Tuesday, September 29, 2015

MASTURBAÇÃO

Sábado, pouco depois do jantar, encontrei a mãe de uma amiga, melhor, da minha melhor amiga. A mãe disse-me, de olhos meio esbugalhados, tás com tão boa cara!! ao que respondi o clássico: não é costume?!. 
É... mas é o cabelo e a barba, gosto de te ver assim. Além disso, os braços não estão nada mal (o que viria a ser repetido e confirmado, com muita mais malícia envolvida, mais tarde).

O que tem graça é que esta mãe sempre me achou muito bonito e mais engraçado ainda sempre teve pena que eu e a filha não tivéssemos nos arranjado os dois; alías, acho que ainda não perdeu a esperança.

Porquê Masturbação?
Não foi o que fiz de seguida e imagino que ela também não.

Montaigne fartava-se de escrever sobre ele na esperança de que desse para extrapolar para os outros; não era uma coisa egocentrista, era a constatação de que não sabia de nada mais do que o que sabia de si e, por isso, usava-se.
Eu (tento) fazer o mesmo mas, neste caso, não é o que está a acontecer.

Neste post estou a tentar distrair a minha vontade de entrar em ataque sem destinatário definido...estou a ver vermelho e a tentar fazer o que se faz aos bebés: chocalhar chaves para os distrair mas, a mim, em vez de chaves são mamas ou histórias que me divertem.

Ainda há umas poucas horas me disseram que porque sou muito cuidadoso com uma determinada cena isso se consubstancia em paranóia e não discordei; ser comedido não me assiste, por muito que tente e, agora, é sangue.

Steady, K.
Steady, K.
Há uns anos atrás houve um incidente muito publicitado nos EUA que teve que ver com um domador que foi atacado pelo seu tigre num espectáculo em Vegas. É verdade que o mesmo aconteceu com o Cardinali, por cá, e isso não tem nada de novo mas, além do básico, a que não escaparei, há um outro nível do caso do americano.

O básico, que não distingue muito do caso português e de qualquer outro domador a quem isto tenha acontecido, é que não existem animais selvagens domesticados mas meramente domados.
O americano dormia com o tigre no quarto e criou-o desde que nasceu mas, como todos os animais selvagens, era isso mesmo que era: selvagem.
Pode passar uma eternidade a fazer o que lhe mandam e aquilo que lhe ensinaram até ao dia,,, e esse dia é sempre uma merda!

O mais elaborado tem que ver, provavelmente, com a americanização da coisa.
Quando o espectáculo foi montado pensou-se em tudo; havia, inclusivamente, um seguro para o caso do tigre atacar os espectadores. Como é hábito por aquelas paragens, havia seguros para tudo.

Pera, pera,,,pensou-se em quase tudo.
Não foi feito um seguro para o caso do tigre atacar o dono, como aconteceu porque tal era impossível.
Pera, pera...impossível?!
Pois, já a Nike (acho que é a Nike) diz impossible is nothing!!

E esta é ainda mais engraçada e uma lição que teimamos (nós, enquanto humanidade) em não aprender:
Nunca se pensa em tudo;
Nunca se controla tudo;
O impossível acontece porque, à partida, não é impossível mas apenas, quando muito, inconcebível.

Reparem: se o idiota que inventou o caralho do selfie stick me viesse apresentar a ideia para ser financiada mandava-o sabem bem para onde. Afinal, que mentecapto quereria andar com um pau na mão a fotografar-se?
A resposta é óbvia! Milhões!
Não deixam de ser, para mim, mentecaptos mas, na verdade, neste caso, o idiota teria sido eu.

Monday, September 28, 2015

Pedantismo, porque também tenho direito...

Fluctuat nec mergitur 
Não vale a pena evitar ser repetitivo nestas coisas porque não consigo.
Para libertar a minha consciência de ser chato:
tenho muito apreço pelo inesperado. No caso do Samba, se estivermos desatentos, parece uma coisa alegre que não é, no caso dos QOTSA, se estivermos desatentos, parece que tudo é agressividade, porque distorcido ao sair dos amplificadores, mas não é.

Aqui fica mais uma de romantismo a bombar decibeis!

Sunday, September 27, 2015

Poderia falar das pocilgas que não fecharam todas as suas porcas, como deveriam e foram avisadas a fazer;
Poderia dizer que estou melhor e que a inquietude passou, o que não seria mentira mas é sempre meramente passageiro;
Ambas seriam verdade e ambas teriam algum interessa mas o que de mais esquisito se passou não foi isso. É verdade, este fim-de-semana fui apanhado por um comportamento que não estou certo já ter visto e que não previ, pelo menos na totalidade.

Há uma mulher que já vejo há muito tempo e que está, fisicamente, muito dentro daquilo que me agrada. A primeira vez que utilizei o se fosse mulher feia, tava tudo certo, mulher bonita mexe com meu coração foi com ela, há bastante tempo.
Ora, apesar disso, deixei de lhe achar graça e cortei, por completo, de lhe dar atenção. O que motivou isso é que me irritam mulheres que andam incessante e indiscriminadamente em busca de atenção; é verdade que apenas a queria sacar, pelo que deveria ser indiferente, mas não é: se qualquer coisa serve essa qualquer coisa não sou eu.
Entretanto, essa mesma gaja começou a falar com o gajo com quem vou sempre quando caio no samba e a coisa entre eles parece mais ou menos encaminhada mas, na minha opinião, ou só parece ou vai dar muito mais trabalho do que o ela merece, apesar de poder.

Porquê isto?
Bem, neste fim-de-semana que terminou, encontramo-la, eu e o meu amigo, num determinado bar e aqui ocorreram dois comportamentos esquisitos mas um deles previsível e outro menos.

O Previsível
Como está, constantemente, em busca de atenção e porque é boa, está habituada a que os gajos lutem por ela. Muitas das vezes, quando esses gajos estão em par, o que se faz é dar atenção a um de cada vez para se valorizar e deixá-los a combater entre eles.
Comigo e com o meu amigo isso não rola, nenhum dos dois é ou foi necessitado.
Comigo e com o meu amigo o trabalho dela é mais difícil porque eu não lhe dou pouca atenção...não lhe dou nenhuma.

O que faz ela, então?
Fala com o meu amigo e, depois, sem querer, vem ou para o meu lado ou para trás de mim; oferece-me atenção a ver se cola e a competição nasce.
Não rolou e não rola. Se ela quiser alguma coisa vai ter mesmo de se esforçar e fazer o trabalho todo, eu não darei nenhuma ajuda.

Disse ao gajo que estava comigo: Pá.., por mim, ela vai ficar com os dedos em sangue, eu não lhe vou dar nadinha.
Rimo-nos mas ele é capaz de ceder porque não tem um feitio tão extremo como o meu.

O Imprevisível
A dado momento, havia um par de estranjas por lá. Uma delas esteve muito tempo a tentar que eu notasse que ela lá estava - eu já tinha notado mas já estava de visão turva e músculos presos - e, a certa altura, cansou-se de indirectas e atacou com vontade!!
A outra estranja era menos arrebitada e forçaria a que o meu amigo se esforçasse, o que ele não fez quer porque era pouco boa quer porque estava a dar atenção à primeira gaja.

E agora... a puta da loucura!
Quando fui aberta e destemperadamente atacado, a outra não achou graça nenhuma!
Não evitou, por uma única vez, passar entre mim e a estranja, pôs-se, sempre, atrás de mim a encostar-se e esqueceu-se, constantemente, de qualquer coisa que teria pousado a meio metro de mim.
Depois, caiu um copo perto de mim e da estranja; olhei para trás e era a mesma gaja. Aproveitou que estava a olhar na direcção dela, de onde tinha vindo o copo, e começou a dizer cenas, muitas cenas. Esbocei um sorriso e voltei ao trabalho.

A estranja perguntou-se se estava a mais... se estava a invadir território alheio...
Respondi-lhe com a verdade: eu já a vi muitas vezes mas nem sequer falo com ela...

A estranja não ficou convencida mas, por outro lado, estava convencida que o copo não tinha partido nos nossos pés por acaso, algo que me custa a acreditar mas que já não consigo excluir...


Por esta não contava, o que é chato ma excitante: ainda não consigo prever tudo ou, melhor, ainda há coisas que me escapam e que não consigo olhar para trás e pensar ah, caralho! Devia ter visto isto!!
Não devia, não podia...

Ontem já me ri muito à pala disto!

Saturday, September 26, 2015

INQUIETUDE

Já há uns tempos falei disto e do que representava nos meus sonhos quando era miúdo.
Voltou.

Antes de sair para ir à dentista (ligeiro interregno para falar de Dentistas)

Ninguém gosta de Dentistas é uma coisa que ouço com muita frequência quando me refiro a estes profissionais. Esta reacção vem sempre em reacção ao mau estar - extremo - que me causa lá ir.
...só que ninguém acerta no porquê de me custar tanto e hoje estive a pensar nisso.
Não é a dor que me incomoda, a minha relação com ela é muito tranquila; já me recolocaram ossos no sítio e arranjaram lascanços em outros, sempre sem anestesia; já levei mais pontos do que os que consigo contar e levo-os, desde há bastante tempo, a seco e peço para não ser anestesiado; já andei dias de costela partida que, entretanto, se arranjou e acho que nenhum dos meus dedos das mãos se salvou a uma fractura. Nada disto me chateia.
Então é o quê?
Bem... sinto-me muito exposto e desprotegido quando estão com uma broca na minha boca e de boca escancarada. Pode-se pensar que é o mesmo quando me recolocaram cenas e quando me coseram estavam com uma agulha em vários lugares, certo? Errado. Em qualquer daquelas situações eu sentia que podia, de a coisa azedasse, levantar-me e ir-me embora, a bem ou a mal.
No Dentista não consigo sentir isto.

Poder-se-ia pensar, também, que tem que ver com o facto de ser envergonhado, daí temer exposição...não ocorre.
Há uma semana, estava num jantar em que não sei bem porquê (não me lembro mesmo!) senti que me estavam a desafiar a tirar a roupa. Qualquer coisa que tivesse que ver com isto porque achavam que isso me causava constrangimento. 
Sem que tivessem tempo de proferir mais uma sílaba, estava sem polo, em tronco nú, e ainda perguntei se chegava, enquanto agarrava o botão das calças. Disseram que sim.

Ah, e não era uma coisa de homens. Havia mulheres e homens, mais novos e mais velhos mas não havia crianças.

Os Dentistas fazem-me sentir muito pior do que estar despido em público, fazem-me sentir frágil e susceptível a ataque e eu odeio essa merda com toda a força que tenho mas que não lhes consigo aplicar.

- Pronto, K, agora precisa de voltar daqui a um mês para fazer cenas.
- Pois, não vai acontecer. 2 meses, no mínimo e olhe lá!

São 2 meses de paz...
(e...de volta)

...estava onde não gosto de estar.
Para se ter uma ideia, não estava certo que fosse chegar ao consultório porque não estava certo de conseguir guiar. Não é uma tremedeira que se me dá, é mais o oposto ou, então, a luta para controlar a inquietude dá-me para o contrário: imobilidade.

Então, esta coisa que me assola de vez em quando é como um vulcão que não explode, o magma só anda lá dentro a bater contra as paredes a causar alvoroço e com vontade de rebentar. Como  não acontecem coisas boas com a erupção de vulcões, tento ficar quieto e, honestamente, a tensão chega ao ponto de evitar pestanejar. 
Lá saí, sempre a achar que não chegaria, e lá fui em silêncio, sem rádio, sem atender telefonemas, sem responder a mensagens e, quando conseguia, sem respirar aceleradamente. 
Lá cheguei e arrancaram-me palavras a muito custo. 
Pus-me na minha posição de Dentista - deitado como um morto com as mãos em cima do estômago mas em vez de ter as mãos dadas aperto o antebraço esquerdo com a mão direita - e, quando me levantei, tinha os cinco dedos da mão direita marcados no braço esquerdo (ainda os tenho).

Não podia voltar para casa - não voltei;
Não devia falar ao telefone - tive de falar e não correu bem em nenhuma das vezes;
Não posso estar parado mas não devo ter companhia - estou a ter sucesso em ambas as empreitadas;
Não convém que alimente este estado porque, se o fizer, demora muito a passar - tem até à hora do jantar porque depois vão acontecer coisas, a bem ou a mal.

Ontem disseram-me que deve cansar estar na minha cabeça (e cansa);
Esta semana que amanhã termina, teve, a dado momento, a seguinte troca de palavras:
- K, se precisares de alguma coisa, o que quer que seja, avisa!
- Ok, se precisar, eu aviso.
- Avisas... tu nunca precisas de nada...
- Foda-se, mas isso é uma coisa má?! Era preferível ser carente e precisar de apoiozinho?!
- Era preferível seres mais carente do que és e precisares de mais apoio do que o que precisas... uma pessoa sente-se imprestável contigo, de vez em quando.
(não é espantoso? Se as pessoas precisam de coisas, são um peso; Se as pessoas não precisam de coisas, são um peso)
Há uns tempos, houve outras que foram mais ou menos neste sentido:
- Isso de não precisares de ninguém mas só quereres é insuficiente.
- Ah? Mas... é melhor depender?! É melhor precisar?!
- Sim. Da maneira que pões as coisas, fica a parecer que se te cansares, vais-te!
- Sim, é isso que faço... não percebo, exactamente qual o problema. Será melhor depender para ter de ficar?!
- (silêncio) parece que à mínima coisa que aconteça vais-te embora! (só para que não restem dúvidas, isto foi um Sim).
- Não consigo entender o que no meu comportamento revela que eu sou de abandonar pessoas por motivo nenhum ou, vá, por um motivo fútil.
(Não houve resposta a isto porque nada no meu comportamento revela isso mas precisamente o seu contrário)
(não é uma maravilha?! Esta troca de palavras não é extraordinária nem esquisita; sinto - ou sei - que o mais comum é que as pessoas queiram sentir-se seguras para além do gostar, querem que as outras tenham a perder para pensarem duas vezes antes de bazar e, embora sem o admitirem, preferem que os outros fiquem contrariados do que vão embora.)

Bem, espero ter ficado melhor mas acho que ainda não aconteceu.
Pocilgas, fechem as vossas filhas!

Friday, September 25, 2015

Fechando-se a semana como se começa porque, como é bom de ver, vario pouco... se bem que Ney já não havia há algum tempo o que é quase imperdoável.


Pedacinho de Céu



Não é?

Não Começou Mal!

O dia começou com uma graça.
Expliquei a uma pessoa que apesar de se dever defender os amigos não se deve desconhecer, à partida, que eles não têm razão.
Por exemplo: esta pessoa, em concreto, achava que a X era uma desavergonhada porque me dizia isto e aquilo mas a Y já não era, sendo que a Y me dizia e diz coisas piores! Expliquei-lhe que não me ultrapassa que a X e a Y têm objectivos diferentes - sendo que, na realidade, não tenho assim tanta certeza mas parece-me muito - mas os comportamentos são iguais,
Então,
é justo defender quem nos é querido para além da lógica, faço o mesmo, mas já não esquecer que a lógica existe e que os mesmos comportamentos são os mesmos comportamentos. É uma diferença meramente psicológica; deve-se defender para fora mas sem esquecer o que acontece MESMO!

Minutos (literalmente minutos) depois:
- Hmm...K. Eu até estava a gostar da X mas com estes últimos comportamentos...
- Que comportamentos?!
- Então, ela não tem namorado?! Olha, nas costas dos outros vês as tuas!
- Pera, pera! Ainda há minutos te falei dessa merda! Então: a X encornaria o namorado comigo e, daí, encornar-me-ia com outro gajo, depois.
- SIM!
- ...e isso é diferente das outras pessoas que tu defendes nas mesmas circunstâncias de que maneira, exactamente?

E rimo-nos muito, como é evidente.
A parvoíce diverte-me muito.

Thursday, September 24, 2015

Ler é fixe!

Quando um gajo lê cenas sem que o faça com um propósito específico (só sobre um tema ou só sobre outro), expõe-se ao inesperado e percebe coisas imprevisíveis...e aprende o que nem sequer sabia ter a aprender. 

Acabo de descobrir que o Henri Poincaré não relia nem corrigia os seus ensaios por achar que era uma perda de tempo.
Acho o mesmo. Passei a gostar mais dele e nem sabia que devia gostar, sequer...há uma semana.
Por estes dias andei com uma daquelas dorzinhas paneleiras que detesto. Uma coisa que não dói mesmo mas que impede que uma pessoa se sinta bem, dever ser, numa versão mais moderada, o equivalente à tortura da gota porque a gora, por si, não aleija.

Por causa desta coisa continuada, tudo foi mais dramático e tudo doeu mais, inclusive coisas que não doeriam absolutamente nada. Foi um apagar que, felizmente, não durou muito ainda que possa voltar porque a origem é, ainda, desconhecida.

Quando este tipo de coisas me acontece e, especialmente, quando me passam, lembro-me daqueles que dizem, sem hesitação, que têm comportamentos estanques para as suas coisas: trabalho, lazer, passear, foder...enfim, os que não permitem que umas coisas influenciem as outras.
Não querendo dizer que isso é tanga - mas é -, nunca foi algo que conseguisse fazer; esta merdinha andou mesmo a dar cabo de mim em todos os departamentos, não escapou um!

Quer cor de lingerie queres?
Não sei... ligo noutro dia...

Preciso que vejas isto no lugar X.
EU? Essa merda devia ter sido vista antes. Esquece, caguei!

Olá! Estou por cá! Almoçamos?
Quando voltares cá. Hoje não posso.

Como é? Vamos dar um salto ao X?
Nã...estou cansado...

Eu sei, Eu sei... não é muito másculo da minha parte e muito menos feminino mas eu não me dou bem com meias coisas e ando a esforçar-me muito por isso...

Tuesday, September 22, 2015

Telegráfico

Ontem estive a ver o Olhos nos Olhos do Medina Carreira em que o convidado foi o Ângelo Correia.
Como gosto do Medina faz-me sempre alguma confusão que o convidado seja uma pessoa a quem não tenho grande apreço mas como o tema seriam os refugiados e, mais que isso, uma visão resumida mas alargada da questão do Médio-oriente, fiquei para ver. Temas que me são muito queridos.
Não vou discorrer sobre o que foi dito nem sobre as incorrecções ou interpretações menos apropriadas da coisa e limito-me ao que me fez rir, algo a que tenho muito apreço.

O Ângelo, como grande académico que acho que não é e nem considero isso mau (académicos meio que me enjoam) desembrulhou nomes que não interessariam ao espectador médio e com a vantagem de nem sempre os ter usado a propósito; como o Medina é muito à frente, a dado momento disse-lhe (a ele e ao José Alberto - que sabia meia dúzia de coisas mal sabidas sobre a história que se contava) qualquer coisas como: Pá, parem de se masturbar! As pessoas que nos estão a ouvir não vão conseguir entender nem acompanhar o que estão para aí a dizer. Vamos ao que interessa para o caso.
O galo dele é que o Ângelo, no seu tom habitual e que não lhe é exclusivo, agradeceu o reparo, elogiando a capacidade de centrar o debate do Medina Carreira e a bela escolha de gravata que dava com as meias!

Moral da história? O Medina Carreira mandou parar de chupar e foi chupado.

...

Esta semana, quando fui desenvolver a magia que costumo desenvolver e que tem muito mais de ilusionismo do que magia mesmo, esqueci-me da caneta e tive de cravar uma.
Coisa pouca, aparentemente.
Pois, não é.
Incomoda-me tão pouco que quando a fui devolver, além de me desculpar, tive de dizer que me irritava escrever com canetas que não as que costumo escrever e que começava, imediatamente, em desvantagem qualquer coisa quando não as tinha.
Quem me emprestou, cagou, a outra pessoa presente ficou mais ou menos incrédula com o incómodo que aquilo me causava...e o incómodo é tão pequeno que alguém que detesta partilhar cenas e contar coisas não conseguiu evitar vomitar essa informação. 

Pouco tempo depois - num assunto relacionado ainda que não precisamente igual - foi-me dito que estas minhas manias (e são muitas... entre horários, alimentos, canetas, youtube e por aí fora) me tornavam muito previsível e fácil de controlar.
Há bastantes anos atrás, a ideia da previsibilidade chateava-me muito! Ser previsível não é cool e nem sexy mas hoje tenho a visão inversa. Não acho cool nem sexy ser previsível mas troco isso com muita facilidade pela consciência que sabem com o que contar (e quando contar) de mim.
Caguei no aparato e caguei na sensualidade, sensualidade que, em boa verdade, trabalho melhor com a cabeça (quando vestido) e com tudo o resto, incluindo a cabeça (quando despido).

Quanto ao fácil de controlar, isso seria algo que me chatearia até à quinta casa, caso achasse que era verdade.
O raciocínio não está errado. É verdade que quem é previsível é mais fácil de controlar mas, por isso, a minha postura e a realidade não meramente aparente é esta: se te meteres à frente de um carro que vem a uma velocidade descontrolada é previsível que ele te rebente...agora, vai controlá-lo.

....

...e nas surpresas, pelo menos para ignorantes pouco amantes de Beatles como eu, George Harrison numa obra prima do Trucks e da Susan.

...não melhorou....

Por muitos motivos mas em que um deles é o facto de ser um tema escrito por um homem:

...a ver se a coisa anima...


Monday, September 21, 2015

Este fim-de-semana disseram-me uma coisa engraçada que se ligou a duas situações diferentes.

Então, a teoria era de que as pessoas eram como as acções da bolsa: quando menos valorizadas menos gente à sua procura, independentemente do valor que real que possam possuir. Concluiu-se, então, que:
1) esperavam que eu fosse despedido para ser mais barato contratar-me;
2) quando a pessoa parece ter muitos pretendentes o seu valor, como a das acções, sobe.

Ambas as coisas são verdade, melhor, a primeira é evidentemente verdade e a segunda também me parece ser mas desconheço se de forma igual para ambos os sexos.
Não há muito tempo, encontrei uma amiga num bar onde vou com alguma frequência e porque vou com alguma frequência evito grandes confusões.
Como o meu género de gaja (vá...são mais ou menos todas o meu género mas a que é mesmo o meu género é muito conhecido e distinto).
A minha amiga viu uma destas no bar e chamou-se a atenção para ela, coisa que, obviamente, não precisava mas confirmei que era exactamente a minha medida.

Essa mulata de cabelo enroladinho veio de onde estava para dançar muito encostada a mim. Reparem: adoraria que fosse, apenas, mérito meu mas o que me pareceu é que porque a minha amiga estava comigo passei a ser um bem mais escasso e, por isso, mais apetecível.
A coisa estava a aquecer - em muitos sentidos - e, então....mijaram-me na perna, algo que me diverte sempre: a minha amiga, sentindo o perigo, decidiu limpar-me os brônquios, ali (acho que me agarrou pelas orelhas) e a coisa resultou. A mulata de cabelo enroladinho foi-se e preferiu ficar ao longe.

Eu acho que, como disse, aquilo foi mais competição feminina do que outra coisa mas como recebi um telefonema há 1 ou 2 dias ainda se vai confirmar a tese... 

Friday, September 18, 2015

Sabedoria Popular e Uma Explicação

Por estes dias, no meio do eterno e sempre divertido ninguém me quer disseram-me qualquer coisas como isto:
Ah, comigo, se não quiserem ou se se fizerem esquisitos, eu não insisto!

Como isto me toca, mais ou menos, tendo a achar menos engraçado e levo mais a sério...
Disse-lhe que isso não fazia qualquer sentido. Se ela achar que vale a pena - se achar MESMO - não devia ser tão rígida porque as pessoas têm problemas, dificuldades, issues e às vezes não conseguem responder nem no momento nem na forma que delas se espera (ressalvei, contudo, que para isto ela teria de acreditar mesmo que pode valer a pena porque é um risco...na maioria das vezes, o que parece é e se o gajo não reage será porque não quer).

O que é engraçado nisto é que tanto uma coisa (problemas e issues) como outra (a incapacidade de insistir) têm muito que ver comigo; muitas vezes é preciso insistir comigo e eu não tenho nenhuma apetência para insistir com outra pessoa.

Sabedoria popular porque:
- casa de ferreiro, espeto de pau (a minha favorita porque contempla o verbo espetar e o substantivo pau);
- olha para o que eu digo, não olhes para o que eu faço.

...e agora, uma das (não a única) explicações ilustradas para gostar tanto de chocolate:

Wednesday, September 16, 2015

Porque a Culpa Não Pode Recair, SÓ, Em Quem Me Criou!

1
- Oh, O...posso saber por que ficou o extintor ao meu lado?!
- Pode. É que o K é muito quente e um dia destes ainda pega fogo!

2
- Tem mas é juízo! Tens alguma hipótese com gajo melhor?! É o Zambujo?!
- Ah, o Zambujo é muito mais bonito que tu!!!
- Quê?! B, tás a ouvir isto!?
- Ela é maluca. Canta melhor mas mais bonito, NUNCA!

3
- E então? Ficou como querias?
- Tive de mudar uma frase, K; não quis que seguisse sem nenhuma alteração.
- Cool, se achas que ficou melhor, óptimo!
- Não, não ficou melhor, eu é que não posso continuar a dizer-te que és um génio senão um dia destes não cabes dentro de edifícios! Não fiz alteração nenhuma, pronto!

4
- Estás cheio de força, K. Mas nem era preciso entrares assim, basta ver como te fica essa camisola...


Tudo hoje.
Pelo menos metade foi a brincar, tenho a certeza, mas mesmo essas brincaram porque sabem que me diverte.
Além disso, hoje a coisa não correu mal.

Até agora, não está a ser um mau dia...
Ontem, quando meti o Vivo Sonhando era nesta que estava a pensar:

Por isso, aqui fica.

Tuesday, September 15, 2015

Apesar de não ser uma coisa escondida - para mim e para mais meia dúzia é, até, bastante aparente - é um bocado cansativo ser-se eu ou como eu, apesar de pouco reconhecido. Não por uma especial complexidade que acho que não me ocupa mas porque a simplicidade é, frequentemente, contraditória não nos termos mas sim na prática.

É pouco reconhecido porque todos nós vamos precisando de mecanismos de compreensão que ordenem a nossa existência. Mesmo aqueles que se acham fora do sistema e, por isso, especiais, precisam de se considerar e ser considerados fora do sistema para que a sua identidade seja reconhecida e reconhecível.
Não é que a humanidade seja burra mas prefere ser cega.

Para cair um bocado na nerdice, um exemplo simples:
aquando da morte por enforcamento do Saddam o preço do petróleo caiu (facto).
A bloomberg, em rodinha, disse que a morte do Saddam tinha feito o preço do petróleo cair.
pouco depois (não tenho a certeza de ter sido mais do que um dia) da morte por enforcamento do Saddam o preço do petróleo subiu.
A bloomberg, em rodinha, disse que a morte do Saddam tinha feito o preço do petróleo subir.

É óbvio que isto é contraditório mas não podemos, hoje, dizer que não sabemos por que motivo o preço do petróleo oscilou e não podemos porque é preciso haver uma explicação mesmo quando não há nenhuma.
Um gajo que dissesse que não sabia o motivo da subida nem da descida seria despedido e estaria mais certo do que aquele que sabia.

Voltando:
não é escondida porque é abertamente assumida.

No mesmo dia, às vezes na mesma hora, ouço Stan Getz e Slipknot.
Ando permanentemente a dizer - e a ser sincero quando o digo - que preciso que tomem conta de mim e depois não consigo - ou não consegui, até agora, deixar.
Detesto ser uma besta porque as pessoas não têm culpa das minhas oscilações de humor e sou uma besta muitas mais vezes do que as que queria.

Uma pessoa:
- Eu ofereço-me para fazer X por ti e tu nunca aceitas nada! Não percebo... achas que te torna fraco?
Não é por isso que não quero mas se calhar até é e não sei.

Outra pessoa, depois de ter levado com uma patada de mau feitio de que me arrependi quase imediatamente a seguir disse-me:
- K... é uma pessoa muito difícil de desiludir... uma pessoa sente-se uma merda quando sente que fez menos do que aquilo que querias...
E é verdade, eu sei que isso é verdade. Não parte, apenas, da necessidade que tenham de que as aprove mas, acho, mais do facto de que eu (quase) nunca desiludo...o que torna as respostas às minhas necessidade quase imperativas.
A isto acresce aquilo que se pode chamar de síndrome de guarda-redes de equipa grande: um guarda-redes de equipa pequena pode falar duas defesas porque faz 20; o guarda-redes de equipa grande não pode falhar duas defesas porque faz 4.

Não me acho particularmente complicado mas acho que sou um bocado difícil mas sou difícil também para mim.

E agora, apesar de ter pensado noutra coisas, vai o que se segue porque estamos melancólicos (adoro o plural majestático!!)
...e eu a falar em estrelas,
mar, amor, luar...pobre de mim que só sei te amar

Monday, September 14, 2015

Como Vai Acabar o Dia (que ainda não acabou)?


Tem acontecido que achem que sou pior do que o que me pinto.
Essa afirmação baseia-se em não se ver, com frequência, os meus defeitos mais vincados porque, na maior parte do tempo, não é preciso e, além de não ser preciso, vou fazendo o que posso para evitar que as situações em que sou o bicho que digo ser aconteçam.

Por estes dias, fiquei perdido no meio do mato. Não sei se poderei usar o termo perdido com propriedade porque sabia (mais imaginava mas...) a direcção para onde queria ir mas não o caminho exacto para onde queria ir.
A dado momento, percebi que aquela merda me estava a irritar. Além de estar perdido estava, também, de havaianas no meio de pedregulhos e terra e silvas e sei lá que mais... quando a irritação chegou ao ponto do silêncio, ceguei.

Já estava cansado com o que tinha andado a fazer antes - visivelmente cansado - mas aconteceu o que acontece quando cego: nada mais importa e é até queimar! Comecei a andar como se tivesse acordado naquele momento, mal calçado, com pedras a bater-me nos dedos e nada disso importava, entrei em automático, deixei de falar e fui.
Não estava sozinho e ouvi, passado algum tempo, K...tens de ir mais devagar, não vou aguentar...
Contrariado, andei mais devagar mas continuei sem falar até chegar onde tinha de chegar.

Não foi agradável mas já tinha avisado que irritado não sou uma coisa bonita de se ver.

A coisa não foi levada a peito, felizmente, mas passado algum tempo, quando acalmei, desculpei-me.
E quando achava que as minhas desculpas iam ser, apenas, recebidas com boa educação, ouvi isto (o que me deixou de boca aberta e não qualificarei como verdade, mentira nem coisa alguma):
- Não faz mal. Eu vi que estavas irritado e cheguei a achar que ainda me ias deixar para trás mas, pelos vistos, o teu estado de cegueira nem é assim tão mau.... e tem uma coisa muito boa: é certo que em situações de stress e de desespero não paralisas; podes ficar cego, podes ser muito desagradável mas paralisar, não e isso é uma coisa muito boa.

Friday, September 11, 2015

Ondas

Ontem, num pico de adrenalina decidi dar da perna.
À pergunta matinal como é? Vamos, hoje? respondi que não me parecia porque estava (e estava e estou) muito cansado mas, depois, ao final da tarde, quando já não me restava força deu-se aquela chama mais forte que abençoa as velas antes de morrerem e... TOU?! SA FODA, BORA!.

Arrependi-me uma hora depois mas não desmarco coisas por cansaço.

Antes de ir para onde queria ir, tive de ir tem com algum pessoal a um estabelecimento que serve prioritariamente (pensava eu!) vinho.
Queria uma cerveja e ouvi cerveja não temos... já estava impecável, piorei...
Ah, o problema dos refugiados é que vêm terroristas metidos no meio deles, por isso não os querem receber!... já estava pior, piorei....
Isso de dizer que regimes comunistas não funcionam é demasiado definitivo.
Ok, diz-me que tenha funcionado.
(silêncio)
...se andava a escavar o buraco...bem, não preciso de esclarecer.

Quando ouvi ah...esta colheita é de 2008?! Quando provei estava a pensar em 2000 ou 2001... é incrível! decidi optar por bazar e evitar o homicídio ou, tivesse um colete, um atentado terrorista, mesmo não sendo refugiado.

Depois de um Foda-se, tou farto. Vou-me. o gajo que me costuma acompanhar nas quintas aproveitou e bazou comigo.

....e quando já tinha vontade de mandar tudo pró caralho e avisado que só ficaria até ao intervalo porque nem o meu humor nem a minha pujança estavam onde deviam...Samba.

Obviamente fiquei até ao fim e mais um bocado, ainda.
Naturalmente, dormi (?) pouco.
Sem hesitar, as cervejas foram rolando e rolando e rolando.
O meu humor melhorou até isto: Parece-me injusto que andes com essas calças assim, justas, e com pele à mostra. Vou perder uma amizade à conta disso: estava aquele gajo a tentar conversar comigo e eu não conseguia ouvir nada...

Dizer que isto me lava a alma faz-me esgar de dor e ter vontade de levar com um martelo na cabeça de tão fofinho mas a verdade é mesmo essa.
...e ainda por cima, mais uma nova aquisição, mais uma prova de que quero o que não consigo e isso faz com que admire quem consegue ou, se preferirem para ser mais cínico e, assim, ficar melhor por aqui, quem diz que consegue:
Pra onde você for
Lá pra mim já é
Irei se você quiser
A saudade é dor, volta meu amor
Assim que você puder.


Thursday, September 10, 2015

...é por isso que crio fogo de artifício e barulho.
Há uma ideia enraizada de que o pessoal se defende calado e, aproveitando, faço mais ou menos o contrário. Mostro tanto que dá a aparência, completa e absolutamente errada, de que é tudo e quando se vê tudo procura-se nada, o que é muito bom.

Então,
a confusão é tal que se torna difícil perceber o que realmente está a acontecer e mesmo aquilo que me abana porque a reacção, visível, entre irritado e fraco é muito pequena.

O que interessa?
Como todos - tristemente comum nesse aspecto - também tenho fraquezas e não gosto mesmo nada delas mas, as mais das vezes, ganho calo. É mais ou menos como ser abalroado...a primeira vez é sempre pior e ainda que as seguintes continuem a causar dano, passa a ser uma coisa plenamente suportável.

Estou à espera que aconteça.

Um Bocado de Romance porque de vez em quando não é só Sexo

(mas só muito de vez em quando)


I Hate To See You Go But I Love To Watch You Leave

Não sei onde apanhei esta frase mas gosto muito dela e lembro-me com frequência, quando acho graça (eufemismo) a alguém.

Esta música lembrou-me isto no instante em que a ouvi, o misto de tristeza e prazer:

Isto Irrita-me Um Bocado...

Ontem estive a ver o debate, o primeiro que vi de fio a pavio apesar de lamentar não ter visto os que envolvem o Portas porque com o Portas aprende-se sempre um bocado sobre como se fazem as coisas (é muito engraçado como ele mistura raciocínio denso - que me parece natural - com expressões como morte macaca para se aproximar dos comuns - o que não é natural mas não surge como forçado -, o Paulinho das Feiras é talentoso).

Sem aprofundar sobre temas, que não foram muito aprofundados, o Costa pareceu-me o fantasista do costume, o fantasista de uma esquerda que só existe no papel porque a realidade acabou com ela.
É-me impossível perceber como é que um gajo leva gráficos e cenas que tem de mostrar para a câmara e esse mostrar apenas revela a tremedeira de mãos que lhe varria o corpo; não é que ache que não é natural o nervosismo mas o capitão do navio, ou quem o quer ser, não pode demonstrar a quem é guiado.
Do muito que me irrita no Passos, uma coisa, pelo menos, parece-me evidente: meteu o pescoço e empurrou-nos para onde achou que devíamos ir com muito pouca hesitação. Ah, isso é fácil!, dir-me-ão, mas não é. Basta um breve olhar à volta.
Não se percebe como é que nos tempos que vivemos um gajo aparece a querer aumentar tudo (em despesa) e diluir tudo (em receita) sem que se lhe pergunte como ou sem que ele próprio avance com um vai ser assim.

A Grécia, e se se quiser a França de Hollande, não lhes ensinou nada.
É provável que seja real que se afirme que a Europa está toda errada e que o caminho é errado...mas isso para uma formiga como Portugal (e, como disse, até para um elefante como a França) interessa o quê?
O Mundo é outro e não aquele em que vive a Esquerda nacional (novamente, no PAPEL).

Depois, só pequenas Irritações:

COSTA VENCEU!
Não percebi e não vi...
Pode ser a percepção de quem pensava que ele ia levar uma banhada que não levou e isso corresponde mas ganhar...não vi.
Talvez porque a mera retórica não me interesse muito (e mesmo aí não dei por goleada), o concurso não existiu.

AGORA VAI-SE FALAR DE POLÍTICA E MENOS DE SÓCRATES!
Li isto num jornal e ultrapassa-me como podem os jornais, aqueles que alimentam, realmente, a novela Sócrates, venham dizer que por causa do debate as coisas vão mudar!
São eles que fazem as notícias; são eles que empolam a discussão.
O debate é só uma ampolazita que eles fingem ser uma cura para meia dúzia de dias!

COSTA RELANÇOU A CAMPANHA!
Mais uma vez, a comunicação social e o hype.
É como dizer que o CR está ao nível do Messi...não está mas é preciso que pareça para que se possam vender histórias;
É como dizer que a Ronda vai ter, agora, um enorme desafio...não vai. Vai rebentar como rebentou todas mas é preciso que pareça para que se possam vender histórias.

Enfim, esta merda cheteia-me.
Não gosto que me tentem meter o dedo no rabo, algo já tentado em termos literais e figurados, sendo certo que em termos literais foi manifestamente menos vezes.

(e Sócrates foi tão ultrapassado em termos noticiosos - nas palavras dos noticiadores, que os próprios fizeram reportagens, com cerco à maison, sobre quem foi ver o debate com ele... é a Puta da Loucura)

Wednesday, September 09, 2015

(nada de relevante ou que me apeteça escrever mas como sou um gajo de hábitos... papem o chaço!)

Quatro paredes de barro
Telhado de zinco
Assoalho no chão
Só tu escurinha 
É quem tá faltando no meu barracão.

Sai disso, tolinha
Aí nessa cozinha levando a pior
Lá no morro eu te ponho no samba
Te ensino a ser bamba
Te faço a maior.

Cartola, bitches!


Tuesday, September 08, 2015

Vai Parecer Mórbido mas Não É!

Esta cena que vou contar implica morte de animais - o que não me agrada mas, ainda assim, prefiro à morte de humanos - e uma realidade Norte-Americana e não portuguesa ou europeia mas achei muito porreiro.

Então,
o perú anda a ser engordado para o dia de Acção de Graças mas para o perú o que se passa é só que tem uma vida santa entre comer e dormir (eventualmente malhar, não aprofundei).
O perú não tem como saber que de um dia para o outro vão limpar-lhe o sebo nem que o andam a alimentar e tratar nas palminhas só para isso...mas o dono do perú sabe.

Isto é engraçado pela facilidade com que se pode extrapolar para tanta e tanta coisa; é a história de que só porque acontece todos os dias não vai ter de acontecer todos os dias. A diferença para o perú é que às vezes as circunstâncias alteram-se sem que ninguém possa prever e noutras não (o Maddoff sabia que o pessoal ia rebentar mas ninguém sabia que Nova Orleães ia ser varrida de um dia para o outro).

Há muitas lições para retirar daqui mas não estou com paciência para ilações e cenas quitadas. 
Fiquemos por todos sermos o perú, em princípio, mas nem todos termos de ser o perú.
Um gajo tem de andar de olhos abertos e dormir o mínimo possível.

...e só porque isto tem andado muito alegre, o que é pouco saudável:

Monday, September 07, 2015

Eu sei que é aparente e claro que não tenho uma propensão natural para estado de felicidade mas parece-me que é igualmente aparente e claro que tenho propensão natural para estado transitório de felicidade.
É muito rápido mas é tão fácil como rápido.

Durante 4.30 mins, neste momento, faz-me feliz

Este Sábado, enquanto começava o livro do Taleb mantive a televisão acesa, como faço sempre e dei conta que estava a dar um filme chamado State Of Play.
Este filme é protagonizado pelo Russel Crowe e pelo Ben Affleck, sendo que o que existe de comum entre eles, além de protagonizarem este filme, é que são manifestamente sobrevalorizados e maus actores na mesma medida em que são sobrevalorizados.

De todo o modo, o filme não era mau, tendo sobrevivido às interpretações, coisa que acontece com raridade mas, ainda assim, acontece.

O livro do Taleb, o filme e eu ligam-me, o que é sempre divertido, para mim.

No filme, ocorre um triângulo amoroso entre dois amigos e uma gaja que se casou com um dos amigos mas queria o outro.
Esta gaja foi ter com o que ficou de fora e disse-lhe que se ia divorciar, tendo ouvido que ela vivia num mundo que já não existia, o tempo deles tinha passado. Ela irritou-se um bocado e respondeu-lhe que ele nunca se tinha chegado à frente em altura nenhuma.
Ele não lhe respondeu; pareceu-me que ela tinha razão; pareceu-me que ele não tinha de se ter chegado a lado nenhum; pareceu-me que nem para ele o mundo de que ela falava já tinha acabado.

O livro do Taleb, tema recorrente e que me agrada nos livros dele, é sobre a imprevisibilidade do imprevisto. Isto dito assim parece parvo mas se atentarmos que o maior esforço que se faz (não apenas individual, não apenas colectivo mas de tudo e todos) é prever o que vai acontecer e acreditar que isso é possível, a parvoíce parece menor.
Como é bom de ver daquilo que por cá vou colocando, interessa-me muito as situações e actos pouco relevantes; aquilo que acontece e não tem grande impacto no mundo; o eu e tu que não vão acabar com a fome em África nem levantar o Nikkei....e na verdade, sou eu e tu que podemos acabar com a fome em África e levante o Nikkei.

Como vivemos numa era de gráficos e algoritmos, é comum esquecer que o que interessa - tanto para se prever como para se conhecer como para se ser bem sucedido... - são pessoas e o maior número de actos das pessoas são actos vulgares e a soma dos actos vulgares revelam quem as pessoas são e são essas pessoas que, de vez em quando, tomam decisões nada vulgares mas que são conformes com a sua vulgaridade.
Eu sei que parece metafísico mas não é.
Para não meter outros ao barulho:
É mais provável que façam um bom negócio comigo se estiver de bom humor e posso estar de bom humor porque a noite de ontem foi um espanto, porque algo de bom aconteceu a quem eu gosto, porque o almoço foi exactamente o que queria que fosse... e o inverso é igual.

Milhões podem ir ao ar porque o gajo discutiu com a mulher e apenas por isso.
Ah, uma coisa é vida pessoal e outra é a profissiona! É o caralho! Tudo é tudo.

O que tem que ver o Taleb e a cena do filme?
Ela previu - eventualmente bem - que não fazia sentido manter-se à espera de quem não se ia mexer;
Ele previu - eventualmente bem - que não tinha que se chegar à frente porque se ela estava indecisa não sabia bem aquilo que queria.

Decisões sobre pessoas que alteram tudo;
Decisões com informação incipiente que decidem tudo.

É muito comum achar-se que as pessoas são testadas em momentos de pressão mas não estou certo desse método.
Não podemos, infelizmente, ser excepcionais o tempo todo, pelo que o que mais somos é comezinho; o que mais somos é a decisão do que queremos jantar e que calças vestir e o que mais diz de quem se vê no dia-a-dia é isto mesmo.

Interessa que um gajo entre num edifício a arder para salvar uma criança - e terá sido o único a fazê-lo quando poderia ter sido outra pessoa - se, dia-sim-dia-sim trata mal todos os empregados que o servem?
Será ele digno de admiração porque teve uma acto admirável? 
Tou sem grandes ideias, o que me parece irá passar ainda durante o dia de hoje mas porque não gosto de me esquecer o que me deixa contente, descobri esta este fim-de-semana (com a vantagem de ser Cartola)


Friday, September 04, 2015

Tenho uma teoria que numericamente é apenas fantasiosa por falta de um estudo nesse sentido mas cuja validade não duvido, quer por experiência quer por ter a sorte de conhecer muita gente honesta: 80% das gajas são mal comidas.

Lembrei-me disto porque disse, não há muito, isso mesmo a quem nunca tinha dito. Com alguma surpresa, a resposta foi de concordância; reparem, não me surpreende que se concorde - daí eu não ter dúvidas de que estou certo - o que me surpreende, de vez em quando, é que se expresse materialmente essa concordância.
Também não me surpreenderia que a resposta, apesar de afirmativa, tendesse a empurrar para eu sei que é assim mas tenho sorte!. Nada disso. Não disse eu também mas subentendeu-se e, ainda que se não subentendesse, era algo óbvio para mim.

E é aqui que, como de costume, isto é sobre mim apesar de, se me permitirem, ser, também, sobre todos.

Eu acho impossível manter alguma coisa duradoura sem aquela vontade de ter aquela pessoa; a intensidade do ter pode e varia mas a vontade tem de existir.
Normalmente, quando digo este tipo de coisas, ouço ah, mas isso não chega ou ah, só pensas em foder ou depois o relacionamento estabiliza e há coisas mais importantes!.

Do que escrevi, só não concordo que só pense em foder, apesar de pensar muito e, com pena, pensar mais do que o que faço mas nas outras concordo.
Isso não chega - Pois não;
O relacionamento estabiliza - Pois estabiliza;
Há coisas mais importantes - Pois há.
O que acontece é que quando ouço isto, com o que, como disse, concordo, o fundamento de quem diz tem outra caminho; o que se diz não é que há mais coisas mas que o ter é pouco relevante com o passar do tempo. Não é. Por isso há tanta gaja mal comida.

Sem vontade de ter não há mais nada; 
Só com vontade de ter nada resiste.

Sendo triste, gostar não chega. Sendo uma chatice, só querer não basta.
Mas sem gostar nem querer, NADA.
Gostando e querendo, muitas vezes NADA.

Não sou muito bom em matemática mas, apesar dos pesar, NADA parece pior do que muitas vezes NADA.

E agora, mais uma das imagens que me mandam quando se lembram de mim (não perguntei mas parece-me que me colocaram no meio delas e não como o motivo do estado delas)


Thursday, September 03, 2015

Alguém Sofra II


A Tentar Manter-me Acordado, Por Isso, Alguém que Sofra

 É comum ficar parado em partes de músicas e frases de filmes e os filmes ou as músicas podem nem sequer ser nada de especial.
É uma frase, uma cena.

Por exemplo:
Há uns tempos estava a ler um livro péssimo que, a dado momento, me explicou por que se chama Eco ao Eco.
Foi top.

Há menos tempo, estava a ouvir o Sambinha Bom da Mallu Magalhães (fui vê-la ao vivo e fiquei desiludido, ainda é novinha e sem substância) e ficou-me isto:
Eu, quero me bordar em você.

Esquisito Por Mais do que Um Motivo...

TU ÉS UM DESERTO

Não foi a primeira vez que me compararam a uma cena árida. Uma das minhas exs chamava-me cacto.
Curiosamente, a paisagem que mais gostei de ver até este momento foi o deserto; a ideia de imutabilidade mas em constante mutação porque as dunas que se deitam, apesar de parecerem, não são as mesmas que acordam;
Curiosamente, a minha banda de rock favorita (acho) são os QOTSA que vêm do deserto e isso vê-se na música e talvez seja por isso que gosto tanto.

Acho (não acho, na verdade) que me chamaram deserto por ser árido mas prefiro acreditar (prefiro mas não acredito) que é porque é fácil lá se perder.

- Queria ser feliz.
- Não sei se consegues ser feliz...

Saber com absoluta certeza também não sei mas desconfio...
Não é trágico, é o que é; a realidade, como nos é demonstrado vezes e vezes sem conta, não se importa muito com a nossa felicidade e nem de todos os limões se consegue fazer limonada.

TU PODES GOSTAR MAIS DE MIM?

Posso mas não devo e nem consigo.
Poderia ser por coisas que foram feitas e de que não gostei (porque há), poderia ser por diferenças grandes demais para serem comportadas (porque há), poderia ser porque não consigo ultrapassar certos limites (porque os tenho) mas há algo bem antes de tudo isso: eu não me consigo disponibilizar (ainda que queira) para quem não está absolutamente disponível. É verdade que tenho travões muito agressivos, em geral, mas se a isso acresce colaboração...

NÃO DEVIAS TER IDO EMBORA...

Não estou certo de concordar... mas estou certo que se espera este tipo de comportamento muitas vezes. Nunca me dei bem com ele.
Por razões mais antigas e profundas que não estou disposto a descrever nem lembrar, a minha tendência natural é ir embora e para ficar têm de me segurar. É uma das grandes injustiças de se queres alguma coisa comigo: é preciso segurar e não alimentar o animal que não quer ser enjaulado.

Estou todos os dias mas não sou dado a grandes gestos porque grandes gestos parecem-me sempre desespero e não estou pronto para aceitar que se possa precisar do que quer que seja desesperadamente.

...E Ainda Assim...

Sempre que penso em motivos que demonstrem o quanto alguém representa para alguém tendo a achar que aquele, naquele momento, é o mais importante; é um bocado como perguntarem-me qual a minha música favorita, vai variando de dia para dia, ainda que possa fazer uma súmula de 5 ou 6 ou 10 ou 20, talvez.
Acontece que o motivo mais recorrente, parece-me neste momento, que me ocorre é estar disposto a fazer aquilo que não se faz naturalmente, quer porque não se consegue evitar (o que não é bem estar disposto) quer porque se acha que vale a pena.
A valorização que damos a alguém reside fora da nossa zona de conforto e como a minha é muito confortável não costumo sair.

Os meus planos não costumam sair furados;
A ideia que tenho de mim tende a não estar errada - mesmo que à custa de TER de estar certa;
A minha reacção a uma situação é previsível e visível as mais das vezes.

Há um ditado ou um dizer que reza nós fazemos planos e Deus ri-se mas Deus não se costuma rir dos meus.
Então, a anormalidade é o exteriorizar próximo da importância.

Porque assim penso, estou muito atento ao que custa e ao que não custa; ao que é natural e ao que é anti-natural mas impossível de conter...e só me interessa o que não se consegue conter. 
Coisas normais para quem quer dormir quentinho e coisas extraordinárias para quem quer o que não se dá por aí.

Sou sensível ao quanto gostam de mim, sou sensível ao conflito interno que provoco, sou sensível a não se conseguir fugir de mim, provavelmente ainda mais do que ao não querer fugir de mim.

Porquê ainda assim?
Porque a realidade está-se a cagar para o que eu quero e para o que eu gosto.
Porque fugir do guião é admirável mas pouco rentável. 
Porque ignorar as probabilidades é romântico e a única maneira de se conseguir o que não é comum mas o mais comum é o comum e o comum é comum porque acontece mais vezes.

Vê-se,
Ouve-se,
Sente-se...
e nada muda.

Valeu a pena fazer o que não costumo?
Vale a pena pensar que alguma coisa muda?
Valerá a pensa pensar que tudo se alterará com o raiar da aurora?

Não, e não consegui evitar...

Quero ficar contigo...
mas querer não chega apesar de dever chegar.

Ps. lamento que tenha parecido o balbuciar de um bêbado mas, entre outras coisas, não dormi nada que se veja...

Wednesday, September 02, 2015

Passivo - Agressivo

Uma vez, no House, uma das médicas dele disse que comportamento passivo-agressivo não batia certo com a paciente ao que ele respondeu que quem faz agressivo não gosta de se limitar quanto ao tipo de agressividade.
Talvez assim seja... eu não gosto nada de fazer passivo-agressivo mas já o devo ter feito porque também não gosto de me limitar mas mais do que não gostar de fazer detesto que me façam.

Porque não gosto de dissimulação, não gosto disto; porque não gosto que me tentem manipular, não gosto disto.
O que acontece as mais das vezes quando tentam fazer-me isto é irritar-me e se quando era mais miúdo acabava sempre por resultar mais ou menos (porque reagia), cada vez vai sendo mais difícil.
Agora, ignoro como se não percebesse. Não dou valor às indirectas mas não lhes fico indiferente, funciona como escavar um buraco ainda mais.

Uma táctica muito usada e que me tentaram aplicar recentemente:
Descrever um problema em que eu posso ajudar; manifestar que se precisa de ajuda; não dizer, claramente, que é a minha ajuda que se quer esperando que me ofereça.
Nada disto acontece. Assinto, em compreensão pela situação, e sigo em frente na conversa.

Outra que é comum:
A tentativa de pedir desculpas sem o fazer.
Vai-se, de pantufas, aproximando ou tentando (perguntando se se precisa de alguma coisa, se se quer alguma coisa ou tentando aproveitar qualquer situação para manifestar disponibilidade).
Agradeço e recuso tudo.
Não é assim que se fazem as coisas depois de me irritarem.

É possível que se entenda que isto é uma filha da putice e que deveria facilitar a vida mas não estou, quase nunca, para aí virado.
Quem precisa de passivo-agressivo comigo tende a ser gente que pisou o risco, a dada altura, com maior ou menor gravidade e esta gente pode ser perdoada - ainda que não seja garantido - mas precisa de baixar a bola claramente e sem sombra de dúvidas.

Se quiserem alguma coisa de mim, têm de pedir mas pedir mesmo!

Tuesday, September 01, 2015

Outra If Only