Tuesday, July 31, 2007

Não consigo dormir...é uma merda que me deixa doido.
Não sei porque não tenho sono, durmo umas 5 hs por dia (com apeneia pelo meio), deveria conseguir dormir a cada vez que encosto a cabeça.
Começo a contar, regressivamente, as horas que vou dormir a ainda fico pior.
Pra descontrair, fica isto:
Ouvi, com dor, que o Espanhol Saramago disse qualquer merda como Portugal vai ser abarcado por Espanha.
Não fui aprofundar o assunto porque tudo que se relaciona com esse espanhol me dá uma azia muito desagradável e ânsia de vómito.
Mudou-se para Espanha porque se sentia injustiçado no seu país, basicamente, não gosta de Portugal.
É ridículo que porque não se gosta de decisões dos governantes se mude de país por se sentir injustiçado.
Há milhares de motivos para emigrar, já pensei e penso nisso seriamente, mas quem me causa desconforto não é Portugal.... também não deixarei de ser portista porque não gostarei do próximo presidente.
A soberba que ataca este esclerosado espanhol é intrigante.
Antes do nóbel (ou nobelle como ele gosta de pronunciar foneticamente) o tipo andava em baixo de uma pedrita qualquer e o país, inteligente à data, ignorava-o.
Infelizmente, porque ganhou lá o prémio dele, o peito encheu-se e Portugal deu-lhe tempo de antena e comemorou e deu nome a ruas e a puta que pariu....foda-se.
Eu nem os livros dele leio, nem pra dormir.
Não consigo separar a arte do artista.
Dêem-lhe BI e assumam-no como filha, Espanhois, não demorarão a arrepender-se.

Monday, July 30, 2007

Nunca como Dantes

Nestes tempos de areia no ar e ventos fortes, tenho perdido algum tempo a tentar perceber porque faço isto ou aquilo.
Não é uma dura análise da realidade nem sequer uma forma de justificar uma ou outra decisão.
Desde há bastante tempo acredito que tudo tem que ver com tudo, o que me levou (e ainda leva) à brilhante conclusão que:
A ser assim, não interessa!!!
Porquê?
Ora, porque se tudo está ligado com tudo e se a soma da globalidade é que dá o resultado, a culpa morre sempre solteira e ninguém nem nada é responsável.
É a célebre, quando são todos não é nenhum.
Nesta época psicológica o assassino mata porque teve pouco carinho ou carinho demais.
Enfim, apesar do desinteresse, para que eu saiba porque eu faço, pensei nisso.
Descobri de onde vem a forma amarga de ser e descobri onde nasceu o Lobo que até lá não existia.
Por um lado, quis ser aquela coisa cool de não temer e nem ser dócil, o anti heroismo sempre me atraiu.
Por outro lado, exigiram-me que os meus caninos crescessem e por isso, ao menos por isso, serei eternamente grato.
Ainda por um terceiro, senti-me desamparado e sem ter onde me agarrar....e não tinha, ainda idade pra isso.
Não lamento.... aprendi a gostar e hoje não quero, realmente, ser diferente.
O mesmo metal duro e resistente que controi os meus defeitos é o mesmo que edifica as minhas virtude.
Evito cair porque sou pesado demais pra me levantar.
Quando o sol nasce na savana, o veado mais lento sabe que tem de ser mais rápido que o leão mais lento pra sobreviver.
Quando o sol nasce na savana, o leão mais rápido sabe que tem de ser mais veloz que o veado mais lento pra se alimentar.
Não interessa se és veado ou leão quando o sol nasce....é melhor que estejas a correr.

Sunday, July 29, 2007

Tenho duas amigas de sempre que têm namorados novos (nem novos, na verdade, o que acontece é que não são os mesmo que conheci há anos atrás - amigos meus, também - e cujo relacionamento durou anos, daqueles que achava que iam acabar no altar....naturalmente, enganei-me).
Amiga 1
O primeiro traço dela que sempre me saltou à vista foi carência. Não que a ache fraca, apenas a vejo como necessitada de ter alguém do lado e daquelas pessoas que precisa casar.
A felicidade que procura sempre lhe fugiu, acredito cada vez mais que lhe fugiu porque tanto a procura.
Pessoa muito dedicada aos seus relacionamentos em deterimento dela mesmo.... o que se agudizou muito agora.
O FDP do namorado dela (que nem eu nem ninguém viu e cuja existência apenas acredito porque ela não é mentirosa) deu-se ao luxo de não aparecer ao aniversário dela.
Eu também não gosto de conhecer os amigos e amigas de quem está comigo no momento porque sou mais bicho do mato do que bicho social, no entanto, é indispensável, a dada altura, a coisa deixar de ser secreta...especialmente quando já não é.
Resumindo, ela que tanto gosta de ter alguém do lado submete-se a ter sem que este se deixe ver, quando pra ela é tão importante essa interacção social.
Amiga 2
Esta está ainda pior...
Não a vi nem falei com ela durante mais de 1 ano.
Não falo mesmo com ela há mais tempo do que a minha memória me permite lembrar.
Esta segunda sempre foi absolutamente ela, nunca a vi ser dominada nem anular-se.... até que deixou de ser ela, até que a vejo ser dominada e anular-se.
Mais uma ave de rapina (acredito realmente que o seja) que rouba e esmifra uma pessoa que era (acho que ainda é) muito querida.
Isto porquê?
Deve ser desespero, deve ser uma necessidade que desconheço e que nunca quero conhecer.
O dia a dia encarrega-se de me afastar, cada vez mais, dessa coisa do feliz para sempre, impede-me de acreditar em ti ou naquela ou ainda na outra.
Não quero metade de nada nem a ilusão de coisa alguma, prefiro uma amarga sensação de que estou vivo do que uma ilusão de plenitude que tolhe os sentidos.
Prefiro-me a mim em deterimento de um estranho que viesse morar no meu corpo.

Thursday, July 26, 2007

Multiplica e Não Muda

Neste novo capítulo da minha passagem por cá, passei a ser um gajo que tem quem dependa dele.
Até há uns tempo, a minha única preocupação era a cerveja do fim de semana e a próxima viagem, entremeada com a vontade de progredir profissionalmente.
Agora, as coisas são diferentes...

Antes do mais, não estou feliz por ter contas pra pagar nem me sinto mais homem, essa coisa de crescer pelo sofrimento e as obrigações que moldam o carácter não faz, pra mim, qualquer sentido.
Um gajo tá aqui muito pouco tempo pra ter de se preocupar com renda e luz e electricidade...mas enfim.

O que me surpreendeu é que a minha importância não aumentou... não sinto que me respeitem mais, não me parece que se sintam mais subordinados.
Muito bom, deixa-me feliz.
Era de mim que gostavam e a quem respeitavam, não ao que eu podia fazer por eles.

Wednesday, July 25, 2007

Gosto de quem me faz sorrir.
Não tem de ser com uma graça nem com uma palhaçada, prefiro até que não seja.
O que me agrada é quem me alegra só por estar lá, só porque me dá prazer vê-la ou ouvi-la ou falar-lhe... não tem nada de sexual (apesar de até poder ter), é uma coisa bem mais rara, é um momento de claridade no meio da agrura dos demónios que me fecham o rosto.
É tão mais fácil arranjar alguém com quem foder do que alguém com quem me sinta verdadeiramente confortável....
Poucas vezes tive as duas coisas numa só pessoa e quando tive não a soube segurar ou ela não me soube segurar a mim.
Hoje, digo-o com certeza e com a consciência de que poucas coisas me agradam mais do que uma mulher nua deitada na cama a chamar-me, dou muito mais valor a quem me faz sorrir....sem ter de tirar a roupa.
Não é que eu seja um tipo triste, não sou.
O que acontece é que não acho que tudo seja divertido, a maioria das coisas acho tremendamente enfadonhas, a maioria das coisas cansa-me muito facilmente, a maioria das conversas não me interessam, a maioria das ideias não me despertam qualquer curiosidade e o dia a dia é tremendamente monótono.
Poderia retirar-se que eu me vejo como sendo muito culto e muito interessante, um pouco como o gajo que acha que ilumina o mundo à sua passagem. Acho precisamente o contrário.
Agora, se eu me resigno a que quem comigo convive seja tão escuro e vazio como eu, corto os pulsos.
Preciso que me abram o sorriso, isso chega-me, mormente por ser, de facto, dificil de fazer.
Engraçadas as dicotomias da vida e os paradoxos inerente.... eu acho, mesmo, que quem me ganha acaba por perder.

Tuesday, July 24, 2007

TéJá


Aí está uma vontade que nunca hei-de concretizar.
Esquecendo as vestes do tipo retratado no quadro que em nada se assemelham a alguma coisa que me agrade (partiria sempre de havaianas, calções e t-shirt), não tenho essa capacidade de me ir embora.

A cada dia que passa menos me agrada o quotidiano, cada vez há menos coisas que me interessem.
O meu maior prazer, ainda é, ouvir música ou ver um filme com um wisk por companhia... quase a visão do paraíso (porque paraíso mesmo são, as tais, havaianas e, os tais, calções com vista para o mar e pés enterrados na areia com uma bossa nova a entrar-me nas veias).

Na verdade, não fui construído para pegar nas minhas coisas e ir-me embora, não é sequer uma opção.
Sinto muitas coisas como sendo minha responsabilidade sem, de facto, o serem.
Quando olho para o espelho vejo um lobo feroz que está por cá apenas para evitar que façam mal a quem não devem.
Não me parece que, a dado momento, serei um bom marido e, apesar de muito querer, nem sei se serei um bom pai... tenho a sensação de que irei ser demasiado Eu e não deixarei que eles sejam Eles.

Sinto-me útil quando desempenho a função de guardião, não me sinto útil quando apenas estou na função de companhia.
É como a mais recente arma de guerra que no momento em que é criada e usada tem a sua mais íntima razão de ser cumprida e em tempo de paz é desnecessária e apenas ocupa espaço.

O fogo não me queima os pés mas a relva transmite-me uma estranha sensação de desconforto...

Monday, July 23, 2007

Raio Cósmico


Quando estava a procurar esta imagem ainda pensei colocar o Surfista Prateado, no entanto, seria poética demais e com um elan que, claramente, não me assenta.
Acho mais realista e, por isso, próximo da realidade, o puto sociopata que não tem uma justificativa nobre para ser como é.
Nestes dias cometi o erro de dar uma olhadela, rápida, para as coisas que faço e fiz e para o lado destrutivo das minhas acções.
Tenho o belo hábito de me afastar quando me sinto demasiado perto, é uma reacção tão, ou mais, natural como respirar.
Na verdade, é ainda mais reflaxivo do que o próprio respirar, afinal, se quiser, sustenho a respiração por uns instantes, algo que não consigo fazer com o meu afastar.
Lembro-me de uma música (Jarabe de Palo) que a dada altura diz "se saio a correr, agarra-me pelo braço e se não te escuto, GRITA" (qualquer coisa assim, em espanhol).
Achei, durante anos e anos, que era isso que eu precisava.
Achava, e ainda acho, que era pedir demais... não me parece justo que alguém precise de segurar ou de gritar para me impedir de partir.
Descobri, há pouco tempo, que nem isso chega.
Não me mereço e nem me merecem, é daquelas inevitáveis verdades de um broken guy.
Isto do broken guy é uma verdade que tem um peso de 70 toneladas de ridículo... nunca me quebraram, devo ter nascido assim.
Nunca me deixaram, nunca chorei por ninguém, não abusaram de mim quando era criança, não fui espancado, nunca fui mal amado... e sou essa coisa amorfa embrenhada em arame farpado.
Como já escrevi uma vez "no peito dos desafinados também bate um coração", um dia ainda o descubro.

Thursday, July 19, 2007

Segredos

Nem todos são de se revelar... na verdade alguns são tão secretos que nem ao portador se revelam.

No meio de uma ou outra conversa, às vezes as revelações escorregam como o excesso de água que se tem na boca.
Não é por querer, é porque não cabe.
Estranho é que a água que naquele momento escorre sempre esteve lá, não há motivo aparente para que deixa de ser possível contê-la.
Na verdade, depois daquela conversa com aquela pessoa ela manter-se-á na boca, no mesmo estado em que se encontrava antes.
Estranha vida esta,
estranhos encontros estes.

Tuesday, July 10, 2007

Curva



Gosto, particularmente, como te caem da cintura.

Aquela queda que não é desgovernada mas que é vertiginosa, a cor que se desfaz das mãos e que pintam o rosto, o afunilar que enche a minha boca de saliva, a textura que sinto nos dedos ainda antes de a receber no cérebro.

Gosto, demais, do caminho que me guia.

É aquela interioridade que me chama, é o pedido das meu baixar, é o clamor dos meus lábios, é o instinto da minha língua, é o arrepio da minha espinha, é o calor do meu estômago, é o sangue dos meus olhos.

Gosto, também, de como me puxam.

São as duas numa só em cima dos meus ombros, é a jiboia que me espreme, é a humidade que escorre, é o apressar da respiração, é o olhar que dispara pró céu, é a boca que não se cerra, são os braços que se tornam pedra.

Gosta, mais, como me ordenam.

É a voz que se cala, são os musculos que segredam pra me afundar, é o ar que se escoa, é a explosão que se avizinha cada vez mais ruidosa, é o dançar dos cheiros, é a chegada do início, é o caminho percorrido sem mapa.

Gosto.....definitivamente, gosto!

Actualidades

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Há 2 dias, dei umas voltas nuns quantos blogs.
Não é uma practica comum, há uns quantos que visito diariamente, mais por razões sentimentais que outra coisa, mas raramente vejo outros.
Retirando a vertente técnica da coisa (existência de ideias válidas, ser bem escrito e tal), não me despertaram qualquer interesse.
Não que os achasse maus, são INCRIVELMENTE melhores do que os que amam-as-plantas-e-os-animais e os adoro-sofrer-por-amor-isso-é-lindo, dois dos mais comuns tipos.
Não me despertaram interesse porque o assunto não me interessa....
Não me orgulho da falta de vontade que tenho de acompanhar as actualidades, não tenho alegria ao sentir que pouca coisa além de mim e dos meus me desperta a atenção.
É uma forma estranha de alheamento de quem não é, de todo, alheado.... é estranho, no entanto, tudo em mim o é.
Enfim, deve haver milhares de milhões que me acham um misto de enfadonho com insuportável.
Tinha graça se gostassemos todos do mesmo?!

Monday, July 09, 2007

Da Falta de Sentido.
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Estava agora mesmo a pensar em sacrifício.
Levantei-me da cama e aqui estou.
Parei de ver uma série porreira e decidi vir destilar coisa nenhuma.
Mais um exemplo claro da Falta de Sentido.
A coisa que me assaltou é, no entanto, outra.
Acredito em sacrifícios mas não o entendo, de forma alguma, como admirável ou glorioso.
O meu sacrifício, como o teu e o dele, não merecem uma ode mas antes um parente próximo da pena.
Quando a vida é pra ser vivida, pra quê sacrificar?
Poderia discorrer muitas teorias e o dobro dos autores.
Poderia citar muitas pessoas que se sacrificaram e que, por isso, foram e continuam a ser admiradas.
Não o faço!
Acredito no aproveitar o meu dia e que tu aproveites o teu.
Não, também não é aquela pueril e desprovida de sentido máxima de carpe diem.
É, pra mim, tão absurdo cortar um dedo como não importar que ele seja cortado amanhã.
O dia de amanhã terá de ser, dentro do razoável, previsto mas não deverá reger o dia de hoje em absoluto.
Pra quê toda esta pseudo sapiência de quem sabe muito menos que a maioria das pessoas?
Ora, por causa do sacrifício.
Estou numa fase em que me sinto a sacrificar.
Neste preciso momento, não me sinto idiota nem herói por o fazer.
Daqui, retiro o mesmo que da maioria das minhas acções ou omissões.
Deste preciso ponto, as motivações são, basicamente, nulas e os planos, relativamente, inexistente.
Porque coloco a minha vida em ponto morto?
Poderia ser porque já o fizeram por mim, mas não é.
Porque me assemelho a um filantropo?
Poderia responder que é porque a minha natureza é essa, mas não é.
Porque me sinto sozinho e, ainda assim, não queria estar de outra forma?
Poderia, eventualmente, dizer que é porque acho que deve ser assim, mas não é.
Porquê então?
Certeza eu não tenho mas acredito profundamente que a resposta será, até, simples...
Porque não sei ser de outra maneira...