Wednesday, October 31, 2007

Head Over Feet

Ok, não gosto particularmente da música, é daquelas que passa.
Ok, não gosto particularmente de Alanis, excluindo o jagged little pill, que é tolerável, acho o resto um lixo.

Então, porque carga de água me lembraria da música?
Nenhum carga de água, não me lembraria. O que acontece é que acabei de ver o clip, no meio de um zapping frenético e reparei num coisa que nunca me tinha chamado a atenção (em todas as 2 vezes que o tinha visto em 10 anos).

Bem, o teledisco é, todo ele, um close da Alanis (sim, também eu consigo imaginar visões melhores) em que ela vai cantando a musica olhando para a câmara (para nós ou, liricamente, para ele).
Até aqui, nada de extraordinário, o que achei muito a propósito foi o facto de ela não cantar o refrão na íntegra...

O refrão é:

Youve already won me over in spite of me
Dont be alarmed if I fall head over feet
Dont be surprised if I love you for all that you are
I couldnt help it
Its all your fault

A parte de "Youve already won me over in spite of me/Dont be alarmed if I fall head over feet/Dont be surprised if I love you for all that you are" ela não canta.
Nesta parte ela alterna um cruzar de olhares connosco/ele com uns tiques nervosos de mexer no cabelo, roer a unha ou olhar para o chão.

Daqui, numa interpretação unisexo, é transmitida, para mim, aquela ideia de que não é preciso falar, está tudo na expressão de entrega no olhar e no nervosismo de nos sentirmos perdidos.
Numa interpretação masculina, será o sentimento insuportável de fragilidade e a incapacidade de transformar em palavras o que transborda do peito.
Se formos pela feminina, parece-me uma coisa típica de se não percebes é porque não me dás atenção.

Independentemente disso.... presumo que num momento ou outro, mais breve ou alargado, mais deliberado ou camuflado, acredito que todos já passaram por este desnorte e quem não passou (e a próxima afirmação escrevo-a apenas porque sou anónimo, negaria até à morte) tem uma existência mais pobre e cinzento....

Infelizmente, sou tentado a dizer que o cunho dado ao refrão é feminino porque.... a parte do " I couldnt help itIts all your fault" ela canta.

Confiança

Ontem perguntaram-me se eu confiava, realmente, em alguém.
Aliás, a pergunta foi confias em alguém além da tua família?
Como se retira de o que para aqui despejo, é uma pergunta que faz todo o sentido, aliás, faria ainda mais sentido se fosse absoluta, sem a ressalva da família.

A resposta é simples, Não.
A explicação da coisa é, no entanto, menos simples.

Eu, que entendo tudo como uma forma absoluta e sem nuances, vejo a questão em termos puros, ou seja, a confiança absoluta, e esta, de facto, não tenho em ninguém.
Voltamos, novamente, à questão de esperar demais de quem não tem obrigação alguma de corresponder ao que dela se espera... especialmente porque ninguém sabe, ao certo, o que o outro espera de si.
É profundamente injusto exigir poderes telepáticos mesmo a quem priva de uma enorme intimidade connosco e, em contrapartida, é totalmente desprovido de sentido a outra pessoa ter a veleidade de se ofender quando não se confia cegamente nela.

Tenho dificuldades em assumir algumas coisas para mim mesmo, o que acho ser um problema relativamente comum, por isso terei sempre muito mais dificuldade em verbalizar isso para o exterior.
Pior que isso, não consigo entender o que se ganha em partilhar o que não tem solução, é apenas perda de tempo e de energia.

É como aquelas conversas em que te pedem opinião sobre uma coisa de que não tens conhecimento suficiente para instruires um raciocínio decente, baseado em factos, que te permita dar um parecer com algum fundamento.
Já me perguntaram achas que ela gosta de mim? Esta é relativamente fácil, quando se gosta mesmo é impossíve conter a luz nos olhos.
Agora, quando me perguntam achas que ela está feliz comigo? Foda-se... muitas vezes nem sei se quem está comigo está feliz, e estou dentro, como poderei saber dos outros?

Agora, em relação à questão de cima eu responderia super feliz, tenho a certeza, nunca vi tamanha alegria!!!!
Pois, como saberei se ele faz amor quando ela quer foder?
Como se nota que ela atinge o orgasmo? Mesmo quando é comigo eu não posso jurar, vou dizer dos outros? Quando não sou eu a foder?
Como é possível apurar se ele a trata como uma princesa e ela quer ser tratada como puta?

Enfim, isto, que muitos entendem como confiar é na verdade uma idiotice.
Tentar colocar-me na pele do outro. Que puta de frase feita esta, quem a inventou deveria levar uma marretada nos cornos...

É acreditar sem achar que um dia te vão tirar da forca porque, na verdade, não vão.
Eu sou meu pai, meu filho, meu amigo e até meu castigador.
Esperar de alguém o que não posso esperar de mim é tão sem nexo como acreditar que um dia serei benfiquista.

Monday, October 29, 2007

Há um vazio que se ecentua e não sei de onde vem.

Não me apetece estar onde estou e não me apetece estar em lugar nenhum.
Não tem nada de poético, não tem nada de existencialista nem profundamente filósofo, é nada pintado de ouro nas paredes.
É uma casa de luz aceza mas sem ninguém lá dentro.

Sortes e azares nem sequer entram, não há acaso e nem plano, há nada, um vácuo.
Nem uma mancha se encontra no chão, é a ausência de vida ou de movimento.
Não há mortandade nem nascimento, há um estar rarefeito.

Estas coisas saem-me das pontas dos dedos sem eu saber de onde vieram, no entanto, tenho a certeza que o facto de estar a ouvir Morphine serve de catalizador.
Interessa-me nada.

Queria dormir.... isso, queria dormir...

Thursday, October 25, 2007

D+

Pessoas esperam demais de Pessoas.

Deve ser uma coisa de dependência, deve ser reminiscência das histórias para embalar que acabavam em foram felizes para sempre, deve ser a imposição do par, deve ser obrigar o destino a vergar-se, deve ser idiotice, deve ser complexo de finitude, deve ser....deve ser....deve ser....

Pelos vistos, o que deve ser eu não sei, em contrapartida, sei o que é, chama-se estupidez!!!

Aquela merda de par perfeito é balela, não podia ser outra coisa.
Aquelas idiotices de vai ser pra sempre ao fim de dois dias de convívio e meia dúzia de fodas é ridículo.
A ideia de que um amo-te ou um és a mulher da minha vida faz iluminar a noite mais escura é pura ilusão.
A fantasia de que as pessoas não nasceram para estar sozinhas é um maquinação de três tias desesperadas, como o as mulheres preferem as loiras criado por loiras.

Umas vezes, ainda me apanha desprevenido a perplexidade com que uma ou outra pessoa se sente desiludida pela milionésima vez com a mesma pessoa.
Bando de acéfalos desesperados por um qualquer sentido na vida e, como são tão burros que não o conseguem fazer sozinhos, procuram essa finalidade nos olhos de outros e o objectivo no caminho previamente traçado.
Surpreendidos porque as pessoas mentem.... caralho, toda a gente mente, TODA A GENTE!!!

Desde o gajo que não diz à namorada que ela está mais gorda até à gaja que prefere o não estou bem....não és tu, sou eu ao invés de lhe dizer que anda a ser comida por outro.
Desde o pai que não diz ao filho que ele é burro ao filho que não diz ao pai que ele é uma merda.

Ok, são aquelas a que se chamam mentirinhas brancas mas... tudo tem de começar por algum lado.
O Carl Lewis não bateu o record dos 100 mts à primeira, foi melhorando na arte de correr até que nunca mais conseguiu parar.
A natureza humana não se define no bem nem no mal, no certo nem no errado, tudo é muito mais uma questão de conveniência.

As pessoas que se cruzam contigo na rua não têm asas nem auréola, tu vê-las assim pela mesma razão que imaginas que os marcianos são verdes.

Wednesday, October 24, 2007

Um destes dias fui tomar café com um amigo (ok, foi cerveja mas socialmente chamamos-lhe tomar café).

Deve ser o meu único amigo que nunca vi afectado por fim ou início de relações, nunca se sabe quando ele está realmente na merda ou não.... parecendo que nunca está.



Bem, descobri ontem, e só descobri eu, que não é exactamente assim, não porque eu estivesse enganado mas porque ele nunca tinha levado com a bigorna de gostar de alguém.

Foi uma coisa meio estranha... metade de mim empenhado em ajudar e a outra metade estupefacta.



Engraçado, no entanto, foi ter-me escolhido a mim para o ouvir e, dentro do possível, aconselhar.

Sou bom ouvinte, não me custa nada.

Conselheiro, depende.... se for num daqueles momentos em que as pessoas já vêm com a ideia daquilo que querem ouvir, não sou grande coisa. Sou cínico demais e incrédulo demais com as pessoas e as suas motivações para mentir.

Por isso, o facto de me ter ligado quer dizer que não estava à espera de pilulas douradas.



Enfim, lá lhe disse o que achava (e acho sempre tudo muito mal, realisticamente mal e não tragicamente mal) e acho que a coisa acabou por correr bem.



Agora, o que me surpreende é que, uma vez mais, as pessoas mentem porque mentem, sem grande motivo.

Não acredito em pessoas e cada vez acredito menos em destino e devo ter deixado de acreditar em felicidade de vez.

Wednesday, October 17, 2007

Esbugalhar


A eterna questão do interior vs o exterior.
Muito se discute o que mais importa, ou melhor, todos afirmam aos 7 ventos que apesar de o que interessa ser o interior as pessoas só se preocupam com o exterior.... menos os que o dizem.
Ilustrando,
a X diz "vocês só querem saber do corpo!!!! Homens são todos iguais!!! e pensa "meu Deus, como gostaria que o Brad Pitt me comesse!!!".
Hipocrisia domina o mundo e se todos assumissem que gostam de um belo par de mamas (eles) e de abdominais definidos (elas) talvez este assunto já tivesse chegado ao fim.
A questão, aos meus olhos, resolve-se facilmente.
Seria absolutamente ridículo eu dizer que apenas me interessa a personalidade, a verdade é outra.
85% do tempo interessa-me que seja boa.
A ilustração deste post é exemplo claro, quando vi a Lopez naquele Versace (marcou-me tanto que até sei que é um Versace), a última coisa que me passou pela cabeça foi se ela ajudava os pobres ou daria uma boa mãe.
Assim é a maior parte do tempo.
A beleza interior é decisiva mas em outro momento, a beleza interior dispara na sua importância quando se quer mais que vê-la nua sentada em cima de mim.
É um momento que nem sequer é distinto ou marcante, apenas aparece....acontece.
A dada altura a pessoa instalou-se em mim, já coloca os pés em cima da mesa enquanto vê televisão e não me faz diferença alguma a pele que lhe cobre o corpo.
Já fui injusto com mulheres extremamente bonitas porque o plano estava traçado antes de lhes dirigir a primeira palavra.
Já fui injusto com mulheres extremamente interessantes porque nem sequer lhes dirigi a palavra.
Serei o único?
Claro que não, seguramente que não.
[mas a Lopez no Versace...Foda-se!!!]

Listen

Não tenho lá grande coisa pra dizer.... estou é mortalmente enfadado de trabalhar e não ver fruto da coisa.
Quanto mais faço mais tenho a fazer e isso dá cabo de mim.
Aliás, virtudes das virtudes deste nosso povo é achar que se pode sempre fazer mais um bocadinho.

Acham isso porquê?
Simples, porque fazem menos do que o que poderiam fazer para, caso lhes peçam mais, aumentem 2% o ritmo, é aquilo a que se chama o Vírus do Funcionalismo Público.

Há uma repartição das finanças para a qual ando a tentar telefonar há mais de um mês.
O telefone está sempre ocupado, o que é inacreditável... caso fosse verdade.
Aquele bando de idiotas de terceira tiram o telefone do descanso porque deve incomodar...tanto atender como ouvi-lo tocar.
Eu tenho pra mim que as repartições públicas têm telefones para que os funcionários possam telefonar às famílias sem gastar dinheiro.

Outra, verdadeiramente fabulosa, que me aconteceu foi deslocar-me a uma outra repartição pública.
Como sempre, chego uns 5 minutos antes de abrir, altura em que há um punhado de pessoas há minha frente.
Entrei e a gaja que ia atender o pessoal entrou depois, muito calmamente. Lá foi ligar o computador e...pausa pra café.
Passada meia hora (literalmente) chamei uma outra e perguntei se poderia ser atendido, esta, claro está, responde-me que não.... não eram as suas funções!!!

[Que funções? Nem me dignei a perguntar porque temi o que lhe diria depois de ela me responder.
Pavonear um cú enorme e nojento como se fosse uma coisa de babar não é função, mas, se for, descobri a dela sem perguntar]

Passados mais 15 minutos, pedi que me guardassem o lugar na fila e fui eu ao café.
Lá estava a funcionária, a conversar (porque não lhe devem pagar para outra coisa), a fumar mais um cigarro, chicara de café vazia....enfim, a socializar enquanto eu esperava.
Tentei resistir mas não consegui.
Fui ter com a gaja e perguntei-lhe se lhe iam trazer o café da colômbia ou se ia trabalhar.

Chamou-me mal educado e pediu que não lhe dirigisse a palavra.
Fiz como ela solicitou e pedi o livro de reclamações.

Essa vaca, depois de ler o que disse dela, vai-me chamar filho da puta até ao resto dos dias dela.

Léxico Bloqueado

Um amigo meu casou há pouco tempo.
Infelizmente, a partir de certo momento (não muito avançado) da festa, pra mim tudo é, na melhor das hipóteses, um enorme blur, por isso, não poderei falar desse aspecto.

Dando uma volta por um desses sites de socialização (o que, na verdade, se traduz em sites de engate), encontrei uma troca de mensagens públicas entre eles.
Nas vésperas do enlace, lia-se naquelas mensagens que eles se adoram.
Ficou a matracar-me na cabeça que aquilo deverá ser, com toda a certeza, um under statement, acredito, como não poderia deixar de ser, que se amam.

A cultura do meio social em que me movimento tem verdadeiro terror à palavra amor, não a chamarem-se de amor mas de dizer que amam.
Para ser absolutamente sincero, nunca ouvi um amigo ou amiga minha dizerem que amam a sua namorada ou namorado.
Não sou particularmente fã da palavra, não a acho bonita e sempre me soou a uma pedra atirada à cabeça de alguém, no entanto, não deverá haver um momento em que ela terá de ser dita?

Fico a pensar que a dado momento haverá necessidade de a dizer e necessidade de a ouvir, em termos públicos.... só nunca vi acontecer.
Não deveria haver um momento em que se tornaria impossível conter?
Aquela coisa de gritar ao mundo que se ama aquela pessoa como não será possível amar mais ninguém?

Não sou perito em demonstrações públicas de afecto mas.... não terá de acontecer mais cedo ou mais tarde?

Friday, October 12, 2007

Há uns anos atrás, fui tomar um café com um caso.
Não era namorada e não era um caso daqueles de uma vezinha... era uma coisa mais ou menos regular.

Ela no dia seguinte tinha de estudar ou trabalhar, não me lembro bem, então a minha proposta de ir dar um salto a um hotel foi descartada.
Não me deixou chateado nem nada parecido, quando alguém tem obrigações a cumprir, eu aceito porque também não admito que regulem a importância que dou às minhas.

Como eu era absolutamente desocupado e o meu dia acabava pelas 5 da manhã e começava pela 1 da tarde, peguei no telefone e fui informar-me acerca de o que haveria ainda para fazer (eram umas 23hs).
Lá recebi um positivo de uns amigos meus, desocupados também, e quando ela me ia levar a casa pedi-lhe que me deixasse noutro sítio.
Ela acedeu e até disse que entrava pra beber uma e se ia embora.

Lá chegamos, lá entramos.
Eu, que não ia pra beber uma, comecei a tratar do assunto e a coisa lá se foi animando.
Ela, de facto, só bebeu uma mas ficou lá comigo e com eles e elas até bem mais tarde.

Foi aí que o meu ego masculino (e também o Phenris que habita o andar de baixo) se sentiram extremamente injustiçados.
Quando íamos embora a coisa azedou.... eu fiquei fodido de não ter pinado e senti aquilo como rejeição, enquanto ela achou normalíssimo e que eu até deveria ficar satisfeito de ela querer conviver com os meus amigos.

[Foda-se, ser normalíssimo ainda estou como o outro, agora, ficar feliz porque ela convivia com os meus amigos?
Bem, foi o primeiro passo para achar que ela achava que era minha namorada e o seguinte foi pôr-me a monte, afinal, eu não tinha namorada nenhuma]

Isto pra dizer o quê?
Bem, que, de facto, é estúpido sentir-me rejeitado e que hoje me parece mais insegurança que outra coisa.
Terei, no entanto, de dizer que, provavelmente, aconteceria da mesma maneira hoje.
Acrescentando que acho tremendamente injusto que o dono do pedaço seja o Phenris que mora em baixo.

Thursday, October 11, 2007

Flash


O desaparecimento, pelos vistos, é um enigma que atrai as pessoas.
Desde que me lembro, sou adepto dos adeus tácitos. Não é uma tentativa de despertar o imaginário de ninguém nem de me envolver numa qualquer capa de misticismo, simplesmente, quando decido partir é porque me quero mesmo ir embora.
Esta forma de me movimentar já me trouxe vários amargos de boca.
Desde a ideia de que, como referi em cima, desapareço para que sintam a minha falta até deixar ir embora quem, de facto, queria ficar.
Uma vez, disseram-me vou-me embora, ao que eu respondo lamento mas, ok.
Levantei-me e fui.
Fui insultado de todos os quadrantes porque devia ter percebido que era um jogo, uma coisa do tipo eu vou-me embora (pede para eu ficar).
Pois.... não vou nessas.
Outras vezes, quiseram que eu explicasse.
Ok, eu expliquei.
Não se acreditaram, desapareci.
Como se convence alguém de uma coisa em que ela, pura e simplesmente, não se acredita? Não se convence.
Como não gosto de repetir a mesma coisa mil vezes, cansa-me, limito-me a deixar que se acreditem no que muito bem entendem.
E desapareço.

Wednesday, October 10, 2007

Como Descer?


A eterna dúvida que me assola em termos de relacionamentos.
Na verdade, os relacionamentos deverão, ao que ouço, ser um mistério para a própria humanidade, no entanto, eu não entendo mesmo nada.
A minha visão da coisa não encontra paralelo em quase lado nenhum.
O maior erro apontado quando se entra no relacionamento seguinte é o de querer que aquela segunda pessoa (terceira ou quarta) substitua a primeira (ou segunda ou terceira), a vontade que uma preencha a pegada da anterior.
Entendo e reconheço que não há, de facto, duas pessoas iguais e que ninguém é, no momento, um clone de ninguém.
A minha questão é:
Como alguém se poderá conformar em ter menos do que antes teve?
Uma coisa que sempre me disseram e que nunca acreditei é que os sentimentos não são comparáveis, que porque as pessoas são diferentes não é possível comparares o que sentes por uma e por outra e definir uma escala.
Balelas!!!
A falta é quantificável, o quanto te custava respirar na ausência da outra pessoa é quantificável, o arrepio que te trepa pela espinha quando ouves a voz dela é quantificável, o quanto te esqueceste de ti quando te entregaste a outra pessoa é quantificável.... pode ser diferente (será com toda a certeza) mas sempre haverá uma mais e um menos.
E aí reside o meu problema....
Não entendo como é possível ter pilotado um fórmula 1 e depois voltar a conduzir um utilitário...e dar-se por satisfeito.
Dirão, e com alguma legitimidade, que nunca se sabe quando aparecerá e se aparecerá um outro fórmula 1.... mas..... isso justifica?!
Uma vez disseram-me Phenris, nunca tive uma relação com ninguém como tive contigo, nunca mais senti aquela paixão que consome e que me impedia de ficar longe... mas agora sou feliz!!!.
Não querendo duvidar que seja verdade, mas efectivamente duvidando um pouco, não entendo.
Vai-se do mais para o menos e sente-se feliz?
Apesar de haver inegáveis vantagens em estar com uma pessoa mais compatível do que com uma que faz o mercúrio borbulhar, isso compensará a falta do aperto no peito?
Para muita gente existir deve chegar... só pode ser isso....

Tuesday, October 09, 2007


-


...e o caso em que ela se agarrou aos minutos como se fosse a última vez que os ia ver.
O momento que saiu de lado nenhum e ameaçou não durar.
O nunca definitivo que por instantes se tornou talvez.

Monday, October 08, 2007

Volto a Isto

Ontem embati de frente com o que, supostamente, é a realidade.
Não gostei da cara dela... não a aceito, sequer, como tal.

Num revisitar de um passado que ainda é agradável, ouvi exactamente aquilo que achava que ia ouvir e vi exactamente aquilo que achava que ia ver.
O que me custou, além de outras coisas (apesar de menos do que o que eu pensava), é que as pessoas se contentam cada vez com menos e, pior que tudo, quando se conhece as pessoas sabe-se o que as elas querem, o que querem querer, o que lhes chega e o que querem que lhes chegue.

A dada altura, levei com um a paixão não é tudo, há muitas outras coisas.
Não é a afirmação que me deixou pregado ao chão, essa é, obvia e claramente, verdadeira, a questão foi a entoação da coisa.
No enquadramento, o que ouvi foi que há coisas muito importantes que a paixão.

Foda-se.... há?!
O que te faz querer ver aquela pessoa mais que as outras? As afinidades?
O que te faz ver aquela pessoa com um brilho intenso? O hábito?
O que te faz sentir falta, em especial, dos braços dela? A segurança?

Não.... pra mim não!!!
Na verdade, não é só pra mim que isso não chega, sei-o de algumas pessoas como o sei de mim.

Lembro-me de, há anos atrás, estar na praia com um amigo meu (um tipo na mesma onda que eu, com o mesmo sentimento de independência e de adoro fêmeas de todas as raças e credos) e ele, no meio de uma e outra palavra dizer-me:

Foda-se Phenris, a onde nós chegamos... não conseguimos parar de dizer o nome dessas duas!!
Tinha razão, apercebi-me disso depois...
Quando fiz o rewind da conversa da tarde, eu dizia de 3 em 3 palavras o nome do meu caso na altura e ele do dele.
Havia uma incontinência absoluta de dizer o nome dela, não era possível, sequer, falar de carros ou de futebol.

Anos depois, ouvi uma tipa, na televisão, dizer que sabia que estava apaixonada (ela e os que a rodeavam) quando não conseguia parar de dizer o nome da pessoa, quando todas as conversas acabavam lá... o que é muito estúpido mas reflexivo.
Tendo, hoje, a achar que talvez ela esteja certa....

Quantas vezes vi isso acontecer ontem? Zero.
Não, eu não posso acreditar que um dia me irá bastar ter companhia somente para combater a solidão.
Seria um dia muito negro aquele em que eu achasse que nada mais há a esperar do que o partilhar de contas e espaços.

Não quero ser inesquecível,
quero que nunca tenham tempo de me esquecer.

Thursday, October 04, 2007

Acho que nunca me senti mais sozinho do que agora.
Não que antes tivesse muita companhia e nem, sequer, que a quisesse.
Não quero que me agradeçam pelas coisas que faço, das pessoas de quem realmente gosto só espero que gostem igualmente de mim e que evitem que eu seja com elas aquilo que sou com o resto da humanidade.

Não suporto traições, de nunhum quadrante...
Desta vez sinto-me esfaqueado.
Se o motivo fosse outro, talvez me desse ao trabalho de pensar no sofrimento alheio, no entanto, quando eu compro o sofrimento dos outros, quando eu dou as costas pelos outros, quando para apoiar um deixo em absoluto de apoiar outro.... a coisa não acaba bem....

Poder-se-ia perguntar porque comprei eu uma batalha que não é minha.
Bem, assumo que tomo as dores dos outros em algumas situações, não por pena mas porque merecem o meu afecto.
Porém, o caso de que agora falo (evidentemente sem falar) é o único em que até acho que não tinha outra opção, fiz o que tinha de fazer.

Independentemente disso, de saber que não poderia ter sido diferente da minha parte, tou com uma vontade que começa a torna-se impossível de conter de dizer exactamente aquilo que me vai na cabeça (a alma vendi-a há muito).

Se não posso servir de exemplo,
aprende com os meus erros.