Esta fim-de-semana que nos abandonou levou-me a uma festa do social. Não que eu seja social, nem epistemologicamente nem no sentido mais actual e vazia, mas porque conheço quem seja e, até, quem viva no meio ainda que não goste.
Para que não restem dúvidas quando a mim:
Nunca gostei de ser fotografado (em nenhuma circunstância), não vou a lugares muito densamente povoados, não me atrai comparecer em eventos e quando quero ir onde vão acontecer cenas costumo aparecer muito mais tarde, quando as cenas já aconteceram.
Misantropo.
Isto para esclarecer que pode esta ser uma questão agudizada pela minha personalidade e, por isso, vagamente exagerada.
Então:
Era um social pobre; uma dúzia de colonáveis em que conhecia - vagamente - apenas 2 e esses 2 eram de categoria B.
Fiquei encostado a um canto, como quem come amendoins enquanto vê macacos, sem dizer uma palavra ou manifestar qualquer sentimento porque se manifestasse a coisa ficaria entre o nojo e a estupfacção.
Foi assustador o quanto as pessoas queriam que a sua foto fosse tirada; foi incrível como meia dúzia de pessoas queriam - e tiraram - dúzias de fotos em que alternavam as posições e os intervenientes ad nauseam. Não foi tanto a futilidade, que se podia apalpar, que me chateou, nada tenho contra gente fútil; o desespero e a excitação é que me deixaram atónito!
Não escreverei tudo o que pensei porque não há palavrões que cheguem mas posso dizer-vos isto: estamos muito perto do fim do mundo...
E OS OUTROS?!
É muito comum, ainda dentro do tópico, serem violentamente criticados os alpinistas sociais, há até um livro. Infelizmente, voltando ao anterior, os alpinistas sociais de que se fala restringem-se aos e às idiotas que andam atrás do flash e, eventualmente, aos e às idiotas que andar a tentar dar o glope do baú. Ou seja: os insignificantes que decoram umas páginas de revistas mas que, factualmente, nada ou quase nada afectam o dia-a-dia de cada um de nós.
Em contrapartida, não se chamam alpinistas sociais aos que preferem as festas de embaixadas do que as festas de paróquia; não se chamam alpinistas sociais aos que vomitam imperfeições, mentiras ou ignorâncias nas televisões ou nos jornais; não se chamam alpinistas sociais aos e às que não são suficientemente boas e que, por isso, tentam a intlecualidade (?) medíocre para darem um ar da sua (des)graça.
O que piora, para mim, a história neste segundo tipo de gajos e gajas é que o que fazem não é tão inócuo como vestirem uma cena de griffe; o que piora é que tentam convencer quem os vê de coisas que ou não existem ou não são assim; o que piora é que esta gente não te faz ir comprar um par de calças excessivamente caro mas decidires por apioar decisões que apesar de aparentemente grátis têm um custo muito elevado.
Se se perder algum tempo - o que não é desejado - a ver o que se diz e passa no mundo chega-se à conclusão de que uns comentam o que comentaram os outros; uns relatam o que escreveram os outros; uns repetem o que ouviram os outros dizer.
É um exercício muito interessante dar-se uma vista de olhos a canais ou jornais estrangeiros e constatar que os vocábulos e as expressões são os mesmos (evidentemente traduzidos). Chega-se ao cúmulo de se traduzir idiotamente como, por exemplo, quando Passos Coelho disse que determinados manifestantes dão muito nas vistas porque são muito vocais. Por que disse ele isto? Porque os americanos usam o termo vocal para designar o que nós chamamos, por exemplo, barulhentos. Em Portugal todos somos vocais, menos os mudos.
Eu compreendo que não seja possível a todos termos lido o Capital para assim analisarmos os comunistas; eu compreendo que não se pode exigir a todos que leiam Paulo Coelho para assim ter capacidade de apelidar de lixo.
A diferença é que nós fazemos isso num café enquanto outros fazem disso profissão e quem faz disso profissão deveria saber um bocadinho mais.
PRETA, ALTA E INTERMINÁVEL
Como não gosto de apedrejar, apenas, o telhado fútil dos outros...
No mesmo evento que descrevi em primeiro lugar trabalhava um preta num dos bares. Por natureza e inclinação tenho uma fraqueza quase incontrolável por tez torrada. É muito desagradável porque consigo desviar o olhar de uma mulher bonita mas não consigo fazer isso se essa mesma mulher bonita for afro-descendente (termo detestável mas que por pressão social decidi escrever... infelizmente, não sou absolutamente alheio a convenções sociais).
Não estou certo da altura mas devia andar pelo 1.80mts descalça; corpo esguio e pernas que não estou certo sonseguir seguir com os olhos sem ficar cansado a meio do caminho; rabo óptimo, como é apanágio, e - porque se destinguia quando se baixava atenta a derme que era o vestido - um dental cujo nome técnico desconheço mas que era daqueles que aconpanham o desenho das nádegas e não dos que fazem um T; muito bonita...exótica não só por causa da cor mas porque tinha toda a feição de quem herdara um emaranhado de tipos sanguíneos.
Além de tudo o que descrevi, que é mais do que suficiente, ainda por cima usava uma afro bastante grande (à la Erikah Badu) e era bossy... o que muito me agrada.
Ah, Kaiser, então, como um macho, investiste como um animal!!!
Não, meus amigos...não.
Além de não ser daqueles gajos que andam a noite inteira como uma bola de pinball, de um lado para o outro até acertar, nem daqueles que fica intimidade porque uma gaja é boa sou, isso sim, daqueles que evita o periogo quando e como pode.
Aquilo era perigoso; aquilo é capaz de desnortear um gajo e se há uma coisa que eu sou além de misantropo é controll freak.
É uma táctica parecida com a que uso para não trair quando estou a relacionar-me com alguém:
Não me iludo e enfrento as provações, fujo delas. É que um gajo pode ser forte mas não é 2.