Tuesday, December 24, 2013

ALPHAS

Mais uma coisa pró Norte Americano que começou a ganhar forma por cá: o conceito de Alpha Dog aplicado a humanos. Um conceito canino, mais na forma de alcateia do que doméstico, que espelhou nas personalidades gregas em alpha, beta e por aí fora.

Nesta época em que temos uma distorção da realidade própria em virtude de coisas como o twitter e facebook e a publicidade que nos faz pensar que somos mais do que somos e que o interesse e atenção que a nossa vida merece é claramente desproporcionada.
Afinal de contas, a quem interessa o que faço todos os dias e todas as horas? A quem interessa o que penso de kandinsky ou de wim wenders ou dos golfinhos ou por aí fora?
A resposta é ninguém. Eu que, eventualmente, enganado acho que consigo articular mais do que a média, que leio mais que a média e que mais coisas que a média, sinto que nada de enormemente relevante tenho para contar. Bem espremida, não sei o que de realmente interessante tenha feito ou me tenha acontecido que mereça atenção geral.
A resposta, mais uma vez, é, provavelmente, nada.

O conceito Alpha não é diferente. É parecido com o conceito de burro e de parvo.
Tenho uma imensa dúvida que um burro saiba ou assuma que o é. 
E o único parvo realmente assumido que conheço sou eu. Não no sentido jocoso ou comicamente depreciativo. Acho mesmo que sou parvo, tanto na graça como na desgraça.

O Alpha é uma coisa parecida.
Ninguém se assume como um seguidor, o que é estranho porque, por natureza, os seguidores são imensamente mais que os líderes.
Onde andam eles, então?
Nos espelhos deste mundo mas não se reconhecem a si mesmos.

A admiração nutrida por este tipo de pessoas também é engraçada.
Sacam gajas e cenas, é verdade.
Dominam isto e aquilo, também é verdade.
Mas são, também os que criam as guerras.
São, também, os que te partem a tromba.
São os que te protegem mas também são os que te mordem.

Não seremos, seguramente, todos alphas mas será que faz sentido, sequer, queremos ser?

Saturday, December 14, 2013

...e Mais um Resumo...

MANDELA

Não ia começar por aqui porque na minha cabeça sou o Rei Sol e as minhas aventuras e desventuras pessoais são muito mais relevantes.
Estou constantemente enganado a este respeito mas, em relação a Mandela, vou no lugar de passageiro porque não sou tão parvo.
Das figuras históricas contemporâneas é a única, das que me lembro, por quem tinha um especial apreço. E este apreço por Mandela tem que ver não com a sua santificação - que, seguramente, o próprio consideraria exagerada como qualquer pessoa que conheça a sua história o considera - mas com a capacidade que admiro em pessoas que fazem o que eu jamais conseguiria fazer.

É verdade que não faço salto à vara mas também é verdade que não tenho particular interesse nisso. O mesmo se alastra a tantas outras coisas que não sei fazer mas que não lamento profundamente.
Mandela era uma outra coisa.
SE me engavetassem três décadas e, ao fim desse tempo, me soltassem e me tornasse o gajo que manda em tudo, cabeças rolariam. Como nunca estive preso tempo nenhum, uso este termos estilisticamente mas não sei se não sairia suficientemente enraivecido para o tornar literal.
Mandela, não.
SE eu tivesse a possibilidade de governar ada eternum um país com a conivência explícita do seu povo e acreditasse que sabia o caminho, provavelmente fa-lo-ia. Por natureza acho que tenho razão e se não discordarem deixo de achar e passo a ter certeza. Gosto de conduzir porque acho que sei sempre o caminho.
Mandela, não. De cabeça, não me lembro de UM governante que tenha achado, por si, que o seu trabalho estava feito e os outros deveriam continuar. É espantoso. É único.

Além das muitas outras coisas de que não seria capaz mas gostaria de ser, ficam estas duas.
RIP Mandela.

INSTINTO DE SOBREVIVÊNCIA

Tenho tido, curiosamente, várias conversas a este respeito. Curiosamente porque me questiono muitas vezes sobre isto.
O Instinto de que falo não é o de matar ou morrer, literalmente. É mais aquele instinto que as pessoas têm, apenas, de proteger o próprio rabo. Defender-se por omissão, se assim se quiser pensar. Não levantar ondas quando acham que o seu barco é frágil. Não provocar um gajo de 2 metros quando se tem 1.20. Esse tipo de coisas.
Não o tenho...
O pior é que sei que não o tenho, queria ter e não consigo.

Não há parvo maior que o parvo que sabe que é parvo. Pense-se na árvore que cai na floresta e se ela faz ou não barulho se ninguém estiver lá para ouvir. Eu sou o gajo que está lá, sabe que caiu, ouviu-a cair e mesmo assim, se suficientemente irritado, não se interessa.
As pessoas que me querem fazer sentir melhor dizem-me que é uma questão de feitio. Tá bém. Pois é. Mas isso não me faz sentir melhor porque não me estão a dizer nada de novo, não vou ter uma epifania e mudar...eu sei tudo isso. SÓ NÃO CONSIGO FAZER NADA!
Na cena que faço todos os dias apareceu a necessidade de uma pessoa me acompanhar para ver como eu fazia o que faço para que ela soubesse como se faz o que também tem de fazer.

À partida, pareceu-me má ideia porque eu não sou exemplo pra coisa nenhuma mas não me opus. As pessoas têm de começar por algum lado.
Depois da cena feita, a pessoa estava mais ou menos assustada e disse-me que não lhe parecia que conseguisse fazer aquilo. Respondi-lhe que ela conseguiria fazer aquilo, só não conseguiria fazer como eu faço porque eu tenho um completo desrespeito pela preservação pessoal e uma quase atroz ausência de medo. As pessoas, normalmente, não são assim e ela também não tinha de ser.

Ela disse-me que queria ser e eu respondi-lhe que ela estava enganada.

AS PARVOÍCES

Acho que já pus aqui a cena do CR7 ter dito a uns miúdo que esperavam o transplante de medula óssea que não lhe dava jeito nenhum ter leucemia agora porque tem cenas combinada.
Ri-me muito porque adora estas estupidezes.
Agora mesmo, estava a passar à porta de uma tabacaria (não estava nada, fui comprar cigarros) e vi a capa de uma revista que, em parangona, dizia DEIXE DE SER GORDO!. Como um parvo, ri-me em voz alta a imaginar um gordo, e não tenho de imaginar muito, passar ali, ver aquilo e dizer FODA-SE!! COMO NÃO ME LEMBREI, AINDA, DE DEIXAR DE SER GORDO?!.

Isto é parvo a muitos níveis e não vou referir todos...
Primeiro, há muitos tipos de gordos. Não vou dizer que os há por convicção porque desconheço a sua existência, mas há os que vivem com o seu peso como com a maiora das coisas nesta vida. É o que é. Devia emagrecer? Devia mas não me apetece. Para eles, este DEIXE DE SER GORDO é muito engraçado. Há os gordos que sofrem com isso e para eles a expressão é uma punhalada. Para uns e para outros, contudo, é indiferente que um idiota grite, mesmo em palavras, este tipo de coisas...
Segundo, as pessoas que lêem revistas de fitness preocupam-me muito mais que gordos. Os gordos podem conversar de muitas coisas, como a maioria das pessoas, os gajos (e gajas, claro) que lêem estas revistas, não: ele é percentagem de gordura, spinning ou lá como se chama essa merda, o bem que lhes faz o exercício e como lhes limpa a alma, a contagem regressiva para a próxima ida ao ginásio, os segredos da depilação (estava uma vez num elevador de um,, you guessed it, ginásio, e esta conversa estava a ocorrer entre 2 gajos...) e todas as coisas super interessantes que tais...

Depois têm a particularidade de serem mentirosos, esses do fitness.
Voltando ao sempre presente Dr. House: num dos episódios, havia um paciente (cuja doença não se encontrava, claro) que era uma daquelas gajas que faz vídeos de exercício e que puxa pelos gordos e cenas que tais e era o próprio exemplo do programa porque era muito gorda antes de ter descoberto a maravilha do exercício.
Ora, a doença dela resultava de uma banda gástrica que tinha colocado (e ninguém sabia, era a parte oculta do milagre) e a solução era tirá-la. Em alternativa, podia ficar com ela, correr mais riscos e ter de tomar medicamentos para o resto da vida.
Resumo: tirar a banda era mais SAUDÁVEL, aquilo que ela apregoava e que jurava ter sido o motivo de ter querido emagrecer.
Pois... ficou com a banda.

Sabem porquê?
Porque estes gajos que falam da saúde não querem saber disso pra nada, só querem ficar contentes (e nunca ficam) quando olham para o espelho.
Detesto gente mentirosa.

Wednesday, December 11, 2013

Why Miss Badu Is Awsome!

Honey you so sweet
Sugar got a long way to catch you
....
You got that honey
You runnin' from me
You really turn me on
You got that honey
Stop acting funny
You really turn me on
...
Can you stick your pinky finger in my tea
Cause you soo sweet ta me.

Love Miss Badu!

Sunday, December 08, 2013

Poucas coisas serão pior para um control freak do que perder o controlo.
Poucas coisas serão pior para um control freak do que pedir desculpas porque tal só ocorre quando perde controlo.

Odiosos dias estes.
A sorte é que, como os bons, também estes passam, apesar de não parecer.

Tuesday, December 03, 2013

Mais Coisas Que Mudam Pouco

Gosto muito do elemento feminino, tanto pelas questões óbvias que a minha condição de ser humano com genitália exterior implicam como pelas menos óbvias de ter sido criado por mulheres e, por isso, lhes ter um respeito imenso.
Tudo o que de mim se vê e se sabe levaria a crer que seria um joguete na mão de qualquer par de melões mas, graças ao que em muita coisa me desgraça, tal não acontece. O meu feitio não permite.

Ultimamente há uma fêmea que me acha graça e não é mentira que também lhe acho alguma. A graça que eu lhe acho, segundo me parece, desaparecia num primeiro encontro horizontal e a que ela me acha também pode ser a mesma mas prefiro acreditar que não; não por uma questão de ego - usaria uma placa a dizer usem-me fêmeas sem qualquer pudor - mas porque acho as mulheres mais sofisticadas e respeitáveis.

Bem,
ela apenas conhecia aquilo que descrevi em primeiro lugar.
Sou um gajo lançado que gosta de fêmeas e que parece capaz de quase tudo para as agradar e, vá, facturar.
Ela não estava enganada, só não estava completamente certa.
Disse duas coisas em duas ocasiões de que não gostei. Não foram ofensivas nem foram o clássico fora, esse ainda não aconteceu, mas tocaram naquilo que mais irritado me deixa: pareceu-me que eu estava a ser chato e previsível, duas coisas que detesto quase acima de tudo.
Resultado? Desliguei. Acabou o flirt. Acabaram as graças. Em quanto tempo houve essa mudança climatérica? Meio dia.

Ainda pensei em não fazer isso porque não queria que ela achasse que era ressabianço ou coisa que o valha. Pensei em ser gradual. E depois pensei, que se foda!
Ela deve pensar que eu estou ferido ou, pior, que gosto dela. Se fosse verdade talvez me incomodasse mas como não é...
Enfim, um gajo com ferros mata e com ferros morre.

Monday, December 02, 2013

MAIS UM....

SOARES

Soares pensa-se infinitamente mais do que aquilo que é.
Porque o ouve tantas vezes, acha-se Pai da democracia; porque o ouve tantas vezes acha-se incrivelmente importante.
O problema é o problema de Macau; o problema é o problema de ter sido ele a ter cá duas vezes o FMI e ter dito pior que o Governo diz agora; o problema é que tinha terrenos onde iria ser o novo aeroporto; o problema é que lhe financiam uma fundação cuja função é meramente masturbatória; o problema é que lhe ligam muito mais do que deviam.
...e o problema é que acha que o Papa anda na esteira dele.
O problema dele é o nosso porque nós lhe damos o que ele não merece, como nenhum menino mimado merece: Atenção.

O MONSTRO

Na senda do último resumo, as pessoas são o que são e não aquilo que julgam ou julgavam ser.
Há uns anos, um gajo que se julgava ser um antigo assassino provou que não era antigo mas actual, assim que a oportunidade ou o estímulo apareceu.
Até ele achava, nas suas palavras, que estava mudado mas matar uma mosca revelou-se o mesmo que matar um humano.
É o clássico Cesteiro que faz um cesto faz um Cento.

Todos gostávamos de ser um Frankensteins fashion e bonito: uma parte daqui, uma parte dali e seríamos o que prometemos a nós mesmo sermos.
Infelizmente, como os nossos orgãos, somos a mesma coisa, sempre, apenas um bocadinho mais velhos a cada dia que passa.

CR7
Há uns dias, transmitiu-se uma entrevista dada por CR a uns meninos que esperavam transplante de medula óssea.
Enquanto os meninos lhe perguntaram o que todos lhe perguntam, tudo bem. O guião estava estudado.
O problema é quando a fina capa de verniz estala e a ignorância e a impreparação vêm ao de cima:
Um menino pergunta-lhe o que sentirias se agora, no auge da carreira, te fosse diagnosticada leucemia?
Depois de um clássico é complicado..., CR responde-lhe que não gostaria de ter leucemia...nem eu nem a minha família...
Pois, não dava jeito. Um gajo tem cenas marcadas, comida ao lume ou mesmo uma faneca a descongelar. Uma leucemia não dava jeito nenhum, agora.

Ri-me muito.
Valeu só por isso.