Ora, caso isto seja verdade, não deixa de ser muito interessante.
Ontem, por exemplo, estava a ouvir o Mitt Romney (sim, acompanho os debates Republicanos...com pipocas, claro) a responder ao que não lhe tinham perguntado. A minha primeira impressão foi, obviamente, que aquilo era uma táctica para fugir à pergunta mas, com um pouco mais de atenção, dei conta de que a pergunta era para ele mas não sobre ele e a resposta não foi sobre o assunto que se pretendia discutir mas sobre ele.
Outra coisa que me surgiu em mente foi a minha incapacidade de ler romances e poesia (com excepções, evidentemente). Esta incapacidade, que de tempos a tempos ponho à prova com nova incursão nestes estilos, resulta do facto de que sempre que me eventuro nestas leituras sinto que elas nada fazem por mim. Estou a ler histórias que me parecem vulgares, sobre gente que nem conheço nem reconheço e que, no fim, sei precisamente o mesmo que no início; então, sou mais biografias e livros técnicos, política e economia, história e, eventualmente, geografia porque sinto exactamente o contrário: no fim sei mais do que o que sabia.
Então, será isto uma apresentação em forma de vislumbre de narcisismo?
Não sei.
Se tentar ver as coisas por esse lado, responderi que poderá ser uma vez que a única e fundamental utilidade daquilo que faço sou eu.
Se tentar ver as coisas à luz que me parece correcta (que nunca o será, caso eu seja narcisista) direi que não. O problema não sou eu. Os outros é que são enfadonhos.