Ah, o homem analógico já tinha batido as botas!
É. Talvez seja verdade.
A tecnologia já andava a fazer-nos a cama.
Tecnologia, para mim, é como uma chave de fendas: é útil mas não gosto dela...manos quando preciso e aí aprecio um bocado.
Gosto de pensar em mim como ludita mas ludita não sou. Por um lado porque não posso e por outro porque não quero.
Adoro a minha smart tv;
Adoro a minha DSLR.
Também muito aprecio o avanço ma medicina e acho importante que a tecnologia possa aproximar o que está fisicamente distante.
Gosto da tecnologia útil.
A tecnologia não é o novo Deus.
Por exemplo:
Não uso Via Verde;
Não há pagamentos automáticos na minha conta;
Não tenho um SmartPhone;
Não tenho PayPall;
Não tenho Facebook;
Não tenho WhatsApp;
...e nem sei dizer quantas mais coisas não tenho porque não lhes ligo.
Quando ficam chocados com o meu flip phone, há uma parte de mim que fica orgulhosa (sou very cool) mas há outra que, quando quero, lhes explica:
meus caro, fico agarrado a um computador umas 10 horas por dia...por que motivo haveria de precisar de um aparelho que me mantém ligado o resto do tempo?!
Isto, para mim, é óbvio!
Se for realmente urgente, o pessoal pode ligar. Mas nunca é urgente. O pessoal acha que se mantém actualizado sobre nem sei bem o quê.
Onde foi X jantar?
Qual a cor preferida do Y?
O que pensa a Dianna da política nacional?
Percebem?
Para quê?
E, depois, há o imenso problema da ignorância.
A minha impressão é que apesar de nunca se ter tido tanto acesso a informação, nunca se soube tão pouco.
O pessoal não entende, por exemplo, que a Wikipedia é uma fonte aberta, pelo que não é sabedoria em sim. E eu vou imensa vezes à Wikipedia mas ou para coisas insípidas por irrelevantes quanto à certeza ou para encontrar uma seta que me possa apontar, rapidamente, o que preciso de procurar.
E, pior dos piores, passou a confundir-se opinião com facto.
Mas nem era sobre isto, na realidade.
Como me cansei, vou resumir o que haveria de ter sido o principal.
O COVID haverá de ter tornado a tecnologia mais importante.
Os serviços de entregas tornaram-se mais eficientes, os sites tornaram-se melhores para não perderem dinheiro, a tele-escola vai regressar em força e as aula online de cenas dispararam (yoga, dança, ginásio e por aí fora).
O retorno a uma vida de pessoas normais tornou-se mais difícil e a porta escancarou-se ainda mais.
Para mim, é uma merda...