Tuesday, January 31, 2017

As pessoas que me são mais próximas acham que sou espectacular.
Não é que não vejam os meus defeitos e muito menos que achem que sou perfeito mas, colocando tudo na balança, acham que sou espectacular.

Será justo dizer que é, provavelmente, por terem boa opinião sobre mim que me sejam próximas e, por isso, pouco objectivas.
E eu acho que são pouco objectivas.

É-lhes difícil perceber o motivo pelo qual um gajo tão inteligente como eu não é muito mais bem sucedido profissionalmente por comparação a tantos bem mais burros e bem menos incompetentes que o são.
Ora, como já lhes disse vezes sem conta: umas das provas de que não sou assim tão inteligente é essa mesmo. Se eu fosse assim tão desenvolvido já teria aprendido a fazer as coisas e não aprendi (sou confrontado muitas vezes com o argumento de que não aprendo porque não quero...o que não é mentira mas mesmo assumindo que assim é, continuo com um forte défice neuronal).

...mas há motivos para me terem em boa conta, só não são tantos como julgam.

Estive a fazer auto-avaliação e, depois, fui confrontar a minha auto com uma hetero-avaliação.
A avaliação que fizeram de mim foi melhor do que a que apresentei por mão própria e isso é esquisito; melhor: é previsível mas não é sério.

Será que outrem, que nem sequer é assim tão próximo, me conhece melhor que eu?
Será que outrem, a quem reconheço mérito mas não tanto quanto me reconheço a mim, poderá discordar da minha percepção?
A ambas as perguntas a resposta poderia ser sim caso se desse o caso de ser eu uma daquelas pessoas auto-depreciativas ou com problemas de confiança.
Não sou uma coisa nem outra.
Continuando como comecei: eu só não me acho tão espectacular como alguns me acham mas eu acho que sou espectacular em algumas coisas.

K, não achas que estás a ser demasiado duro contigo, na avaliação?
- Não. Acho que é o que é...

E é mesmo.
Não estava enganado.
Não sou eu quem espera muito de si mesmo, os outros é que esperam pouco.

....e por que é este um motivo para me ter em boa conta?
Porque independentemente do resultado eu não sou menos do que honesto e não digo coisa diferente da que acho.
Poderia ser mais benéfico para mim exaltar os meus atributos?
Poderia mas não gosto.

THERE THERE!


Monday, January 30, 2017

Não Gosto das Limitações dos Outros (as que entendo não justificadas)

É uma chatice e um encanto.
Preciso sempre que me expliquem o que não compreendo para que possa aceitar. Se não me conseguem explicar, não entendo e, logo, não aceito.
Este axioma é simples e, as mais das vezes, quando aplicado por outros significa que se pretende que uma (a outra) pessoa se adapte a outra (uma).
Não direi que não se aplica, em alguma medida, a mim mas é residual. Chateia-me mais as limitações que as pessoas se impõe e as limitam.

Ah, K, isso é facil de dizer...fazer é que...
Pois. Eu faço. Não digo.

Coisas Pequenas:

I
(no momento em que dei um par de sapatos altos, finos e nada mas mesmo nada discretos)
K, isto é um bocado demais...
- Demais porquê?
Bem, isto dá muito nas vistas. Não tem que ver comigo.
- Gostas? Não gostas? Achas só que vais dar demasiado nas vistas?
Gosto. Acho que vou dar demasiado nas vistas.
- Pois. É pena. Presentes meus não se trocam.

Achava que tinha de passar despercebida.
Não tinha.
Se não gostasse não trocaria na mesma mas toleraria que não fossem usados. 
Porque acha que não merece que lhe prestem atenção? Nop. É para usar e usou e usa.

II
K, estou a pensar cortar o cabelo mais curto. O que achas?
- Se queres, acho bem.
Tenho curiosidade de saber como me ficaria mais escuro.
- Então...põe-no mais curto e mais escuro...
E se não gostares? E se não ficar bem? E será que vou parecer esquisita?
- Que interessa isso?! É cabelo! Queres experimentar mais curto? Corta. Queres experimentar mais escuro? Pinta.
Mas...
- Mas o quê?! Vais prejudicar alguém? Não podes? Não cresce outra vez? Vai acabar o stock de tinta?!

E foi.
E cortou.
E pintou.

Tanto os sapatos como o cabelo são, em si, questões de somenos. Não interessam,
O que interessa é que é preciso mostrar, que não apenas dizer, que há limites e limitações que são parvas e, quando não se prejudica ninguém (e, às vezes, mesmo que se prejudique) é para fazer o que se quer fazer.

...mas, de vez em quando, é um bocadinho demais.

Num Jantar

Eu não estava com muita vontade de vir mas fez-me bem!
- Cool.
Sabes, gostei de estar a discutir um assunto com o X.
- Pá, ele é um bocado chato...
Pois é mas ganhei-lhe uma discussão! Não estou muito habituada, agora, que discuto mais contigo.
- Óptimo, agora estás mais preparada para ganhar aos outros!

Não é mentira mas devia deixar ganhar mais um bocado do que o que deixo, se quiser que beneficie a estima de quem recebe.

O Trump fechou as fronteiras para gente de determinados países para que, assim, não entrassem os terroristas.
É difícil explicar o quão estúpido isto é a muita e muita gente e é difícil não porque as pessoas em causa serão estúpidas - algumas serão - mas porque não se conseguem alargar horizontes a pedido.

A medida não demonstra coragem mas antes medo.
É óbvio que poderá sempre ser argumentado que os princípios não salvam vidas mas não é um argumento válido e vem, sempre, de quem tem interesse nele ou de quem, novamente, está com os horizontes demasiado próximos dos olhos.

Gente com coragem não se esconde;
Gente com coragem não precisa de atacar sem saber da ameaça;
Gente com coragem não treme quando não há motivos para tremer.
...além de que esta, e outras, medida é o melhor panfleto para a progressão de extremismo e, de facto, encoraja a que se continue na mesma estratégia de matar meia dúzia porque assusta milhões.

Há uns tempos colei aqui um General americano a dizer que, para ele, Guantanamo deveria já ter sido fechada e que se deveriam libertar aqueles que não se acusam.
O entrevistador, bem, disse-lhe que isso seria um risco porque poderiam estar a ser libertados terroristas.
Respondeu-lhe (vou parafrasear):
E vamos buscá-los outra vez, se for preciso.
Eu quero um Estado de Direito e não sou cobarde!

Ele não.
O Trump, é e, infelizmente, este não é o maior dos seus defeitos.

Cão grande não ladra muito. Não precisa.

Friday, January 27, 2017

Cobardia

A Cobardia é uma característica que me desagrada.
Como é habitual, aceito-a mais facilmente nos outros do que em mim. As circunstâncias, para mim, servem para explicar o motivo que levou os outros a acobardarem-se e não os recrimino.
Não beneficio da mesma complacência.

Quando Aparece

Há uns dias, coloquei aqui uma música tocada pela Anat Cohen e Marcello Gonçalves, com a Orquestra Ouro Negro (estou a ouvir agora mesmo). A actuação ocorreu durante o 54º Festival Villa-Lobos.
Este Festival decorreu durante 10 dias com cenas a acontecer em todo o lado e celebrou, também, 100 anos de Samba.

Não soube que ia acontecer, por isso, mesmo que quisesse ir nada haveria a fazer.
Só que acho que não iria de qualquer maneira.
Não iria porque tenho trabalho; não iria porque tenho compromissos; não iria porque, à partida, me parece algo superficial (vou fazer repeat)...enfim, por muitos motivos.
Só que queria.
Só que acho que deveria.
Só que acho que podia.

Cobardia.

Fico fodido quando acontecem este tipo de merdas e, as mais das vezes, acontecem relativamente a lugares para onde queria ir porque eu nunca quero ficar parado mas fico as mais das vezes.

No Que Resulta

O caso que descrevi anteriormente deixa-me em baixo durante algum tempo. Podem ser minutos, horas ou dias mas encaro com mais leveza do que as evitabilidades que não evito.

Explicando:
a ida ao Festival seria uma actividade. Iria para algum lado, ver alguma coisa.
sujeitar-me ao que acho que não me deveria sujeitar é uma história mais dramática.

Este segundo caso, dura mais que uns minutos, umas horas e, muitas vezes, uns dia.
Quando ocorrem este tipo de situações - raríssimas! para minha felicidade e sanidade - tenho frio (o que nunca acontece), muita vontade de dormir (o que nunca acontece), não consigo ficar fisicamente quieto (isto é menos raro...) e apetece-me dar cabeçadas na parede (coisa que nunca fiz).

Antigamente, saía a bater sem nexo;
Hoje, fico quieto e calado.
Da última vez, devo ter ficado umas 2 horas a olhar para uma televisão apagada e não estava mesmo a olhar para ela.

Não são dias bons...

Ia evitar mas...fodam-se!

Wednesday, January 25, 2017

Momento Miss

Naquilo que tem sido uma constante neste início de ano, mais más notícias.
Os tempos não têm sido agradáveis e os problemas - talvez ficcionais, alguns - amontoam-se,

Ontem, notícia de um acidente. Internamento. Cirurgia agendada para estes dias (supõe-se que hoje).
Pode parecer uma parvoíce mas com problemas destas vou lidando bem. Inevitabilidades não me levantam grandes questões nem me deixam em estado de polvorosa, ainda que me preocupem.
É enfrentar e seguir com o que há.

Coisa diferente é esta:
Quando, há uns momentos, tentei saber pormenores do que tinha, em concreto, acontecido, ouvi uma sem número de manifestações de preocupações com o próprio interlocutor que não com a acidentada.
Não sei como vou fazer; agora vai acontecer isto; tive uma proposta de cenas e agora não sei o que vou fizer; isto vai ser um problema; sinto-me encostado à parece e por aí fora.
Poderão pensar que me incomodam os pensamentos que descrevi mas estarão errados. 
É natural que pensemos nas consequências com que arcaremos quanto a situações onde estamos inseridos. Já não consigo digerir serem essas as primeiras e primordiais consequências.
Poderemos pensar, primeiro, em quem nos fez bem?
Poderemos pensar, primeiro, no bem estar alheio?
Poderemos pensar, primeiro, em ultrapassar o mal alheio para, depois, vermos como enfrentamos o nosso?
Pelos vistos, não podemos.
Não podemos no sentido de plural majestático porque eu posso.

Engoli o oh pá, vai prá puta que te pariu! e soltei uma Vamos ver o que se faz quando a situação se der, não vale a pena estar a stressar demasiado agora.

Considerando que sou eu quem escreve estas coisas, espero que tenham em consideração não ser eu a pessoa mais paz no Mundo que encontrarão.
Esta ideia de vamos pensar primeiro nos outros não é universal e não a entendo como aplicável à humanidade. Cada um deve estar preocupado consigo mas não pode esta ser uma regra sem excepções.

Estou farto deste egoísmo e sendo eu egoísta isto é dizer muito.
Estou cansado de gente fraca, mesquinha e mascarada.
Estou cansado de estar envolvido em toda esta merda.

...e é aqui que a porca torce o rabo (infelizmente é metafórico porque eu adoro porcas).
Por um lado,
como estou afastado das multidões, não me exponho demasiado a este tipo de comportamentos humanos e mundanos.
Por outro lado,
como estou afastado das multidões, não consigo ser indiferente por não estar inoculado para esta doença.

O Mundo, em geral, não merece que me preocupe assim e isso é fácil de aceitar.
Deixo o Mundo num canto e vou para outro.
O meu Universo Particular deveria merecer que me preocupe assim e quando não acontece é-me mais difícil aceitar.
Se deixo o meu Universo Particular - e são incontáveis as vezes em que penso em fazê-lo - vou para onde?
Ah se um dia encontro a resposta...

Humanity sucks!

Tuesday, January 24, 2017

Beleza Exista, a vida não é só trump


Monday, January 23, 2017

Frontalidade!

Antigamente, gostava da palavra frontalidade e do seu significado.
Frontalidade funcionava como a antítese de falsidade ou, pelo menos, de caminhos ínvios e eufemísticos para dourar uma pílula que teria uma outra cor.

Infelizmente, não posso mais qualificar-me como frontal.
Agora, por conta de reality shows e mentecaptos que usam o termos e de outros mentecaptos que o aceitam como tal, fodi-me.
Ser Frontal passou a querer dizer, no mínimo, mal educado e eu detesto má educação ou, até, falta dela.

Exemplo do que quero dizer:
Pergunto a uma pessoa: Achas que sou gordo? e essa pessoa responde-me Acho
Esta pessoa é frontal.
A opinião foi-lhe solicitada e respondeu. Não mentiu; Não disse que me achava forte.

Acabo de conhecer uma pessoa que me diz K, és gordo!
Esta pessoa é mal educada.
Não lhe perguntei nada. Não queria saber. Não lhe foi solicitado nada (isto já me aconteceu com outros termos e eu, que nunca me importei de ser gordo mas que sempre me importei com má educação, respondi qualquer coisa como queres ver um gordo a falar com um desdentado? Dirige-me a palavra mais uma vez. Não dirigiu. Era mal educado mas não era maluco).

Hoje, contudo, o segundo exemplo tomou as vezes do primeiro ou, no mínimo dos mínimos, está no mesmo patamar, passando frontalidade a aglutinar ambos.
Não aglutina. Mas aglutinou (detesto esta puta desta novilíngua ou deslíngua).

Ah, é a minha opinião...
Não, não é.
Esquecendo o pequeno facto desta gente não perceber que as palavras têm origem etimológica (palavra cujo significado também desconhecem, o que tem graça), temos sempre o clássico mas quem te pediu a opinião?!
Nã...têm de partilhar como se eu fosse o Fecebook onde, entre outras coisas, todos crescem 10 cms e cheiram a rosas quando cagam.

Bem...
Seria justo dizerem-me que são os outros que estão errados e, por isso, não há motivo para que seja eu a deixar de usar o termo, e teriam razão.
O problema é este:
Sabem o símbolo do infinito? 
Pois bem: eu gosto do símbolo do infinito mas não posso expressá-lo porque, agora, não há porca ou velha com a ideia que tem menos 20 anos que não o tenha tatuado ou que não o use como elemento decorativo numa pulseira ou merda do género.

Ah, isso não te deveria incomodar!
Pois não mas incomoda.
É triste mas incomoda-me que me tomem por idiota mesmo quando não sou. Melhor: incomoda-me que me tomem por idiota quando não é essa a minha intenção.

(Tinha-me ido embora e voltei)

Há uns dias, um amigo perguntou-me como andava a minha vida no meio das porcas.
Respondi que, de momento, não posso andar metido nas porcas, pelo que não anda.
Então, K? Agora tens miúda? Com idade para ser tua filha?!
- És maluco! Não sei como isso se faz. Ia perguntar pelo teste e pedir para me ligar no intervalo?! Pá, por muito fresca que seja a carne, não dá!

...bem, é capaz de haver excepções para tudo.
20 aninhos:

Sunday, January 22, 2017

Black Mirror (agora, mais ou menos sim)

No Natal, um casal amigo de uns amigos perguntou-me se já tinha visto. Estes gajos são cineastas ou coisas parecida e disseram que era muito esquisita...sendo esquisita uma das minhas preferências para quase tudo.
Comecei a ver há uns dias e já mandei abaixo uns quantos episódios.
É, de facto, esquisito.

Aquilo é uma crítica social com muita incidência nas tecnologias mas ultrapassa isso e a crítica não é, necessariamente, clara; melhor: ela é clara mas não é esfregada na cara como isto são vocês, animais!
Por não me sentir a mais enquadrada das pessoas, gostei de ver e gostei de não me rever em nada do que ia vendo mas, depois, apareceu um episódio.

Numa penada;
o pessoal tem um chip metido na cabeça que grava tudo o que acontece, pelos olhos do próprio. Uma memória externa, se preferirem, que pode ser consultada exactamente enquanto tal.
Logo à partida, isto pareceu-me horrível porque o cérebro é tão feito para lembrar como para esquecer e o meu já tem mais tendência para lembrar do que para esquecer, o que é desagradável.

A parte do lembrar demasiado é muito esmiuçada.
A pessoa - no caso, a personagem principal - retoma cenas e revê-as para apanhar sinais da mulher dele para com um terceiro. Vê, revê, vê, revê e ela vai-lhe dizendo que ele é maluco e que está a imaginar e não a ver.

Faz sentido.
Tudo é o seu contexto e sugestão.
Ver algo demasiadas vezes com a ideia do que ali se está a passar tende a reforçar as ideias que se têm e não necessariamente a realidade do que está a acontecer.
Revejo-me nisto.
Faço um esforço muito grande para não condicionar o que vejo ao que quero ver e faço-o porque revejo tudo muitas e muitas e muitas vezes.

Ponto de situação:
Para o pessoal que quer ter o chip: nunca me aconteceria. Isso é para doer aos outros.
Para o pessoal que remói nos pormenores: acontece-me mesmo sem chip. Não quero reforçar a capacidade.

O pior e melhor veio depois.
O pior: o gajo não imaginou nem interpretou. Estava a acontecer. Ela tinha-o encornado e fica no ar se foi a vez que ele descobriu ou muitas outras;
O melhor: a série evitou ser o feel good em que ele só estava um bocado queimado e ela sofreu com o queimanço, nada tendo feito.

Filhos da puta...reforçam a minha ideia de que "o que parece é" e um gajo passa tempo demais a imaginar que está a imaginar.
K, tens sempre razão, mesmo quando não querias...

Os outros episódios que vi são agressivos para os outros e, por isso, mais agradáveis de ver e apreciar.
O Black Mirror, como todos os mirrors são muito melhores quando apontados para outra pessoa.

ps. o episódio acaba com ele numa casa vazia a usar o chip para se lembrar de quando não estava vazia.
Saber é melhor. Não morremos estúpidos.
Saber é pior. Morremos sozinhos.

Devemos estar todos a precisar:

Friday, January 20, 2017

Dormi 3 Horas e Pouco...não Dá para Mais (mas não é pouco, agradeçam depois)


Wednesday, January 18, 2017

(ia falar do Black Mirror mas preferi deixar o) Pensamento do Dia


Tuesday, January 17, 2017

Ainda o No Rain

Depois de ter encontrado a música do post anterior, de que fui à procura por causa do Sons Of Anarchy, hoje decidi ouvir coisas do Foy Vance.
Afinal, o gajo que fez aquilo deve ter mais cenas top, certo?
Bem, daquilo que ouvi, errado.
Não é que seja mau mas não ouvi nada próximo daquela música. É, para mim, chato.

Isto lembrou-me que, de vez em quando, um gajo (que posso ser eu ou vocês) faz algo de extraordinário mas não é extraordinário.
Não lhe chamarei, necessariamente, um acaso nem sorte mas talvez o esgotar de um qualquer momento que se assemelha a talento mas não há.

Eu sou espectacular em situações de pressão e no meio do caos mas isso não faz de mim espectacular; faz de mim espectacular quando os astros estão alinhados.

Agora,
é certo que sou espectacular, às vezes, o que é mais do que muitos poderão dizer.
Como é certo que o Foy fez, pelo menos, uma música top, o que é mais do que muitos poderão dizer.

Mas ser grandioso não é ser grande quando o vento sopra de feição e isso é uma chatice.

Monday, January 16, 2017

Ando Ocupado mas ainda tenho uns minutos


Thursday, January 12, 2017

..e assim de repente, porque precisam de mim, o meu humor melhorou.
Não devia ser assim mas preciso que me distraiam e que me retirem do labirinto que está montado dentro do meu crânio.

Não me conseguem animar;
Não me conseguem tirar à força;
Não me conseguem mostrar que não devia estar como estou.

É só preciso soar um alarme e eu acordo.
Não devia ser assim.

Oldie but Goodie

Tuesday, January 10, 2017

Esta Gente Não Aprende!



Não vi os Globos de Ouro mas ouvi falar do discurso da Meryl porque sigo o mundo MMA e eles ficaram irritados com a afirmação de que a seguir-se o caminho que se quererá seguir (Trump), só sobrará futebol americano e MMA que não são artes (não perderei tempo a dizer quantos do MMA são estrangeiros nem à soberba de decidir o que é e o que não é arte).
...depois fui ver...

O Mundo das celebridades serve-me para descomprimir.
Acho graça a saber quem come quem e quem se droga com o quê e quem gosta de que luxos...enfim, a minha parte fútil sente-se confortada quando o meu cérebro se desliga...mas o meu cérebro não se desliga muito tempo.

As celebridades, muitas e muitas delas, desligam-se da realidade à pála da importância que lhes é dada por uma populaça que vive pouco e sonha muito.
Porque assim é, confundem as banalidades que dizem com verdades ou lógicas inquestionáveis. Acham que acham coisas e, numa avassaladora maioria das vezes, não têm uma profundidade de conhecimento que ultrapasse a espessura de um qualquer verniz que se coloque nas unhas.
Uma vez, o Conan disse que o Clooney era um gajo impecável mas impecável no esquema de Hollywood; quando estavam na fila de entrada não sei para que entrega de prémios passou pelo Conan porque o Clooney não espera na fila.

Entendem? 
Para o Clooney é normal não esperar mas não esperar não é normal!

E depois:
I
Esta gente, enquanto rodeada por gente como elas, não entende que a vitória do Trump também se deve a elas.
Não entendem que o pessoal que lavra a terra se está a cagar para os valores liberais e progressistas e apenas se irrita quando vê meia dúzia de mentecaptos a tecer apreciações sobre cenas enquanto beberica um champagne cujo nome não conseguem pronunciar e referem crises humanitárias em lugares de que nunca ouviram falar.
Querem que eles se fodam e, eventualmente, não querem mal.
A Meryl Sreep é sobrevalorizada disse o Trump num tweet e as pessoas de que falei não hão-de ter pensado mas o meu Presidente não deveria ter mais o que fazer?! mas antes É ASSIM MESMO!

Reparem, não é, sequer, que não concorde com o que a Meryl disse mas é, para mim, claramente contraprodutivo e resulta, apenas, de ignorância ou masturbação pública.

II
Por muitos seguidores que estes gajos tenham, a triste realidade é que não têm, em princípio, os que interessam.
O poder das estrelas e o poder mesmo são coisas diferentes.
Poder tem o Rupert Murdoch;
Poder tem o Trump;
Poder tem o Presidente da FED;
Poder tem o Barão de Rotschild;
Pode tem a o George Soros.
Estes, entre muitos outros que não referi e, possivelmente, muitos mais que desconheço, têm poder a sério. Estes podem fazer coisas e fazem coisas. As celebridades batem teses e fazem barulho.
Isto é meio teoria da Conspiração, o que me chateia, mas:
- o Glen Beck foi cortado da Fox depois de um programa sobre a Reserva Federal (história e estrutura accionista). O Glen Beck, se bem me recordo, era o gajo com mais audiência;
- o Medina Carreira viu o seu programa de televisão - anterior - ser cortado do ar depois de um programa que escarafunchou, um bocado, a Maçonaria antes de tal se ter tornado moda.

Este tipo de eventos é fazer e ter poder.
Não foi preciso movimento nem opiniões. Decidiu. Tombou.

...mas como estamos num espaço temporal em que o Bono é considerado para Nóbel da Paz...

Não ia falar do Ronaldo mas...

Ontem vi-o a receber o prémio de melhor do Mundo (merecido).
Nunca tinha ganhado este prémio mas também é a primeira vez que o dão, Para quem não acreditava, é feita justiça, Tenho pena que não esteja aqui o Messi...

Pá...passivo-agressivo e ressabianço vindo de um multi-milionário é ridículo.
Ah, como sofro... é...foda-se, faltam-me palavras que não sejam palavrões.

1º O Messi é o Melhor jogador do Mundo, deal with it!;
2º Teria muito mais respeito pelo Ronaldo se, chegado ao palco, ele agarrasse os tomates e gritasse CHUPEM!!! e fosse à vida dele. Tinha graça e era um fodei-vos sem rodeios.

Mas não.
A portugalidade não o deixa.
Nem a portugalidade nem a Madeira.

Monday, January 09, 2017

2 Coisas que Me Fizeram Rir

ALICE (esta é maio macabra mas aconteceu).

Estava a ver o Alice, da Julianne Moore, que relata a história de uma pessoa com Alzheimer (vamos confiar que escrevi bem) e disse foda-se...eh pá, preferia ter cancro (uma escolha) ou ter de amputar um pé...ou os dois (menos uma escolha e mais uma eventualidade)!

Passadas umas quantas cenas, ela disse a mesma coisa.
Teve graça a personagem achar o mesmo que eu.

Um gajo ver o cérebro ir de vela, especialmente quando lhe tem apreço e gosta dele, não é uma coisa fixe.

AS VOLTAS DO MUNDO

Esta tem duas partes.

Enquanto trabalho vou brincando com o Google.
Procuro coisas que não sei bem explicar (como, por exemplo, pickups para uma guitarra que não tenho e que não sei tocar ou onde é o umbigo do Mundo) e, por portas e travessas, apareceu-me o marido actual de uma das minhas Ex.
Isto, só por si, tem graça e comprova que o Mundo é uma aldeia e, com a Net, se calhar é ainda menos que isso.

II
Aparentemente, uma das actividades dele são palestras motivacionais ou coisa do género.
Ri-me tanto que não consegui aprofundar o tema sob pena de pensarem - quem está ao meu lado - que tinha enlouquecido.

Não me ri por causa da actividade (ainda que não faltem por aqui considerações ao Gustavo Santos e pessoal da estirpe);
Ri-me porque tem, para mim, muita graça como se vai de um extremo ao outro em meia dúzia de anos ou, talvez, um bocado mais que isso.

O Mundo não pára e isso é reconfortante.

...e porque me ri:

O Efémero e An Idiot Abroad

Já não me lembro quem foi o gajo que escreveu quero fazer contigo o que a primavera faz com as cerejeiras, coisa bonita de se dizer e uma imagem muito bonita até que as flores a que se aludem tombam.
Vi, não me lembro onde, uma Mãe dizer à filha o tempo de duração de uma borboleta e, perante o espanto e desagrado da miúda pela esperança de vida, acrescentar qualquer coisa como dura pouco mas a vida delas é linda!.
No Tróia, o Aquiles diz à (insert name, esqueci-me...) que os Deuses invejam os mortais porque cada momento dos mortais é irrepetível porque a sua vida é efémera.

Estes três exemplos são racionalizações e justificações demasiado retorcidas.
Não seria melhor que as flores durassem mais tempo?
Não seria melhor que as borboletas conseguissem bater as assas mais do que meia dúzia de vezes?
Não seria melhor termos mais tempo para tudo?

As coisas morrem.
Não precisam de muita justificação. Morrem.

Estas frases e estas ideias soam-me, se for muito sincero, a é dos carecas que elas gostam mais!, boato seguramente iniciado por carecas para justificar que o Mundo não acaba com a queda de cabelo.
Reparem: o Mundo não acaba mesmo mas...as mulheres preferirem os carecas parece-me parvo.

Largar é difícil...
Quando o meu avô estava a quinar tentou segurar-se à vida o mais que conseguiu.
Se lhe tivessem perguntado, uns anos antes, se quereria continuar a pulsar descrevendo as condições em que isso aconteceria ele teria respondido, prontamente, que não.
Eu, como vi aquilo, digo exactamente o mesmo: se eu ficar assim, deixem-me tombar depressa. Desisto. Não quero.
...mas perante a realidade, e não o cenário, será que não entraria em automático de preservação e tentaria o mesmo? Não sei mas não queria.

É difícil largar.
É difícil saber-se quando é o momento de largar.

No meu caso em concreto, direi que sempre larguei o que tinha de largar a tempo mas é perfeitamente possível que o tenha feito, sempre, cedo demais. E cedo demais pode ser tão mau ou pior do que tarde demais.

Querem ver a flor de cerejeira morrer?
Querem ver a borboleta morrer?
Querem ver a efemeridade da vida acontecer?
Eu não quero. Eu não preciso. 
Sabendo o que vai acontecer, o melhor será lembrar a flor em flor; a borboleta em voo; a efemeridade do momento numa fotografia mental, se outra não houver.

A vida é trágica porque se sabe, à partida, que se morre mas será que temos mesmo de estar lá para a tragédia e colaborar para a confirmação?
Para mim, sempre que se puder evitá-lo, deve-se fazê-lo.

Quero fazer contigo o que a Primavera faz com as cerejeiras só se não puder fazer o que a natureza faz com os espinhos do cacto...os espinhos duram mais tempo.
Dispenso a beleza da rapidez.

e An Idiot Abroad

Esta é uma série do Gervais em que um...idiota vai viajar, coisa que nunca tinha feito.
É verdadeiramente espantoso como um idiota daqueles tem tanto em comum comigo...

Se é certo que a maioria das observações dele são parvas e ignorantes quanto aos costumes dos povos que visita e quanto ao que aprecia (o gajo acha que a Grande Muralha da China é uma parvoíce e sobrevalorizada. Afinal, a Auto-estrada também se vê ao longo de quilómetros e é mais útil...) não é menos certo que concordo com muitas das coisas, o que me dá vontade de rir.

Quando frente ao Muro das Lamentações disse ok, estou a olhar para um muro e eu acho o mesmo;
Quando chegou ao Taj Mahal e lhe perguntaram se era espectacular ele respondeu que até era mas estava lá muita gente...e era ridícula a fila para se sentarem num banco e tirar uma fotografia (era o banco onde a Princesa Diana se tinha sentado) e eu acho o mesmo.

Engraçado foi quando o gajo conheceu um líder espiritual indiano.
Espiritualidade não lhe diz nada e tudo o que o líder lhe dizia não lhe era familiar ou, sequer, interessante mas essa experiência marcou o gajo.
No meio de muita coisa, o idiota sentiu o intangível e, com graça ou o que lhe queiram chamar, o mais intangível de tudo.

  (já não passava há muito...)

Friday, January 06, 2017


Os Paradoxos Lineares (parece metido ao intelectualoide)

Estive a ver o 60 Minutos sobre o George Soros e respectiva entrevista.
A entrevista em questão deu merda, para o Soros, e consta que tentou impedir que fosse exibida. E, daquilo que percebi, houve uma grande merda e uma pequena merda.
A grande merda há-de ter sido a assumpção de que tinha colaborado com os Nazis no confisco de bens dos judeus quando tinha 12 anos, ou coisa que o valha, sendo que é judeu.
Quando lhe perguntaram se se sentia culpado, respondeu que não porque era uma criança, paralelamente, não lhe pareceu que tivesse alternativa.
A pequena merda há-de ter sido a assumpção de que não lhe pesava na consciência ganhar dinheiro à pala do descalabro financeiro, quando faz e fazia investimentos fazia-os sem pensar nas repercussões sociais.

A grande, parece-me uma resposta óbvia e verdadeira.
Seria melhor dizer que ainda não consegue dormir por causa do que fez em criança? Talvez...

A segunda foi, ainda durante a entrevista, recebida com uma enorme estupefacção. 
O entrevistador, e, aposto, muitos dos que assistiram e agora lêem, não conseguirão entender como o gajo que afirma o que afirma e faz o que faz é o mesmo que dá milhares de milhões para caridade.
(se derem uma volta pela net vão encontrar muitas teorias conspirativas quanto ao porquê da sua caridade mas vamos assumir que são apenas teorias)

Não acho esquisito que uma mesma pessoa, num contexto, seja uma coisa e uma outra noutro.
Quando o Soros está a ganhar dinheiro, interessa-lhe ganhar dinheiro;
Quando o Soros está a dar dinheiro, interessa-lhe dar o dinheiro.
Mais do que ser fácil de perceber, é lógico mas nesta época de carpideiras com outfit sado-maso por baixo da roupa enlutada...

Ontem disseram-me eu nunca vou ser como tu!
Como vocês - e quem mo disse - me vão conhecendo, seria de pensar que o tom usado foi o de alívio. Não foi. Foi de aviso.
O tom de aviso foi recebido com estupefacção.
Eu não desejo ser como eu a ninguém. Eu não desejo ser como eu a quem me é próximo porque seria o primeiro e mais decisivo passo para deixar de me ser próximo. Eu sou insuportável.

Como se liga uma coisa com a outra?
Não é simples nem intuitivo e pode dar-se o caso de nem sequer ligar.

Ora bem:
Porque eu me tenho em boa conta não significa que eu me ache um exemplo a seguir;
Porque eu tenho qualidades, não as exijo na mesma medida aos outros;
Porque eu tenho defeitos, não os aceito na mesma medida vindos dos outros.

Será óptimo se outros (incluindo quem mo disse) entenderem que as pequenas coisas revelam o quadro onde se pintarão as grandes coisas;
Não será óptimos de outros se tornarem cata-ventos itinerantes a tentar dar sentido a toda e qualquer aragem porque, muitas das vezes, aragem é só...aragem.

Eu já pisei a tola de uns quantos gajos;
Eu já socorri uma ou duas pessoas que tinham mais quem as socorresse mas que não o fizeram.
Não me arrependo de uma e não me orgulho de outra.
Sou o mesmo gajo quando pressiono uma cabeça com o pé e quando seguro outra com as mãos.

(a minha cabeça ainda não assentou, como é bom de ver, mas está a caminho!)


Thursday, January 05, 2017

Não querendo julgar livros pela capa;
Não querendo fixar-me na árvore e não na floresta (nem no quanto detesto esta expressão);
Não querendo ser demasiado fechado a interpretações mais remotas e menos correntes:

Alguém me pode explicar o motivo de toda a gente que fiz que foi raptada por extra-terrestres e que viajou no tempo e que o Soros é o Senhor do Universo parece completamente desvairada?
Eu nem sou gajo para andar formalmente vestido mas...caralho, em todos os abduzidos não há 1 que alguma vez tenha visitado um barbeiro ou comprado um fato?!

Wednesday, January 04, 2017

Blind Side, O Desabafo e Uma Lembrança Que Nem Tudo É Mau

Blind Side

Filme baseado numa histórica verídica que tem como personagem principal a Sandra Bullock.
APESAR de ter a Sandra como actriz principal, este filme juntou-se à, até agora, lista de filmes que me emocionaram e que se resumia ao Kramer vs Kramer.

Não sou sensível, em termos lacrimais, a muitas coisas. 
Lamento umas, lamento muito outras mas como sou pregado à realidade e ao coisas más acontecem a coisas boas e porque não encontro justiça divina no Mundo mas apenas o acumular de circunstâncias que encaminham para um determinado fim, sigo sem muitas dificuldades.

A questão do Kramer vs Kramer envolve uma criança e a isso fui mais sensível.
Teria de o ver novamente - e não quero! - para conseguir, agora, identificar o porquê desta história e não as muitas outras do género foi capaz de me emocionar.

O Blind Side, como o vi já em fase mais madura, sou capaz de identificar o porquê de me ter tocado um bocado mais.
É certo que também este filme envolve um jovem quase criança mas aquilo com que me identifico é uma outra coisa.
O Michael não era amargo e não queria chatear, sendo muito educado e introvertido. Essa timidez (no caso, quase cómica atento o tamanho do bicho) sensibilizou umas poucas pessoas (a Sandra) mas fez todas as outras seguirem o seu caminho; podiam carpir um bocado mas é que se foda.

À custa de sofrimento pessoal, o gajo não era amargo e não queria ser um peso.
Ora,
se não me consigo identificar com a história pessoal do Michael nem com as muitas tormentas pelas quais passou, entendo o sentimento e entendo a mentalidade.
Ele, como eu, achava que não tinha de incomodar os outros com os seus problemas;
Ele, como eu, preferia apanhar chuva do que pedir o que quer que fosse a quem quer que fosse;
Ele, não como eu, não tinha ponta de amargura;
Ele, não como eu, era introvertido e amável com todos.

Eu, porque entendia uma coisa ou outra e senti-as, em pequena escala, como minhas, fui sensível ao gajo e senti-me, com ele, grato a quem se quis dar a um trabalho que não lhe pertencia.

Fiquei contente quando uma coisa boa aconteceu a uma pessoa boa.
Fico sempre.

(Pequena nota: não lacrimejei em nenhum destes filmes, não consigo.
O que acontece é que em ambos os casos teria lacrimejado, se conseguisse.
Na verdade, lacrimejei, recentemente, mas não foi emocional nem doloroso. O meu corpo entrou em choque e começou com tremores que se estenderam a água a escorrer-me dos olhos. 
Não foi fixe, Não pretendo que aconteça novamente)

O Desabafo

Detesto desabafar, pelo que não o faço.

Não o faço por Personalidade:
Não vejo vantagens em desabafar.
Não vejo vantagem em nada que não leve a um determinado resultado e se desabafar não é capaz de me resolver um problema, prefiro não fazê-lo.
Acresce que porque apesar de poder valorizar opiniões externas só as minhas interessam, de facto, penso sempre caralho, por que vou eu falar desta merda? Perder tempo? Chatear pessoas?! e opto por não o fazer.

Multiplicar problemas não resolve 1.

Não o faço por Orgulho:
Não tenho vergonha nenhuma das minhas merdas, mesmo as que preferia não ter.
Tenho, contudo, uma convicção profunda de que tenho de ser eu a resolver o que quer que seja, Tenho de ser capaz. Devo ser capaz. Se não for: fodi-me, é o que é.
Já estive algumas vezes para me foder mas, até agora, ainda não aconteceu.

É verdade que não levo a bem que me escondam as mesmas coisas que eu escondo aos outros mas...isso fica para outras núpcias.

Não o faço para Defender Quem Devia Participar:
As pessoas que me são próximas pensam que as excluo destas merdas porque as quero afastar e, porque nestes momentos a minha racionalidade leva uma facada, não sou capaz de afirmar sem medo de estar enganado que estão erradas.
Posso, ainda assim, dizer isto:
SE eu decidir que preciso e apoio em algum momento esta minha decisão não é relativa, é absoluta.
Não me interessa se vai dar jeito;
Não me interessa se vai colidir com outras obrigações;
Não me interessa se é exagerado.
...e como nada disto me interessará, a coisa tem todas as hipóteses de poder azedar e deixar de parecer que as quero afastar para as afastar de facto.

Eu não sou bom a pedir ajuda;
Eu não sou bom a perdoar.

(percebem como o Blind Side se liga a isto?).

A Lembrança

Quando vinha no carro, deu uma música que é raro (foi a primeira vez que a ouvi) dar em estação.
Fiquei quase quase contente.

Aqui vai:

Monday, January 02, 2017

Génios


Sem contar com artes, o meu intelectual favorito.
Bem, mais do que favorito é possível que seja o único que realmente aprecio.

É muito engraçado, e significativo, que a entrevista seja na AlJazeera.

Tormenta II

Nem semelhante do que se refere a ter sido bem sucedida.
Eu - como muitos e muitos outros - confiei que por ter sido bem sucedido na primeira barreira também iria ser na segunda. Não fui. Não estou a ser.

Por volta das 18.00hs de 31.12 a coisa azedou e, como é habitual, azedou muito depressa.
Poderão perguntar foi do nada? e responderei que não, não foi do nada.
Só que apesar de não ter sido do nada também não foi nada que justifique a entrada de nariz à frente na terra. O que aconteceu, e que não é virgem no meu caso, é que um pequeno e, quase, insignificante evento tornou-se no premir do gatilho de uma arma que já estava carregada e pronta a disparar.

Depois disso, foi sempre a descer. Melhor, depois disso não voltei a subir.

Foi-me perguntado o que tinha e não me apeteceu falar sobre isso; aliás, não me apeteceu e ainda não me apetece, razão pela qual não o farei aqui também.
Aqui, não o farei porque não me apetece mexer em ferida aberta;
Ali, não o fiz porque estou em modo de destruição e sem discernimento para escolher o que mando ao ar.

...é difícil explicar algumas coisas a pessoas que não se conseguem identificar com um determinado tipo de mentalidade ou, de vez em quando penso nisso, a um determinado tipo de enfermidade.

Não tenho vontade de chorar;
Não tenho vontade de falar;
Não tenho vontade de me queixar;
Não tenho vontade de partilhar;
Não tenho vontade de ser ajudado.

Tenho vontade de desaparecer.
Tenho vontade de nada.

Aprendi, contudo, que sempre foi passageiro mas procuro não me esquecer que, como estas tormentas, por ter sido sempre passageiro não quer dizer que venha a ser sempre passageiro.
Aprendi, também, que, nestas alturas, não tenho apenas vontade de desaparecer mas, também, de fazer desaparecer tudo o que me rodeia. Destruição em escala. Destruição na maior escala que me for possível.

Então,
um pouco como os alentejanos que quando têm vontade de trabalhar sentam-se esperam que a vontade passe, faço o mesmo.

Então, se eu tiver as minhas coisas e não quiser partilhar contigo, é na boa.
- Não, não é na boa. Nós não somos iguais. Nós não somos a mesma pessoa.

Ela. como muitos outros e felizmente para os próprios, sentem-se confortadas quando apoiadas e ouvidas.
Eu, como alguns outros e infelizmente, só tenho os olhos cheios de rios de sangue que esperam o momento - qualquer um! - para rebentar as margens e conspurcar tudo, merecida ou imerecidamente.

Vou continuar sentado.