisas que não se podem comprar já lá estiverem, já haverá satisfação e isso é mais fácil e é mesmo...só que isto, com toda a simplicidade que a expressão revela, não acontece.
A norma é termos de nos adaptar à outra pessoa e maior ou menos medida.

Eu sou barato mas eu não sou muito bom a adaptar-me. É preciso que se adaptem a mim e isso, volta e meia, ou é muito difícil ou impossível.

Mais valia que eu quisesse comer lagosta (coisa que nem sequer aprecio muito...).

Friday, October 28, 2016

Eu Sei, Parece Fixação...

Contexto:
As linhas que se seguirão foram proferidas por um gajo que tem praí 1.90mts e pesará uns 110 kgs de músculo.
Ex-lutador de MMA que fazia parte do UFC, o que significa que, a dada altura, foi um dos melhores pesos pesados do mundo ainda que não tenha feito parte da elite destes:

Eh, pá. Quando há filhos envolvidos a coisa é diferente.
Se essa velha - era uma velha que teria feito qualquer coisa a um miúdo e que era maluca - viesse para cima do Tiger - sim, o filho dele chama-se assim... - rebentava-a.
Depois, já sei que ia ser crucificado nos media sociais mas eu explicava: "calma, o que aconteceu foi isto!"

Pensam que vou criticar o nome do filho?
Já o fiz.
Pensam que vou criticar o facto deste gajo ponderar bater numa velha?
Nop. Nas circunstâncias descritas, talvez fizesse o mesmo.

O que me ficou nos ouvidos?
Ele pareceu preocupado com a polícia?
Ele pareceu preocupado com os Tribunais?
Ele pareceu preocupado com o que os amigos diriam dele?
Nada disso! Twitter! É isso que importa.

...depois querem que leve esta merda a bem...
Há uns dias, uma amiga disse-me que o FB tinha uma coisa muito boa que era fazer com que as pessoas estivessem mais em contacto.
Say what? 
Isto é uma estupidez..
É verdade que podes estar mais perto de um gajo que viva no Perú mas e o pobre coitado que tem de jantar à tua frente enquanto contas os likes?!
Isto é uma estupidez.

Ainda sem sair disto, há uns dias ouvi um gajo dizer algo de muito interessante que nunca me tinha ocorrido.
Antes, os miúdos que eram vítimas dos rufiões na escola tinham algum sucesso quando chegavam a casa; com o advento das redes sociais, isso acabou.

Numa coisa mais ou menos diferente, disseram-me que poderia/deveria ter concorrido à cena dos Blogs do ano.
Ora, isto não poderia acontecer por 4 motivos:
1. nunca me inscreveria porque gosto do meu anonimado;
2. se eles tiverem sido seleccionados por tráfego, nem ao fim de 100 anos chegariam aqui;
3. os assunto que eu trato e a forma como os trato não são aptos a interessar a massas;
4. este blog não tem qualidade para isso.

Quanto ao 1 e ao 2, explicam-se a si mesmos;
Quanto ao 3, é confrontar os que ganharam. Os temas e o verniz que os enfeita não dão para mim;
Quanto ao 4, não se trata de modéstia. É um eventual realismo e um certo descuido com que trato o que aqui ponho: nada é relido; nada é corrigido; nada é encadeado.

....e depois, gajos como o que descrevi no início deste post não perdem tempo com este tipo de blog e de abordagem e há muitos e muitos deles (vejam quanto vende o Gustavo Santos e o José Rodrigues dos Santos...).

Ah...
E quero o mínimo de competição possível na minha vida.

YEAH!



The gypsy woman told my mother
Before I was born
I got a boy child's comin'
He's gonna be a son of a gun
He gonna make pretty women's
Jump and shout
Then the world wanna know
What this all about
But you know I'm him
Everybody knows I'm him
Well you know I'm the
hoochie coochie man
Everybody knows I'm him

Thursday, October 27, 2016

Presentes e Cenas

Pelo meio de uma educação tempestuosa - na forma de encarar o Mundo como inimigo e não no sentido de triste ou agressiva -, foram-me sendo incutidos hábitos e princípios que me agradam.
Sim, por ser crítico e não por pretender atribuir culpas, tenho uma ou outra característica que me traz dissabores...sendo certo que fazem, também, o seu oposto.

Bem:
uma das coisas que me ensinaram pelo exemplo (a melhor forma de ensinar e aprender) é que não se deve agradar apenas em datas específicas e, nessas datas específicas a que não podemos escapar, não devemos nunca pensar em utilidade.
(estou a falar maioritariamente quando engloba mulheres mas não ainda...bem...não só mas bem especificamente, se isso é possível)
Nunca ofereci um electrodoméstico;
Nunca ofereci dinheiro;
Nunca ofereci presentes envenenados (daqueles que implicam um fim posterior que não beneficie tanto o recipiente como me beneficiará a mim).

Já dei electrodomésticos quando precisaram deles;
Já dei dinheiro quando precisaram dele.
Não foram, nunca!, encarados como presentes nem tomaram o seu lugar.

Há umas horas, perguntei já decidiste o que vais dar? Não quero que ofereçamos a mesma coisa ou parecida.
Em resposta, disseram-me que perguntei o que queria e disse-me que preferia dinheiro para comprar o que quisesse, depois.
Respondi Ok e não recriminei nem recrimino...só não faço esse tipo de coisas...

Peguei no telefone e disse: 
Olha, falei com o T e ele disse-me o que lhe tinhas dito que querias. Comigo não vai dar. Não gosto e já sei que se fizer o que pedes não vais usar só para ti.
Então, como de costume: vou dar o que me apetecer. Fora isso, como sempre, o que precisares ou quiseres, é dizer. 
Presente é presente!

Riu-se porque sabe que eu tenho razão e sabe que é assim que a coisa funciona, comigo.

Poderão pensar que desconsidero quem assim não age mas, confiem, não é sempre o caso. Sim, é de vez em quando.
O intuito de quem vai cumprir o desejo é esse mesmo: cumprir o desejo mas eu, quando dou, só cumpro desejos egoístas de quem o vai receber. Utilidade é o caralho!

Extrapolando:
é, em parte, por causa disto que me incomoda gente que tenta salvar relações tentando fazer cenas que reputam de espectaculares. 
Ir uns dias para não sei onde; ir jantar sei lá o quê; dar outra coisa qualquer...
Não.
Não se salva. Evita-se ter de se salvar.

Ah, K, és tão extremo...
É. Fodam-se.

Wednesday, October 26, 2016

(Menos) Aleatório (e em modo Adolescente)


Aleatórios


Porque Badu cai sempre bem e porque:
Most intellects do not believe in God
But they fear us just the same




Porque sou geek mesmo com coisas que, aparentemente, não deveriam ter qualquer interesse para mim.
Afina, o que interessa conversa técnica sobre guitarras e afinações e pedais e amplificadores?
Tudo! Interessa tudo!

Tuesday, October 25, 2016

"Senão Ficavam a Saber o Mesmo que Eu!"

Há bastantes anos atrás, estava o meu Pai a queixar-se da entrada de um chefe novo. O chefe era novo em mais do que 1 sentido:
a) acabara de entrar na empresa;
b) era mais novo que o meu pai (acho que por um bom bocado);
c) seria, mais ou menos, recém-licenciado.

O meu Pai já trabalhava há muito na cena e o outro gajo, também pelo que descrevi, não. 
Nestes casos, como vim a descobrir, isto não é esquisito. Quando comecei a trabalhar, as pessoas que faziam parte da estrutura (adoro este termo!) e que me eram subalternas, além de muito menos instruídas em termos de habilitações literárias, sabiam incomparavelmente mais do que eu.

A dada altura, o meu Pai contou-me que o gajo lhe tinha perguntado qualquer merda sobre o material e a resposta tinha sido lata e pouco específica quando poderia ter sido o inverso.
Mas porquê? perguntei eu.
Porque senão ficava a saber o mesmo que eu!

...isto não é parvo. Não me soou a parvo na altura e não me soa a parvo agora.
É certo que não é simpático mas é o equivalente à realpolitik dentro do ambiente profissional: é realista e atinente a beneficiar a auto-preservação porque, afinal de contas, o valor que temos é o que valor que temos para os outros e, mais em concreto, a falta que lhes fazemos.

Poderão pensar que faço o mesmo, por sentir ser bem feito. Não faço.
Poderão pensar que não faço o mesmo, por sentir que não é fixe. Não faço mas não é por sentir que não é fixe.

Em data que não me recordo, estava a ver um jogo da NBA e o comentador disse qualquer coisa como isto:
Eles podem saber o que os outros vão fazer. Até lhe podem dizer. Não vai interessar se for bem feito. Não vão conseguir fazer nada para evitar.
Anos mais tarde, fizemos algo de semelhante: dissemos à equipa adversária - não de basquetebol - o que íamos fazer. Fizemos. Não puderam fazer nada.
O Rickson Gracie dizia - pelo menos nos treinos - como ia finalizar o gajo e em que membro o ia fazer (chave de braço ao braço esquerdo, por exemplo). E, depois, fazia.

Isto para dizer o quê?
Eu não me importo de partilhar toda a informação porque, no fundo no fundo, o que mais conta é a Execução.
É certo que a pessoa a quem ensino cenas vai avançar mas, ainda assim, fazer e fazer bem feito é uma outra coisa.

Sim, eu acho que é uma coisa de gente narcisista, isto que eu faço.
Sim, eu acho que é uma coisa que pode revestir-se de alguma soberba.

Na minha cabeça, contudo, funciona de uma outra maneira.
Eu gosto de ganhar mas ganhar sem competição sabe-me a pouco (mas nunca pensem que prefiro perder e jogar bem, isso, nunca!).
Depois, não me sinto assim tão mais inteligente porque os outros são assim tão mais burros...

...não nego que isto atenta com a auto-preservação mas isso nunca foi a minha principal preocupação.
Isto é assim que se faz. Agora...faz! e vão ver que nem sempre conseguem fazer.

Só uso o senão ficavam a saber o mesmo que eu quanto a informação.
Não em termos profissionais ou técnicos. Informação pura e dura.
O que eu sei, quanto ao que me rodeia, não partilho.

Monday, October 24, 2016

GENTE 3 - K 0

1 - 0

Quinta-feira:
Acho que hoje vou jantar aí. Que te parece?
- Chego tarde e o teu irmão não janta. Mas podes vir, claro.
Não. Então deixa lá.
Sábado (SMSs)
Se der, amanhã almoço aí.
- Filho, almoças cá sempre que quiseres.

Não fui na quinta para não sobrecarregar mas foi entendido de maneira diferente. Foi entendido como eu ter achado que não era tão bem acolhido como deveria e a consciência pesou.
Ela estava enganada mas comigo, às vezes, é difícil perceber quando me irrito e com o que me irrito.
Fiquei eu com peso na consciência.

2 - 0
Sexta vens comer um bocado de bolo?
- Comer um bocado de bolo? Mas não vais fazer jantar no teu aniversário?!
Vou mas tu tens a tua vida. Se puderes vir comer um bocado de bolo, já era bom...
- Tu não estás bem. Venho jantar, claro!

As pessoas têm a sua vida mas, normalmente, não se aprecia quando a vida delas conflitua com o que queremos na nossa. Ou seja: eu quero isto e, por isso, amanha-te.
Ora, um aniversário não é bem um caso destes; um aniversário não é, exactamente, uma vontade momentânea.
Ainda assim, para não me ser imposto nenhum tipo de constrangimento, se desse para eu aparecer para uma fatiazita de bolo, já chegava.

É a gente assim que não sei dizer Não e isso acontece quer por não merecerem quer por não me pedirem muita coisa.

3 - 0
K, falei de ti à J.
- Cool. E então?
Perguntou se eras bom rapaz.
- O que respondeste?
Que não. Não és bom rapaz, pois não?!

Não, não sou mas quando confrontadas com esta pergunta as pessoas tendem a dizer que sim. E tendem, especialmente, a dizer que sim quando envolve gente que não está de passagem na vida delas.
É verdade;
Não era previsível.

Porquê estas cenas em que fui derrotado?
Afinal, isto é escolhido a dedo. Se fosse contabilizado como deveria, estou a dar uma goleada tal é Humanidade que marcador nenhum aguentaria tanto dígito...
Bem,
este fim-de-semana foi-me dito, com pesar, que é desagradável eu estar sempre ou quase sempre certo quanto ao que as pessoas vão fazer porque, por hábito, as minhas opiniões vão de encontro à fraqueza humana e não à sua virtude (somos tão fracos...).
Estive a pensar - e fi-lo, também, enquanto respondia - e...e resposta a isto é difícil...

É verdade que confio muito mais na cobardia humana do que na coragem e isso porque a cobardia é mais fácil que a coragem mas a única explicação não é apenas essa.
Tem muito que ver com isto, também, quando falamos de relações:
Não acho que seja a única pessoa capaz de pensar um relacionamento da forma como eu o faço mas somos muito poucos aqueles que o colocam em prática.
Não acho que seja uma espécie espectacular entre os outros por ter uma capacidade incrível de gostar e de ser gostado; eu sou uma espécie espectacular porque sou capaz de esperar - indefinidamente - para que me aconteça o que pode acontecer a todos mas que a pressa e a pressão impedem.

Às vezes não é só cobardia.
Às vezes - talvez muitas delas - talvez seja desespero...o que até pode ser uma forma de cobardia mas não entremos nisto porque não tenho tempo.

Há humanos capazes de me surpreender e esses são os que mais aprecio.
Felizmente, não são muitos porque detesto estar errado.

Gosto mais do Fubá assim:

Friday, October 21, 2016

A Maya

Como se escreve com Y, não é a abelha.
A Maya, para quem não saiba, é taróloga, comentadora de cenas cor-de-rosa, organizadora de eventos e por aí fora.
Como é bom de ver, tudo aquilo que ela faz me irrita - bem, às cartas acho graça como acho graça aos signos - e seria difícil imaginar um conjuntos de predicados, profissionais, que me dessem mais vontade de vomitar.

...dá-se que eu gosto da Maya.
A Maya trabalha muito.
Pode dizer-se - e eu direi! - que é a fazer coisas que desprezo mas o mais importante não é isso. O que ela faz, tanto quanto se sabe, não é ilegal e não aleija, pelo que o meu gosto pessoal é secundário quando comparado com a admiração que tenho por gente que faz pela vida e que trabalha.
Há anos e anos atrás cruzei-me com ela e pareceu-me, na altura como agora, muito simpática.

Por que me lembrei da Maya?
Há uns dias estive a ouvir uma entrevista dela e, nessa entrevista, veio à liça (gosto desta palavra) o gosto dela por homens (manifestamente) mais novos que ela. A Maya tem 56 anos e trabalha gajos na faixa dos 30.
Mais uma coisa que me incomoda? Não...nela, não.
Ela respondeu que prefere homens naquela faixa etária e - foi aqui que me ganhou - tem a perfeita noção de que os relacionamentos dela são a prazo.
Por que pensa ela assim?
Porque, parafraseando, os gajos bem mais novos que ela têm ainda coisas para viver, que a ela não lhe apetece, e os pontos comuns não são assim tantos.
Interessa-lhe?
Nop. Pelos vistos gosta da energia de gajos mais novos e (sim!) a parte sexual é também importante.

Isto não me incomoda nem critico.
E por isso fiquei a gosta mais um bocado, ainda, da Maya.
O que me chateia são as idiotas que vão atrás do Mundo Novo e juram que a idade não interessa nem tem influência.
Tem, tem.
As, como a Maya, que querem cenas e que sexualmente se sentem mais satisfeitas e que andam à procura de carne mais rija ou seja lá o que for, não me chateiam nada. Não são falsas; não são iludidas; não são parvas.

Gosto muito deste tipo de coisas e, verdade seja dita, fazem-me sentir um bocado melhor e comprovam, em termos práticos, o que já acho de mim:
Interessam-me as pessoas e não o que elas fazem.

Thursday, October 20, 2016

Orçamento de Estado de Portugal e o Trump

Aparentemente, não terá nada que ver uma coisa com a outra e se nos limitarmos ao palpável, não tem mesmo.
Uma coisa e outra estão, contudo, ligados no seu íntimo.

O Governo de Portugal - de esquerda!! - carregou nos impostos.
Dir-me-ão Ah, mas está a devolver os rendimentos! porque deixou a Função Pública recuperar parte daquilo que perdeu e vai aumentar os pensionistas.
É certo.
Dá-se uma coisa extraordinária: a Função Pública há-de ter funcionários que andam de carro e o carro há-de precisar de combustível...arrisco-me a dizer que haverá reformados nas mesmas condições.
Isto é um exemplo pequeno para tentar mostrar que os impostos indirectos também roubam rendimentos e, se pensarmos no combustível, têm a virtude de foder os indivíduos e as sociedades que precisam de transportar cenas.

É justo escolher-se a forma como se carregam nos impostos mas é menos...vá, fixe enganar as pessoas com jogos de sombras.
Quando ainda fazíamos dinheiro, aumentavam-se salários um bocado à má fila mas, em contrapartida, a inflação subia mais do que os salários, pelo que, em termos práticos, as pessoas ganhavam menos mas também se importavam menos porque o cheque que entrava era maior ainda que desse para menos.

As pessoas são tratadas por parvas e, pior que tudo, são parvas mesmo.
Se não resultasse tratarem as pessoas por parvas elas seriam menos assim tratadas.

Porque me lembrei do Trump, também?
Este gajo disse coisas que até no âmbito de uma ficção literária fariam uns e outros corarem e pensar Ah, só num filme mesmo! mas não. Era realidade.
...mas o que fez com que ele tombasse nas sondagens?
Uma conversa privada que só em público os homens condenam porque em privado não farão muito melhor.
Reparem (e isto é importante!):
não estou a dizer que os homens andam todos a abusar de mulheres ou, sequer, a pensar fazê-lo mas que venha o primeiro que nunca exagerou no quão fácil foi sacar esta ou eh, pá, a minha vontade era apertar aquele cu!! atirar pedras.

Percebem?
Há tantos e tantos e tantos e tantos e tantos motivos para não ser possível considerar um tipo como o Trump para qualquer tipo de cargo público; há tantos motivos para o considerar pior que nós; há tantos motivos para o considerar pouco sério...mas foi quando disse que puxava gajas pela pussy que o caldo entornou.

Sendo óbvio que não é porreiro ter um tarado - se lhe quiserem chamar isso - na Casa Branca, não é menos verdade que isso o desqualifica como um bom líder.
Podemos achar o Clinton desprezível mas considerá-lo maus Presidente...

É aqui que me parece que os assuntos se tocam: 
o problema da Democracia e do FB e que tais é que somos só verniz e ultrapassá-lo, nem pensar!

PS: Como de costume, logo que foi lançado o Orçamento de Estado os comentadores começaram a comentar...quando não podiam saber um caralho dele!

...porque nem só de Samba vive um Homem...


Tuesday, October 18, 2016

Filho da Puta...

Coloquei, aqui, um mapa da Auto-Estrada Pan Americana.
Como de gajo obcecado tenho pouco, andei a ver mais cenas a respeito, incluindo os não tão escassos relatos de gente que fez isto.
Um dos relatos foi de um casal que fez isto de mota e demorou um ano. 
Na parte em que descreviam os preparativos, revelaram que o plano era arrendarem a casa e ir usando esse dinheiro - suponho que com mais outro mas não sei se disseram - como fonte de rendimento durante o tempo em que andavam pela América do Sul...como não conseguiram arrendar...venderam.

A primeira coisa que penso sempre que vejo esta gente admirável é e depois? Quando acabar e tiver de voltar, venho fazer o quê? E o meu emprego? E a cheta que me custa tanto juntar vou voltar a arranjá-la como? e isto resulta daquilo que muito critico nos outros: ideias pré-definidas que me foram vendidas.

É certo que sou mais desprendido que a maioria e muito mais do que uns outros quantos.
É verdade que o meu emprego me diz pouco enquanto tal; não é tanto que não goste dele mas, no fundo, como só me interessa ter sucesso o que ando a fazer, em concreto, é mais relevante.
É da mais clara evidência que devemos fazer o que nos faz feliz. Não quero dizer descurando as consequências mas suportando o que nem é, realmente, uma má consequência.

Preferia estar a andar durante 4 anos pela Ásia do que estar aqui. Até porque, estou aqui a fazer o quê, exactamente? Melhor: o que estou a fazer aqui é assim tão importante?
...e depois, quem diz que volto? Não tenho de ficar mas também não tenho de voltar.

Concordo com tudo isto mas, depois, fico na mesma preso na primeira premissa: e o que vou fazer quando acabar a viagem? sendo óbvio que a viagem não tem de acabar.

Eu quero ser livre e pareço muito livre mas, nos meus parâmetros, não sou assim tanto porque continuo a estar amarrado ao que acho que não devia.

Como disso, outro diz vi o livro do Theroux e aquilo entristeceu-me.
E continua a entristecer-me.

Filho da Puta...

Monday, October 17, 2016

a little knowledge is a dangerous thing - Alexander Pope

Já tive mais do que um encontro com este princípio...felizmente, foram decrescendo com o crescimento da idade.

O primeiro e mais marcante - sendo que, à data, não fazia ideia ser o que estava a acontecer - foi quando tive a minha primeira mota e aprendi a andar nela.
Depois de treinar um bocado para ter prática em meter mudanças com pés e articular a embraiagem e tal (o equilíbrio foi muito mais fácil), saí com ela a primeira vez e, nessa primeira vez, uns minutos depois estava a beijar o capot de um carro. Sim, entrei de boca e de frente. Não foi fixe e o carro não teve culpa absolutamente nenhuma.

Achava que controlava. Não controlava.
Sabia guiar um bocado e isso revelou-se desagradável mas, felizmente, não dramático.

Os outros encontros foram menos dolorosos. Quer dizer. Foram menos dolorosos fisicamente.

Pan American


Friday, October 14, 2016

BOB DYLAN

O Bob ganhou o Nobel.
Esta vitória deu azo a muitas reacções, coisa que não me parece comum. A maioria - onde me incluo - será incapaz de indicar os últimos 3 vencedores do prémio, então, porquê?

A resposta mais óbvia é porque o Dylan é conhecido. Além de óbvia, parece-me certa.
Outra possível é que há uma vastíssima plateia que, mais do que conhecê-lo a ele, conhece a obra; pelo menos parte dela.
Estas duas não me interessam.

O que senti foi que houve uma reacção parecida com a que se deu com a ida do Eusébio para o Panteão Nacional.
O Eusébio, como o Dylan, parecem ser de uma estirpe menor quando comparados com seres e artes superioras. Num caso, os que dormem no Panteão e, no outro, os que venceram o prémio antes.
O caso do Eusébio, pareceu-me apenas pedantismo;
O caso do Dylan deixa-me mais dividido e com medo de, também eu, ser pedante.

Como resulta com uma clareza de fazer arder os olhos, a Música é a minha forma de arte favorita mas apesar de a Música poder incluir palavras tenho bastantes dúvidas que possa ser considerada literatura.
A maioria das letras - a parte literária da coisa - só fazem sentido quando acompanhadas pelas notas, sejam elas de instrumentos externos quer sejam da voz quando, por exemplo, são cantadas à capela. Ou, talvez melhor: o profundo significado que podem ter só o adquirem quando acompanhadas pelas notas, sejam elas de instrumentos externos quer sejam da voz quando, por exemplo, são cantadas à capela.
É verdade que há poemas musicados mas isso não contraria a minha ideia porque é raríssimo (não me lembro de um único caso, de cabeça) haver uma letra de música que possa ser convertida em poesia.

Exemplo claro do que quero dizer:
O Billy Corgan achou que letras e poesia eram uma e a mesma coisa e, por isso, decidiu escrever um livro de poesia só que poesia não era. Era uma merda, isso sim. As letras musicadas, contudo, não são nem eram uma merda;
Há uns tempos, passaram-me uns poemas do Jim Morrison para as mãos. Não eram poemas.

Podem fazer este exercício simples: leiam as letras, sozinhas, e vejam o que acham. A maioria não querem dizer nada ou dizem muito pouco. Dunas, são como divãs e que tais.

É óbvia a importância do Dylan mas ela não se resume à sua qualidade literária (que nem me parece muita). O Dylan foi o resultado e a voz de uma geração que se reviu nele. Caso não se tivesse revisto...

Bem, o que descrevi não é um problema...porque o Nóbel não me diz nada.
Só percebo, ainda que limitadamente, 2: o da Paz e o da Literatura.
O Obama, com meia dúzia de meses de mandato e com 2 guerras a bombar (sem esquecer Guantánamo, que nunca deixou de bombar) ganhou 1;
O Arafat, esse humanista e humanitário, ganhou outro;
O Saramago ganhou 1 e gente que reinventa a roda no momento em que acha a pontuação coisa de somenos (por exemplo)...bem, é o que é.

É político e, por isso, é safoda.
Tendo em conta os exemplos que descrevi, o prémio poderia ter sido muito mais mal entregue, certo?
Novamente: safoda.

E agora, o momento exacto em que descobri a existência do Dylan:

Thursday, October 13, 2016

Throwback


Novamente, O Vazio

Estive a ouvir uma entrevista do Dan Bilzerian (se não sabem quem é: https://www.instagram.com/danbilzerian/ ).
Devo dizer que ia ser muito mais deprimente ouvi-lo depois de ter andado a dar voltas no instagram dele mas não foi. Não poderei dizer que é normal mas não está assim tão distante disso. Na verdade, ele não articular mal e não pareceu a besta que presumia que fosse.

Mas não foi por isto que aqui vim:
a dada altura, o entrevistador - de quem gosto a maior parte das vezes - disse que não via problema nenhum com o estilo de do Dan. Se é o que ele quer fazer e não faz mal a ninguém, nada a dizer. Parece divertido, por que não haveria de o fazer?!
Não discordo mas, ouvindo, a coisa não é bem assim.

É verdade que muitos dos que criticam o Dan por ser supérfluo e não ter nada na cabeça deverão fazê-lo por inveja. Queriam o mesmo.
Quanto a isto, não me restam dúvidas.

...o que acontece, contudo, é isto:
O Dan, quando começou a falar da maneira como chegou a este estilo de vida explicou - não expressamente - que tinha resultado de ter acabado com a namorada.
Simples, certo? Quase tudo é.

Seria ridículo dizer que a vida dele é uma seca. Não será.
O que quero dizer é que as críticas dos invejosos não devem estar erradas, só não vêm de onde deveriam vir. Ou seja: não é uma apreciação racional mas irracional.

Exemplo simples:
Imaginem um gajo que só fode com putas.
Não vejo qualquer problema em pagar por sexo. Racionalmente, na verdade, é muito melhor!
Ambas as partes recebem o que querem e não precisamos de perder tempo a falar com uma gaja chata ou a ir jantar ou qualquer coisa só para a comer.

Agora, é isso que eu quero?
Não porque eu não quero só foder gajas. Se quisesse, seria relaxado, assim houvesse dinheiro para isso.
Não sei se o Dan será muito diferente.
Pode dar-se o caso de não ser esta a vida que ele quer mas ser aquela que pode ter.
Há coisas piores, claro...mas o Vazio anda com todos nós.

Wednesday, October 12, 2016

...Sempre À Espreita...

Nesta minha senda de ser um gajo mais relaxado, optei, de há uns tempos para cá, por deixar alguns assuntos morrerem sem lhes dar importância.
Isto é recente mas mais antiga é a decisão de deixar de sentir a necessidade de corrigir todas as barbaridades que ouço e sei estarem erradas.

Da mesma maneira que acho uma profunda parvoíce dizer a alguém que é feio sem que tal tenha sido perguntado, comecei a achar que corrigir só por obsessão me fazia parecer um pedante que não gosto de parecer. Era uma compulsão, é certo, mas ninguém tem de adivinhar.

Sucede que isto nem sempre resulta e a fina camada de verniz com que me fui revestindo tem muito menos resistência do que gostaria...

Ontem falou-se da Casa dos Segredos, ao jantar.
Ouvi que a culpa era das televisões que davam às pessoas o que elas queriam e não deviam; ouvi dizer que aquilo representa a ralé da sociedade; ouvi que era deprimente e de terceira categoria...enfim...
Não fiz a transposição do dever das televisões educarem as pessoas para o próprio conceito de democracia;
Não atirei à cara o facto de as mesmas pessoas que criticam isto verem e discutirem o Keeping Up With The Kardashians e as WAGS;
Não referi que elas - como nós - faziam às escondidas o que os gajos na televisão, porque filmados, fazem às claras;
Não disse que a TVI é privada e que, por isso, faz o que quer e que veja quem quiser.
Não fiz estas referências nem muitas outras que poderia fazer porque não me queria chatear.

Limitei-me, quase delicadamente, a dizer que a Casa dos Segredos é uma extensão, ou vice-versa, do Facebook e da sociedade de voyeurs e gente supérflua, com a ideia de todos - individualmente - serem o centro do Universo.
Admito que isto não seja uma evidência das mais claras mas é apenas uma opinião que admite contraditório mas já não admite um contraditório de qualquer forma. Quer dizer. A opinião admite mas eu não.

Então,
partiram para o tipo de respostas que tira o pior que há em mim e me atira para uma década atrás: argumentos que nada têm que ver com o que tinha dito e, pior, argumentos que nem isso são na busca vazia e pálida de apenas ter razão.

(In)Felizmente, por uma questão de temperamento e de formação profissional, este gosto de verosimilhança é um velho conhecido e sou bastante bom nele mas, ainda mais (In)felizmente, a dada altura achei que devia saber coisas e não só parecer que sabia coisas, o que me tornou um animal híbrido e algo esquisito mas que se adapta com facilidade.
A isto, acresce que além destas odiosas coisas ainda tenho a capacidade de ser o ferro quente que toca só onde dói.

....o jantar não acabou bem porque entrei em modo de ataque.

Pronto, K. Tens razão. És o mais inteligente. És o mais esperto. E também és o mais bonito.
- Pois sou. O melhor é não te esqueceres disso.
Já não estou a achar graça à brincadeira...
- Não? E vais fazer o quê?!

Nada. Não ia nem vai fazer nada.
Eu não faço bluff e se há muitas coisas sobre mim que se esquecem, essa não é uma delas.

Não foi fixe mas não foi dos dias em que saí mais desagradado comigo por ter regressado a um estado mais primário.
Saí um bocado desagradado mas não muito. Foi merecido.


Tuesday, October 11, 2016

Falta Sempre Alguma Coisa

É muito comum vir para aqui constatar - haverá quem entenda que é criticar - a superficialidade com que o pessoal se prende.
A tristeza que cobre uns quantos de nós por não terem aquele carro ou aquele fato ou aquele relógio ou aquela casa...enfim, coisas com as quais podem preencher o seu FB e assim mostrarem aos outros que são bem sucedidos.
...não vou bater mais nisso nem vou contrapor com aquilo que entendo ser sucesso ou bem sucedido. O que direi é que também eu me sinto falhado de vez em quando.

Enquanto papava um chaço num Centro Comercial, fiz o que costumo fazer: fui para a FNAC.
Desta vez, prestei um bocado mais de atenção ao livros e encontrei O Grande Bazar Ferroviário do Paul Theroux; uma viagem de combóio de Londres até ao Japão.
Pensei comprar. Não comprei.
Fiquei só com a cabeça baixa e com o livro na mão.

Senti-me triste - coisa rara - por sentir que deveria estar a fazer isto: a ir para a PQP...durante muito e muito tempo.
O pior é que não é porque não posso que não vou. O pior é que não é porque não quero que não vou.
A merda da sociedade que tanto critico por influenciar os outros também me fode a mim.
Não é suposto eu, com a minha idade e com, bem, cenas, pegar na mochila e bazar.

...e assim me sinto, por momentos, um falhado.
...e assim mantenho a esperança que ainda vou quebrar esta merda.

....e como sou masoquista:

Mar de Estrelas, Maldivas:
Montanhas Tianzi, China:


Fode-te, K!

Monday, October 10, 2016

CURTAS


SIM

"People are stupid. People don’t know who is a real fighter or not. They just like to see expensive stuff on Instagram."
Gegard Mousasi.


SIM


SIM


SIM

...

TRUMP

Não vou discorrer sobre o Trump porque fico com ânsia de vómito mas achei muita graça ao escândalo da gravação em que ele diz que beijava gajas e as apalpava.
Foi preciso este mentecapto vir dizer o mesmo que quase todos os homens dizem - fazer é uma outra coisa - para virem não sei quantas pessoas retirarem-lhe o apoio.
O que, aparentemente, causou uma incrível revolta foi uma conversa igual ao que tantos outros têm entre si.

Deve haver poucos homens que gostam mais de mulheres, como ser e não como carne, do que eu e, ainda assim, já disse muito pior quando estava e estou entre amigos.

Muro?
Impedir a entrada de muçulmanos?
Insinuar que uma moderadora está com o período e, por isso irritadiça?
Não conseguir juntar 3 palavras sem que duas sejam mentiras (porque a 3ª é, praí, uma proposição)?

Nada disso...
Foi o que todos fazem que parece ser um problema.

Um gajo tem os líderes que os outros escolhem e que os outros merecem.

TAXISTAS

Em muitas questões, os Taxistas não estão a ver o problema...
Terão razão em algumas coisas mas acham que tudo é um problema de custos.

Não é.
Se os gajos da UBER começarem a cobrar o mesmo que os taxistas, estes taxistas vão continuar fodidos porque, contrariamente à maioria dos taxis que apanho, são mais apresentáveis, mais educados e os carros mais limpos.

Porque estou sem vontade de perder demasiado tempo, não vou aprofundar nada mas direi isto:
Nesta altura, estes gajos propõe um aumento dos preços para o Verão e para o Natal.

É a puta da loucura.
Estamos entregues à bicharada.

Saturday, October 08, 2016

Matar Com a Cura (Coisas Com Graça)

Que me recorde, tive uma cena escrita por mim que veio ser publicada num jornal.
Coisa essa que era extensa e, daquilo que me lembro - naturalmente, não tenho nenhuma cópia nem reli - era, visto com distância, bastante pueril (data, praí, de 1999).

O assunto, contrariamente às palavras que usei para o abordar, está muito claro na minha cabeça e a base da história, também.
Era a história de um mundo em que os habitantes tinham cores e em que um deles começou a empalidecer, acabando por tornar-se cinzento à medida que ia deixando de sentir interesse pelas mesmas coisas que os outros.
No fim, o gajo encontra outros como ele quando entra num buraco qualquer (não me recordo como aconteceu) e descobriu que os poucos como ele viviam debaixo de terra.

Naquela altura, como agora, acho que a verdade e a realidade tornam-nos mais solitários e, em determinados casos, mais tristes.
A grande diferença é que naquela altura não saberia dizer que este era o cerne da história, ainda que o fosse.

...e isto é engraçado.
Existia um fio condutor que não via e uma profecia que não sabia ter proferido. Profecia em relação a mim.
O meu eu mais néscio já ia a caminho de ser menos néscio um bocado mas não sabia.

Friday, October 07, 2016

...porque tenho 2 anos...queria muito!


Matar Com a Cura

Em geral, estou contente com o que tenho e com o que sou.
É verdade que gostaria de ter mais umas coisas e de ser um pouco diferente em alguns quesitos mas, em geral, será das poucas coisas das quais não me queixarei.

O meu crescimento - ia dizer evolução mas não sei se o foi - empurrou-me para longe de muita coisa e de muitas pessoas; coisas das quais não sinto falta e pessoas das quais não sinto, sequer, a ausência.
Estes dois factos não me chateiam mas já me chateia, de vez em quando, a incapacidade de ficar contente com coisas relativamente fáceis de arranjar...
Por exemplos:
1 Conseguir os elogios de alguém não é assim tão difícil, basta dar um primeiro a maioria das vezes.
Não me excito com elogios.
2 Um fato Boss é top. É meio caro (escolhi Boss para não falar em coisas realmente estratosfericamente caras) mas fazível. 
Não me excito com coisas.

Ou seja:
apesar de não ter vontade de voltar a ser o que já fui e de nem sequer achar que isso é possível, não é menos verdade que estes prazeres tornam a vida mais agradável quando o são.

Ora,
porque não é minha intenção indicar este tipo de caminho a ninguém, evito falar longamente sobre o irrelevante de quase tudo o que nos rodeia porque as pessoas estão inseridas num meio bem menos inóspito quando agregadas numa manada que aprecia as mesmas coisas.
Se todos derem um enorme valor ao FB terão isso em comum uns com os outros;
Se todos derem um enorme valor às baboseiras que o Marcelo diz terão mais pontos de contacto com a próxima pessoa que falar.
....é triste mas a maioria de nós não está preparado para a solidão que existe mas que estas cores garridas vão disfarçando.

Acontece que a intenção que disse ter e que tenho fica prejudicada com o convívio intenso.
Se estiver e passar tempo suficiente com uma pessoa ela vai acabar por ouvir a minha ideia pós-apocalíptica ao estilo Mad Max do Mundo em que vivemos.
Ah, mas ouvir o que tu achas não faz com que fiquem a achar o mesmo, K! parece que ouço mas, como de costume, estarão errados.
Aqueles e aquelas que me ouvem e discordam de forma acérrima não estarão muito tempo por perto...não porque as afasto mas...
Ok, pensem nisto:
Alguém acredita que eu poderia ter um convívio intenso e prolongado com um fanático católico ou cientologista? 
É mais ou menos a mesma coisa.

O problema é que eu não quero que apanhem este vírus.
É certo que eu acho que estou certo na minha visão selvagem do que nos rodeia mas quebrar a ilusão é uma merda para quem a tem construída.

K...não sei bem o que se passa.
Muitas das coisas que me deixavam animada já não deixam; ir jantar não sei onde deixava-me mais contente; ir de férias com os meus amigos deixava-me mais contente e desta vez não gostei muito...
- Não me surpreende mas lamento. Era mais ou menos inevitável. Deixaste de achar interessante as coisas que tinhas em comum com muitas pessoas...lamento...

E lamento mesmo.
Se acho que ela está mais preparada para o que a rodeia porque agora vê melhor o que a rodeia?
Acho.
Se acho que é melhor ver o que a rodeia?
Não sei...

Novamente: a vida é mais fácil quando se tem mais em comum com os outros mas, infelizmente, raramente é um caminho com retorno.
É por causa disto que há uns posts atrás disse que alimentava algumas fraquezas nas pessoas de quem eu gosto. É melhor. Elas sentem-se melhor. Quem as rodeia sente-se melhor.

Felizmente, sempre que posso, Só Danço Samba:

Tuesday, October 04, 2016

O Animal Está Sempre À Espreita...

Há assuntos que aprendi a evitar.
Poder-se-ia pensar, se não se for muito esperto, que o faço para evitar confronto mas não. Faço-o porque só vai dar asneira e nada de proveitoso. Às vezes, independentemente da boa intenção que a minha ideia quer transmitir, as minhas palavras soam a reprovação aos outros...e quando gosto dos outros, é chato.

Infelizmente, hoje não fui a tempo...
Olha, K, ele diz-lhe que ela não me deve vir chatear..
- E isso interessa o quê?! Dizer interessa o quê?! Se eu te disser "não te preocupes com isso. Eu trato!" e, depois, não tratar, isso interessa o quê? Se eu te disser "não podes fazer isso" e depois não te dou alternativa para o evitares, isso interessa o quê?!
Pois...se calhar...
- É...se calhar. Tou farto de te ouvir dizer isso. Não estou para continuar a ouvir desculpas parvas para quem não merece.

A coisa deu um silêncio algo prolongado...a minha voz subiu um bocadinho de tom - o que é muito raro - e os meus olhos arregalaram - o que é bem menos raro.
Não houve qualquer dúvida de que a minha irritação não lhe era dirigida mas, ainda assim, a agressividade começou a ferver e quando ferve, volta e meia, perde a direcção...é um bocado como esperar que o vulcão comece a cuspir mas que apenas queime quem merece.
Infelizmente, não funciona exactamente assim...

Gosto muito de boas pessoas mas lamento por elas. 
Acontece que, por admirar gente impregnada de boas intenções, tendo a apoiar que assim sejam, desde que eu ande por perto para segurar os idiotas que se tentem aproveitar. Quando não estou tão perto, não posso apoiar assim tanto.

De todo o modo, como percebi o que aconteceu, passei os seguintes 15 minutos a falar com uma voz meio apaneleirada para tentar compensar a coisa.
Há uns tempos, foram umas calças;
Hoje foi o tom de voz.

Foda-se...

Monday, October 03, 2016

Comentadores e o meu Problema com Eles

Faz-me confusão a quantidade de comentadores que temos espalhados pelas televisões. 
Estas ervas daninhas não podem ser vistas como um fenómeno independente da necessidade de encher tempo de canais noticiosos 24hs, o que, por is só, desvirtua a ideia do que é notícia.
Por estes dias, vejo poucos noticiários porque de notícias têm pouco e ouço poucos comentadores porque de conteúdo têm igualmente pouco.

O que me faz eriçar os pêlos da nuca é que eu era uma coisa parecida com estes debitadores de palavras e tinham uma visão ou postura relativamente semelhante.
Há anos atrás, enquanto falava com um casal de amigos em que um é médico e outra formada em psicologia, eu e ela chegámos a acordo quanto a isto: se a coisa puder ser provada, perde o interesse para a discussão. 
Porque ele é cientista, isto fazia-lhe uma extrema confusão. Para ele, interessava-lhe saber, de facto; a nós chegava-nos parecer que sabíamos.

Hoje, ouço-me dizer estas coisas tenho vontade de me espancar.

Os comentadores que por aí vemos debitam, na grande maioria das vezes, ignorância com a aparência de uma outra coisa. A esmagadora maioria deles ainda vive na teoria do contra-argumento, coisa antiga dos sofistas gregos que defende que a efectividade de um dado argumento reside na sua verosimilhanças e não na verdade.
Como disse, eu fiz, orgulhosamente, parte desta massa ignorante durante muito tempo.
A minha ignorância, como a deles, era disfarça com a capacidade de parecer que sabia daquilo que estava a falar e na aparência de verdade - mais lógica do que verdade - daquilo que dizia.
Não se enganem: ainda sou capaz de fazer isto em desespero de causa mas sinto-me sujo quando o faço mas como prefiro alguma sujidade à derrota, quando provocado...

...depois, numa altura relativamente determinada, passei a querer saber coisas e não apenas a parecer que as sabia.
Os soundbites e os comentários deixaram de me interessar e passei a ler coisas sobre cenas, fossem elas que cenas fossem. Hoje tenho muito mais interesse em saber os factos do que em pintar as circunstâncias da forma que mais me aprouver em determinado momento.

A maioria desta gente não sabe um caralho mas é assim que ganha o pão e é, também, assim que lhes comem o rabo enquanto eles mordiscam o cacete.

Sempre que, por exemplo, é apresentado um Orçamento de Estado demorará uns poucos minutos a que surjam os primeiros comentários sobre o assunto.
Ora, se o tempo que medeia a apresentação do documento e comentário é insuficiente para o seu download, como o poderão comentar?
1. Inventam;
2. Pegam no resumo que lhes é preparado pela assessoria de imprensa de quem o fez e debitam o que por lá estiver escrito.

Não percebem um caralho...
Deixei de perder tempo com estes gajos (de cabeça, excluo o Medina Carreira...podemos discordar da interpretação que ele faz dos factos mas aquilo que apresenta não se baseia no ar).

(sim, estamos de Azul, hoje)

...porque se escrevesse ia ser azedo...