Saturday, October 31, 2015



Por causa de uma cena que volta e meia aparece por aqui mas a que nunca dou nome (não por ter medo dela ou por andar a fugir à realidade, coisa que só faço de vez em quando e com pouquíssimo sucesso mas porque é demasiado pessoal...mesmo só para mim) perguntaram-me se me andava a sentir cansado.
É uma pergunta que apesar de não parecer é um bocado esquisita... não sei responder se estou mais ou menos cansado por causa disso. Faz-me lembrar quando uma psicóloga me perguntou se eu estava contente; perguntei: Sempre?!
Perguntas parvas...

Bem, isto porque eu prefiro estar cansado. Não exausto, algo que me chateia, mas cansado, sim. Não me agrada nem me faz bem ter demasiada energia acumulada. Quando há uns anos, numa determinada fase, não havia nada que me cansasse, a minha cabeça começou a queimar um bocado e houve alturas em que passava 2 ou 3 dias acordado sem nenhum esforço e sem nenhuma droga.
Não foi fixe...
Quando via o Cesar Milan a dizer que as pessoas tinham de passear os cães para os cansar, caso contrário eles só faziam asneiras identifiquei-me muito com o conceito (é verdade...acho que tenho mais do que um ponto de contacto com os cães, o que não me desagrada nada).

Então,
cansado.
Não estou contente - quase nunca estou - mas não estou, também, a pensar no que não devo (ainda que só o facto de saber que não estou a pensar no que não devo revela que estou a pensar nisso) e isso é bom.

....e agora, o meu segundo caso de amor (o primeiro é o Rio de Janeiro e não deixa de ser interessante que não queira voltar ao meu primeiro amor): o Youtube.

Porquê?
3 Exemplos, por ordem de importância:

1 Iria descobrir uma Israelita que toca choro, como?!

2 Como iria descobrir a Joana Duah?

3 Como ocuparia, sem esforço, 2.30 horas de trabalho sem me custar mais do que devia?




Fiquei a Matutar Nisto...

Pois, eu sei que não percebes o conceito de beber um copo para relaxar.

Isto veio depois de uma conversa que nada tinha que ver com isto.
Começou com uma falta de gosto por gin que levaria a que se metesse qualquer coisa juntamente com ele para mascarar o sabor. Conceito estranho, para mim: ora, se não se gosta não se bebe...
Daí veio o se não houver outra coisa e a frase que iniciou o post.

Visto descontextualizado, parece algo que um alcoólico diria. Aliás, se fosse o caso, poderia fazer o paralelismo com o pessoal que à falta de álcool à mão se manda para o perfume (true story!).
Enfim, não é.

Por que me ficou isto a matutar?
Bem... eu gosto de bebida e não tenho nada contra o seu consumo, mesmo que pouco moderado. 
É verdade, porém, que não faço dele um uso diário e muito menos alguma vez pensei em beber um copo para relaxar.
A minha relação com a bebida - que quando acontece é algo exagerada - é outra e um bocado pavloviana.
Bebo quando alguma coisa vai acontecer e não quero com isto dizer que tem de ser especial; bebo quando estou com alguém em algum lado, bebo quando vou jantar com alguém...enfim, não é uma premonição de bebedeira (ainda que quase...) mas uma actividade lúdica e em conjunto. É social no sentido colectivo do termo.

Mas se eu gosto de bebida, ao ponto de as distinguir e reconhecê-las pelas marcas e saber uma ou duas merdas de castas e número de destilação e doce ou amargo e por aí fora, qual o meu problema com o cinematográfico copo ao fim do dia para relaxar?
Depois de desperdiçar o tempo que não tenho é porque considero, para mim, uma fraqueza.
Mesmo que precisasse de algo para relaxar, não devia precisar e se precisar alguma coisa está mal e se alguma coisa está mal tenho de resolver.
Não gosto de ajudas que acho que não devia precisar e acho sempre que não devia precisar.
...é por isso que só tomo alguma coisa para dormir, por exemplo, quando estou há dias com dificuldades, nunca no primeiro ou no segundo. Só quando sou vencido.
...é por isso que não tomo medicamentos para as dores de cabeça a menos que tenha de trabalhar e sinta como um problema produtivo. Só quando já passou o ponto do tolerável.

Há uns tempos, liguei a uma dentista e disse-lhe preciso de uma consulta para hoje e como já me conhecia percebeu o que estava a acontecer. Respondeu: pode ser daqui a meia hora, se quiser.
Quando cheguei, ela estava a rir-se e eu levei aquilo um bocado a mal. Perguntei-lhe posso saber onde está a graça?
Ela respondeu-me:
Não se chateie. Imagino que esteja num estado calamitoso e que pessoas normais já tivessem ligado há 1 mês... (abriu-me a boca e perguntou) Há quanto tempo lhe dói e quanto lhe dói agora?
- Bem...doer doer só hoje. Ando com uma moideirazinha há uma semanita...
Está a ver por que me ri? K... isso está de desmaiar, isso tem de lhe doer doer há bem mais do que uma semanita.

É possível... mas só concedo derrota quando estou estendido.

Friday, October 30, 2015

Cada Um Tem O Que Merece

É uma tanga.
Cada um colhe o que semeia, tanga.
Cada um faz a cama em que se deita, tanga.
Quem semeia ventos colhe tempestades, tanga.

A sabedoria popular está impregnada destas ideias ou ditados ou verdades que servem, como a religião - qualquer uma delas - onde muitas têm a sua génese como se a vida ou o universo estivessem interessados em justiça.
A questão da religião ser o pau de marmeleiro que pende sobre a nossa cabeça com o único intuito de nos controla (a salvação é o revestimento dourado da pílula porque não há burro a andar sem a cenoura à sua frente) é antiga e fonte de muitas discussões entre mim e os que entendem ser uma coisa diferente.

O Homem precisará de uma ordem, como o lado direito do cérebro, porque é manifestamente avesso ao caos que grassa na realidade que, como o lado direito do cérebro, se esforça por ignorar.
Shit Happens é muito mais real mas, também, desconfortável.

É, também, por isso que tendemos a não dar relevo à prova negativa.
A ausência de condenações por corrupção não revela ausência de corrupção, revela, apenas e com verdade, que ninguém foi apanhado.
A ausência estatística de suicídios, por exemplo, não revela a ausência de suicídios, revela, apenas e com verdade, que não foi detectado nenhum.

É fodido viver assim, não é?
Foi por esta e por outras que o Nietzsche criou o Super-homem...mas, apesar de muitas vezes repetido, não teve coragem de matar Deus (e ainda nem eu tenho), limitou-se a dizer que um gajo não deve depender Dele (esta eu também tenho).

Thursday, October 29, 2015

Não Sei...

...quantas vezes o Derek já passou por aqui.
Nem o Derek nem esta música em particular.

A este respeito, duas coisas:
1. Seria capaz de cá pôr todas as versões que encontro;
2. Vou na 4ª audição seguida e vou tentar parar (daí vir descarregar aqui).


Não se Percebe...

Só sei 4 datas de aniversário - sendo uma delas a minha - coisa muito sabida por todos aqueles cuja data me deveria lembrar.
Todos os anos, por exemplo, uma das minhas melhores amigas convida-me para jantar ou para lanchar ou coisa que o valha e acho sempre normal...até lá chegar e perceber que é uma aniversário; só para que se perceba;
1. Há dois anos, quando já estava em casa dela há mais de uma hora, com mais gente e familiares, dei que havia um bolo. Perguntei: Ei, quem faz anos?! e ficaram todos a olhar para mim como um mentecapto menos ela...ela riu-se porque sabia que eu não fazia ideia;
2. No ano passado, quando convidado, disse que naquele dia só iria se me deixassem ver o Porto! Cheguei mais cedo, fui o primeiro, e fiquei a ver o jogo com ela. Meia hora volvida, entrou uma amiga dela e dá-lhe os parabéns. Sentado no sofá, disse: FODA-SE....outra vez...
3. Este ano desistiu e disse-me Olha, dia X vamos jantar fora porque é o meu aniversário.

Eu sei que isto é desagradável mas de tão comum e por saberem que não é porque não me importo...é só porque não me interessa, passou a ser uma característica risível.

Ontem, apanhei esta: Olha, a tua avó vem cá daqui a bocado para comer um bocado de bolo e , porque sou estúpido, perguntei porquê.
Bem...porque era o aniversário das duas.
Rasguei-me em desculpas? Nã:
- Mas ninguém me avisa?! Pá, não vos percebo! O teu filho sabia?
- Sabia...deu-me os parabéns ontem, à meia noite...
- Idiota! Deixa-o chegar!
Quando chegou.... Pensei que tu sabias...
Pois, deves ser parvo. Eu NUNCA sei!

Depois fui acalmando mas fiquei muito fodido com quem não me avisou, incluindo as aniversariantes.
Ah, és estúpido poderão estar a pensar e nem perderei tempo a desmentir. O que pergunto é isto: Se todos sabem de uma coisa, não será melhor evitarem que aconteça?

Eu não Ando mas Sou:



Wednesday, October 28, 2015

UMA esquisita e UMA (enorme) Bichice!

(não precisarei de dizer qual é qual)

- Por que achas que é isso que vai acontecer?
- Porque é comum acontecer isso.
- Concordo...mas o que é que nisto é comum?!

Esquisito porque eu sou um homem de probabilidades mas é menos esquisito (um bocado) porque até eu admito que, de vez em quando, o inesperado acontece.
MAIS! Não tenho tendência a andar de olhos fechados, pelo que se acho que é como digo é porque o provável é pouco ou menos provável, aqui.
E pouca coisa em mim é comum.

...e

Tuesday, October 27, 2015

Hoje - e mais ou menos sempre - a minha Bossa Favorita


Monday, October 26, 2015

é um bocado a continuação...

Não sou muito bom a desligar. Gostava mas o talento falta-me.
Não sou, também, muito bom a soltar uma irritação ou um mau feitio que me apanhe.
Ambas as coisas resultam do brutal realismo que não sei se me imponho ou se não consigo evitar.

Há uns dias, disse a alguém que lhe tinha muito apreço porque me distraia, coisa que parece de somenos mas que de tão raro me é muito precioso.
Hoje, e não foi só hoje, estive onde queria estar e em nenhum outro lugar. Coisa que parece, também, de somenos mas que é ainda mais raro. Onde quer que me encontre sinto sempre que estou de passagem, mesmo quando lá fico muito tempo.

Eu sei, eu sei... Parece dramático ou uma valorização excessiva do que é comum.
Só que eu não sou dramático, só que eu não sou comum.

...e se procuro o que me distraia, acontece o contrário ao sentimento de pertença...e ao fim de muito e muito tempo (no mínimo uma década!) acho que pertenço.

Racionalismo e os Problemas

Já fui acusado muitas vezes de dar mais relevo ao trabalho do que a tudo o resto.
Entendo que se ache isso e até pondero que possa ser verdade mas não o sinto dessa maneira...
Um dos indícios, fortes, de que possa ser verdade é o seguinte: em coisas sérias, só admito ser passado para trás, ou para segundo plano, que parece mais leve e verdadeiro, por trabalho e família (e no caso da família meramente por uma questão de princípio porque família, mais do que ambíguo, é incerto).

Onde entra aqui o Racionalismo?
Faz-me muita confusão tudo o que é aleatório e incontrolável e apesar de intelectualmente achar que TUDO é incontrolável e aleatório tenho, também, a certeza que umas coisas são mais que outras.
O Trabalho é das coisas mais controláveis. Depende, em grande medida, de mim e do esforço que nele invisto e, tendencialmente, quanto mais me dedicar melhor o resultado.
É limpo. É directo. 

Por que traz o Racionalismo Problemas?
Bem... porque quando levado onde, por vezes, tento levá-lo evita que se aprecie, como eu aprecio, coisas como a Disritmia ou o Teu Retrato; coisas como o Braveheart ou o Tigre e o Dragão.
É uma encruzilhada difícil de gerir e muito difícil de entender...

O Racionalismo diz-me, por exemplo, que há coisas muito mais importantes do que estar apaixonado. É mais importante estar com quem nos entende e quem nos apoia incondicionalmente e com quem temos muito em comum e com quem nos dará dias descansados.
Já me tentei empenhar nisto (ainda que, provavelmente, não o suficiente) e não deu resultado porque o Realismo foi vencido pelos Problemas.
Os Problemas dizem-me que nada disso importa porque apesar de importante não é fundamental, é só muito importante.

Para já, foram sempre ganhando os dois, alternadamente, mas, provavelmente, fui sempre perdendo eu.

...é muito cansativo ser-se eu...

...e o mais importante ocorre depois dos 4.30 mins

Saturday, October 24, 2015

Happy Days


Friday, October 23, 2015

....

Um casal amigo está a ter dificuldades em deslargar a filha de 6 meses para voltarem a trabalhar os 2 ao mesmo tempo; bem, é mais ELA que está a ter dificuldades em fazê-lo para voltar a trabalhar porque ELE já aceitou a inevitabilidade.
Estão, agora, a tentar a transição para que a miúda ficar com os Avós.
Perguntei: Mas essa merda com os Pais da F não azedaram, há uns tempos? Cool, a criança já está a desenvolver milagres.
Em resposta, foi-me dito que a chatice não tinha sido nada de especial, era coisa pouca! Tinha que ver com feitios e as pessoas não se podem chatear com qualquer pessoa....e depois caiu-lhe a ficha porque se lembrou que estava a falar comigo.

Isto teve graça por dois motivos:
1. É óbvio que os feitios das pessoas são um motivo mais do que plausível para não se darem e é óbvio, também, que me assiste a capacidade de me chatear com qualquer pessoa;
2. No riso ficou implícito que sou, mais ou menos, estouvado e que faço primeiro e penso depois.

A primeira é verdade.
A segunda só muito raramente é verdade.

Não há um limite ou um grupo com quem eu não me possa chatear, como a história demonstra, porque, como já tantas vezes disse, nada é incondicional.
Só ajo antes de pensar quando sou compelido a isso, quando o sangue me ferve e as minhas lâmpadas fundem...o que é raro.

Se é assim, por que pensa ele e tantos outros (ouvi coisa parecida hoje) que eu sou descontrolado?
Bem... não é algo que me incomode e é, muitas vezes, útil. Evita que me chateiem. Mas nada faço, deliberadamente, para que comprem essa ideia.
O que me parece mais razoável é algo como isto: porque não faço meio de nada, só porque faço tudo de qualquer coisa parece irreflectido...quando raramente é. Eu decido ir all in conscientemente. A minha limitação não é de descontrole e de falta de ponderação, a minha limitação é não ter a capacidade de ser comedido depois de fazer o que acho que tenho a fazer.

(pouco interessante, eu sei...mas há um número finito de gajas que consigo ver na net de cada vez...)

People Suck!

(sim, Sexta-Feira...não é das piores mas também não é das melhores)

Há um Padre, julgo que italiano, que se dedica a procurar valas comuns não identificadas para onde os Nazis despacharam judeus (pá...não vou comentar a cena do israelita que veio dizer que o Hitler, no fundo, nem queria matar judeus. Se me parece que as justificações para o extermínio não são meramente racistas também me parece esquisito dizer-se que o Hitler tropeçou...). 
Enquanto via a reportagem a respeito, nada parecia particularmente esquisito: votos de silêncio das populações onde as valas não identificadas se encontravam; a realidade de haver mais judeus mortos do que o que se previa; a brigada que vinha depois da conquista só para aviar pessoal...enfim, previsível.

Depois ouvi qualquer coisa como isto: As pessoas viam os judeus ser fuzilados e sentiam um certo alívio por não serem eles...
Da maneira como entendi o afirmado, também não fiquei estupefacto. Entendo, ainda que pareça mal, que nos sintamos aliviados quando a bala vai para outro. Não é bonito mas é o que é. Faz-me lembrar as pessoas que desejam felicidade a quem as largou mas que não a desejam de facto porque isso desvaloriza-as. Não é bonito mas é o que é.
O que aconteceu é que entendi mal o que ele disse...

O descrito é mais ou menos isto:
Os Nazis iam buscar os judeus e alinhavam-nos na vala previamente aberta e, neste momento, a população da aldeia ia para lá assistir.
Reparem: não eram encurralados nem arrastados, iam ver o espectáculo.
Fiquei de cara à banda, ainda que talvez não devesse porque o próprio movimento Nazi tem semelhanças com isto. Os alemães terão as suas características mais distintivas mas à medida que fui viajando e conhecendo gente fui chegando à conclusão que gente é gente em todo o lado; quero com isto dizer que os alemães são como nós e abraçaram aquilo a que se chama a banalização do mal,

Um exemplo próximo e muito pequeno:
Houve uma altura em que tive de assistir a autópsias.
Quando soube, não entrei em pânico porque o que é para fazer é para fazer mas não me foi apelativa a ideia de ver gente a ser esventrada.
Lá fui e uns minutos depois a coisa não foi tão má como isso. Não sei exactamente quando mas aquela pessoa na marquesa deixou de o ser e passou a ser um boneco.

People Suck!

Ia dizer qualquer coisa sobre o Cavaco que, aparentemente, ganhou um par de tomates já em idade avançada;
Ia falar do que me apoquenta mas como me está a apoquentar mais do que o costume, deixarei de lado.

Termino com isto (que não sei ao certo se me anima ou se me deixa constrangido):
Ontem tive de esperar por uma pessoa mais do que devia e, para matar tempo, mandei uma SMS a uma gaja desafiando (porque nem isso era) para aparecer onde eu ia.
A resposta foi uma coisa, para mim, muito esquisita e tinha implícita a ideia de que me tinha lembrado dela por motivos libidinosos...o que não era MESMO o caso.

Já me tinham avisado que ela poderia ter esse tipo de ideias mas nunca achei - e ainda não acho - que seja verdade....só ainda não acho menos um bocadinho.

Não respondi, óbvio.

Thursday, October 22, 2015

...SE VOCÊ JURAR!


2 Coisas!

1
Estive a ouvir uma das minhas ex queixar-se do casamento.
Queixa-se que só pariu um e que está a ficar cansada de ser mãe do marido. 
Neste tipo de coisas, acho que o que ela passa é normal. Injusto mas normal. Os homens, onde me incluo, precisam que tomem conta deles. Lamentei e lamento, como lhe disse, mas não haverá muito a fazer.

Porque teve um relacionamento comigo, quando lhe disse que era como todos os outros e que ela sabia disso, respondeu-me que não achava exactamente isso; o que a chateia, no caso actual, pelos vistos, é a dependência emocional e comigo isso não acontecia e supõe (bem) que não acontece.
De toda a forma, para que vocês e eu percebamos que nunca se está contente:
Tu eras o oposto! É verdade que precisas que te ponham a mão, enquanto deixas, para as coisas pequenas; para não queimares à primeira, para não te irritares com as outras pessoas, para ires fazer análises e essas coisas...mas dependência emocional, nem vê-la! 
És uma concha que deixa toda a gente de fora, mesmo quem está e quer estar por perto.

É uma queixa recorrente...

Bem: o passado é romantizado porque o pessoal tende a esquecer-se o que realmente aconteceu pelo sentimento que pensam ter sentido.
Uma outra disse-me, há uns tempos, que eu era muito raro e que as minhas qualidades não se encontram.
Disse e deve ser verdade, nem discordo, mas o que terá acontecido é que se esqueceu que há defeitos que também são difíceis de encontrar.

2
A quantidade de indirectas que ando a receber é uma merda que já não me acontecia há muito. E não acontecia porque tendo a não tolerar que se metam na minha vida.
Neste caso, a coisa tem sido diferente porque quem as manda manda porque quer ver gente contente (e esforça-se por isso de uma maneira que até a mim faz suar...) e porque ainda não estou com os pés plenamente fincados na terra.

A última (in)directa?


1 Hora de Alegria!


Wednesday, October 21, 2015

As Dúvidas que Assolam Todos...Suponho

Como já disse, por estes dias tenho tido mais tempo livre e disponível do que devia e, na verdade, queria. Isto porque quando me parece que a maioria de nós pensa eu remoo; quando a maioria de nós pensa em construir eu penso em destruir; quando a maioria de nós pensa em plural eu penso em singular; quando a maioria de nós quer mais e melhor eu tendo a querer menos...e a entender isso como melhor.

Assim, enquanto mantinha os olhos esbugalhados e sem pestanejar tendo uma cerveja na mão e o banco que já partilhei como companhia, comecei a fazer contas de cabeça. Comecei a pensar que apesar de parecer que tudo estaria a mudar nada na realidade que vivo todos os dias tinha mudado substancialmente.
É verdade que há coisas que já não acontecem - o que me irrita e incomoda, ainda - mas é também verdade que há outras que não aconteciam e continuam a não acontecer - o que também me irrita mas demonstra que pouco há a fazer.
E depois, há ainda o facto de que me incomoda muito sentir-me incomodado; incomoda-me muito esperar coisas que não controlo; incomoda-me muito sentir que o que não termina na minha pele me pode afectar.

Em suma: poderia ser feita outra coisa? Terei provocado tudo?
A resposta a isto não é clara mas o que me parece claro e faz a resposta ser menos importante é que se tivesse/pudesse fazer outra coisa o desfecho não seria diferente.

Depois, mais tarde e agora de olhos esbugalhados para a televisão, dei por mim a lembrar-me daquilo em que acredito profundamente e que a realidade faz o favor de me mostrar constantemente: Gostar não é tudo mas se não se gosta, NADA.
Não são uma nem duas as vezes em que me entregam tudo numa bandeja. Eu penso no que quero e o que quero é-me dado.
Poderão pensa ah, pois! Por te darem tudo acaba por não te interessar! e estarão enganados!

A última vez que aconteceu, e que não vai há tanto tempo assim, um amigo disse-me: Pá... Não deixes isso ir embora! Tem tudo para dar certo! e era ou é mesmo verdade. Tinha mesmo.
A minha resposta ao que me foi dito foi o seguinte: Pois...não vai acontecer... Eu não consigo provocar apaixonar-me e sem isso, NADA! Eu queria que resultasse ou quero que resulte mas é mais forte que a minha vontade. Não consigo...

Confirmou-se.
Não deu e tenho pena.

Gostar não é tudo mas se não se gosta, NADA.

Reedição, por falta de ideias e vou ver se invento para me ocupar sem carregar esta merda de posts insignificantes ou, pior que isso, demasiado significantes:


Tuesday, October 20, 2015

Tempo A Mais...Nunca é Bom...

Não tenho visto esta edição da Quinta das Celebridades, facto que lamento mas acho que atingi o meu limite para este tipo de cenas.
Gostava muito deste voyeurismo, é muito interessante conseguir ver-se tudo o que toda a gente diz quanto a outra gente lá não está; aliás, é mais ou menos comum pensar-se que eu me interesso com o que acham ou pensam de mim quando pergunto (e só o faço com quem conheço muito bem!) mas não, o que me interessa, mesmo, é o que se diz quando se pensa que as outras pessoas não estão a ouvir ou não vão saber.

Voltando,
Domingo, entre os meus sonos, apanhei a Romana e o irmão da Merche no confessionário.
Pelos vistos - apanhei pela rama - haverá uma ligação romântica aparente entre eles ou pelo menos estarão a fingir que há, o que, para o caso, nem interessa.

Quando a Teresa Guilherme perguntou ao gajo ele veio com o clássico; somos amigos e temos carinho um pelo outro, é uma grande amizade, é como irmãos, bem, aquilo que veteranos destes programas como eu já ouviram milhares de milhões de vezes.
Depois, perguntou o mesmo à Romana e ela disse que sim, que estava confusa e que gostava dele...apesar de ter um relacionamento cá fora que, pelos vistos, já estava tremido!

Até me engasguei!
Ela pode estar a ser milhares de merdas por ter marido ou cenas cá fora mas há que dar valor a não tentar vender o que ninguém compraria.
É muito engraçado que se tolere melhor uma mentira mesmo quando se sabe que é mentira. É como os treinadores de futebol que dizem que para eles tanto faz o jogo ser da Champions ou da Taça da Liga. Todos sabem que é mentira mas não têm lata de dizer nem os outros de ouvir sem criticar.

Por falar em futebol e no mesmo tema: O Fernando Santos disse que no último jogo Portugal teve sorte e correu melhor do que mereciam. É verdade. Não deveríamos estar em loas porque ele disse o que todos viram mas é tão raro...

No fundo, no fundo: Bom para a Romana!

E isto é um bocado à frente...

Monday, October 19, 2015

O Kennedy

Ontem vi o 60 minutos que me escapou no fim-de-semana e uma das reportagens teve como protagonista o filho de Ted Kennedy, Patrick.
Sob o coberto de se falar sobre a sua fundação ou coisa semelhante que pretende combater o estigma das dependências - mormente o álcool, se bem percebi - o que interessava, de facto, era o livro que ele escreveu e que entra na dependência familiar: ele, o pai e a mãe, pelo menos.

Num lamiré (porque me interessa menos), o Ted considera a dependência uma doença - não discordo - e uma vergonha para a família que a sofre - não discordo.
Grande parte da família está fodida com ele - não discordo - por entender que é um assunto privado mas ele achou que era momento de abrir as comportas em prol dos outros - não discordo.
(diga-se que quem já frequentou ou frequenta a alta roda da sociedade sabe que é um antro muitíssimo maior de vícios do que o seu contrário, em qualquer latitude).

O que me interessou mais, contudo, foi isto:
O Ted, como a maioria da família, era visto como um homem imponente e poderoso e gente desta não tende a ter paciência para ser controlado...e ele não tinha.
Como toda a gente que assim é, ajudá-lo foi coisa que não ocorreu.
Aparentemente, algo também muito mais comum do que se pensará, a dependência dele terá nascido com o desgosto provocado pela morte dos irmãos, coisa não assumida porque...gente assim não padece de desgostos.
A dado momento, quando o pessoal achou que a bebida estava a passar dos limites, fizeram uma intervenção; ele saiu da sala, sem nada dizer, e mandou uma carta ao mesmo pessoal que diria durante uns tempos, não apareçam por cá, Ficaram surpreendidos, eu não.

Outra coisa muito útil que o Patrick disse é que se pensa que as pessoas bebem (em contexto de dependência) para ficarem alegres (HI) mas, na verdade, o que fazem é tentar ficar menos tristes (LOW), coisa com a qual, mais uma vez, concordo.
Não se limita à bebida nem a algo que possa, hipoteticamente, matar. Tendemos, ainda que uns mais do que outros, a carregar num determinado comportamento para compensar um outro de que não gostamos ou que pretendemos esquecer ou com o qual não conseguimos lidar, especialmente aqueles de nós com características destrutivas para os próprios.

Neste tipo de contexto, lembro-me sempre de uma frase que alguém disse e que reza: pobre da sociedade que precisa de heróis (parafraseei, suponho).
Os heróis são gente esquisita e pouco recomendável. Contrariamente ao que se vende, não são pessoas equilibradas ou cheias de virtudes porque, se fossem, não seriam heróis como os entendemos... só quem não percebe o que são virtudes e defeitos e equilíbrio e por aí fora poderá pensar que um herói faz o que faz porque quer e não porque precisa.

Enfim, a coisa interessou-me e, em alguns pontos, tocou-me.
Não sou nem nunca fui alcoólico mas acho que andei lá perto e só lá não caí porque depender chateia-me.
Revi-me, também, em afogar cenas, coisa que faço com alguma frequência e, sem modéstia, com bastante talento.

...e porque continuo a ser agradecido mas nem sempre o possa (ou queira ou deva) ser expressamente:


Coisas que Aumentam o Mito

(acho que é repetido mas, sa foda)

Esta música fecha o Statues e, tanto quanto sei e consegui procurar, nunca foi tocada ao vivo por eles.
Aparentemente, e a letra da música apoia, trata-se do rompimento da banda que foi o rompimento deles que eram a banda.


Para Onde se Guina?

Nas lições de condução desportiva manda-se virar em direcção ao peão, quando este acontece, e já ouvi - em documentários ou filmes, não me lembro - que quando perante uma tempestade se deve dirigir a ela, em frente.
Ambas as coisas são contra-intuitivas (como os bombeiros que se dirigem ao fogo), daí ser necessário treino específico para se contrariar aquilo que o corpo nos pede, juntamente com o suposto bom-senso.

Quando as coisas não nos correm bem, presumo que os manuais mandem tentar que não corram pior. Aliás, não me parece - numa bela analogia bélica - que quando estamos em inferioridade devamos atacar mais frentes ainda; Sun Tzu ensinou cenas destas e tanto Napoleão como Hitler apresentaram provas empíricas no mesmo sentido.
Mas isso interessa-me?
Aprendo, infelizmente, mais com os cães que ladram mais quando estão acossados...sendo que o pior, mesmo em relação aos cães, é que tendo a ladrar pouco e morder mais. E pior porquê? Porque uma ladradela dá para desfazer mas uma mordidela não.

Então, parece-me que consegui mais ou menos o pleno de me chatear a torto e a direito por estes dias. A maioria dá para recuperar com facilidade, parece-me, o que é mais difícil de restaurar é a desilusão de ser uma besta quando tal não me é pedido nem justificado.
Como é relativamente comum e previsível, não aprendo grande coisa quando o meu cérebro reptiliano entra em acção: tábua rasa, nihilismo, destruição completa. Fosse eu presidente dos EUA ou da URSS na altura da fase MAD e já tínhamos todos (TODOS) ido com a puta que nos pariu.

Ilustrando, mais ou menos:
- Levanta-me a voz outra vez e a coisa vai correr mal! (não me tinham, realmente, levantado a voz);
- Não. Hoje não vai dar. Não estou para isso.
- Mas o que fiz eu?! (não tinha feito nada de mal...só escolheu mal o tempo)
- Ah... o que lhe aconteceu ao cabelo?
- Decidi fazer alguma coisa mais extrema para ver se me dá atenção. Resultou!
- Não era preciso, já dou muita atenção...só parece que ignora.
- ...
- ...além de atenção, podia dar-lhe o meu número para me ligar quando sair daqui...
- ... (peguei na cerveja e fui-me embora. Não estava para isso)

Isto tem mesmo de passar porque o passado explica-me que nada de particularmente bom virá daqui.
Vou tentar, como os alentejanos em relação ao trabalho, sentar-me e esperar que passe, sendo certo que não sou muito bom a fazer isso.

Saturday, October 17, 2015

não sou de esconder quando me engano

...por isso, tendo-me esquecido disto ontem:
-Não gosto de ser imprevisível. Pode parecer mas não sou.
-Também acho, não és nada imprevisível.
-Pois...mas acreditas que me disseram que eu era completamente imprevisível!?
-Acredito. Não é difícil acreditar nisso.
-Ah? Então?
-Então, tu fazes o que dizes mas as pessoas não costumam fazer o que dizem.

...e é isto.
Foi o que me disseram na altura e achei - ainda acho - uma estupidez.
Contudo, pelos vistos, o penedo sou eu.

Friday, October 16, 2015

Ainda Há Esperança para a Humanidade!

O dia vai mais radioso quando nos fazem ficar mais bem dispostos.
As minhas sextas-feiras de merda têm sido menos de merda, de vez em quando. Umas porque estou menos exposto ao que realmente me chateia e outras - as mais das vezes - porque me levantam o espírito ao almoço.

Ah, deves andar a almoçar com alguma gaja boa podem pensar mas não é o caso. Aliás, poderia almoçar com gajas boas em vários dias da semana mas o resultado seria obviamente pior porque gajas boas têm o condão de me alimentar o ego mas serem boas por serem boas resolve-me muito poucos problemas.
O que ando é a almoçar com gente imprevista, gente que não é exactamente o que se esperaria dela e, diga-se, eu não sou de me enganar em muitas coisas.

Hoje, além da costumeira metralhada de indirectas que nem indirectas são, a coisa rondou Nietzsche e Espinosa e passou por Camus. E passou por todas estas coisas sem que me desse vergonha, coisa que me acontece frequentemente quando sinto que estou a ser pedante.
É agradável.

O que é, também, agradável é gente que se preocupa sem atirar à cara e sem fazer brado disso mesmo, caso em que EU faço questão que saibam que estou agradecido e que não cai em saco roto.
Nestes dias, foi gente que, sem falhar um único, quis saber como andava nas parcas horas do dia em que não me vê.
Ah, isso não é nada de especial! pareço ouvir e nem sequer acho errada essa ideia. Afinal, perguntar não dá trabalho, especialmente quando se pergunta a alguém que se não estivesse mesmo bem nunca diria. Dá-se, contudo, que essa gente que nunca pede nada nem quer nada dá muito valor a quem dá valor, apesar de nunca exigir grande coisa em troca.

Olha, B. Eu não sou fácil. Eu não peço grande coisa. Se queres, mesmo, escrever um manual sobre "como lidar com o K" não precisas de muito mais do que um parágrafo: Ele não pede quase nada mas quando pede é bom que se faça!.
- Pois...mas parece mais fácil do que o que é.
Eu sei que parece, por isso a coisa é como é e anda como anda.

E agora, arte:



Thursday, October 15, 2015

...nada de novo mas estou meio parado...

Estou com frio.
Poder-se-á pensar: ah, se calhar está mesmo frio! e poder-se-ia ter razão e ainda que se tivesse isso não alteraria o facto de que nunca tenho frio; a isto acresce que quando saí para almoçar vi um pau de virar tripas em mangas de camisa e pensei: K...estás fodido!
Já sabia antes... frio e arrepios e cansaço a respirar são maus presságios mas ver que há gente (pequena e mirradinha) sem frio é pior.

...e nada de novo porque sou - à semelhança do resto do pessoal com cromossomas XY - muito dramático e sinto-me esvair a força vital pelos poros...e nesta altura não me dá jeito nenhum.
...e nada de novo porque tenho vontade de me esconder debaixo dessa sua pra fugir do mundo e pretendo também me embrenhar no emaranhado desses seus cabelos, duas coisas que muito quero mas que não sou capaz de fazer.
...e nada de novo porque, como até a mim me cansa repetir, esta pequena merda que tem pouco que ver com o que quer que seja afecta tudo o que me rodeia.

Há, ainda assim, uma novidade!
Porque não vai há muito tempo tive uma experiência extremamente desagradável com estado febril (foi mesmo desagradável. Quando é mera bichice eu sei que é) ainda tenho fresco na memória que para me darem água tiveram de embeber algodão na mesma e colocar-me nos lábio.
A coisa não foi bonita.

Mas a novidade nem é isso, essa novidade já foi e, por isso, nem é novidade.
O que é de agora é o receio que tenho de me voltar a acontecer o mesmo e, entenda-se, apesar desta coisa de ficar muito abatido quando afectado por uma maleita eu não tenho medo delas. Não tenho medo de ficar doente nem faço assim muito para evitar. É uma bocado SA FODA mesmo que pague depois.

Com mais alucinações, contudo, não me apetecia pagar.

E ainda, um bocado (não é um bocado) de romantismo do bom e algo com menos de 10 anos, o que, por cá, é pouco comum...

Parece Sobre o Irão Mas Acaba Onde Acaba Sempre...

As negociações para as cenas do programa nuclear do Irão parecem evoluir mas depende sempre como se entende a evolução.
Há coisas que deixarei de fora como a diferença de tratamento prestado ao médio-oriente que não seja Israel e o papel preponderante que teve o Ocidente no manto de retalhos que por lá ficou depois da II Guerra e o papel preponderante que tem o Ocidente na desgraça que grassa depois de coisas como a Guerra do Iraque.

Para este pensamento circunscrever-me-ei à noção de Moderno e de Bárbaro.

Então, as negociações:
No fundo, aquilo a que se chamam negociações têm sido meramente cedências por parte do Mundo Desenvolvido.
Não se permitia o enriquecimento para se permitir um enriquecimentozinho; não se permitiam centrifugadoras para se permitirem umas centrifugadorazinhas; não se permitia a existência de programa atómico para se permitira um programazinho para fins civis.
Este advento resultou do facto de ser sempre a mesma parte a apresentar as propostas, o que as ia diluindo de momento para momento, e, muito importante, da ideia de que é preciso levar as coisas a bem.

Reparem: não sou apologista da Guerra, como a Ana Malhoa entendo que a Guerra não é vencedora. Também a mim me parece que a diplomacia tem uma importância muito grande mas, a dado momento, não chega.
Reparem: nem sequer, como disse à partida, vou tecer comentários quanto às sanções e à pressão criada sobre o Irão e outros que tais. Para este efeito, não interessa.

O que digo é isto:
Hoje, porque somos desenvolvidos e evoluídos, não há se admitem mortes de civis na Guerra;
Hoje, porque somos desenvolvidos e evoluídos, não se podem tomar posições de força - literal - nem quando é mesmo preciso.
(é olhar para esta palhaçada de ponderar um Governo com Comunistas sem que, quem de direito, diga: Foda-se! Totalitários?! Vocês são malucos!!!)

E com isto, os selvagens (que somos todos por baixo desta fina camada de verniz que nos passaram) levam a sua da forma que dá ,mais jeito, porque não se pode, publicamente, ser pouco civilizado.

É triste e miserável mas, infelizmente, às vezes só à pancada.
É triste e miserável mas, infelizmente, muitas vezes tem mesmo de perder toda a gente porque a vitória não será alcançada por ninguém.

Menos triste é que quando se tem de ser bárbaro e menos compreensivo fica-se pior que os bárbaros.

Wednesday, October 14, 2015

Hoje, não sei bem como, uma conversa de circunstância que passou por uma informação de que os homens preferem as mamas parecidas com as das mães, algo que, aparentemente, é científico mas que nunca me dei conta (e só recentemente me parece poder corresponder à verdade), acabou no muito mais evidente: os homens andam à procura das mães e as mulheres dos pais.

Eu sei que não é uma verdade universal mas tendo a achar que anda quase lá quando temos bons pais e boas mães ou, se calhar mais precisamente, quando achamos que temos bons pais e boas mães.

Assumi, como assumo, que não há mulher com quem me relacione que não compare com a minha mães e ela assumiu a mesma coisa mas relativamente ao pai.
É inevitável.

Inevitável é, também, defender-se de tudo quanto se pode as mães e os pais, não por serem mães e pais mas porque gostamos deles (quando gostamos).
A minha, por exemplo, teve uma vida de abandono que, infelizmente, aconteceu no plural e isso tem muito peso sobre mim. É uma obrigação que sinto e que já ma tentaram retirar. Deseja-se que eu tome o meu rumo e que seja feliz e por feliz entende-se o clássico de ter família e tudo isso.

O que ocorre, contudo, é que não fazer absolutamente tudo por quem merece, independentemente de relação sanguínea ou ausência dela, faz-me infeliz e lido mal com isso.
A minha consciência pesa-me demasiado por isso sinto um enorme alívio quando me dão uma desculpa para me aliviar dela.

Ontem, no meio de uma conversa, disseram que uma gaja que é uma cabra teve de baixar a bola e quase chorar no momento em que sentiu o terreno fugir-lhe debaixo dos pés. 
Respondi: Foda-se, é altura de passar a faca!
Responderam-me que não tiveram coragem... ela estava fragilizada. Deve ser verdade mas:
a) não se criam cobras;
b) não se negoceia com terroristas;
c) não se tem misericórdia para com quem tudo fez para a não merecer.

QED

Tuesday, October 13, 2015

Já há muito que não acontecia...


...

Como me vou fartando de dizer, sempre que me lembro do que para aqui vai fico com a desgostosa impressão de que não me acho como os demais; lido sem perder tempo, o uso de palavras gerais como ou outros ou eles ou as outras pessoas parecem distanciar-me delas mas como, volta e meia, vou dizendo eu não me considero à parte da humanidade nem dos seus defeitos e virtudes e defeitos.

Assim, como todos nós custa-me ver acontecer o que não quero e custa-me ver erros serem cometidos;
Assim, como todos nós também sou carne e osso e também sou ou posso ser ferido.

Numa viagem pelo que mais me irrita na humanidade que também me percorre as veias, não me é possível explicar o quanto têm sido uma merda estes últimos dias, especialmente os últimos dois. 
Deu-se a feliz coincidência - eu sei que parece uma parvoíce - de estar a ficar doente e isso permite-me empurrar a minha fraqueza para o estado de maleita que muito me afecta mas, infelizmente, sei não ser esse o caso; sei não ser por isso que os meus dias têm sido uma merda; sei não ser por isso que estou a queimar pontes que não devia e a evitar futuros que poderiam concretizar-se.

Sábado, adagas;
Domingo, facas;
Segunda, forca;
Hoje, vazio.

Numa altura em que vivia sem amarras e assim achei que continuaria assim, a coisa mudou;
Numa altura em que me amarrei e achei que assim continuaria, a coisa mudou;
Numa altura em que não queria ser embalado, a coisa mudou;
Numa altura em que fui adormecido, a coisa mudou.

....e a minha fé na humanidade e na dependência, que tinha sofrido um revés porque talvez não fosse tão desagradável como previa (e já havia comprovado), saiu, outra vez, do armário com um SURPRESA!!! Um gajo só andou a deixar-te andar para te relembrar o que querias esquecer.

...e a song about a bad idea...

Monday, October 12, 2015

Será Verdade?!

O pessoal anda em negociações para a questão do Governo.
Ora, desde que começaram, sempre me pareceu - e ainda parece!! - óbvio que o PS está a tentar valorizar o seu peixe para o vender mais caro e nada mais que isso.

O que acontece é que ando a ouvir e ler constantemente que existe um risco de que o PS esteja, realmente, a pensar em coligar com o PC e com o BE para tentar formar Governo.
A mim, parece-me uma completa idiotice!
Não me cabe na cabeça que um partido democrático se coligue com gente que não é e, por muito que encham a boca em sentido contrário, o PC e o BE não são partidos democráticos (ouvi, outro dia, alguém dizer que não são democráticos no sentido ocidental do termos...quando não conheço mais nenhum...).
Não posso crer que alguém com meio juízo ache que uma governação no âmbito da UE seja possível com essa gente que nada sabe nem nada aprende com a história nem com o tempo; com esta gente que é incapaz - mais o PC, é verdade - de condenar uma Coreia da Norte que ainda tem campos de concentração ou uma China que não permite qualquer tipo de manifestação...

Bem... escapou-me uma cena que, espero, não seja possível.
A ambição e corrupção humana devem ter limites mas não estou certo que sejam conhecidos...
A única hipótese de ir para a frente qualquer coisa como uma coligação do tipo a que fiz referência é uma tal vontade de assalto que a consequência seja secundária ou indiferente.
E por muito menos que isso já andou gente a ser pendurada em balizas e queimada em fogueiras.

Espero que esta minha paranóia inicial seja apenas isso, minha e dos outros: uma paranóia, pura e simples.
Espero estar certo, como costumo estar, e isto se tratar apenas, como referi no início, uma maneira de valorizar a faneca ou o cherne.

...mas quando um escudeiro do Sócrates (vg Sérgio Sou Pinto) é a voz da razão e sai da direcção por não concordar com ela... MEDO!

Sunday, October 11, 2015

nem de propósito!!

Uma política sentimental não conhece reciprocidade.

Bismarck
...e o meu problema com desculpar (não gosto do verbo perdoar) não é 1:
Tenho de acreditar que não se repete;
Tenho de acreditar que o desculpado não entende a desculpa como a antevisão da próxima.

Duas coisas muito difíceis...

Saturday, October 10, 2015

A VÍTIMA

Excluindo os que vitima, e nem sempre, todos temos pena das vítimas, sejam elas vítimas do que forem.
Muitas das vezes, a minha pena para com elas é mitigada e isto tem que ver com a minha ideia de que o pessoal põe-se a jeito. 
O que é, por vezes, desconsiderado é a paz de espírito que o conceito de vítima encerra.

Ia dizer que ninguém quer ser vítima mas depois lembrei-me do conceito de vitimização. Sendo discutível se quem se vitimiza quer ser vítima mas apenas parecer, o cerne da questão está lá, ainda que de forma camuflada: ser vítima dá descanso.
Ontem, a meio de um concerto a que não assisti metade, pelo menos, enquanto estava a tentar ir buscar finos, quem me acompanhava perguntou-se e então? como andam as coisas? ao que respondi nada de interessante... casa - trabalho... sempre sozinho e abandonado...
Quem me perguntou conhece-me relativamente mal, daí ter dito que aquilo que tinha dito não tinha muito que ver comigo mas não apanhou que era sarcasmo com o intuito (falhado) de ter graça.

,,,mas a questão é essa mesmo, descontando a tentativa humorística: Sentir-se alvo de injustiças para as quais nem se contribuiu nem se tem forma de contrariar descansa.

Acho que já fui vítima, como já fomos todos, mas nunca me senti como tal porque a minha mentalidade impede-me de pensar-me como desprotegido e incapaz de se defender; o meu perfil não é de vítima mas isso nem sempre é uma coisa boa, embora visto de fora seja muito apreciado.
Ser-me-ia mais agradável conceder que me fazem ou fizeram coisas que não mereço e que tenho de me sujeitar ao que há;
Ser-me-ia mais fácil baixar os braços ao devir e encolher os ombros face à intempérie;
Ser-me-ia mais fácil apontar o dedo e dizer a culpa é dele ou dela e ser crente de que há coisas que não controlo e, reparem, há mesmo coisas que não controlo, nem seria mentira.

Não sei fazer disso.
...e regressa-se ao lado problemático e muito desagradável de se encarar o que me rodeia da forma como encaro: Interessa o que EU acho e não o que OUTROS poderão achar; Interessa o que EU faço e não o que os OUTROS poderão fazer.

Poderia, com pirotecnia à mistura, alicerçar o que acabo de dizer com factos. Não me parece discutível que se alguma coisa pode ser controlada ou gerida é a própria actuação e não a alheia; não está sujeito a discussão o quão racional é deixar para os outros o que é com os outros e para mim o que é comigo.
Poderia mas isso seria escolher apenas a parte da questão que me interessa quando tenho de fazer os outros sentirem-se parvos com o quanto se preocupam com o que os rodeia e com o que o que os rodeia pensa deles.

Eu sou assim porque não gosto de ser dependente.
Esta independência que levou à misantropia e poderá levar a coisa pior tem a desvantagem de não me permitir espalhar a culpa por outros lados, lados esses onde a culpa pode, de facto, residir. Esta independência impede-me de me sentir uma vítima mesmo quanto, eventualmente, o seja.

É verdade que tem vantagens.
Não me interessa que achem que sou burro ou feio ou gordo ou incapaz ou estúpido ou atrasado mental. O meio-ambiente afecta-me, infelizmente, mas muito pouco.
É irrelevante, para mim, que concordem ou não com o que eu acho e ando em esforço violento para não tentar convencer ninguém de que são parvos porque não acham o mesmo que eu.

É verdade que tem desvantagens.
Quando não se considera com acuidade o que o que rodeia tem a dizer deixamos de ter onde nos segurar no momento em que a coisa azeda.
Podemos fugir da sala ou do país ou do planeta mas não podemos largar-nos. E porque não podemos largar-nos e porque somos responsáveis por todos os nossos actos não há como mitigar o mal que nos fazemos mesmo quando os outros nos fazem porque, sendo como se é, fomos nós que permitimos que nos fizessem.

E, a espaços, o maior problema de todos que entronca no que acabei de referir:
Imagine-se que se quer dar pancada em alguém porque fez algo que não deveria ter feito; Imagine-se que se quer infligir sofrimento a quem não fez o que deveria ter feito.
Faz-se? Ataca-se?
As células dizem que sim mas, depois, o cérebro avisa: Não sejas burro! Se vais atacar alguém por ter feito o que quis fazer estás a ser muito mais burro do que essa pessoa! Ela fez o que quis e tu, agora, fazes o que quiseres. Ninguém tem culpa de se sujeitar além de quem se sujeita.
O cérebro costuma ter razão.

É cansativo ser-se eu.
Lá isso é.

Mas tem coisas boas e não estou a ponderar mudar, ainda que fosse sempre duvidosos que conseguisse.

Friday, October 09, 2015

...e o motivo do Mundo ser dos Burlões

É simples...funciona.

Ontem tinha um concerto para ir ver e convites na bilheteira.
Cheguei:
- Olá, sou o K Cenas e tenho aí dois convites em meu nome.
Não se encontrando o convite, perguntaram-me se estavam em meu nome ou se podiam estar no de quem me acompanhava; não podiam.
- Bem, o meu nome completo é K Cenas de Tal e quem me deixou os bilhetes foi a X; vou tentar ligar-lhe..
Entretanto chamaram a pessoa responsável pela bilheteira e expuseram-lhe o problema...que ela não conseguiu resolver...
- Ela não me atende o telefone, deve estar com os músicos.
- Deixe lá. Pegue estes 2. Estão em nome de outra pessoa mas já não devem vir.

Agradeci e fui para a sala.
Entrei na sala...e não fazia a mais pálida ideia de quem estava no palco.
Olhei para o telefone e tinha uma mensagem que rezava assim:
Estão em teu nome, não me esqueci. Estou a jantar com o pessoal aqui na Y, amanhã vemo-nos no concerto.

Enganei-me no dia e, ainda assim, fui ver um concerto para o qual não estava convidado.
Eu não sabia e fui honesto mas se tivesse talento e lata...

É assim que o pessoal engana e o outro pessoal se deixa enganar...

Thursday, October 08, 2015

na sequência de um recente

Dou-me bem (ou estou habituado) com o I'm Not Happy mas mal com o Not Fine. 
Agora, neste momento, não estou Fine.

Elmore James (bem... não ele mesmo mas foi quem fez)


Coisas que Ficam a Matraquear

Às vezes esqueço-me que és muito rodado...

Depende sempre a quem se perguntar.
Se me fosse colocada a questão se acho que sou muito rodado, dependeria sempre daquilo que se quisesse saber.

Se me fosse perguntado por uma pessoa dita normal responderia que não; melhor: provavelmente responderia que serei mais que uns e bem menos do que outros mas que sou, seguramente, menos do que o que gostaria de ser.
Não mentiria.

Se me fosse perguntado por uma pessoa menos normal responderia que não, também, mas seria completado com mas sou mais do que o que queria ser.
Não mentiria.
Parece antagónico mas não é.

O que acontece é que estou habituado (muito! habituado) a ser sozinho e, por isso, inexiste motivo para que deva rodar menos do que o que rodo; neste caso, o inverso seria verdade.
Ora, se preciso de motivo para fazer o que quer que seja, precisaria de motivo para andar menos à caça e conhecer menos hotéis e móteis e rabos e pernas e bocas e bares e lingerie e por aí fora. 
Quando tive motivo para não rodar, não rodei e não era triste com isso.

Para quem me conhece na medida em que gosto que me conheça é impensável pensar que sou ou que quero ser fiel e não comer tudo com saia (ou, infelizmente, calças).
Para quem me conhece um bocado mais do que aquilo que gosto não tem um pensamento diferente. É esquisito mas como as pessoas estão habituadas ao que estão habituadas têm a tentação de achar - quanto a mim - que não se pode arder da forma como eu ardo, que se pode querer da forma que eu quero, que se tem a sede que eu tenho... e uma pessoa ser suficiente para me saciar.
Para quem me conhece mais do que aquilo que gosto que me conheça compreende que como eu não sei querer pensar em comer um número razoável de gajas também tendo a não gostar razoavelmente.

Pior!
Como aqui já devo ter escrito muito mais vezes do que o necessário - como não releio uso o condicional - nem sequer escondo estas coisas, quando perguntado.
Quero que tomem conta de mim;
Preciso que me salvem;
Quero só uma pessoa e quero que seja para sempre;
Só sou o que ou e faço o que faço porque não há motivo para fazer outra.

Lerão isto e pensarão que sou hipócrita mas hipócrita não sou.
O que sou é um bicho esquisito que quer isto mas não sabe se consegue ter.

Bicho difícil, eu sei.

Wednesday, October 07, 2015

Parecido com a Vida Real

(tentarei não fazer disto um um hábito mas...)


A Comunidade

Há uns tempos, quando tive de ir papar um chacete (não sabia, à partida, que o ia ser), apanhei um dos pensadores criticar os americanos porque tinham tomado conta do mundo com o cinema e essas cenas. Ele queria dizer american way mas não sabia.
O chacete foi-o, em larga escala, não porque este tipo de ideias era expressa mas porque estava rodeado de gajos que se julgam intelectuais e independentes mas não são; e não são quer porque não sabem o suficiente para isso quer porque no meio de toda a conversa sobre liberdade e individualidade estavam - eles e eu, lamentavelmente - num prova de vinhos...a coisa mais pedante e pseudo-cenas só recentemente ultrapassada pelos baldes de gin super-in (atente-se: naturalmente, havia quem defendesse esses caldeirões de aquecer bebidas...).

Já por aqui devo ter dito isto: há uns anos (bastantes, julgo) houve um gajo que foi fazer uma reportagem fotográfica pelo mundo, mundo esse, em grande medida, pouco acessível à data.
Essa reportagem que deu em livro permitia que conseguíssemos identificar as pessoas por regiões apenas pela forma como se apresentavam.
Esse mesmo tipo de reportagem, hoje em dia, não permitiria tal coisa porque o mundo homogeneizou-se.

Por que tem isto graça?
Os antigos eram regionais e a comunidade aniquilava o individualismo...e eram diferentes.
Os modernos são internacionais e a comunidade alimenta o individualismo...são todos iguais.

Não é esta história diferente da do gin;
Não é esta história diferente das calças de ganga;
Não é esta história diferente do FB;
Não é esta história diferente dos odiosos selfie sticks.

Os gajos que estavam sentados à mesa, a imensa maioria, não entendiam que eram o mesmo apesar de se imaginarem seres completamente especiais e únicos.

Pode parecer que estou a criticar...e estou!

Ninguém se pergunta o que leva a que se achem indivíduos independentes que seguem a mesma estrada dos outros.
Reparem: não olvido que o homem é gregário e não me chateia que se procure a aceitação. O que me chateie é que se seja estúpido e não se veja.

O pior, ainda, é isto (para quem se importa): é suposto querermos isto e aquilo, é suposto termos isto e aquilo, é suposto sermos isto e aquilo.
É suposto querermos o nosso espaço (eu, que nem sou grande fã de Papas, achei muito engraçado o Francisco ter dito para que vou eu viver para lá? Sozinho? Nem pensar!; os motivos para não sentirmos uma necessidade são muitos mas não é perdoável se a única que interessa não existe...devia existir!);
É suposto termos um telemóvel com cenas. É uma marca de sucesso, independentemente de precisarmos dele ou não. Tenho um amigo que comprou agora um que só faz telefonemas...pensam que ele é maluco e eu acho que ele é são...
É suposto sermos tolerantes mas não se tolera a diferença, taxa-se como sendo uma coisa ou outra.

Vamos a um clássico, porque dos que melhor percebo:
Quando o Ben Harper cantou o Sexual Healing passou a ter milhões de gente a ouvi-lo...e os que o ouviam antes detestaram e passaram a chama-lo vendido.
O Ben disse, a dado momento: eu não tenho culpa... eu faço a mesma coisa mas há mais gente que ouve...
Tem razão, é verdade.
Agora, gosta-se do que não se ouve - sem se gostar mesmo - e essa é a maior franja.
Só que se todos formos indie todos somos pop, coisa que parece um segredo.


Tuesday, October 06, 2015

...e é também por isto...

Estava a jantar com o telejornal em fundo. Uma orelha na conversa e outra nas negociações do Governo e reacções dos partidos.
Uma perda de tempo, direcção-me-ão e até pondero concordar.
O que se passou, pouco depois, foi isto: notícia se um português que matou a mulher em Espanha e a conversa parou...

Pá...mas o que interessa essa merda? É mais relevante uma desgraçada azarada e um mentecapto do que o futuro (ok, pode ser exagerado assim se considerar) do País?
Caiu-me mal... Fiz saber isso mesmo.

Só para ser honesto: não estou de muito bom humor. Chamaram-me demasiado compreensivo, o que entendo como sinónimo de manso.
Não sou; não pareço; não gosto.

...e não me alongo porque hoje preciso de dormir e irritação tira-me o sono.



Metade dos meus planos furaram, o que nem é assim uma coisa muito muito má porque sou ambicioso.
A esta fraca consolação - a que chamo de fraca mas nem isso é - juntam-se dois dias mal dormidos. Preciso de dormir relativamente pouco mas dois dias abaixo das 5.30 horas afectam-me (os olhos estão-me a pesar).

Então,
Semi-suecesso (o que é o equivalente a sucesso nenhum) e cansaço não são uma mistura boa mas, felizmente, temos música.

Esta tirou-me, pelo menos por agora, do desânimo:
....e esta acelerou-me o ritmo:

Monday, October 05, 2015

Tenho dificuldades com o desabafar e com o verbalizar para melhor entender.

O DESABAFO

Não serei o idiota que dirá que nunca o fez porque já o devo ter feito mas tenho problemas com inutilidade.
Deve ser verdade que muitos se sentem aliviados quando dizem coisas apenas para as descarregar e deve ser, também, por isso que o fazem.
A mim, faz-me sentir estúpido atirar meia dúzia ou uma dúzia de linhas verbais que nada alterarão e que, no fim, nada farão além de preencher ar.

Reparem: não é que nunca me apeteça nem, como já disse, que nunca o tenha feito mas o que produz em mim, depois, é nefasto. O peso do para quê? cai-me como uma pedra.

Será melhor ficar calado? As mais das vezes e na maioria dos casos - que não apenas neste - é.

VERBALIZAR PARA MELHOR ENTENDER

Esta é outra característica que me escapa, felizmente.
Ouvir-se ajuda muitos a organizar ideias e a estes faz confusão quem não o faz.

Eu, quando muito, escrevo (o post anterior é isso) e se se entender que escrever é verbalizar consigo próprio, também eu o faço, então...mas partilhar ideias ou pensamentos ou esquemas de decisão com quem não pode fazer nada pelo resultado que daí advirá é, novamente, encher ar.

Penso e decido e caso necessite de opinião, peço-a.
Dizer para me ouvir na presença de outra pessoa é uma manifesta perda de tempo.

É, também, por causa destas duas características que sou acusado, volta e meia, de não precisar de ninguém e de fazer outra pessoa sentir-se terceira e estrangeira na minha vida; um sentimento que, em tese, entendo e que, até, respeito mas deveria ser respeitado o contrário, ou seja, o que isto de andar a partilhar por partilhar se transcreve em mim: sou estúpido porque faço algo estúpido.

Assunto já demasiado batido: se se quer ajudar ou fazer parte de outra pessoa convém que se tenha mais em atenção o que ela quer do que o que nós queremos.
...é que tendo o galo de se encontrar quem acha - e demonstra e implementa - o sentimento de que o egoísmo é um ácaro que vai comendo por dentro a coisa tende a desmoronar.

E...

já não andava nisto há muito mas ontem passei lá a tarde toda.
Aqui fica:


Tentando Sistematizar, o que me chateia em smartphone

Estou mais ou menos dividido quanto ao que farei na batalha ridícula que se avizinha. Na verdade não estou muito dividido porque estou a laborar em cenários.

Então,
a possibilidade de azedar é real e, com honestidade, não me chateia. Dou-me bem em ambientes tensos.
O problema que se me está a colocar é outro: deverei eu arregimentar cabeças para tornar a tensão em guerra aberta?

O meu instinto natural é Não. Por defeito e feitio, não gosto de envolver outros mesmo quando a outros também diz respeito.
A dúvida surge-me porque, neste caso, estou tentado a ir atrás de humilhação completa e isso não será conseguido se o ataque for apenas meu.

Prevendo o óbvio, digo isto:
Estou aqui a pensar mas tudo vai depender do quanto me foderem a cabeça e do meu humor; costumo funcionar mais em reacção.

Se for pior do que o que antevejo...vai dar chacina porque sangue vai dar sempre.

...Esqueci-me, mais ou menos...

Como é, mais ou menos, bom de ver, tenho dificuldades com o que muitos entendem como romantismo.
Ouvir John Legend dá-me náuseas e cenas como o The Blower´s Daughter faz-me pensar em suicídio.

Romantismo, para mim, é outra coisa e porque o sentimento, em si, é mais uma sensação do que uma explicação, quando penso nele lembro-me do Pedacinho do Céu (que coloquei antes) e muito esta Rosa.


Sunday, October 04, 2015

CENAS

VOTO

Não costumo votar muito convicto, nada nos políticos que nos cercam me excita muito. Os que têm mais carisma defendem o impensável (e talvez por isso lhes seja mais fácil ter carisma) e os moderados e, por isso, que defendem o pensável não têm carisma (e talvez por isso lhes seja mais difícil ter carisma).

O que tornou isto mais estranho é o seguinte: apesar de não ter votado convicto e apesar de o ter sido a contragosto, a verdade é que, provavelmente, terá sido a vez em que fiz mais questão de votar... porque apesar da ausência de alegria a tristeza que poderia advir de um resultado diferente seria manifestamente maior.
É uma merda... detesto o é o que há e escolher o menor dos males mas quando um gajo é adulto pouco mais há a fazer.

No resto,
- a CDU ganhou, como ganha sempre independentemente do resultado;
- o PS foi esmagado, e bem; o Costa foi esmagado, e bem;
- o BE colheu os frutos de o terem deixado à solta para roubar o PS e foi o que fez (o BE é espantoso. Meia dúzia de gatos pingados que se apenas olharmos para a TV e não para a Assembleia parecem uma força política a sério);
- o PAN elegeu um deputado. É admirável o povo português (sem ponta de ironia). Quando podia protestar votando no Marinho e Pinto, quando podia protestar votando nos xenófobos...protesta votando no Partido os Animais e da Natureza (acho que é o que significa o acrónimo).

Foi bonito de ver o D. Sebastião de Goa imediatamente esfaqueado a seguir à banhada; para lhe acharem as costas não houve nevoeiro que o safasse.

GATSBY

Ontem tentei ver o Great Gatsby com o DiCaprio e, como previa, não consegui.
Como já por cá escrevi vezes sem conta, é uma feliz ocorrência, ainda assim, encontrar-se pontos de interesse em locais, livros e filmes quase completamente desinteressantes.

O Gatsby voltou para re-sacar uma gaja; pode parecer um motivo frívolo, que é; pode parecer um motivo pouco relevante no grande plano do mundo, que é. O que é, também, é algo muito humano e muito credível.

A gaja não o tinha esquecido e, aparentemente, ainda o amava, pelo que ele estava a ser bem sucedido na empreitada e ela iria largar o gajo que ficou a aquecer o lugar enquanto o Gatsby não voltava, o que ela não sabia se iria acontecer.

O interessante, contudo, é isto:
Quando o Gatsby tinha ganhado e ela ia bazar com ele, queria que ela dissesse - de forma expressa e sem margem para dúvidas - que nunca tinha amado o gajo que estava a aquecer o lugar e ela não foi capaz de o dizer taxativamente; não foi capaz de dizer que nunca amou o aquecedor.
O Gatsby ficou mesmo mesmo fodido.
Não havia dúvidas de quem ela amava; não havia dúvidas que tinha ficado com outro gajo porque o G bazou; não havia dúvidas do que ela queria e do que ia fazer... e isso deveria ser suficiente mas, como se tornou óbvio, não era.

O Gatsby foi um profundo idiota e entendo-o muito bem.
É possível que fizesse o mesmo.

...REMAKE EM MELHOR

e não é que é mesmo?

Saturday, October 03, 2015

O Facto Negativo

Facto Negativo é uma cena usada em questões jurídicas que se prendem com a impossibilidade de prova por quem alega; o mais clássico, se bem informado estou, prende-se com as dívidas: quem paga pode pagar que pagou mas quem não recebeu não tem como provar que não recebeu.
Lembrei-me disto à pala da injustiça que a vida em si encerra.

Se olharmos à volta, constatamos que só os sucessos são premiados e só a resolução de problemas em momentos de tragédia são encarados como heróicos.
Por que é isto injusto?
Bem, porque as mais das vezes os sucessos fazem-se em cima do insucesso alheio e prévio e esse insucesso alheio e prévio mais do que não celebrado e mais do que criticado às vezes destrói. Pensem, por exemplo, no gajo que elimina hipóteses, ao errá-las, e ao que descobre a solução porque muitas das opções anteriores foram desconsideradas.
Pensem, por exemplo, no exército que de nada serve enquanto dele não se precisa - raciocínio não muito diferente para os bombeiros - mas que é fundamental quando a coisa aperta.
Pensem, por exemplo, no gajo que pudesse ter inventado um sistema que evitaria o 11 de Setembro e que, por isso, não estaríamos a falar de um 11 de Setembro que não existiu.

Há um gajo que concorreu, há pouco, para o senado americano e fez uma campanha parecida com o que todos os outros fazem quando, em tese, poderia ter feito uma diferente, caso a vida não fosse injusta.
Este gajo foi o responsável pela obrigatoriedade do uso de cinto de segurança. Ora, quantas vidas se salvaram e, indirectamente ou nem tanto assim, este gajo salvou? Seguramente muitas mas o que acontece é que podiam ter morrido muitos não é suficientemente impactante porque não morreram...
O House disse, uma vez, Morrer muda tudo, quase morrer não muda nada e, como de costume, não estava errado.

Saindo, agora, de aspectos por vezes demasiados transcendentes para serem entendidos (o que é uma questão, em si, muito parecida com a do tal Facto Negativo), vamos para um que deve tocar a todos: Os Relacionamentos.
É claro e óbvio que as histórias que ouvimos e contamos prendem-se com gente que salvou o casamento; gente que terá feito grandes gestos, que terão mudado comportamentos, que terão deixado de encornar...mas nunca ouvimos nem contamos histórias de gente que nunca teve de salvar o casamento. E não é isto que se quer?
Aparente e realmente parece ser necessária uma tragédia para ter importância e não devia.
(foi assim que uma vez me disseram que não estavam felizes e com isto tentaram dramatizar e esperar que eu me mexesse. Mexi-me, fui-me embora).

Estaline dizia que algumas mortes são uma tragédia e que milhares são estatísticas (parafraseei). 
Estava enganado? Lamento muito mas não...
Quantos migrantes bateram a bota antes de ter sido fotografado um gajo a sair do mar com uma criança (UMA) nos braços?
Que diferença faz uma? Tendencialmente, nenhuma; Realmente, toda.

E agora, o pior de tudo:
Poderá este reconhecimento levar-me a ser amargo e tentar mudar o mundo?
Não, nem uma coisa nem outra.

Gosto de saber isto e de encontrar a parvoíce mas o importante, no fim de contas, é isto: RESULTADO.