Thursday, June 28, 2007

Parte II

Não tenho nem ideia de como vai ser...
Gostaria de dizer, com segurança, que é um novo começo, um renascimento...mas não posso porque não sei.
Tenho, como sempre se retirou das minhas coisas (quem as lê), muita vontade de mudar, sempre senti a necessidade mas nunca fiz muito por isso.
O status quo mantinha-se, a minha vida era boa, os meus caprichos respeitados e correspondiso e isso segurava-me como se de uma âncora se tratasse.
Depois desta descrição com o seu quê de poética e de força, dizer que estava feliz, que um advento aconteceu e que me forçará a ser diferente.
Não, nada disso aconteceu...
Queria o que aconteceu mas não estou feliz.
Gostaria de dizer que tenho medo.
Gostaria porque seria mais simples,
gostaria porque teria um nome,
gostaria porque seria palpável,
gostaria porque reconheceria....
Não sei o que isto é.....
Não tenho nome a dar-lhe.
Quebraram-se correntes que já haviam há muito desaparecido, transformei-me em alpha dog, deram-me aquilo para que nasci... e não sei como chamar-lhe.
Tudo são não seis,
o único sei é que o meu nome não mudou, a minha força sente-se amorfanhada na incerteza e renascerá e Phenris será Phenris de novo.
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Só preciso que seja rápido...

Monday, June 25, 2007

Não me interessa....
poderia escolher mil justificativa
mas a verdade é essa...
Não me interessa.
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Lembro-me de ter 2 meses
e recordo-me de pouco depois disso.
Sei bem que dias foram esses
mas prefiro-os apagados no omisso.
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Hoje, o sofrimento não me toca,
vivi dentro dele tempo demais.
Tornou-me num animal que foca
apenas nos males carnais.
Acabou-se o bombeiro
que tem por amigo o rio.
Acabou-se o olheiro
que regela entre o frio.
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Quero, no fundo, que te fodas,
quero, mesmo, que deixes de ser sombra.
Não me importo para onde explodas
desde que não destruas mais a obra.
.
De entre os espinhos cresceram-me flores,
são duas e são o meu batimento vital.
Se uma delas sofre, virá o pior dos horrores...
Eu morro de vez e comigo nascerá o mal.

Thursday, June 14, 2007

Queda de Um Anjo

.
Não sou uma pessoa iludida.
Como já aqui escrevi, creio que algumas vezes, não confio na natureza humana porque a entendo como sendo muito permeável à corrupção.
Fosse a corrupção a que me refiro a de dinheiro e as coisas não seriam más de todo, pelo menos existiria uma explicação, ainda que inaceitável.
Infelizmente, a corrupção é a todos os níveis.
A carne é fraca, o espírito é fraco, a espinha sofre, muitas vezes, de escoliose, os olhos vêm o que lhes interessa... nada escapa.
O que me leva à Queda do Anjo.
Ora, será, seguramente, difícil existir uma queda quando nunca antes aconteceu uma ascensão.
Os pedestais desta vida são ocupados com base numa pureza ou numa virtude que raramente existe.
Assim sendo, o que se julga um Anjo não o é e o que parece um pedestal não o será também.
A busca de uma matriz ou de um ídolo ou de uma referência faz esquecer a forma como se inicia o movimento de andar e limita os buscantes a procurar imitar a forma como se move quem anda, supostamente, à frente.
Os pés não são iguais, as pernas podem ser mais longas ou mais curtas, pelo que será impossível imitar uma passada durante muito tempo... cansa.
Não me falem deste ou daquele porque quero que esse e o outro se fodam.
Não é uma forma humilde de se andar, no entanto, é minha e não corro o risco de que as pernas não aguentem o percurso.
Se as gentes não andassem permanentemente a olhar para cima talvez vissem a aproximação do muro que se aproxima ao nível das águas do mar.
Eu não sou isto ou aquilo, sou apenas Eu.... e quanto a isso, pouco haverá a fazer.

Wednesday, June 06, 2007

Especialidades


Tenho uma enorme dificuldade com excepções.
Sabes aquelas situações marginais em que na maioria absoluta dos casos pende para um dos lados e num ínfimo número pende para o outro?
Tipo "nada....achas?! Isso é obviamente impossível!!!" e depois de uma breve reflexão (ou num momento de compaixão para com quem te escuta, se ouve "bem....impossível impossível não é... mas é ALTAMENTE improvável!!".
Também eu acho que a impossibilidade não existe....
É complicadíssimo, senão impossível em si, criar uma regra geral e infalível quando se fala de pessoas.
Se existem milhares de tonalidades para uma coisa haverá milhares de milhões de nuances nos sentimentos e nos comportamentos.
...e estamos de volta à minha falta de fé na espécie humana, quando a espécie humana interage comigo.
Tenho alguma facilidade (não sou crédulo, acho-me realista) em acreditar que, mediante uma determinada explicação e observação, as excepções à generalidade existem e que é possível eu estar perante uma delas.
Conheço, felizmente, pessoas que entendo serem especiais e, por isso, merecem ser brindadas com algo pouco comum.
O problema, no entanto, é sempre o mesmo:
Se todos os que se julgam especiais o forem de facto, não existirá generalidade, o que é manifestamente errado.
A maioria das vezes, o que parece é,
quando parece bom demais, normalmente não é tão bom,
quando parece que os astros estão perfeitamente alinhados, normalmente não estão,
quando algo parece estranho, normalmente é.
Como saber se se é mesmo especial?
Não há fórmula exacta para isso.... a solução é acreditar.
Eu acho sempre que me querem foder, então, não acredito que seja especial.

Tuesday, June 05, 2007


Transporto comigo um peso imenso.
Muitos dos kilos que me pesam nos ossos nem sequer são meus, sei-o bem e sabem-no por mim.
Um dia destes disseram-me isso, que eu não posso ser responsável por tudo que me rodeia e não tenho de me sentir na obrigação de dar as costas sempre.
É daquelas verdades que não me ajuda, não me ajuda porque a conheço, não é uma revelação.
É daquelas verdades que não mudam nada, não mudam porque nada posso ou nada consigo fazer.
Sei perfeitamente onde a minha responsabilidade começa e acaba,
sei perfeitamente que não posso e não consigo retirar a dor dos outros e absorvê-la para mim.
Apesar disso, não consigo evitar sentir que faço o que tenho a fazer, não consigo evitar sentir que ainda que não resolva o problema tenho de lá estar.
Não sinto como virtude isso de ser o céu e o mar das pessoas que me são queridas, não sinto orgulho em ser a trave mestra de quem mora dentro de mim, não me acho especial por ter tanta resistência, não encaro como um favor pelo qual devem ser gratos... eu sou assim, não é vontade nem, sequer, necessidade.
Eu sou assim porque não sei ser de outra maneira.
É a minha finitude...
Não é coragem, é a incapacidade de ser diferente...
Se o maior dos idiotas é aquele que não evolui com a idade, que não aprende com a experiência, eu mereço, claramente, um altar.
Se existisse uma coisa chamada Idioticismo eu seria canonizado em vida.
Sinto a pele a rasgar,
sinto a tolerância a esvair-se,
sinto a inteligência desaparecer,
sinto a serenidade em chamas,
sinto que não deverei ser capaz de suportar muito mais sem os ossos se partirem... mas até que, de facto, partam, eu estarei aqui.
Deve de ser um caminho sem volta... na verdade já não sei para que lado fica o Sul nem o Norte.