Wednesday, November 29, 2017


Going Dark

O maior problema de se viver de forma realista é que a realidade não é uma coisa porreira. E tanto não é que a maioria de nós anda, incessantemente, à procura de um qualquer grupo a que possa pertencer e assim tornar mais suportável esta coisa que não vai para lado nenhum.

Há quem opte por religiões;
Há quem opte por clubes de futebol;
Há quem opte por ser vegan;
Há quem opte por nacionalismos....

A enumeração é potencialmente infindável.
É engraçada, por exemplo, a própria questão da música; há quem procure, deliberadamente, artistas obscuros para se sentir associado a um movimento curto de gente que conhece o gajo que pinta pilas em tampas de caneta e assim se sentir tão mais especial porque compreende o que escapa à maioria.

O pessoal que é mesmo realista não tem intenção de pertencer porque a intenção contraria a natureza do o que acontecer acontecerá.
É muito difícil suportar a falta de sentido. Até fisiologicamente estamos preparados para atribuir sentido ao que não o tem; o cérebro esforça-se por dissecar e explicar o que não tem explicação. Há um sem número de experiências que o revelam.

Outro exemplo é o esforço desenvolvido para perceber o que leva um gajo (o de Las Vegas, por exemplo) a disparar sobre uma multidão.
Também eu acho que tudo tem uma explicação mas estou certo que estarei errado.

A ideia de que um gajo acorda e decide bem, vou varrer uns filhos da puta que não conheço é aterradora porque um desses filhos da puta podes ser tu. E não há motivo para o seres: só és.
Torna-se, por isso, irrelevante o quanto nos tentamos preparar para tudo.
É indiferente ter uma arma para nos protegermos ou sabermos artes marciais; não faz diferença o pé-de-meia que temos para uma necessidade.
Acordaste e meia dúzia de horas depois estás morto sem que tivesses, de qualquer maneira, colaborado para isso.

O reconhecimento da impotência pode levar a que 1. sejamos amorfos ou a que 2. façamos o que temos de fazer independentemente da ordem porque a ordem não existe.

Eu tento ser o 2 mas há vezes em que me sinto o 1.
Sentir-me o 1 fode-me um bocado a cabeça.

...e eu acho sempre que devia fazer alguma coisa e essa coisa nem sempre traz consigo o que devia mas ficar quieto...

Ah:

Tuesday, November 28, 2017

Espectacular, confirma-se!

Sexta-feira passada, fui comprar uma garrafa de Pol Roger porque Ela nunca tinha provado champagne e para mim toda a desculpa é boa.

Olha o que o K comprou para nós.
- Ah, muito bem. Qual era a ocasião?
Ocasião?
- Sim, era uma ocasião especial?
Não, nenhuma. Era só domingo...

Ocasião especial...bichice.

Monday, November 27, 2017

Transparência

Estava hoje a discutir futebol e as tecnologias e disse ao gajo não percebo muito bem por que motivo não se pode ouvir o que o árbitro diz aos jogadores, como no rugby.
O gajo discordou porque acha que o mal é desconfiarmos todos uns dos outros. E rematou com um daqui a pouco tenho microfones e câmaras em casa, para me controlar!!!

Estes são dois assunto interessantes.

A Transparência é a melhor maneira de afastar as sombras e é especialmente útil para afastar qualquer eventual suspeição.
Podem dizer-me que há limites porque transparência não é o mesmo que deixar invadir e obrigar a defender quem não deveria ter de fazê-lo.
Também acho. 
A Transparência é um valor, para mim, absoluto mas a Transparência é a Transparência e a sua Circunstância.

Então:
Parte do meu trabalho é quase plenamente público e, por isso, quando estou a fazer esta parte digo tudo aquilo que quero dizer para que toda a gente - mais interessada e menos interessada - possa aceder e ver;
Parte maior do meu trabalho é pública dentro da estrutura e dentro da estrutura é plenamente acessível a todos.
Quero com isto dizer que em ambas as circunstâncias, todos os que estão envolvidos podem ver o que estou a fazer; é certo que não digo exactamente o mesmo a ambos os círculos mas digo exactamente o mesmo a todas as pessoas que integram o respectivo círculo.
Nada para mostrar a uns e esconder a outros. Há luz e claridade em tudo. Não há o risco de, sequer, pensarem que estou a esconder o que quer que seja.

O árbitro de um jogo de futebol está em funções públicas e deveríamos ter acesso a tudo o que diz porque não deverá ter nada a esconder.

E a devassa da vida privada, K?!
Tu és o gajo que não usa via verde porque ninguém tem nada que ver com onde estás.
Tu és o gajo que tem um blog sem identificação real!

É verdade.
É uma outra coisa mas dentro desta coisa sou completamente transparente.

Por exemplo:
Às pessoas que conheço dou um acesso não adulterado ao que penso, desde que me perguntem ou, em alternativa, direi não tens nada que ver com isso. Não minto. O Mundo é pequeno e as mentiras correm muito devagar.
Aos meus menos de meia dúzia de amigos conto tudo aquilo que me perguntarem e não direi não tens nada que ver com isso. A estes, porque poucos e em quem confio quase cegamente, não tenho motivos para dizer coisa que seja menos que verdade ou esconder e ser uma pessoa que não conhecem.

A distinção, por isso, é de proximidade e não de opacidade.
Eu digo tudo na medida em que isso interesse ou na medida em que eu julgue dever ser revelado dentro do nível de exposição que terei para com essa ou essas pessoas.

Detesto gente misteriosa.
Não confio em gente que rodeia e não diz nada.

....e é esse, por exemplo, o meu problema com o Enriquecimento Ilícito.
Eu não acho que deva ter de comprovar como tenho o dinheiro que tenha. Eu não sou eleito. Eu não me sujeito nem quero sujeitar-me ao escrutínio público E não é o contribuinte que me paga.
Um político é-o porque quer e pela inerência da própria função deveria ser forçado a um muito maior nível de exposição e a um muito maior nível de escrutínio.
Um político deveria ter de comprovar a que propósito tem uma vida 5 vezes superior ao que os seus rendimentos permitem.

Transparência.
Só a luz afasta a sombra.

YEAH... (acho que ainda volto)


Thursday, November 23, 2017

Faget e outras Paneleirices

Ando há semanas a ouvir um levantamento indignado contra a utilização do termo faget (paneleiro) como insulto.
O pior é que isto tem acontecido no meio do MMA mas, obviamente, se ocorre neste mundo em que uns espancam os outros para ganhar a vida e outros ainda ganham a vida a comentar a forma como uns espancam outros, esta sensibilidade há-de andar a bombar!

Isto deixa-me um bocado irritado por ser estúpido...

A ligação que andam a fazer é que chamar faget a outro é denegrir a homossexualidade.
Isto é, para mim, incompreensível.

A intenção do insulto é ferir quem se insulta e não quem lá não está; ou seja, chamar paneleiro a alguém - e eu chamo muitas e muitas vezes - não significa que tenha o que quer que seja contra homossexuais. Não tenho.
Alguém no seu perfeito juízo acha que quando uma pessoa chama Filho da Puta a outra quer insultar a mãe dele?! Não. Não quer. Quer insultá-lo a ele!
Se for minha intenção chamar Puta à mãe de alguém ou vou procurá-la para lhe dizer isso ou digo, por exemplo, a tua mãe é uma puta.

Outra: eu, como muita gente, sou gordo.
Se me chamarem gordo não me chateia e não entendo como insultuoso chamar alguém de gordo mas se estiver à frente de um daqueles camelos que anda a medir a taxa de gordura que tem no corpo e todo rapado e cenas sou muito gajo para lhe chamar gordo...apesar de ser gordo.
É para o insultar.

Seria honesto que se assumisse que entramos numa cruzada contra o insulto mas não é o caso.
Os mesmos gajos que andam indignados com o faget (ao ponto de dizerem f word para não ter de, grotescamente, usar a expressão) são os mesmo - literalmente, os mesmos - que não viram nada de realmente escandaloso quando um lutador, ainda dentro da jaula e ao microfone, apelidou os brasileiros de animais nojentos.

Sabem o que são estes gajos?
Uns paneleiros.

...e ainda sem sair do assunto MMA e a sua conexão com o Mundo...

O Werdum (look it up) está a ser massacrado por muitos dos f word porque foi em cima de um outro lutador, na rua, mais pequeno que ele.
Parece-vos que vou defender a tirania dos mais fortes (que existe!)? Nop.
Parece-vos que vou dizer que o Werdum é um exemplo? Nop. Não sei se é.

O que está a acontecer - ilustrado no Werdum - é que só porque alguém é maior e mais deve tolerar os mais pequenos e mais fracos, independentemente da razão.
É o caralho!

O que o Werdum disse foi qualquer coisa como: Estes gajos acham que podem dizer-me o que quiserem e eu tenho de ficar quieto. Dizem "ah, tu pesas 120 kgs" e acham que isso é suficiente para eu ter de os aturar. Não é.
Eu não me meto com ninguém - desconheço se assim é - mas não me vão andar a insultar. Se me provocarem, eu respondo.
Se é assim, faz bem.

Um destes pigmeus (quando comparados com o Werdum) picou-se com ele e quando percebeu o Wedum a caminhar na direcção dele e, com o Werdum a morte, começou a patinar para trás enquanto o ia insultando cada vez mais de longe e, depois, chamou a polícia.

Meus amigos, vamos ver se nos entendemos: quando a cabeça não tem juízo, o corpo é que paga.
Querem ser espectaculares? Querem armar-se em machos? 
Façam isso mas, depois, levem na tromba como uns homens.

Wednesday, November 22, 2017

FUCK YEAH!


Tuesday, November 21, 2017

Sabedoria Popular

Quem tem vergonha, passa fome.

Pois.
Quem tem carácter também.

https://www.brainpickings.org/2012/05/21/joan-didion-on-self-respect/ 

Monday, November 20, 2017

O facto de tomarem conta de mim não me traz conforto porque é algo que confio não ser necessário e a ideia de que essa necessidade existe faz-me muito pior do que a maleita ou problema em si.
O facto de quererem tomar conta de mim é o suficiente.

Não é a concretização do que quer que seja que me revela a verdade porque a concretização depende de muitos imponderáveis que podem não colaborar com a materialização de uma intenção.
A vontade de concretizar revela mais; a vontade não depende de nada.

Saturday, November 18, 2017

Materialização de Uma Ideia

Tenho algum orgulho no facto de conseguir explicar o que quero dizer mas estou certo que nem sempre o consiga fazer.
Um assunto recorrente por aqui (e na minha cabeça) é a minha incapacidade de ser o que provavelmente precisaria de ser para ter aquilo a que se chama de sucesso profissional.
Vamos, por um momento, concordar que não se trata de incompetência - ainda que possa ser - e nem de falta de vontade de trabalhar - esta, não pode ser. Para este efeito, vamos, também, considerar que gente muito menos capaz do que eu é muito mais bem sucedida.

Então,
ontem, Ela contou-me que tinha vindo de uma cena em que estiveram a falar de responsabilidade corporativa e valores que norteiam a forma de actuar das empresas (valores do mais alto calibre, claro).
Um dos gajos que falou era o CEO de um empresa internacionalmente grande.

Tudo isto é merda!
A responsabilidade corporativa de uma empresa é ganhar dinheiro;
Os valores que norteiam uma empresa são como posso ter mais rendimento com menos custo.
É certo que haverá diferentes graus para o mau-caratismo das empresas mas não existem entidades empresariais bem sucedidas que pratiquem a responsabilidade social que apregoam. Não há.
...mas isto só se diz em surdina.

Quando em gatherings, são todos espectaculares, imaculados e quase virgens, muito cientes dos problemas da sociedade e preocupados com eles porque, afinal, não vale tudo.
Treta, uma outra vez.

E aqui reside um dos problemas.
Não sou moralista. Os negócios existem para fazer dinheiro e isso é óbvio e natural.
Se me disserem K, vamos ser um bocado filhos da puta mas é preciso para vencermos X, Y ou Z eu não colocarei objecções e, dependendo da filha da putice, poderei até colaborar.
O Mundo não é esterilizado e eu também não.

MAS eu não sou capaz de fingir que acredito no que se quer vender. E por desfeito pessoal (talvez seja uma questão de orgulho), não sou capaz de não reagir quando confrontado com um evangelizador. Não sou capaz de abanar a cabeça em assentimento quando me estão a dizer balelas.
Consigo ficar calado e, ainda assim, é duvidoso que os meus olhos não mostrem o quanto desaprovo hipocrisia; Não consigo responder o que querem ouvir quando directamente questionado.
Os espertos, deixam-me no meu canto e não me ligam;
Os burros, olham para mim como uma alma a converter e essa merda nunca lhes corre bem.

O ideal, para se conseguir subir a escada, é saber o quão estúpido isto é mas manifestar completa concordância e ajudar a vender kunamis. O ideal é fazer isto mas tendo consciência de que se está a fazê-lo.
Sucede que se se for estúpido e comprar o discurso e depois vendê-lo, também funciona! E há gente bem sucedida que é suficientemente estúpida para vender uma coisa, fazer outra e nem se aperceber disso!

Não sei se fui bem sucedido na explicação mas aqui fica.

Ah:
Mas uma empresa não pode ser bem sucedida e defender valores humanistas e de decência?!
- Uma empresa grande e global?
Sim, por exemplo.
- Não.
...não concordo.
- Conheces a Apple, produtora do teu telefone espectacular? A empresa mais capitalizada da Bolsa? A empresa que partilha com o santo Bono a campanha RED e que quer que todos sejam diferentes e especiais e tal?
Claro!
- Pergunta à Siri o nome da criança chinesa que montou o teu IPhone.

Wednesday, November 15, 2017

Little Bitch

Não sou muito dado a sentir muitos sentimentos - ou sou e não sei - mas achei isto very cool e foi mais uma demonstração que até em coisas medíocres se encontram bons momentos:


Tuesday, November 14, 2017

Sou Espectacular (sem outra coisa)

Sábado passado, uns amigos tentaram que a filha partilhasse uma das cenas que tinha na mão comigo e a miúda recusou-se.
Além de poder ser tido como uma comportamento normal de uma criança, tinha acabado de a assustar (peguei nela, vindo de trás a achar que podia ter graça mas, obviamente e como qualquer gajo menos idiota que eu saberia, não teve).

Fui a um outro lugar com o Pai da miúda e, depois, cada um foi à sua vida.

Passados uns minutos, ligou-me para saber onde estava e deu-se que ainda estava perto.
Então, saíram de casa (ele, a Mãe e a miúda) e vieram ter comigo para que a criança me desse um doce.

A forma como eles educam a filha é-me um bocado estranha. É demasiado new age e a natureza ensina para o meu gosto mas, independentemente de todos os desacordos ou ideias ou seja lá o que for, a verdade é que em vez de se conformarem e ficarem sentados com um comportamento que não lhes agradou, fizeram o trabalho de educadores e deram-se ao trabalho de implementar, de facto, aquilo que defendem e de educarem a criança da forma que lhes parece mais conveniente.

Ah, K...mas por que motivo és tu espectacular?!
Simples.
Mandei-lhes um E-mail a dizer isto mesmo.
Achei admirável.
Achei que devia dizê-lo.

Nobreza de carácter, bitches!

Sou Espectacular (ou outra coisa)

Hoje, recebi uma chamada de alguém muito próximo do pânico sobre dosagens medicamentosas sobre a mesma cena de que padeço.
Esta pessoa toma manifestamente menos droga que eu o que, simplificando o óbvio, tem o mesmo problema que eu mas de menos agudo.

Quando se descobriu a maleita de que padeço a minha reacção, durante um par de dias, não foi boa.
Chateou-me muito deixar de ser de ferro e passar a ter uma brecha na armadura; a ideia de fraqueza dá-me cabo dos nervos e esta era uma fraqueza mas, depois, foi esta a carta que me saiu? Sa foda! e segui em frente, como continuo a seguir.

Quando as pessoas descobrem que sou diabético fazem o mesmo ar de quando descobrem que alguém está para tombar.
Não me incomoda.
Não me sinto a tombar.

Agora, a única coisa que me incomoda é ter de me lembrar de tomar medicamentos e mais nada.
O resto, é o que é e tem de ser encarado.
Faço a minha vida e tenho o mínimo de cuidados e, por acaso, estou melhor e pude reduzir as dosagens mas, se não pudesse...era o que era.

Esta pessoa estava em stress parafuso.
Eu não stresso parafuso, na esmagadora maioria dos casos, independentemente da gravidade.

Por isso, sou espectacular.

Mas pode ser outra coisa.

Curiosamente, uns minutos antes da chamada, vi que a estatística diz que morrem 20 pessoas por dia, em Portugal, com problemas relacionados com diabetes.
Reacção? 
Nenhuma.
A ideia de que poderei ser uma destas 20 pessoas não me escapa, considero-o possível e não estou nada preocupado com isto. Temos de ir de alguma coisa e em alguma altura.

Eu tenho algo de destrutivo em mim e, eventualmente, esta será uma manifestação dessa ideia de que tudo nasceu para ser destruído e, por isso, eu também.
A diferença entre isto ser racional ou patológico não é óbvia mas, neste momento, acho que ainda é racional.

Monday, November 13, 2017

Exaustão

Antigamente, era daqueles gajos muito irritantes que corrigia o que as outras pessoas diziam quando estavam enganadas.
Não, isso não é assim, Não, isso não se diz assim, Não, isso não se escrever assim, Não isso não aconteceu assim e por aí fora.
Poderia pintar agora o quadro desinteressado de que só queria ajudar ou só queria que as pessoas aprendessem mas não era o caso; o que eu queria era que se percebesse que eu era mais esperto e que sabia mais cenas.

Isso mudou com o avançar da idade.
Primeiro, deixei de querer saber se os outros me viam tão valioso como eu me via;
Segundo, comecei a perceber que isto me trazia chatices e nenhum proveito porque criava nas outras pessoas a ideia de que estavam a ser enxovalhadas (e a esmagadora maioria das vezes não era verdade);
Terceiro, passei a cagar no que os outros pensam quando não me traz qualquer consequência.

Esta evolução - se é que o foi - termina na minha decisão de apenas dar opiniões que me são solicitadas, independentemente da estupidez que me seja trazida pelo vendo.
Hoje, só quando expressamente interpelado para o efeito teço comentários sobre aquilo que não me diz respeito.
E o que te disse o K sobre isso (eu estava presente)?
- Descreveu o que achava poder vir a acontecer dependendo da escolha que tomasse mas não emitiu opinião sobre a escolha em si.
Oh, K, então?! Tu tens sempre opinião.
- Tenho mas só a digo quando expressamente pedida.

Parece fundamentalismo. E é.

O corolário destas duas coisas levou a que me ponha ao fresco sempre que exposto ao que, aos meus olhos, são parvoíces.
Opiniões disparatadas quanto a política;
Dizeres sem qualquer fundamento sobre ciência;
Posições que resultarão num resultado oposto ao que a dita posição pretende.

O problema é que, muito raramente, fico preso como um pássaro enjaulado por incorrecções e parvoíces e sinto o antigo K borbulhar e querer corrigir toda a gente; na falta de escapatória, tendo a querer fazer o que faço sempre quando encurralado: bater.

Orgulhosamente, direi que tenho conseguido evitar retornar ao anterior mas isso, neste última caso que descrevi, deixa-me completamente exaurido; parece que levei pancada da grossa.
Pá, vou ter de dar um tempo a isto. Foi muito agressivo. Vou ter de recuperar...

YES


E...

(esta é por conta da série Mindhunter)

Friday, November 10, 2017

FUCK 2017!

Acabei de descobrir que o Gregg Allman também tombou.
Eh, pá...foda-se.

Há uns anos comprei um CD da Nina Simone em que numa das músicas (acho que na Mississipi Goddamn mas sem certezas), a meio, ela começa a elencar os músicos de jazz que tinham morrido naquele ano e diz vai sobrar alguém?!

2017 é ano para um gajo fazer a mesma pergunta.

RIP


Assédio Sexual IV e Outra Cena(s)

LOUIS CK

O último (enquanto escrevo) a ser acusado de assédio e crucificado é este gajo.
As acusações são de que ele perguntava às mulheres se se podia masturbar na sua presença e, segundo parece, uma delas ouviu-o a masturbar-se enquanto falava com ela ao telefone (como isto acontece, desconheço).

Pá...eu não percebo esta de andar a tocar ao bicho em frente a gajas mas, segundo parece, é prática habitual ou no Mundo ou naquele círculo; nunca me ocorreu fazer ou pedir tal coisa.
Dito isto:
se o gajo pergunta se pode bater uma à frente de uma qualquer mulher isto pode ser nojento mas não sei ao certo como isto poderá ser considerado assédio.
se a mulher entra e um gajo saca de pixota e começa a esgalhá-lo, parece-me obviamente assédio ou semelhante mas quando se pede...tenho dificuldade.

Dito isto:
pode dar-se o caso de, por conta da posição de poder que alguém possa ter (em alguns dos relatos o CK já era um gajo estabelecido mas em outros nem tanto) os pedidos poderem ser ou parecer ordens mas isto, em si, é mais ambíguo.
Pode ser; pode não ser.
SE o facto de recusarem o pedido lhes trouxer consequências, é;
SE o facto de recusarem o pedido não lhes trouxer consequências, não é;
SE o facto de recusarem o pedido as leva a pensar que haverá um preço a pagar...é demasiado psicológico para poder ter uma posição que me seja possível definir em duas linhas.

Percebam: 
A mim, parece-me nojento isto mas também me parece nojento comer insectos.

Objectivamente, isto é assédio?
Tenho dúvidas...

ESTOU SEMPRE EM DEFCON III

Defcon é um código para estado de prevenção que vai até V.
Isto foi dito por um gajo neste contexto:
Pá, acho que por ter levado muito na tromba na escola, o meu estado psicológico ficou afectado para sempre! Estou, constantemente, em Defcon III.

Este gajo é cinturão negro de umas quantas artes marciais e foi, em termos amadores, lutador.
Desde há muito, parte do seu ganha-pão é comentar combates de MMA.

Não sei se a explicação é a mesma mas também eu estou sempre em Defcon III; também eu estou em constante sentido de alerta.
Quando andava na primária, levei um bom bocado na tromba e, uns anos mais tarde, enchi-me e comecei a partir boca a pessoas...mas não sei se a ligação é tão directa como para o outro gajo.

A verdade é que, ainda hoje, quando a merda azeda no trânsito estou imediatamente preparado para o gajo ter uma pistola no carro.
O meu estado de alerta é constante e assumo a pior das consequências quando parto para a acção.

...talvez o meu estado de alerta seja, contudo, mais psicológico do que físico.
Tenho incomparavelmente mais medo de ser enganado do que de levar na tromba.

Só por ter graça: só consigo dormir ao lado de uma pessoa em quem confie e com quem me sinta muito à vontade, o que significa que dormi (em termos literais) com muito poucas pessoas.

....

Havia mais um assunto mas cansei-me, por isso:

Thursday, November 09, 2017

Happyness


Wednesday, November 08, 2017

Eu e As Redes Sociais

Porra, lá vem este gajo rebelar-se contra as redes sociais, como um velho com vontade de ser eremita!
E vem mesmo!

Há uns meses, tive necessidade de criar uma página destinada a um determinado efeito e...

INSTAGRAM

Peguei no computador e criei a página no Instagram.
Criada a página, tratei de tentar carregar uma fotografia e não consegui. Porque sou tosco e orgulhosamente tosco nestas merdas (daí nada aqui ser formatado para ficar bonito. A única coisa que faço é justificar o texto), achei que o problema era meu e continuei a tentar. Sempre sem sucesso.

Então, Google de como carregar fotos no Insta.
Só encontrei instruções para carregamento via telemóvel...para carregar por computador, era preciso descarregar um programa que fazia cenas e que permitia manobrar a coisa.

Ah, é preciso uma app e um telemóvel tal? FODAM-SE!
- K, tenho aqui um telefone parado que serve para isso. Usas esse!
Ah?! A tem de ser assim? Foda-se o Instagram!

Descontinuei aquilo.
Querem forçar-me upgrades e impingir-me funcionalidade?!
Nop.
Não sou um escravo.

FLICKR

Por sorte, contaram-me do Flickr, Flickr que serve muito melhor para o que pretendia e pretendo, pelo que criei a página e posso usá-la pelo computador.
Criado e em andamento.

Tudo certo? Tudo está bem quando acaba bem?
Obviamente que não.

As minhas cenas mereceram 3 favoritagens de 3 pessoas diferentes e, depois, 2 deles desfavoritaram.
Pareceu-me esquisito...será que o pessoal anda a controlar os favoritos que atribui e vai verificando se ainda os entende merecedores dessa distinção?! Isto é um bocado parvo...

Então, o que me parece (e parece muito!) ter acontecido é que esta gente me favoritou na esperança de eu os favoritar, o que não aconteceu. E porque não aconteceu, fizeram aquilo que hão-de ter entendido como castigo.
Não lhes deu uma luz o facto de eu ter zero seguidores e de seguir coisa nenhuma;
Não lhes deu uma luz não haver uma descrição poética e lições de vida no meu perfil.
...e não deu porque não interessa!

É esta merda que me deixa em quase permanente desilusão com tudo o que me rodeia.
Não é que se goste muito ou que se goste pouco;
Não é que se admire muito ou que se admire pouco.
É eu gosto de ti e agora tu dizes-me que gostas de mim!

Tudo perde o seu valor quando apenas o resultado tem interesse.
Se tudo é utilitarista desaparece a arte e o prazer e a beleza. Se tudo é utilitarista ninguém compraria um Alfa Romeo e quem sofreria com isso eram os olhos de todos nós.

EU criei o Flickr pelo mesmo motivo que criei este Blog: é um repositório de cenas que não quero perder.
Podem perguntar-me mas, se é só por isso, porque não o fechas ou crias ficheiros no teu computador?! E isso é uma pergunta justa e honesta.

Primeiro, é mais fácil arder o meu computador do que a Internet e este site;
Segundo, porque apesar de não ser feito nem escrito para ninguém, não tenho nenhum problema que seja lido e, se para alguém for o caso, apreciado.

Dá-se que, aqui como ali, eu não ando a comentar merdas para aqui chegar gente nem a publicitar - seja de que forma for - este canto.
Se alguém gostar, melhor.
Se ninguém gostar, nada muda.

Aprovação nunca foi selo de qualidade e, nos dias de hoje, nem sequer um selo é.

Sou como os Cães

O Cesar diz que quando os cães são passeados, para eles o que está a acontecer é que estão a viajar.
Eu sinto um bocado o mesmo e fico mais contente ou, em algumas circunstâncias, menos fodido (achavam que ia sair um triste? É, a testosterona ainda cá mora!).

Este gosto por andar não é recente mas só muito recentemente me dei conta de poder ser terapêutico.
Em miúdo, preferia andar 45 minutos para a escola do que andar de transportes públicos durante 5;
Agora, prefiro perder uma hora a vir para cá - quando não venho de boleia - do que pegar no carro e demorar 10 ou 15.

Como a maioria das coisas que mais interessa, excluindo as solas, andar não custa um único euro.

Tuesday, November 07, 2017

ARTE, BITCHES!


Porque Dois Do Mesmo Não Serve

K, o que tens?
- Cenas. Um dia destes falo sobre isso.
É connosco?!
- Só lateralmente. Por que me chateia, afecta-nos mas não é nada connosco. Se fosse connosco, já te tinha dito.
Tá bem.

Isto, comigo, nunca rolaria.
Não há falo quando estiver pronta para isso.

...mas comigo, é o melhor a fazer porque a minha irritação, que consigo conter, passa muito rapidamente para agressividade, pura e dura, para a primeira válvula que me aparecer.

...é certo, contudo, que não permito este depois porque me acho sempre capaz de resolver tudo agora porque não sou o mais humilde nem paciente dos seres.

Monday, November 06, 2017

Às perguntas onde te vês daqui a 5 anos e de que te lembras quando pensas em felicidade, a mesma resposta:


Desinformação

O House não gostava de falar com os pacientes para os diagnosticar.
À partida, isto parece parvo mas tem muitas virtudes.

Há uns tempos, descreveram-me uma situação que envolvia gente que eu nem conhecia e nem conheço; foi-me dado um enquadramento e uma descrição de cenas que as pessoas envolvidas faziam (cenas que nada tinham que ver com a situação em concreto mas apenas situações e questões mundanas).
A minha ideia sobre o que aconteceria estava certa;
A ideia de quem me contou e prestou informações estava errada.

Ah, K, queria ser esperta como tu! e apesar de não ser de descartar a minha superioridade intelectual, há dois factores que, na minha opinião, pesam mais que isso:
1. A pessoa não me interessa mas AS pessoas interessam-me;
2. Eu nunca tinha falado ou, sequer, visto qualquer uma das pessoas.

Isto pode parecer contra-intuitivo e, mais do que contra-intuitivo, pode estar errado mas a experiência que fui adquirindo aponta noutro sentido ainda que não tenha - tanto quanto sei - qualquer base científica.

O Nosso Problema
Nós somos influenciados pelo que nos dizem.
Podemos achar que o que nos dizem é verdade ou mentira mas, em qualquer dos casos, somos influenciados por isso.
Então, é difícil fazer um raciocínio absolutamente objectivo quando somos bombardeados por pormenores e circunstâncias que não interessam para nada.

Por exemplo:
quando o MAC ia lutar com o Floyd, parti, imediatamente, do princípio que o MAC ia ser destruído mas...depois comecei a ouvi-lo e a mais uma dúzia de gajos que diziam que isso não ia acontecer e a explicar a motivação da sua opinião.
Nesta altura, dei por mim a pensar: Caralho, o gajo ainda vai ter hipóteses!! para, uns minutos depois, dar conta que OH, K, deixa de ser burro!! A vontade destes gajos não vai alterar a realidade! e não alterou.

Fui, ainda que brevemente, influenciado por palavras dos outros.

O Problema dos Outos
Se se assumisse que o que disse faz sentido talvez se entendesse que teríamos retrocedido centenas de anos.

Esta época estúpida em que vivemos tenta impingir-nos que somos todos diferentes e que cada pessoa é única e irrepetível mas nada disto é verdade.
Nós somos, quando plenamente despidos, iguais uns aos outros e iguais a milhões de pessoas que andam a percorrer este planeta.

É certo que há diferenças mas são de epiderme e nada mais.
Uns podem gostar de azul e outros de amarelo mas todos gostam de cores. 
Dá para perceber o que quero dizer?

Os comportamentos repetem-se independentemente do gajo que, num determinado momento, os incorpora.
....mas como o pessoal acha que uma capa de telemóvel personalizada os torna uma luz muito própria na imprópria escuridão...

Ah, K, este assunto apareceu do nada?!
Não, nunca aparece.
Eu, como vocês, evita assuntos que não quero abordar mas como, no meu caso, eles são pouquíssimos parece que não existem.

Eu sou igual a todos vocês ainda que não precisamente igual.

If you prick us, do we not bleed?
Shakespeare, Bitches!!


Thursday, November 02, 2017

O Assédio Sexual III

No concurso de Miss Peru (concurso de misses, esse bastião de feminismo...), decidiu-se que, desta vez, as concorrentes não iriam apresentar as suas medidas mas antes as estatísticas de violência contra mulheres.

Pá... um concurso destinado, única e exclusivamente, a avaliar o quão boas são as gajas e sem qualquer apreço pela sua inteligência ou densidade serve para o que foi criado.
Fazer manifestações destas é ridículo!

A melhor maneira de fazer com que as mulheres não sejam tratadas como objectos é desfilarem de bikini? Mesmo?!
Isto é demasiado estúpido.

Não é que eu aprecie estes concursos, as gajas são demasiado magras para o meu gosto, e também não se dá o caso de pensar que todas as concorrentes são burras como umas portas mas...caralho....manifestação política contra os maus-tratos às mulheres com 10 kgs de maquilhagem em cima?!

...parece-me isto resultar de uma Esquerda que luta pela tolerância a tudo menos ao que a contraria mas isto fica para outras núpcias (núpcias hetero, no meu caso, mas homo, para quem as quiser).