Wednesday, May 31, 2017

(botei fé que era muito tempo sem Samba)

Mas cuidado, não vá se entregar
Nosso caso não pode vazar
E tão bom se querer
Sem saber
Como vai terminar


K e os Presentes

K, o que deste à C?
- Nada...
No aniversário?!
- Sim. Nada. Não dou presentes em datas especiais; dou presentes quando me apetece dar presentes.
A única excepção a esta regra é a minha Mãe...ela fica contente e a vontade de que ela fique contente é maior do que o princípio. É por isso que a deixo comprar bolo e fazer jantar...por mim, não havia nada.
Isso é esquisito...
- Pois. Se calhar. O meu irmão também não recebe nada de presentes.
Mas não te dás com o teu irmão?
- Eu dou-me muito bem com o meu irmão.

...e é isto.
Se não há presente é porque não se gosta das pessoas.
Eu aceitaria este princípio desde que dar presentes revelasse que se gosta das pessoas.

Tuesday, May 30, 2017

Somos do Reino Animal

(estou muito cansado e sem energia para fazer coisa útil, pelo que em vez de trabalhar e fazer merda...)

Há uns dias atrás, quando entrei pareceu-me que a casa estava mexida. Então, fui dar uma revirada nas divisões e que tais para confirmar se não estava alguém lá dentro, ainda.
Quando a vistoria acabou, dei conta que fui patrulhar o território com o peito mais cheio do que é costume e os ombros mais direitos do que os costumo transportar.
Nenhuma destas duas coisas foi intencional mas a intenção foi a mesma que os outros animais: parecer maior e mais ameaçador.

Pensei neste tipo de comportamento, outra vez, ontem.

Tive um jantar de apresentação a familiares e cenas.
Não sou de falar muito e também não sou de me preocupar ou ficar nervoso com essas coisas. É verdade que talvez tenha estado um bocado mais calado mas isso resulta do facto de estar com estranhos com os quais desconheço ter alguma cosia em comum.

A mulher (Mãe) foi aquilo a que estou habituado que as mulheres sejam comigo.
Simpática e sorridente; com atenção ao que vou dizendo e fazendo e, com o passar do tempo, a aproximar-se em termos literais.

O homem (Pai) foi o completo oposto da mulher (Mãe). 
Distante e sem, sequer, contacto visual e o despedir a custo, depois de não me ter sequer dirigido a palavra.

Poderia haver quem se chateasse com isto.
Tomo como um elogio.

(agora, por favor, entendam como uma interpretação que me parece correcta mas muito discutível porque, em termos reais, não conheço nenhuma das pessoas)

O que aproxima as mulheres de mim é a mesma coisa que afasta os homens: sou Homem e pareço Homem. 
Há mecanismos que não se controlam e este será um deles. As mulheres tendem a achar que lhes posso ser bom e os homens tendem a pensar que a coisa pode azedar porque, se der para o torto, haverá pouco que possam fazer para me impedir do que quer que seja,

Reparem: isto não é nada de agressivo ou ostensivo. Isto é o cérebro reptiliano.
Teve muita graça. Tomei como elogio. Isto é bem mais agradável e divertido do que ser artificialmente - e realmente, se for para ser honesto - simpático.

Para ilustrar, duas coisas que aconteceram entre ontem e hoje:

Ao ver uma foto minha em que aparecia em tronco nú: Ei, K...Tens um peito...
Pessoa que gosta de gente esguia e definida: não sou nenhuma das duas.
Quando se é exposto a massa - e se não está habituada - a realidade entra sem licença.

Pois, pois...devíamos todas ter um K, em casa.
Depois de ter arrastado um frigorífico - obviamente porque me pediram - duas casadas disseram-me isto.
Nem elas - nem eu, na verdade - medem o que é ser Homem pelo peso que conseguem levantar ou arrastar....mas, depois, a realidade entra sem licença.

Somos engraçados e interessantes porque não somos só racionais.

Friday, May 26, 2017

Uma Verdade Dita Pelo (para mim) Melhor Presidente dos EUA


Wednesday, May 24, 2017

Homens e Mulheres (coisa levezinha)

Homens e Mulheres olham de forma diferente para o corpo Masculino e não me refiro a nada de lascivo; quer dizer, não é a desejo que me referirei - ainda que possa estar ligado - mas a uma análise meramente analítica.

Sempre fui gordo e sempre fui um gordo desportista.
As Mulheres apenas viam gordo;
Os Homens viam um gordo que não é só gordo.

Acho que isto terá que ver com a perspectiva mais utilitária do corpo Masculino pelos Homens.
As Mulheres apreciam (estamos sempre a falar de maiorias e experiências pessoais) abdominais e um corpo esguio; musculado mas esguio.
Os Homens apreciam massa. Sabem, à partida, que a definição muscular, só por si, não quer dizer nada ou quer dizer muito pouco.

Por que me lembrei disto?
K, que papo é esse que tens no braço?
- Que papo? Não tenho papo nenhum.
Tens, tens. Olha aí.
...isso é o meu tricep....

Tuesday, May 23, 2017

Proposta para o Plano Escolar

Descobri isto e pensei: foda-se, isto é a melhor metáfora que já vi na minha vida (o que pode ser uma hipérbole mas, neste momento, não me parece):


Então,
o gajo do Tai-chi achou que ia fazer magia porque, na cabeça dele e no Mundo estúpido onde vive, há cenas místicas e tal e decidiu desafiar um gajo mundano que se dedica a uma muito mais chã arte de partir bocas sem misticismo envolvido.

O que aconteceu?
É bom de ver. O Misticismo levou com o Palpável nos cornos e o Idealismo apanhou com um punho na boca.
A Realidade rebentou a Ficção em pouquíssimos segundos, como acontece com uma frequência que não devia permitir dúvidas.

Isto dá para o tu podes ser tudo o que quiseres só que não podes. Muitas das vezes por imperativo genético.

Toda a gente tem um plano até levar um soco nos cornos
Iron Mike Tyson (parafraseei).

Friday, May 19, 2017

"Não Aproveitas O Teu Potencial!"

Não foi a primeira vez que ouvi isto mas também não é muito frequente. Talvez fosse uma frase mais recebida pelos meus ouvidos se fosse o tipo de pessoa que dá abertura para que teçam comentários a seu respeito...não sou.

Vou - para que não restem dúvidas" - esclarecer que não aproveitas o teu potencial é um eufemismo para devias ser mais bem sucedido profissionalmente o que, por sua vez, é um eufemismo mais leve para devias ganhar mais dinheiro.

...não é coisa que nunca me tenha ocorrido mas o meu caminho não é esse.

Porquê?

DA REALIDADE

Durante um período significativo da minha vida fui bem sucedido.
Em criança, o melhor aluno até ao (talvez) 10º ano;
Em adolescente, entre os 5 melhores alunos até ao 12º ano;
Em adulto, nunca falhei nenhum ano na Universidade (isto não é muito mas, naquela altura, a medida de sucesso a que me propus foi esta porque tinha muita bebida para beber, muita gaja para comer e muita noite para virar).

Em criança e até ao fim da adolescência fui um atleta de topo em tudo aquilo a que me propus e, depois - como aconteceu na faculdade -, quando cheguei à idade adulta passe a ter todas as coisas já descritas para fazer.

Em adulto, talvez até aos 30, fui o gajo mais novo entre os que conhecia que tinha um departamento sob direcção e fechei alguns negócios com relevo (um deles que se traduziu num rendimento - ainda hoje! - superior a 4 anos de trabalho).

Fui dando conta, durante este período, de coisas esquisitas e que me chateavam:
Nenhum dos meus sucessos me deixava (e não deixa) particularmente contente ou, talvez mais correctamente, nenhum dos meus sucessos me deixava contente mais que meia dúzia de horas.
Quando falava - podia usar o verbo no Presente - sobre a minha vida, muito raramente (ou nunca) tinha nada a dizer daquilo que tinha conseguido; só os falhanços me ocupavam a memória.

O sucesso não me diz coisa nenhuma porque o que é bem feito não merece reparos.
O falhanço mostra as limitações e incapacidades que temos, algo de muito mais relevante.
Certo?
Bem...é certo mas não é bom.

No fundo, ser bem sucedido não me trazia felicidade.
Mandar em gente, comprar carro, ser olhado com admiração não me furava a pele mas era tudo o que conhecia e era tudo o que queria.

DA TEORIA

As pessoas que não têm de conviver comigo têm-me em melhor conta quando vêm aquilo que tenho de semelhante com todas as bestas bem sucedidas no Mundo.
Ficam impressionadas quando tudo é força e fogo e vitória. Ficam admiradas quando muros são derrubados e não há sangue que me assuste ou tolha a visão (uma vez, parti a cabeça a meio de um jogo - vim a levar 10 pontos por cima do olho - e só saí do campo quando obrigado para estancar; quando cá fora, ouvia-se caralho, ata essa merda depressa, estamos a perder tempo! para o enfermeiro...e depois voltei sem qualquer posterior cuidado).

Nada disto é mau, certo?
Bem...errado.

Esta minha sede e esta minha incapacidade de temperar dá péssimos resultados e não fazia de mim a pessoa que queria ser.
Esta força de vontade que não conhece dor nem distância mas apenas meta foi a mesma que destruiu todas as relações que tive; esta força de vontade que não conhece dor nem distância mas apenas meta foi a mesma que pôs a minha mãe a chorar porque fui bem mais agressivo com as palavras do que devia; esta força de vontade que não conhece dor nem distância mas apenas meta foi a mesma que me pôs a pisar a cabeça de um gajo.

Eu não quero ser isto mas, a triste verdade é que sou.

Pedirem-me para ser bem sucedido é empurrar-me para um lugar onde eu sou bom mas que faz de mim mau em todos os outros aspectos.

Infelizmente, ainda não foi possível ensinar à humanidade que só em filmes de merda é possível cortar e colar partes de personalidades para construir uma pessoa.

Mas não é só isto: quando somos esta coisa, somos mais fáceis de manipular.

É verdade que é precisa alguma coragem para tentar manipular quem não gosto de o ser porque, quando descoberto, vai haver um inferno sem nome para enfrentar mas, ainda assim, é uma fraqueza.
Por natureza, não recuo perante desafios, pelo que é muito fácil desafiar-me. Ora, mesmo que eu ganhe o desafio e mesmo que quem me desafie pague caro por isso, a verdade pura e simples é que conseguiu o que quis e eu não.

A minha personalidade tem muitos problemas...
Eu não me dou bem com desilusão;
Eu não me dou bem com falhanço;
Eu não me dou bem com frustração.
Ah, K, nisso és como toda gente, imbecil! poderão dizer e estarão carregados de razão. O problema é que, comigo, tudo é mais rápido e mais forte e, potencialmente, inultrapassável (ainda hoje, volvidos praí 4 anos, penso no filho da puta do arrumador que não levou na boca e devia ter levado).

Só para que não pareça que tenho todas as respostas, não descuro a hipótese de tudo isto ser uma construção destinada, apenas, a não me esforçar. Coisa do tipo ah, não consigo mas também não tento!.
Coloco sempre em cima da mesa todo o tipo de hipocrisia.

...só que eu nunca evitei competição.
Odeio perder mas não admito ficar de fora só porque poderei perder.
....e, para terminar mais ou menos como se começou:

Eu ODEIO perder mas não morro de amores por ganhar.

Thursday, May 18, 2017

Vi Isto e Gostei Muito


É possível que esta frase seja entendida como inspiradora para muitos da mesma forma que muitos julgam o Samba alegre por se aterem no Pandeiro e no Tamborim sem prestarem atenção ao que, de facto, se está a transmitir.

Para mim, a frase é realista: a tempestade nunca passa e se um gajo não aprender a dançar à chuva está fodido.

RIP Cornell


Wednesday, May 17, 2017

New Normal

Acho que este era o título de uma série de televisão que versava sobre o novo conceito de família o que, trocado por miúdos, é o mesmo que dizer casais de homossexuais com família (posso estar enganado, não tenho a certeza).

Ora,
nada tenho contra casais homossexuais e não estou certo de ter alguma coisa contra a adopção de crianças por estes casais - é uma questão a que sou mais sensível e não me apetece alongar sobre o tema - e nada tenho contra a adaptação social ao que existe.
Quero com isto dizer que negar a realidade não me agrada e, neste caso, fingir que não há homossexuais chateia-me.

Devemos habituar-nos a tudo?
Não, não devemos.
Dá-se que uma das nossas características, como humanos, é replicarmos o sapo que não por ela quando está a ser cozinhado e se vai aumentando a temperatura aos poucos.
Não somos assim tão diferentes do batráquio; se não for de repente e se for continuamente repetido, vamos passar a achar normal.

Lembrei-me disto por causa do Trump.
Recusar-me-ei a elencar - por preguiça e fastio - a quantidade de anormalidades que este gajo diz e faz; o fundamental é perceber que estamos a ficar anestesiados à barbaridade, à mentira, à ilegalidade, à xenofobia e ao racismo que lhe sai pela boca fora. E isso é péssimo!

Recuso-me, ainda que o faça sozinho, a achar normal que se recrimine gente com intelecto ou ideias contrárias.
Recuso-me a pensar em elite como uma coisa má só porque se passou, a dada altura, a considerar que elite era o mesmo que gajos muito ricos ou com gostos espectacularmente requintados.
A Elite é o melhor de nós e eu quero que sejam os melhores de nós a tomar decisões.

Sempre que via (vejo) um comício do Trump pejado dos camelos de capuz ou cabeça rapada ou armas à tira-colo ou com t-shirts do Bill Clinton com a palavra rapist por baixo ou alusões a questões incómodas feitas por mulheres serem resultado de estarem com o período dá-me vontade de começar a partir merdas.
Só uma sociedade perdida e mal orientada e mal educada entende as pessoas mais bem preparadas como uma coisa má.

Reparem! 
melhor preparadas não significa melhores pessoas;
melhor preparadas não significa com direitos especiais;
melhor preparadas não significa snob;
melhor preparadas nem sequer tem de significar mais inteligentes.

Melhor preparadas só tem de significar Melhor preparadas.

Pró caralho com os pequeninos que envenenam uma comunidade inteira contra gente potencialmente digna;
Pró caralho com os mal preparados que trepam os aparelhos partidários porque nem a puta de uma árvore seriam capazes de trepar.

Sim, revelei informação privilegiada à Rússia e, como Presidente, tenho todo o direito de o fazer mas, depois, e se um gajo começasse a engavetar jornalistas que revelem informação privilegiada?

Foda-se...

....e nem sempre temos o que precisamos:

Tuesday, May 16, 2017

(Ainda) não sou grande apreciador de música clássica. 
Vou tentando mas não forçando, para não ser contraproducente.

Já tive semelhante problema com música instrumental; demorei a perceber que não são precisas palavras para tudo (o que é ainda mais engraçado quando nos damos conta que não percebemos, sequer, muitas das letras mesmo quando cantadas na língua materna - problemas de dicção, muitas das vezes). 
Ao instrumental, cheguei com o Choro.

Então,
parece-me que encontrei, já há algum tempo, a porta de entrada para a música clássica e encontrei-a via...Choro.
Há uns anos, que não muitos, fiquei fascinado com uma das músicas tocadas pelo Trio Madeira Brasil chamada Trenzinho do Caipira e, obviamente, fui ver a quem pertencia.
Cheguei a Villa Lobos.

Gosto muito de Villa Lobos.

As composições que fui ouvindo são a mistura de sangue e suavidade que me agrada; nunca é só doce. Nada é só doce. Não é só dor. Nada é só dor...mas é mais dor do que doçura.

Por estes dias, é esta

Monday, May 15, 2017

O Raio Que Passa Por Entre as Nuvens

É verdade que não sou uma pessoa feliz.
É, também, verdade que não me considero uma pessoa deprimida ou depressiva (a tempo inteiro, pelo menos); o que considero é que a vida não é uma coisa alegre a tempo inteiro e talvez não deva ser. É uma discussão filosófica que não me apetece ter.

Bem,
IR deixa-me contente.
Hoje tive de IR e não me deixou feliz o que ia lá fazer (implicava aturar gente...) mas de IR, gostei.
Kms e Kms com estradas pouco movimentadas e com verde à volta.

Gosto de IR e tenho sempre a fantasia de IR e FICAR.
Onde? Não interessa assim tanto...

...e um lugar onde se foi feliz e onde volto com frequência:

Thursday, May 11, 2017

Pessoas (MULHERES!) Que se Distinguem

É politicamente incorrecto reconhecer que alguns de nós têm qualquer coisa que os outros não têm. Alguns de nós só precisam de aparecer e nada mais para repararmos que elas existem...e que ficamos mais contentes por elas existirem.

A primeira vez que vi a JLo e que nunca mais me esqueci
Não gosto do que ela diz;
Não gosto do que ela faz;
Não gosto do que ela representa;
Não lhe reconheço um talento especial para coisa alguma...

....mas quando ela aparece, não consigo deixar de notar.

Tuesday, May 09, 2017

The Joe Rogan Experience

Isto é um Podcast.
Eu sei, eu sei...o fenómeno dos podcasts é semelhante a uma praga de gafanhoto mas com a enorme vantagem de que lhe é bem mais fácil fugir.

A ideia dos Podcasts agrada-me - ao ponto de já ter pensado fazer um - e agrada-me porque, na sua essência não corporativa, é um bocado o mesmo que um Blog, na sua essência não corporativa: pode ser tudo e nada; uma amálgama de vontades momentâneas que poderá ser interessante para uns e completamente desinteressante para outros mas que, para quem o escreve, será potencialmente indiferente.

O JRE será o Podcast que mais ouço e fiquei contente por tê-lo descoberto.
O Joe Rogan é o color comentator do UFC e foi por isso que lá cheguei. Fui à procura de cenas de MMA ditas por quem percebe.
O Joe Rogan parece todos os trogloditas que tenham conhecido na vida juntos num só (baixo) gajo e todos os palinhas que conheceram à data.

...mas vejam uns episódios e ficarão surpreendidos.
A dada altura, o gajo teve lá um bonas a falar de fisica quântica; já lá apanhei um a falar de coiotes; outro dia estive a ouvir o Guy Richie a discorrer sobre fatos (de forma interessante!) e do âmago da história do Filho Pródigo; já lá apanhei o James (vocalista dos Metallica) a dar a conhecer a sua paixão por abelhas e pela produção de mel.

No caso em concreto do James, ele disse pá...é melhor mudar de assunto porque ninguém me quer ouvir a falar de abelhas! ao que o JR respondeu quer quer. Continua.

Fiquem, no entanto, descansados porque há muita caça e jiu-jitsu e UFC e estrangulamentos e por aí fora.

Bem,
a moral da coisa e o motivo de ter cá vindo falar disto não se prende tanto com o Podcast (tanto o conceito como o JRE) mas com o facto de este gajo ter - aparentemente - 5.000.000 de downloads por emissão, em média.

É muito agradável perceber que não tem de se dar só lixo para se ter quem queira ouvir e é, também, possível que os produtores de lixo possam estar enganados quanto à ideia de que só o chafurdar na lama dá alguma coisa em termos de audiências.

Por exemplo:

Monday, May 08, 2017

Relatividade

Em tese, o valor do que se diz ou do que se faz não há-de variar de acordo com quem o diz ou quem quem o faz. 

É possível que o que vou mostrar me seja muito mais querido/doloroso por me identificar com a personagem (House, MD, óbvio); é possível que isto seja incompreensível para muitos de vocês.

Ontem (acho que foi ontem), revi este episódio e, como acontece sempre que o vejo, sinto um arrepio na espinha e, sem querer parecer demasiado sensível, algo desolado.
Deve ser como tentar explicar o motivo pelo qual uma música arrepia a quem não tem a mesma reacção.

(estas frases não foram as melhores que já produzi mas isso resulta, directamente, de estar bummed out só de pensar nisto)


Friday, May 05, 2017

Mama´s Boy

Então, o T está de folga, domingo?
- Não sei.
Se estiver, vou aí almoçar e se não estiver vou-te buscar depois do almoço.
- Sabes, K...ando com vontade de ir a Ponte de Lima almoçar.
Ok. Ponte de Lima, então.

(não gosto de dizer não às minhas mulheres. Consigo! Mas não gosto)

BTW


Thursday, May 04, 2017

A Ingenuidade

A maioria de nós não é nem foi excepcional e tende a admirar gente que o é. Neste caso em concreto, não é uma medida esotérica de excepcionalidade mas a mais básica delas: no desempenho de uma determinada actividade.
Esta admiração é ainda mais elevada quando se ouvem entrevistas destas pessoas que terminam com a sensação ah, ele é tão boa pessoa e ele tem sucesso mas trata todos condignamente e é educado e respeitador, no fundo ele é equilibrado.
Nada disto corresponde à verdade.

Sendo certo que não serei nem terei sido verdadeiramente excepcional em nada, é certo também que fui (sou, permitam-me) manifestamente superior à média em determinados parâmetros e em determinadas actividades. E, muito muito mais certo ainda, debati-me durante grande parte da minha vida com a vontade de ser excepcional, até porque convivi com gente excepcional.

As pessoas excepcionais são - numa larguíssima maioria - umas bestas mas nem sempre parecem.
Se convivermos com os executivos, atletas e, até!, filantropos de topo, acabamos por perceber que não queremos ser como eles ou, talvez mais certamente, não deveríamos querer ser como eles.
É fixe ser adolado;
É fixe ser rico;
É fixe ser reconhecido;
É fixe comer gajas em resmas...mas, (uma vez mais) normalmente, esta gente não é feliz porque tudo é uma luta.

Este é um dos motivos porque desde há uns tempos para cá tento fugir a competição...porque, se não fugir, tenho de a ganhar;
Este é um dos motivos pelos quais este blog é anónimo e desde os, talvez, 12 anos não entro em competições de escrita e nunca quiser ser profissionalmente escritor....porque, se entrasse e se quisesse, teria de ganhar e ser o melhor.

É óbvio que isto pode parecer uma ode ao gajo que quer e não consegue ser incrivelmente espectacular mas, precavido, vim com uma cena no bolso:
vejam o discurso do Michael Jordan que se vai seguir;
melhor: ouçam o discurso do MJ;
não percam de vista que se trata do desportista mais rico de sempre;
não percam de vista que é (com larga concordância) o melhor jogador de basket da história;
não percam de vista que é - isto, para mim - o melhor atleta de sempre...

....e depois vejam se ouvem um gajo alegre, satisfeito e realizado.

Achar Cenas dá menos trabalho que Saber Cenas

by Kaiser Soze, BITCHES!

Wednesday, May 03, 2017

...faz-me um bocado de espécie a ideia de que devemos fazer alguma coisa diferente em prol de outras pessoas; mais especificamente, coisa diferente do que costumamos fazer mas não os prejudica.

Por exemplo:
faz-me espécie que as pessoas arranjem a casa quando vão receber visitas; arranjar a casa e colocar serviços especiais para jantar.
Porquê e para quê?
Não arranjo nada, nem uma palha nem uma toalha.

Tenho preocupação com limpeza. Não patologicamente mas, apenas, limpeza.
Não ligo a ter a barba demasiado grande nem o cabelo desgrunhado...desde que tanto a barba como o cabelo estejam limpos porque me chateia cheirar mal.
Incomoda os outros?
Sa foda. Caguei na estética dos outros.

A casa, não é diferente.
Não gosto que cheire mal nem que seja mais confusa do que aquilo que estou disposto a aceitar mas essa é a única medida.

Lembram-se do MTV CRIBS? Se não, look it up.
Nesse programa, parecia sempre que ninguém vivia nas casas onde...viviam as pessoas que constavam do programa.

É um bocado como os dentes e os lábios e as cicatrizes: não quero parecer que não vivi.
Não quero que pareça que não vivo.

E sex on a stick

Tuesday, May 02, 2017

Necessidade De Tradução

Há coisa de uma semana fui forçado a ver uma coisa de drama da vida real ou olhem que espectacular que isto é!. Já não sei muito bem como qualificar.
Bem,
não prestei qualquer atenção porque me enoja a exploração de situações desagradáveis pelas quais as pessoas passam e tenho, também, aversão por AHHHHs perante banalidades que interessam nada; coisas como ah, o meu filho fez cocó 3 VEZES hoje! dão-me vontade de passar para o estrangulamento.

Quando, por fim, olhei 3 segundos dei conta que se tratava de um bailado entre um bailarino qualquer e uma criança com trissomia 21. 
Estava sentado à mesa e disse qualquer coisas como: foda-se...não percebo. Para que põe isto na televisão? Quem quer ver um espectáculo de uma pessoa com deficiência a dançar (é possível que tenha usado, apenas, o termo deficiente mas não o escrevi por ter vergado à hipocrisia que tanto critico, sendo certo que acabo de me endireitar).
Escândalo geral! Como posso ser eu um animal deste tipo?!
- K, OS DEFICIENTES NÃO TÊM O DIREITO DE DANÇAR?!

Viram a volta que isto deu?!
O que eu DISSE foi que não percebo quem vai ver um espectáculo em que a pessoa dança mal. É verdade que se trata de uma pessoa com deficiência mas uma pessoa, por ser deficiente, não passa, automaticamente, a fazer o que quer que seja maravilhosamente só por isso.
O que ouviram, pelo vistos, é que eu acho que os deficientes não devem dançar.

-Não disse nada disso. Acho óptimo que qualquer pessoa dance quando lhe apetece. Se um gajo não tiver pernas e decidir ir arrastar o rabo na pista de dança porque o quer fazer, acho óptimo! Quer dançar, que dance.
Fazer um espectáculo medíocre é que me chateia e não entendo quem quer ver.

Ah, sou tão estúpido, insensível e, provavelmente, nazi.
Eugenia deve ser o meu nome do meio!

...só que gostava de estar numa cadeia a ver esta gente politicamente correcta e ridícula a assistir aos Jogos Paralímpicos.
Gostava que me mostrassem as audiências entre os Jogos Olímpicos e os Paralímpicos.
Será que há tanta mais gente a ver os Olímpicos do que os Parlímpicos porque somos todos nojentos?
Não. Há tanta mais gente porque os eventos são melhores porque as pessoas envolvidas são fisicamente melhores.

Deveriam acabar com os Jogos Paralímpicos? Não, não deviam.
Deveriam as multidões seguir o evento? Se quisessem, deveriam; Se não quisessem, não deveriam.

A gente que ficou chocada com o que eu disse é a mesma que não vai ver o espectáculo de dança da criança em questão;
A gente que ficou chocada com o que eu disse é a mesma que não faz a puta da ideia do que são Jogos Paralímpicos;
Talvez a gente que ficou chocada com o que eu disse é a mesma que evita olhar nos olhos gente com deficiência e que apenas pensa coitadinho.....

Mas não. 
O K é que é uma besta!

É incrível que sendo eu a pessoa que diz aquilo que quer dizer com muito poucos eufemismos seja, também, aquela que necessita de tradutores.

........

Este Domingo, num almoço em que uma das participantes estava constantemente agarrada ao telemóvel (depois de a outra participante lhe ter chamado a atenção), disse:
Pá...não percebo que importância fundamental tens tu ou os outros para precisarem de estar, constantemente, actualizados! Toda a gente é insignificante. Tu és insignificante!
....e esta minha afirmação teve de ser traduzida:
- O K não quer dizer que TU és insignificante; ele quer dizer que TODOS SOMOS insignificantes. Ele também.

Seria óbvio, certo?
Nop. A mulher parecia um veado que tinha levado com máximos nas cara.