Monday, October 12, 2020

A Vitória da Irracionalidade

 Apesar de opiniões discordantes de pessoas que pensam que me conhecem bem mas estão erradas, sou - a maioria do tempo - bastante racional.

Não tento ser um gajo cerebral mas sou, da mesma maneira que não tento ser realista mas sou e da mesma maneira que não tento ser irascível mas sou. Na verdade, a maior luta e o que impele os outros a pensar que sou todo instinto é a minha irascibilidade...quem for perfeito que atire a primeira pedra.


Há uns tempos, em casa dos pais dela, aquando de uma das primeiras visitas com a nossa filha, as pessoas estavam a falar da possível reacção do cão (a minha preocupação a respeito foi verbalizada) e a dizer que achavam que ele se ia portar bem.

Disse-lhes que não tinha problema com o cão porque o cão não tem culpa da mesma forma que não tem consciência; se der merda a culpa não é dele, é vossa, se eu não estiver presente, e minha, se estiver.

Isto que disse não me levanta qualquer dúvida e mantenho sem hesitar.

É assim que entendo os animais.

A nossa gata é um sonho mas, ainda assim, precisa de ser disciplinada - entenda-se: o máximo que se pode disciplinar uma gata.

Não vou dizer que ela não me irrita porque, de vez em quando, irrita-me mas não me lembro de alguma vez ter resmungado com ela enraivecido e nem de lhe ter feito mais do que sacudir o pó das patas traseiras. Nunca foi e nem é minha intenção infligir dor e muito menos magoar.

Outro exemplo será o facto de - como o cão - ser da minha responsabilidade estar atento e evitar que, por um qualquer motivo, ela magoe a minha filha. Foi-se permitindo uma aproximação gradual e ela é muito carinhosa com a BabyG; roça-se nos pés e cheira-lhe a cabeça (sempre que chora com vontade, a gata vai para perto para ver o que se passa como se quisesse fazer alguma coisa para ajudar, o que é espantoso).

...mas ontem, enquanto a menina chorava, ela veio por cima das costas do sofá e preparava-se para estender a pata (ia a meio) em direcção à cabeça.

Mandei-lhe uma chapada que não foi forte porque a apanhei de viés e disse-lhe - sim, palavras para uma gata! - SE LHE TOCAS COM A PATA PARTO-TE A PUTA DO PESCOÇO! e, ouvindo isto, Ela veio ver o que se passava. Relatei o que acabei de vos contar e, mesmo uns instantes depois, repeti que lhe partia o caralho do pescoço.

E isto é estúpido. Ninguém sabe isto melhor do que eu...e, naquele momento, se lhe tinha arranhado a cara a probabilidade de ver o pescoço rodado ao contrário era muito alta...mesmo sem culpa, por ser um animal, e mesmo eu sabendo de tudo isso.

Não senti, conscientemente, nada do que se vê nos filmes e se lê nos livros quanto a ser Pai mas é capaz de ter acontecido alguma coisa de que não dei conta...

Wednesday, October 07, 2020

A Tininha

 Estas coisas das gentes da TV não costuma atrair a minha atenção o suficiente para escrever a respeito. Não me lembro se disse alguma coisa quando a Cristina Ferreira trocou a SIC pela TVI mas, em suma, o que achei foi isto: fez ela muito bem e melhor fez quando disse que não lhe davam valor suficiente na TVI (de memória, acho que não se lembrou de contar que lhe iam pagar muito mais dinheiro mas não levei a mal porque é uma hipocrisia generalizada).


O regresso à TVI fez-me mais espécie...

Este regresso é um movimento puramente mercenário. É óbvio e claro.

Ah, K, e agora és moralista e tens alguma coisa contra gente que olha pela sua própria vida?! Não, não sou.

Sempre que penso em mercenário lembro-me do Vieiri que trocava de equipa mais depressa do que eu de camisa e fazia-o pelo motivo óbvio: alguém lhe pagava mais. O Vieiri, contudo, contrariamente à maioria dos mercenários, assumia, sem medo, que ia porque lhe pagavam mais.

RESPECT!

A Cristina, por seu turno, foi pela abordagem dos programas da manhã. Voltou para a família e tinha a certeza que ia voltar e foi muito bem tratada e estava muito agradecia à SIC mas não era a casa dela

Dinheiro? Nada!

Lembrei-me disto do nada? Nop. 

Acabo de ler que, pelos vistos, o Dia da Cristina (esta merda de se dar o próprio nome a tudo não é uma coisa à Oprah mas à Trump: triste, só triste) não deu o resultado que se esperava e a Tininha diz que é bem capaz de acabar com isso mas, rija, acrecentou que não me importo nada com o que os outros dizem...é-me indiferente!.

 Ah, valente! Os outros não são os camelos que te dão audiências e te enchem o bolso? Sem audiências, a Tininha tem o mesmo valor que a pior apresentadora do Porto Canal...mas a Tininha está tão cheia de si que nem entende...

A Tininha está a comprar o produto que vende, o que nunca é ajuizado. Uma pessoa não é a sua narrativa, especialmente na TV.

Dito isto,

ou muito me engano ou a vida da Cristina Ferreira (a vida profissional, claro) está para dar uma volta para o pior.

Acredito que a Tininha se esteja a confrontar com o problema da inveja nacional por ganhar demasiado dinheiro mas, especialmente, com o problema de ser vista como pobre e mal agradecida, bem como falsa nas coisas que diz.

....reparem nesta coisa interessante vinda de quem não se importa nada com o que os outros dizem:

A Tininha sempre foi muito privada no que à vida privada diz respeito (soube-se do marido de quem se divorciou porque se descobriu cenas) mas, há pouco tempo, são indícios e indícios e notícias e notícias colaboradas quanto ao rumor de que anda a ser malhada por um gajo.

Coincidências?

Audiências?

Tuesday, October 06, 2020

"Triunfam Aqueles que Sabem Quando Lutar e Quando Esperar"

 Foi o Sun Tzu que disse isto.

O Sun Tzu de parvo não tinha nada.


Sou bem capaz de dizer aos outros para fazerem isto porque, novamente, não é parvo mas já ser eu...

Como evito eu a parvoíce? É simpático achar que o faço, sequer, mas o que tento fazer, por agora, é evitar confrontar-me com situações que me peçam para esperar. Tento passar ao largo. Atraso o encontro com o que poderia pedir a espera até ao momento em que o tempo de espera já passou e é tempo de agir.

Ah, K, mas isso é um bocado pró estúpido, poderão dizer e só não estarão certos porque a alternativa é pior. Eu não sei esperar.

Ah, apanham-se mais moscas com mel do que com vinagre, K! É. Mas apanham-se ainda mais com insecticida.

...mas há elementos psicológicos para a minha incapacidade de esperar...

(escolhendo a ordem que mais me convém)

A primeira é a de que não aprecio ter algo a ocupar-me o cérebro. Resolver liberta-me o cérebro.

Para mim, tudo é uma espada de dâmocles.

A segunda é que fui educado para ser um Homem de Acção! Desde casa até desportivamente, Acção. Um Homem faz cenas e não espera. Se se quer, é agora!

Triste mas verdadeiro.

Friday, October 02, 2020

CIDADANIA E DESENVOLVIMENTO E A ESQUERDALHADA

 Por ser velho e desatento, descobri ontem que existia uma coisa chamada Cidadania e Desenvolvimento.

Ela, que é mais informada quanto a determinadas coisas, disse-me que não só existia como já não há a disciplina de Religião e Moral, o que desconhecia mas não me surpreendeu.

Bem, entendam, em primeiro lugar que, propositadamente, não me informei muito sobre estas duas questões, pelo que o que se seguirá é uma impressão que não foi factualmente verificada quer porque não me apetece quer porque não sou jornalista quer porque, no que ao direi se refere, estou relativamente certo de estar...certo.


Dito isto,

este assunto apareceu porque vi um debate entre o Nuno Melo e uma Helena Ferro Gouveia.

O Nuno Melo carregou forte no facto de esta disciplina implicar que andem a maquilhar meninos e meninas, que fazem questionários sobre a orientação sexual de crianças e que as levarão a espectáculos em que o pessoal está a simular actos sexuais.

A primeira coisa que me ocorreu era que isto seria um truque de retória tipicamente populista como o incompreensivelmente soberbo Nuno Melo costuma ser...e não devo de estar errado; o que a Helena Ferro Gouveia disse era que tinha sido uma cena pontual não sei bem onde e porque o Melo não a desdisse deve ser verdade.

...e aqui vai começar a ESQUERDALHADA: a Helena (que será uma Consultora de Liderança e por ser isto não preciso de saber mais nada sobre ela) foi incapaz de dizer que achava mal o que o Melo descreveu; reparem: poderia assumir, facilmente, que tinha sido um exagero de um qualquer programa ou escola mas não o fez porque, provavelmente, não acha exagerado.

Meus caros, não sou, em tese, contra uma disciplina de cidadania e desenvolvimento mas nunca no caralho da vida admitiria que andassem a perguntar à minha filha - com 7 ou 8 ou 9 anos - qual a sua preferência sexual e muito menos ir a peças em que o pessoal simula que fode.

Se a minha filha for lésbica, será. Não faz parte de nenhuma das minhas preocupações. Seria com ela e se tiver a sorte de ter uma relação com quem quer que seja como tenho com a mãe dela, encantado da vida.

....mas perguntar a uma criança a sua orientação sexual (novamente) é o caralho.

Esta gente super woke que me deslargue!


E onde aparece a Religião e Moral?

Eu não sou católico e, além de não o ser, não nutro pelo catolicismo uma enorme simpatia. Além disso, nunca fui a uma aula de Religião e Moral porque não queria e os meus pais não me obrigaram.

Ora bem, tou a achar que terá acabado a Religião e Moral por sermos um estado laico (o que somos) e não sou insensível ao argumento. Honestamente, provavelmente por não ser católico, faz-me alguma espécie que se lecione uma qualquer confissão na escola pública como, de resto, me faz alguma espécie a transmissão de missas ao fim de semana.

Agora, vamos a uma dose de realidade e alguma têmpera: sem olhar para uma única estatística, vou dizer que Portugal é maioritariamente (esmagadoramente?) Católico. Tenho muitas poucas dúvidas que a maioria dos portugueses se identifica como católico.

Se assim for, como parece ser, apesar de tudo temos um forte cunho cultural na existência de uma disciplina como Religião e Moral.

Mas então, como desapareceu esta disciplina e apareceu de seguida - novamente, estou a presumir que há-de de ter sido algo de semelhante - a Cidadania?

....porque somos dominados pela Esquerdalhada e a Esquerdalhada - para o ser realmente - não só é woke como tende a ser ateia porque assim a doutrina o exige.

...rais me partam se entendo como é que esta gente não consegue entender que se não respeita outros pensamentos e orientações que não as suas não é tolerante. Parece tão óbvio, não é? Mas o PCP continua a dizer-se democrata ainda que isso seja uma das poucas coisas que não é.

 

E, voltando ao Nuno Melo e à Consultora de Liderança.

Há uns anos atrás o CDS propôs que se cantasse o Hino Nacional no início das aulas na - julgo - primária.

Foi entendido como um escândalo! Porquê? Obviamente por ser Fascista! Quem chamou a ideia de Fascista? Resposta óbvia, não é?

Ora bem, as estatísticas podem ser duvidosas ou incertas ou seja lá o que for quanto ao tamanho da comunidade homossexual mas é certo que todos somos portugueses.

Alguém me explica o que tem de fascistas os nacionais aprenderem o Hino?! Até admito que pode haver gente a quem faça confusão - o espírito de manada chateia-me, se querem saber - mas chamar de Fascista?!

Pois bem, esta mesma gente que apelida o cantar do Hino nas escolas como fascista é a mesma que é incapaz de aceitar que perguntar a uma criança a sua orientação sexual se calhar é excessivo e - contrariamente à disciplina de Religião e Moral - tornou esta disciplina como obrigatória.

Uma outra vez para que não haja dúvidas: a ideia de uma disciplina sobre Cidadania não me faz qualquer confusão mas doutrinar crianças - coisa que é, de facto, fascista - já me faz espécie.

A Consultora de Liderança chegou ao cúmulo de tratar como igual disciplinas científicas - como matemática - com uma disciplina ideológica (pode ser mais ou menos e posso concordar com ela ou não mas o próprio conceito de cidadania é ideológico).

Tou fartinho desta gente...