Saturday, April 28, 2012

Maldades

Ontem estive a ver o 5 Para a Meia Noite apresentado pelo Nilton (não há paciência para nenhum dos outros apresentadores...perderam o Alvim, a Filomena e a Luísa para manter o Boinas e o Fernandes...enfim) e que teve como convidadas a Rita Pereira e a Cláudia Semedo. Poderia, por agora, relatar a imensa diferença antre ambas, desde talento, seriedade e até beleza mas o Nilton fez o favor de pôr tudo isso a nú. Uma das rubricas que se viu foi um concurso entre dois espectadores para ganhar um telemóvel. O concurso consistia em cada uma das convidade fazer uma afirmação, previamente escrita nos respectivos cartões, e os concorrentes dizerem se tal afirmação pertencia a uma ou a outra. O resultado foi o esperado: todas as afirmações que se prendiam com a profissão pertenciam à Cláudia e as que pendiam para pentear cabelos e bestialidade com leões marinhos pertenciam à Rita. Eu, se fosse a Rita, teria ficado bem fodida (no mau sentido, evidentemente) porque mesmo quando se tratam de evidências não me parece agradável esfregar na cara das convidades...

Tuesday, April 24, 2012

tou a dar em doido com a incapacidade de formatar a merda dos textos!!!

Lobo Encordeirado

Tenho mantido os olhos na eleição do presidente da França. Não de uma maneira tenaz, como aconteceu com a eleição do GOP nos EUA, mas com algum interesse. O principal interesse que tinha veio a revelar-se na, para mim, maior notícia das ditas eleições e, também na minha opinião, a mais relevante notícia europeia dos últimos tempos: os quase 20% da Le Pen. Era evidente que o extremismo ia mostrar a cara na França, como me parece que acontecerá nos restantes países europeus que não Portugal (porque nunca somos quente, apenas mornos, para o bem e para o mal) mas não era certo se se iria para a Direita ou para a Esquerda, sendo certo que apostaria mais na curva à Direita, apesar de, segundo nos mostra a história, quem segue a Direita é a Esquerda e vice-versa e o Sarcozy é Direita. Assim, ganharia algum dinheiro mas perderia nas proporções, ou seja, nunca me passou pela cabeça que a Direita old schoolfosse aos quase 20%. Ora, deveriam soar todos os alarmes que se tivesse à mão quando um país como a França tem 20% de gente que não se preocupa com o anti-semitismo e com, por exemplo, a pena de morte (isto de "não se preocupa" já sou eu a ser simpático). Deveria ser um aviso seríssimo à navegação do cargueiro europeu este torpedo que, para já, só passa perto. Isto já não é, apenas, um problema económico. Isto somos todos nós a começar a ouvir os tambores da guerra. Uma guerra que ainda se encontra longe e pode nunca chegar mas vale a pena arriscar? Da última vez a coisa não foi bonita e, se bem se lembram, a crise económica também ajudou o aparecimento do tipo de bigode. Eu estou preocupado.

Saturday, April 21, 2012

O Inferno somos Nós

Estava a dar uma volta na blogosfera e deparei-me, como acontece sempre que o faço aleatoriamente, com os eternos sofredores e sofredoras de amores perdidos que são sempre definitivos até que o próximo apareça. Não uso qualquer desdém nesta apreciação (poderia dizer que é uma coisa adolescente e não estaria enganado mas o problema é que não são só os adolescentes que escrevem e, pior, pensam desta maneira). Não passei por este problema mas gostava de ter passado. Sou intrinsecamente cínico, tanto por educação como por vocação. Em momento nenhum, até agora, me senti esvair de saudades nem que sem determinada pessoa a vida não faz sentido. Sou demasiado existencialista e realista para padecer de um pensamento deste tipo: a coisa não faz sentido, a justiça não é divina, não há retorno do universo. Apesar de ser esta a minha posição é sempre diferente quando nos damos de frente com ela no mundo de carne e osso. Todos já vimos alguém morrer na televisão mas isso não é a mesma coisa que vê-lo à nossa frente, em 3D e sem banda sonora. Ora, há relativamente pouco tempo tive a oportunidade de sentir uma dor imensa porque era apropriado que a sentisse e a verdade é que senti mais a dor dos outros do que, propriamente, a minha. Para ser completamente honesto, fiquei e ainda estou bastante preocupado - preocupação que, por si só, dá uma dentada na acreditada existência puramente cínica - porque senti que era o momento em que deveria chorar, como todos os que me rodeavam, e não consegui. Pior: tive vontade mas não consegui. Será que aquela célebre armadura que as mulheres que passaram pela minha vida diziam que eu vestia passou a ser pele?

Wednesday, April 18, 2012

Sou muito fraco para reality tv, é um facto de que não me orgulho mas, ainda assim, é um facto.
Não vou ao ponto de gostar de TUDO mas quase tudo. Deve ser um misto de voyeurismo com coscuvilhice. Assumo que é uma coisa estupidificante mas não lhe consigo escapar.

Por esta altura, por cá, está ou estava a passar uma coisa chamada Real World San Diego, na MTV. Não é dos meus programas favoritos mas fui acompanhando, até certo ponto, por falta de melhor para ver mas depois a coisa virou.
Ora, neste programa a coisa andou muito à volta da homossexualidade e dos direitos dos homossexuais e por aí fora, ou seja, nada de novo. Então qual o motivo do meu interesse? Bem, este show lembrou-me ou fez-me ver o que me incomoda nesta cruzada pelos direitos dos homossexuais.

Antes de mais devo dizer que nada tenho contra homossexuais, absolutamente nada. Para ser verdadeiro, tenho tanto contra como a favor, ou seja, nada. É-me indiferente quem quer comer/apaixonar-se/namorar/casar com quem. Como em quase tudo, para mim, desde que não prejudique não me incomoda e a homossexualidade não me prejudica.

Há, contudo, um problema que me pica. Um problema que tenho com todos os senhores da verdade e todos os fundamentalistas: a incapacidade de aceitar ideias diferentes das suas...o que é, no mínimo, irónico.

Então, neste programa - voltando ao início - há dois homossexuais entre 7 pessoas e há, também entre estas 7, 2 pessoas a quem a homossexualidade faz confusão. Sublinho: Faz confusão! Não são homófobos (pelo menos não assumiram nenhum comportamento desse tipo), apenas ficam desconfortáveis ao ver homens a beijarem-se ou mulheres a dormirem umas com as outras.
Os 2 homossexuais, contudo, ficaram profundamente ofendidos (várias vezes) porque os 2 desconfortáveis não iam a desfiles gays ou discotecas e bares do mesmo tipo. Mais do que não se sentirem apoiados sentiram-se quase violados, afinal, que direito têm as pessoas de não os apoiar e fazerem o que eles pretendem?

É isto que me deixa em ponto de bala mas que é, cada vez mais, o pão nosso de cada dia: quem não concorda é contra!! Se és contra o casamento homossexual és homofobo!! Não, não és contra porque, por exemplo, és religioso e a palavra casamento têm um enorme peso e uma directa relação com a reprodução. Não, não é porque, eventualmente, precises de tempo para te habituares ao facto de uma criança ser educada por pais do mesmo sexo. Não, és homófobo!!

Gente...não concordar com isto ou aquilo não é a mesma coisa que ser contra e muito menos anti...o pessoal só tem opiniões diferentes...
Aliás, perguntem às feministas que de grupo que defente os direitos das mulheres, e bem, passaram a ser mais um braço armado do que uma forma de encontro...

Thursday, April 12, 2012

Há, talvez, uma semana estava a dizer à minha mãe "olha-me para aquela besta! Num programa televisivo em que é comentador mais preocupado em olhar para a televisão do que a comentar e responder o que lhe perguntam"

- o que estava a acontecer era o seguinte: O João Gobern iniciou o programa em que participava como jornalista enquanto o Benfica x Braga ainda decorria. Ora, enquanto ia dizendo coisas desconexas e em formato zombie não tirava os olhos da televisão do estúdio enquanto o seu clube jogava -

Não vi aquilo durante muito tempo porque demasiado triste e um ou dois dias depois soube que ele tinha colocado o lugar à disposição porque, imagine-se, festejou, em directo, o golo da vitória do seu SLB.

Na minha opinião, fez muito bem em apresentar a demissão e fizeram muito bem em aceitá-la.
Para gente facciosa bastam-nos os 3 (!) programas semanais nas variadas estações em que adeptos discutem entre si. ADEPTOS!!
Ora, ainda que mal disfarçado, para dizer o mínimo, o senhor Gobern é suposto ser jornalista e, quando investido da sua qualidade profissional, exige-se o máximo de independência possível - independência essa que nunca existiu nele - mas foi traído pela paixão e assim não há mulher de César que aguente...quando nem é nem parece.

Eu fiquei contente e só lamento que não tenha acontecido antes.
Infelizmente, ainda por lá andam muitos destes, tanto no que respeita a cores clubísticas como partidárias. Esperemos que sigam o mesmo trajecto.

Tuesday, April 10, 2012

A perspectiva utilitarista com que se vê a sociedade não é nova e, até certo ponto, é inevitável. É impossível prender-se com o todo e encostar-se ao individual, ao mesmo tempo.

O que acontece é que nem tudo somos todos e nem sempre todos somos um.
É para isso que temos amigos, é para isso que temos família. São, fundamentalmente, nestes planos que somos vistos como a peça em concreto e não como a máquina; é aqui que somos "eu".

A globalização tem disto, não há GPS nem APP que nos safe quando não há pele que nos toque.