De há uns tempos para cá ando em tentativa de amenização.
O dífícil trabalho de controlar o meu temperamento, a minha impetuosidade e, especialmente, a minha incapacidade de ser fléxivel é exaustivo e, muitas vezes, hérculeo.
Poderá parecer que esta tentativa tem por fim ser melhor aceite e, até, demonstrar ao mundo que sou ou me estou a tornar num gajo porreiro.
Não é nada disso.
Esta minha empreitada nasce da necessidade que eu sinto de ser menos repentista e mais cerebral para com as coisas que não me agradam.
Percebi, talvez tarde, que apesar de me parecer que o mundo gira em meu torno e o que me incomoda deve ser eliminado não é uma maneira boa de se viver.
Acho que está na hora de me domesticar e aprender a sentar-me à mesa com quem, eventualmente, não teria muita vontade.
Não é sentar-me à mesa com quem não gosto (isso ainda não faço e dificilmente farei) mas com quem não me aquece nem me arrefece.
Apesar de tudo isto sei claramente que não vou renascer, aliás, nem quero.
Não é minha intenção acinzentar-me e tornar-me politicamente correcto e desprovido de opinião.
Quero, simplesmente, ser menos fogo e mais água.
Ora, o problema é quando me provocam.
Eu até ando numa de me explicar se me pedirem e eu tiver algum respeito ou afectividade por quem me questiona.
O meu limite de tolerância está melhor mais ainda não saiu de zona crítica.
Quando massacrado com porquês e porque nãos a estaca zero apresenta-se seguida de um:
"É assim e acabou!! Vai chatear o caralho!!"
Tento socializar-me mas jamais serei o cão dócil de patas para o ar à espera de festas.
Não quero que o meu eu monstro desapareça, é parte de mim e é o meu protector (bem como das pessoas a quem quero bem), apenas pretendo que não seja ele a mandar em mim nem que ele seja todo eu.
Uma coisa é certa e parafraseando o sapiente Zack de la Rocha:
"Fuck You!
I won´t do what they tell me!!"