Este Domingo, antes de partir para um merecido festejo no meu dia favorito para sair à noite (por motivos que me fariam corar só de pensar neles, se eu fosse do tipo de corar), estive num café a fazer uma das minhas coisas favoritas: discutir o que não tem possibilidade de atingir uma conclusão definitiva.
Então, nesta conversa tripartida, a coisa andou, em traços gerais, pelo fazer por prazer (uma coisa na linha do auto conhecimento e afins) e o fazer por ganhar. Eu sou pelo fazer por ganhar; o que faço por prazer não o faço de facto, é mais parecido com o ir fazendo. As outras duas partes diziam-se apologistas do fazer por prazer, do
desenvolvimento pessoal
. Para mim, é uma opção como tantas outras mas uma receita para a mediocridade; é politicamente fofo mas factualmente estéril.
Então, um deles, disse-me que fazia o que fazia porque queria aprovação externa, um prémio visível e uma vassalagem efectiva. Isto revelou-me, à partida, duas parvoices: a primeira foi que, obviamente, não me conhecia nem um bocadinho e a segunda é que para quem não lhe interessa a aprovação externa mas apenas o seu próprio desenvolvimento estava demasiado preocupado em vencer ou convencer (o que confirmei mais tarde...).
Bem, no meu caso não acertou, embora assuma que possa ser verdade em muitos ou na maioria dos casos. Não me interessa particularmente que me aplaudam, interessa-me ganhar e, para esse propósito, não preciso de publicidade. É uma coisa interior, motivacional...
O melhor exemplo disto talvez seja o facto de ter praticado desporto durante a maioria absoluta da minha vida e ter sido sempre federado. Nunca pratiquei qualquer exercício meramente por fazer bem à saúde (o que pratiquei, na verdade, fez-me mais mal do que bem) ou por qualquer outro motivo que não fosse competir e, em última
racio
ganhar.
Voltando ao tipo que me acusou (sim, foi acusatório no sentido de eu ser quase sub desenvolvido) de procurar reconhecimento exterior: quando eram uma 3 da manhã, este gajo informou-nos de que se ia embora. Como sempre acontece, tentámos demovê-lo e, como sempre acontece, também, optámos pelo clássico
és um menino, não te deixam chegar tarde a casa
e afins, ou seja, como disse, o clássico. Em resposta, o
Senhor Enriquecimento Interno
optou pelo, também clássico,
Eu?! Menino?! Vocês é que são meninos à minha beira porque eu já....
e debitou um chorrilho de que já apanhou bebedeiras e fumou ganzas e tal, coisas que ninguém lhe perguntou mas que eles precisou de dizer....para se validar externamente.
É o mundo que temos. Um mundo que, nos dias de hoje, defende o que obviamente desconhece e espera que nunca se descubra essa ignorância.