Wednesday, January 30, 2019

Blues, MOFOs!!


Tuesday, January 22, 2019

Ideais de Felicidade

Não é exaustivo e nem exclusivo mas, isto:

Monday, January 21, 2019

O Controlador

Ela sofre de uma mal que é comum em gente que se relaciona comigo: todos pensam que é reprimida.
Só faz o que eu quero; 
Só vai onde eu não me importo;
Só se comporta como eu acho que se deve comportar.
Como disse: comum.

É natural que se ache este tipo de coisas. Triste mas natural.
Os outros só me conhecem na relação que tenho com eles e 99,9% dessas pessoas são, para mim, estranhos. Não apenas no sentido literal da palavra. Inclui pessoas com quem tenho algum contacto e com alguma frequência. 
Acresce que a maioria de nós acha ser mais esperto do que realmente é; confiam que conseguem tirar ilações que, de facto, não conseguem porque nada sabem além do que lhes entra nos ouvidos.

Porque é claro para todos que não estou para tolerar merdas que não me apetecem tolerar, pensam que o mesmo se passa com Ela.
Porque não estou disposto a ter conversas chatas com gente chata e porque o torno claro, pensam que o tratamento que Lhe dispenso é igual.
Não é. É muito diferente.
....mas, como comecei: é normal e caguei nessa gente toda.

Há uns dias, pelos vistos, uma camelo disse qualquer coisa como mas só podes fazer o que ele quer?! Ela não lhe terá respondido e fez bem.
Esse idiota em concreto é daqueles super machos que são independentes e em quem ninguém manda mas, na realidade, não é. 
Fui jantar uma vez com ele e à terceira piada pensei caralho...mas será que tu achas que és super espectacular e um herói?! Numa próxima afirmação em que disse qualquer coisa como ah, mas achas que ninguém te toca? (na sequência de ter dito que dormi e dormiria fácil num aeroporto e que passeei pelas - supostamente - mais perigosas favelas do Brasil sem problema) ao que respondi qualquer coisa como Claro que toca. Mas vai dar trabalho. Podem tentar foder-me mas não apanho de braços para baixo. Têm mesmo de provar que me conseguem foder a boca.

A ficha caiu-lhe.
Só foi preciso rosnar um bocado, como se faz a todo o cão pequeno.
...mas, depois, teça comentários sobre uma merda que não percebe porque é muito Homem!
Não é. Eu sou.

Perdi-me. Este camelo irritou-me.
Voltando ao que interessava para o caso:

Não me surpreende que pensem que A reprimo porque eles se sentem reprimidos porque estão habituados a outra coisa que não eu.
O que me surpreende é isto:

Porra. As pessoas são estúpidas. Então, eu vou papar chaço enquanto tu vais arranjar as unhas e tu és reprimida?!
- Pois. É que as pessoas acham que tu vais para me controlar.

Parou-me o cérebro.
Pessoas que acham isto são as mesmas que vão vasculhar os E-mails e as chamadas e as redes sociais da outra pessoa. Eu tenho acesso directo a tudo isto e NUNCA vasculhei nada.
Pessoas que acham isto são as mesmas que fazem interrogatórios sobre o que a outra pessoa faz ou onde foi. Eu NUNCA fiz isso.

Ainda por cima, são estúpidas.
Não se controla quando a outra pessoa sabe que está a ser controlada...
E, depois, há que ter em conta que para se querer controlar é preciso achar-se que a outra pessoa precisa de ser controlada...e, nesse momento, a confiança vai com o caralho.

Achar-se que eu sou controlador reduz, ainda mais, a minha crença na Humanidade.

Wednesday, January 16, 2019

O Céu não nos cai na Cabeça

O título é uma aberta alusão ao medo do Astérix mas tem uma outra ideia acoplada.
É incrível aquilo a que nos conseguimos habituar e adaptar. Quando ouço pessoas a dizer que não conseguem aguentar mais ou como é que se ultrapassa isto lembro-me de uma reportagem ou um programa que tinha Beirute como fundo (acho que era do Bordain mas não tenho a certeza).
O pessoal de Beirute estava a curtir a sua noite de copos e a conviver quando começa a soar o alarme de ataque aéreo. O pessoal começa a bazar e a procurar abrigo enquanto cai uma ou outra bomba na cidade. O bombardeamento acaba e o pessoal volta ao ponto de partida: mesmo bar e mesma bebida, caso o bar não tenha ido com o caralho.

Isto não é inspiracional, isto é a realidade.
O que faríamos nós, que não somos de Beirute, em situações semelhantes? Aterrorizados, não voltaríamos para o bar...mas durante quanto tempo? O pessoal tem de viver.
Numa péssima comparação, diria que durante muito tempo virar o barco por beber demais me fodia a noite. E depois, quando me fodeu mais noites do que devia, habituei-me a virar o barco e continuar (beber menos, naquela altura, não era uma opção).

Por isso, por muito mal que tudo pareça ou que tudo seja, um gajo habitua-se, adapta-se e sobrevive.
Não quero com isto dizer que é óbvio que se vai conseguir. No momento em que se pensa caralho, não vou aguentar! estaremos a ser honestos. Talvez não estejamos, sequer, a ser dramáticos. É só o que se sente. Felizmente, enganamo-nos.

...mas também precisamos de ter sorte.

Eu não sou muito de partilhar sentimentos em palavras. Não me orgulho disso. Não defendo isso. Não o faço para ser cool. Sou só assim. Eu não falo muito em geral.
Outro dia - acontece com frequência, na verdade - dei-Lhe dois beijos no cabelo enquanto estávamos sentados no sofá com Ela ensarilhada em mim. Respondeu-me Eu também te amo muito.

É sempre preciso ter sorte.
Não me chega que me digam mas eu aprecio que me digam.
Ela, provavelmente, gosta do mesmo que eu mas reconhece e conhece as minhas limitações.

Finda a tempestade, o Sol nascerá.

Thursday, January 10, 2019


Wednesday, January 09, 2019

Há Sempre um Raio de Luz

Desde muito novo que aprecio os raios de luz que cortam por entre o céu nublado. Desde que me lembro.
Como é sabido, religioso não é um epíteto que me seja apropriado mas o fenómeno natural e explicável pela ciência que acabo de descrever faz-me pensar que Deus existe. Não católico. Não muçulmano. Não judeu. Como entidade que supervisiona.

Deu-me vontade de ouvir a Cannoball, dos(as) Breeders e foi isso que fiz.
Depois, entrou isto:

Isto foi-me entrando, desavisadamente, nos ouvidos e fui gostando cada vez mais à medida que a música ia andando.
O tom era-me familiar mas a voz, não.
Lá fui ver o que era e dei com o que coloquei aqui.
Caralho, esta não é a voz do Lou Reed!
E não era. Pelos vistos, houve um Dog Yule que integrou a banda e que cantava de vez em quando.

Fiquei contente.
Aprendi qualquer coisa.
Descobri uma música cool que ainda está em loop.

Não é a mesma coisa mas pareceu-me um raio de luz a furar as nuvens.

Monday, January 07, 2019

Fazer a Cama

Por vezes há dificuldade em entender-me.
Um dos motivos que vai criando esta dificuldade é uma aparente dicotomia entre o que penso e o que faço. Dicotomia que, na realidade, não existe. O que se passa é que há uma diferença muito grande entre o abstracto e o concreto.

Muitos de nós são muito rápidos a julgar os outros. Eu não sou.
O meu desconhecimento do que se terá passado ou se passará na vida dos outros impede-me de ser demasiado taxativo nas apreciações que teço. Não sei o motivo de terem feito isto ou aquilo e não faço ideia do contexto que levou ao que quer que seja.
...então, quando alguém que não conheço faz alguma coisa tendo a pensar que terá havido um qualquer motivo que levou a isso porque é muito raro alguma coisa nascer do nada.

Coisa diferente é quando sei e estou por dentro.
No caso concreto posso e serei muito crítico, especialmente quando me é íntimo e não me permite extrapolar ou imaginar. Eu sei. Isso muda tudo.

Nestes segundos casos, parece que me passo de Mandela a Pol Pot mas não sou uma coisa nem outra.

A mim as lágrimas impressionam merda nenhuma quando resultam de se ter o que se merece.
Ah, coitadinho ou Ah, coitadinha!.
É o caralho.

Eu vou-me deitar na cama que faço e os outros vão fazer o mesmo. Ou melhor: se depender de mim, os outros vão fazer o mesmo.
Semeiem o caralho do vento e sentirão a puta da tempestade.

Não sou dado a penas. Não sou dado a perdões.
Ah, mas perdoar é divino! É. Ou divino ou estúpido.

A maioria dos arrependimentos não o são, de facto.
A maioria dos arrependimentos não se destinam ao que fizemos aos outros, em sentido estrito. A maioria dos arrependimentos aparecem quando precisamos de alguma coisa de alguém para com quem não nos portamos bem ou para quem deveríamos ter sido melhores.

Não dou a outra face.

Confirma-se: estou a voar de raiva.

Friday, January 04, 2019

Recorrente



Oh, I'm just a fool baby
Playing it Mr. Cool baby
Rolling around like I got
Nothing much to lose

Oh, but I know you
And you know me
And I know you can see
So help me give my way
Back to you
Back to you


Não somos todos assim.
Somos assim os que valem a pena (e estão um bocado estragados).

Thursday, January 03, 2019

...

...não é que a impetuosidade juvenil tenha dado sempre bom resultado. Longe disso.
Também não se dá o caso de ter mudado ao ponto de ser paciente mas a idade amansou-me.

De vez em quando sinto falta da estupidez que abraça toda a juventude.
O gato escaldado só tem medo da água fria porque sabe o que é. Antes de o terem metido lá dentro pelo menos uma vez não havia medo que lhe assistisse.
Antes de um gajo saber o que dói e antes de perceber que nem todos pensamos o mesmo e que nem todos os outros estão errados e que nem todas as certezas se confirmam e que nem tudo o que vemos é tudo o que existe...a vida é mais simples. Mais estúpida. Mas mais simples. E será que quando a estupidez cai faz barulho se não estiver ninguém lá para ouvir?

Não.
Para se saber da ocorrência da estupidez é preciso, primeiro, saber o que é a estupidez. 

Esta reflexão ia para qualquer lado que, entretanto, se extraviou.
Ah, K, é da idade!
Não é. Antes fosse.

O que se passa é que estou a queimar um bocado e neste tipo de coisas expresso-me sempre por eufemismos.
Estou a tentar evitar fazer merda da grossa. 

O que, muito e muito, lamentavelmente pode estar a ocorrer é uma crise de meia idade. Quem me dera que esta merda se resolvesse com um descapotável, no meu caso. Não parece.

Ah, K, mas já fizeste alusão essa crise paneleira e parecia que estava controlada!
E acho que estava, não é falso.
O problema é que esse controlar já me custava algum esforço e, nestes últimos dias, têm-se avolumado merdas que me impedem de concentrar apenas nisso. E porque a minha energia anda a ser repartida, as pernas começam a tremer um bocado.

...e assim, espera-se que por breves momentos, se passa de realista para nihilista. 

Vamos tentar influenciar 2019