Monday, April 30, 2018
Thursday, April 26, 2018
Mike Tyson e Todos Nós
Volta e meia, fico metido em merdas do Tyson durante muito mais tempo do que devia.
O Mike Tyson foi é o meu pugilista favorito e há diversos motivos para isso mas um deles é o seguinte: havia sempre um sentimento de risco e de medo quando ele ia combater.
Poderão dizer ah, mas todos os campeões do Mundo de pesos pesados são fodidíssimos! e estarão, obviamente, certos...mas o Tyson era diferente.
O Tyson - por muitos motivos que, querendo, podem ir ver - é um animal selvagem que foi domado durante algum tempo mas nunca domesticado.
Mas, ao que interessa:
este feriado vi uma entrevista do novo Mike Tyson. Um gajo muito mais ponderado, arrependido de muitas das coisas que fez e a esforçar-se por ser o cidadão que nunca foi.
Seria previsível pensar que lhe chamaria hipócrita mas isso não vai acontecer. Ele pareceu-me sincero. Não achei que fosse show off.
...mas ele é como todos nós.
Nós, como ele, tentamos conter o Monstro que se esconde e pede um motivo para aparecer.
Na maioria dos nossos casos, quando o Monstro se revela não haverá o risco de rebentarmos a boca a 12 gajos de seguida; a maioria de nós talvez também não entre em duas semanas seguidas de cocaína e álcool.
No nosso caso, talvez sejamos o paneleirote que tenta prejudicar por ser invejoso; poderemos ser o vergonhoso gajo que deseja que alguém parta uma perna quando sobe escadas.
A Humanidade, em geral, não é o Mike Tyson. É mais fraca e menos abençoada geneticamente e, por isso, mais falsa na tentativa de causar danos porque pode apanhar pela frente...um gajo como o Tyson que lhes fode a puta da boca.
De uma maneira ou outra, todos tentamos controlar o Monstro.
Tuesday, April 24, 2018
Coisas
1
Depois de ter rapado o cabelo:
- K, agora não parece um betinho! (Gaja 1)
- Não. O K agora parece um guna! (Gaja 2)
Não era Guna que a 2 queria dizer. O que ela queria dizer é que fico com ar de bad boy mas isso era menos conveniente.
Coisa com Graça.
2
- K, se estás tão interessado na minha blusa transparente, eu dou-te uma! (a minha apreciação não tinha nada de sexual; às vezes, tenho de pegar em qualquer coisa para me entreter).
Se quiseres, vai tirar isso que eu visto já!
- Não, K. Não te passava nos braços.
Há muitos motivos para a blusa não me servir.
A minha cabeça é gigante, os meus ombros demasiado largos e a minha pança bem saliente.
Esta achou que o problema eram os braços porque os sapateiros olham para os sapatos.
Coisa com Graça
3
- K. Já não gostas de mim?
Ouve: manha há meia noite?!
- Não. Acho que já não gostas de mim.
Esta afirmação é parva. Eu diria se isso tivesse acontecido e ela sabe que eu diria.
Às vezes, o meu mau feitio tem este tipo de consequências. Não é que grite ou esbraceje. Fico quieto, calado e, algumas vezes, distante.
Independentemente de ser estúpido ou não, é muito desagradável - doloroso, até - achar que a pessoa de quem gostamos acha que isso não é verdade.
Coisa sem Graça.
Friday, April 20, 2018
Categoria "Caralho, esta merda devia ter sido escrita por mim!"
Se alguma pessoa amiga
Pedir que você lhe diga
Se você me quer ou não
Diga que você me adora
Que você lamenta e chora
A nossa separação.
Às pessoas que eu detesto
Diga sempre que eu não presto
Que meu lar é o botequim
Que eu arruinei a sua vida
Que eu não mereço a comida
Que você pagou pra mim.
Vem no seguimento do post anterior e, like a bitch, não há vez que a ouça e que não pense no que escrevi no título; e não há vez que a ouça e que não me arrepie.
Thursday, April 19, 2018
Planos Furados
Como não ando com a mais pujante das energias, resultado directo de uma falta de ânimo que não é nova mas que costuma ser passageira, pensei em vir cá para uma de duas abordagens:
Sou Espectacular
Esta era a história de ter descoberto, recentemente, que uma pessoa que conheço e que é da minha idade está muito bem posicionada profissionalmente.
Tive, por momentos, a reacção humana de caralho, por que é que eu não tenho o mesmo sucesso? para, muito pouco tempo depois, lembrar-me que não preciso disso; como é uma pessoa que conheço, sei que estou mais contente em ter o que tenho, ser o que sou e fazer o que faço do que ele.
Sou espectacular, mesmo em momentos de fraqueza.
VENENO
A segunda abordagem seria uma retoma do assunto Sócrates
Sabe-me sempre bem e impulsiona-me a circulação tecer comentários sobre este tipo de gente.
....mas não.
Fui ouvir isto
...e lembrei-me: A versão do Wilson das Neves também é óptima e é raro haver versões de músicas que continuo a apreciar e que quero ouvir depois de descobrir as versões do Ney.
Se bem pensei, melhor o fiz:
Janela daqui e janela dali, dei conta que o Wilson das Neves patinou no ano passado.
Eh, pá, como é bom de ver em tudo que por aqui há, não sou muito sensível a falecimentos; também não o sou a nascimentos nem a outras coisas naturais e inevitáveis mas há excepções.
Fico contente com a obra mas chateia-me que gente top siga o mesmo caminho de todos nós.
RIP Wilson:
Wednesday, April 18, 2018
Sócrates no MP
Ontem, estive a ver a CMTV - foi a primeira vez que o fiz de propósito! - para acompanhar as imagens dos interrogatórios do Sócrates.
Ainda voltarei a este assunto mas, por agora:
- K, que ar tão sério! Não achas graça a isto?!
Não consigo...é deprimente pensar que tanta gente votou neste gajo e que o tivemos como Primeiro-Ministro...
Normalmente, rio-me da estupidez e da falta de vergonha sem pregas.
Nunca me rio de gente doente.
Tuesday, April 17, 2018
O Posto Anterior e a Sensibilidade
Quando estava a ouvir - outra vez - o Summer´s End dei por mim a lembrar-me da Etta James.
Esta comparação que se seguirá não será a mais óbvia mas é o que temos.
O que torna a Etta James especial - para mim, obviamente -, não é tanto a voz dela (que aprecio) e nem a afinação (que está longe de ser o seu ponto forte); o que torna a Etta mais alta que a maioria das cantoras é que a dor dela não parece um mito que outros escreveram. É dela. Repara-se no corpo e ouve-se na voz.
É real.
A Diana Krall (que muito aprecio) é incapaz de falhar uma nota; o Gregory Porter não sai da melodia nem que o tecto comece a ruir...mas nenhum deles é capaz de arrepiar como a Etta arrepia.
O John Prine tem isso também.
Achar que ele é um cantor incrível é um bocado parvo.
Mas quanto se ouve o Summer´s End tudo é um bocado irrelevante.
A perda ou o pedido não são um aglomerado de palavras montadas para rimar; a perda ou o pedido são uma perda ou um pedido. É sentido. Não é recitado.
Well I can see that you can´t win for tryin´
And new year´s eve is bound to leave you cryin´
(...)
Just come on home.
Não soa a adolescente.
É a voz de quem já viu muitas montanhas e não decidiu dizer que a mais alta foi a primeira que viu.
As coisas demoram.
Os anos deixam marcas.
É preciso andar para que os pés doam.
Fora da Habitual
Ontem vi isto:
...e porque vi isto em silêncio, hoje fui procurar e encontrei isto:
Não sou o maior fã de Country ou de Folk mas fica - uma outra vez! - provado que o preconceito não ajuda ninguém.
Monday, April 16, 2018
TEMPO
Há gente que é muito eficiente e gente que parece muito eficiente.
Já conheci dos dois tipos e, às vezes, é difícil saber quem é quem.
Uma coisa é certa: o tempo não multiplica e o dia tem a mesma duração para todos.
Eu sou, por natureza, desorganizado. Há gente que discorda disto e discorda porque eu tenho sempre tudo em dia e faço-o atempadamente.
Estas pessoas não são parvas. O que me parece é que não conseguem perceber que é possível ser-se desorganizado e, ainda assim, manter a vida organizada.
A minha estratégia é simples e foi aprendida há muito tempo: os meus dias nunca são completamente preenchidos à partida.
O que quer isto dizer?
Em termos profissionais, nunca tenho a minha agenda mais do que 70% preenchida (obviamente, isto não é um cálculo científico; isto é uma coisa a olhómetro).
Faço isto por dois motivos:
1º porque pode dar-se o caso de não me apetecer fazer o que tenho agendado no dia em que tenho agendado. Porque tenho os 30% todos os dias, nunca é grave; vai para qualquer um dos dias seguintes sem me fazer mossa;
2º porque há sempre a hipótese de haver um imponderável. Pode sempre dar-se um qualquer acontecimento que me faça ter de para o que estou a fazer e passar a outra coisa; como não está pelas costuras, um gajo orienta-se.
Além disso, só tenho dois tipos de coisas: urgentes e outras.
Não há uma sub-divisão paneleira com muitos graus porque...tudo se torna confuso.
Não tenho pastas e pastinhas.
Tenho escrito o que tem de ser tratado hoje e mais nada.
Em termos pessoais, não é particularmente diferente...
Não tenho 5 merdas marcadas para um determinado dia e, se for para ser o mais honesto possível, também é raro ter 5 merdas marcadas para uma determinada semana.
Na verdade, se numa semana tiver 3 jantares marcados já começo a ficar nervoso...
E perguntam mas por que motivo precisas de tanto tempo livre?!
A resposta é simples: Para fazer o que me apetecer.
Se de um momento para o outro me apetecer ir andar 2 horas, posso.
Se de um momento para o outro me apetecer ler durante 2 horas, posso.
Se de um momento para o outro me apetecer ir a Penamacor, posso.
...há pessoas a quem não ter muita actividade programada faz confusão porque terão a sensação de que estão a usar mal o tempo.
Eu não.
Eu quero ter o mínimo de programas possível.
A minha vontade não conhece relógios nem calendários.
Se fosse diferente, como poderia estar horas a ver análises e testes a lentes de máquinas fotográficas que provavelmente nunca vou comprar?
Friday, April 13, 2018
O Trump no Mundo
Nestas últimas semanas, temos vindo a assistir ao desenvolver da novela Sporting.
Poderia tecer comentários que tendessem a aproximar as duas figuras mas não me apetece e nem me interessa.
O que é preocupante é que o exemplo Trump se alastre e alastra-se como seria de esperar.
O advento das redes sociais e a mentira despudorada são armas antigas - diga-se que quando usadas em extremo eu considero um talento! - mas como, na época em que vivemos, tudo se passa sem filtro, tudo piorou.
O advento das redes sociais esvaziaram a imprensa.
Esvaziaram porque o dinheiro da publicidade se escafedeu para os cliques (não critico...a publicidade destina-se a ser vista o máximo de vezes possível. Não critico mas lamento.);
Esvaziaram porque, ainda no seguimento do que precede, a imprensa deixou de prestar um serviço crítico e informado para passar a, por exemplo, exibir as fotografias das pessoas que as mandam para o telejornal;
Esvaziaram porque o barulho é tanto mas tanto que uma ou meia dúzia de vozes se perdem no meio da multidão, por muito esclarecidas que sejam.
Por exemplo:
anda toda a gente em rebuliço porque foram instaurados processos disciplinares no Sporting e porque o Presidente queria suspender toda a gente.
Enlouqueceu! ouvia-se em todo o lado.
...mas...vai assim há tanto tempo a novela Marco Silva?! O Marco Silva levou um processo disciplinar porque andou de fato de treino num ou noutro jogo. O José Eduardo (acho ser este o nome) veio dizer cobras e lagartos daquele Treinador afirmando ter sido mandatado pelo Presidente para, depois, o Presidente dizer que não é nada mandatado quando percebeu que aquilo estava a correr mal.
O Trump, por exemplo, disse, explicitamente, que elogiava quem o elogiava a ele...caralho, isto faz sentido?
O Trump chamou tudo e mais alguma coisa do bonas da Coreia do Norte mas, agora, elogia-lhe a vontade de negociar.
Este fenómeno preocupa-me...
...e isto deveria ser mais bem escrito mas estou tão cansado...
Thursday, April 12, 2018
Eu sei que é Triste..
...não devia gostar disto mas a verdade é que gosto:
Não é que eu apoie a violência mas também não apoio gente que se manda prá frente e, depois, abichana.
Não é que eu apoie a violência mas também não apoio gente que se manda prá frente e, depois, abichana.
Monday, April 09, 2018
Um dos Lemas
Quando me olham com cara de poucos amigo:
PS: um bom exemplo vem da nossa presidência porque lá quem tá mandando é um operário.
Pois...não é bem isso, não é?
Aprecio muito arte vinda da Esquerda - o Gabriel é um óptimo exemplo - mas muita dela é cega. É muito engraçado que seja ateia e escolha outro tipo de religião.
O BE (ops, ânsia de vómito), mesmo com as arrasadoras provas de corrupção Lulista, continua a dizer que é uma prisão política.
É estúpido, não é?
Nop. É uma expressão óbvia deste tipo de Esquerda.
Quando vi as excursões para ir apoiar o Lula à prisão lembrei-me de outro socialista (?) que beneficiou do mesmo apoio por cá.
Thursday, April 05, 2018
Expressar Sentimentos
Não tenho problemas em expressar sentimento em geral. Só parece que tenho problemas em expressar os bons.
Mas acho que só parece.
Primeiro, o Desagradável disto:
As pessoas gostam de ouvir elogios e gostam de ouvir que se gosta delas.
Eu elogio e eu digo que gosto delas mas quando o faço tem a mesma entoação de uma constatação de facto e não de um sentimento. Parece demasiado cerebral para ser emocional e talvez até seja.
Eu também gosto que me elogiem e que digam que gostam de mim...mas não conto com isso nem o exijo porque entendo quem não o faz, como eu.
Aqui, há que dizer que isto está intimamente ligado com a forma como vejo o Mundo e como me comporto.
A minha principal preocupação não é tornar o mundo um sonho mas antes evitar o desastre;
O que me interessa é melhorar e não congratular-me com o que está bem.
Por conta de ambas as coisas, é-me muito natural exprimir o que me desagrada para que o aguaceiro não se transforme em tempestade;
Em virtude deste olhar sobre o que me rodeia, sou mais sensível a transmitir o que pode ser melhorado do que o que está bem.
Ah, K, isso faz todo o sentido!!! e faz mesmo mas em certos parâmetros da nossa vida o racional é como quando o Marcelo aparece na televisão: o contrário de bem-vindo.
Isto é injusto.
Pode parecer uma desculpa para eu mascarar os meus sentimentos mas não é. Também já pensei isso mas cheguei à conclusão de que não se trata disso.
Se me perguntarem o que quer que seja eu respondo sem grandes hesitações: Gostas dela? Gosto; Gostas de mim? Gosto; Achas que fiz bem? Acho que fizeste optimamente porque és um espectáculo!.
...portanto...não é que eu mascare...é que, na minha cabeça, é desnecessário e inútil.
Mas eu sei que não é desnecessário nem inútil. Infelizmente, é um reflexo que só a muito custo controlo.
Depois, o Agradável disto:
Eu não digo.
Eu faço!
Não é possível que as pessoas de quem eu gosto não saibam disso. Não é possível.
Não é possível que as pessoas que eu gosto de ter perto não saibam disso. Não é possível.
Já tentei racionalizar isto e justificar a ausência de verbo com o abundante da acção mas, com o passar dos anos, deixei estas tentativas parvas que servem de argumentário verosímil mas não verdadeiro.
O que eu faço é muito.
O que eu digo é pouco.
O que eu faço não compensa o que eu não digo. Devia dizer mais e fazer o mesmo.