Tuesday, July 31, 2018

A Ordem no Caos

Lembrei-me disto por causa das primeiras páginas do Ano do Pensamento Mágico da Joan Didion (ainda não o estou a ler mas precisei do que me distraísse por uns momentos e estava à mão).
Parece-me que o livro andará todo à volta da normalidade com que a anormalidade acontecer; ou seja: tudo é normal e não extraordinário até acontecer alguma coisa.

No caso da Joan, o jantar que acaba com o marido a morrer de ataque cardíaco à mesa.
...e toda a gente anda à procura de um significado.
Antes dos aviões baterem nas Torres estava a ser um dia normal, certo?

Então,
esta busca de justificação ou de sentido é o pão que alimenta as religiões e não interessa a qual me refiro porque alimenta todas.

O meu melhor amigo é, hoje, um gajo muito diferente daquilo que era há 20 anos.
As pessoas que agora o conheçam não o imaginam como era;
As pessoas que agora contactam com ele não se acreditam ser o mesmo gajo que conheceram antes.
Não chamarei estúpidas a nenhum destes grupos de gente mas a verdade é que ficam na rama e não entendem, realmente, o que aconteceu.

Este gajo está, de facto, diferente ou, até, muito diferente mas é, no fundo, o mesmo gajo.
Há 20 anos era uma das poucas pessoas que conhecia que ia à missa todas as semanas e usava um crucifixo ao pescoço.
Ele, agora, entende a Igreja Católica como aquilo que de facto é e percebe os problemas que eu tinha - e ainda tenho - com o culto organizado.
Mas ele, agora, é budista.

A mentalidade dele sofreu uma mutação e o seu comportamento acompanhou mas ele é um tão fervoroso budista como era católico.
Percebem?
Ele precisava e ainda precisa de um sentido para se agarrar.
É verdade que o budismo aceita muito melhor as falhas e as incongruências que o catolicismo e é muito mais inclusivo e libertino mas, tal como o catolicismo, tem um devir superior que coordena a cena.

Este meu amigo - que muito aprecio - não mudou aquilo que fundamentalmente o caracteriza; este meu amigo mudou, brusca e intensamente, de direcção mas o destino é o mesmo.

Poderia dar muitos exemplos daquilo que estou a defender mas apenas me referirei a isto: até ao momento em que me puseram em coma induzido e acordei entubado, apenas tinha a garganta um bocado inflamada.
O traumático não vai em crescendo como o pathos na literatura. O traumático é um acontecimento normal que só tem significado subjectivamente para quem o sofre porque para todas as outras pessoas no Mundo o dia continua a ser normal.

...e eu também sofro com estas coisas.
Um dia talvez seja bravo suficiente para encarar o ateísmo como realidade mas ainda não sou e ainda não estou certo que seja.

Nesta altura, provavelmente por uma questão judaico-cristã, digamos que estou com o Pelágio da Bretanha e, por isso, vamos satisfazer-nos em considerar-me herege.

Monday, July 30, 2018

Bloco de Esquerda

O Bloco de Esquerda anda a estrebuchar por todos os lados por causa da questão do Ricardo Robles e da sua especulação imobiliária (não vou perder tempo com a descrição do caso em si mas convém salientar que um dos temas do Acampamento do Bloco de agora é A Propriedade é um Roubo).

O que é muito divertido é o seguinte:
O Bloco de Esquerda é apelidado de Esquerda Caviar. E bem apelidado.
O Bloco de Esquerda representa a Esquerda da moda, demonstra cavalga a irracionalidade reinante de hiper-sensibilidade e desrespeito por qualquer barreira...menos a propriedade e o capitalismo.

Ora,
por cavalgar esta onda do novo politicamente correcto, tem a melhor das imprensas e uma representatividade mediática avassaladoramente maior do que a sua representatividade efectiva!
O melhor resultado eleitoral do BE foi de sensivelmente 10% mas a média andará mais ou menos pelos 6% ou 5% e não há momento em que um deles não ande a dar opiniões em programas de televisão e colunas de jornais e o que mais houver.

Vendeu-se e elevou-se a parvoíce de ser usado o feminino e masculino para tudo (portugueses e portuguesas, trabalhadores e trabalhadoras, padrinhos e madrinhas e tudo o que mais vos apetecer) e a enorme problemática da Lei da Identidade de Género.
Reparem: a questão da identidade de género merece atenção mas a sério que é um problema fracturante e estruturante?! 
O uso do masculino e feminino constante é só estúpido e uma óptima forma de duplicar o tamanho dos já de si enfadonhos discursos.

MAS dá-se que o Ricardo Robles foi apanhado na hipocrisia desabrida de olha para o que eu digo, não olhes para o que eu faço e, obviamente, isto mereceu a atenção mediática e a hipocrisia foi devidamente apontada.
Mas, como o BE não está habituado à verdade mas apenas à boa e hipócrita imprensa, anda como uma barata tonta a defender o indefensável com a mais parva das argumentações possíveis.

E repare-se: o facto de ter havido um político que adquiriu um imóvel em desconto ao Estado num concurso que era, basicamente, desconhecido e que conseguiu licenças em tempo recorde nem sequer tem sido alvo do escrutínio que devia.

É assim.
Há uma cabala contra o BE porque se está a dizer que o rei vai nu.
E vai mesmo. Sempre foi.

O Destemperamento

De vez em quando, destempero.
Infelizmente, é assim o meu temperamento; não é que seja fácil fazer-me saltar a tampa mas quando se acerta no botão é mais rápido do que piscar os olhos.

Não gosto desta minha característica por diversos motivos mas um deles é porque é difícil de explicar e de entender.
Como a minha cabeça anda muito depressa, as mais das vezes não é aquele acto que me faz perder a paciência mas todos os actos que consigo relacionar com aquela pequena coisa.

Eu sei, por exemplo, que há diversas categorias de mentiras e que nem toda a gente que mente é mentirosa (eu minto mas não sou mentiroso) mas quando apanho uma mentirinha de merda chega-me muito depressa ao cérebro que todas as grandes coisas começam pequenas e que cesteiro que faz um cesto faz um cento.

....eu não sou fácil de aturar.

Friday, July 27, 2018

Sofisticação e Escorpião

SOFISTICAÇÃO
(não aprecio particularmente o termo mas rima)

Eu sou um gajo sofisticado. Não pareço, o que me agrada, mas sou.
Por causa do meio em que me movimento as mais das vezes e em consequência daquilo a que estou exposto pelas televisões e tal, estou constantemente em estado de tédio e, provavelmente por isso, é comum pensar-se que tudo para mim é chato mas nem tudo para mim é chato.

Ontem andei com as patas metidas num quintal.
A tarefa de me andar a passear foi repartida por duas pessoas. Uma delas andou a explicar-me a flora e outra a fauna.
K, isto é de onde vêm os pimentos; ali é do feijão; aquilo são tomateiros.
K, não te preocupes com os gansos, só quando estão a parir ou para parir é que atacam; pronto, lá vão eles comer relva; os gansos só põe ovos uma vez por ano.

Disseram-me muito mais coisas mas não consegui decorar todos os nomes - especialmente das leguminosas - por muita atenção que tenha prestado e prestei.

Depois, estive a ouvir histórias de gente antiga que não é de  e que todos os dias, depois do jantar, passavam não sei quanto tempo a rezar e pedir bênção e cenas.

K, foi muita seca?
Não foi.
Aprecio muito tudo o que me é estranho e que desconheço. O assunto tem interesse mas não muito...se me for estrangeiro, paparei sem resmungar e com gosto.

....a minha impaciência prende-se com outras coisas supostamente impressionantes.
Podem-me falar minuciosamente sobre, por exemplo, a Guerra das Estrelas mas eu sei quem é o Isaac Asimov;
Podem-me explicar que Keynes implementa o consumo mas eu li Keynes. Eu sei que não é exactamente isso que ele diz;
Podem-me falar do restaurante que é o último grito das redondezas mas eu conheço restaurantes finos de primeira água;
Podem-me vender o Figo como grande candidato mas eu lembro-me a forma como ele chegou ao Barcelona e como toma pequenos-almoços com gente...vá, duvidosa.

Percebem?
É-me difícil tolerar caixas de ressonância que não sabem muito do que estão a falar mas querem impressionar com a rama. E a minha vida é isto.
A esmagadora maioria das vezes eu sou o gajo de pistola e o outro vem de faca.
E isto é chato e desinteressante.

 Expliquem-me como se plantam cenouras e façam-me feliz!

ESCORPIÃO

Pessoas inteligentes procuram os actos mais do que as palavras para perceberem os outros.
O meu padrão é fácil de perceber: fodam-me e estão fodidos mas, no fundo, ainda que a expressão seja certa a realidade é bem pior.

Talvez em tempos passados tenha sido diferente mas, agora, não sou um gajo vingativo por considerara uma extrema perda de tempo.
Não se enganem: se a oportunidade se apresentar, eu acerto como puder mas já não o faço activamente.

Ah, K, então por que é que a realidade é ainda pior que isso?!
Bem...porque pura e simplesmente desligo; a pessoa deixa de existir no meu mundo; a pessoa para para a irrelevância.

Suponho que algumas pessoas que fazem parte da minha vida e que por lá querem continuar se preocupem com este meu feitio/forma de ser/hábito e encontram nos outros o que lhes poderá acontecer.
Não estão erradas. Pode mesmo. Aconteceu a outros.

A expressão não será a melhor mas é engraçado que me pensem sempre como o escorpião a se pensem sempre como a tartaruga.

Thursday, July 26, 2018

A Morte da Informação

O título é dramático mas nem por isso exagerado.
Estava a ler uma notícia da queda das acções do FB em 20% que terá sido motivada pelo abrandamento do crescimento e...por causa do escândalo do roubo de dados e da propagação de notícias falsas que terão influenciado as eleições dos Estados Unidos e violência na Índia e no Sri Lanka, por exemplo.

Quanto ao abrandamento, caguei.
Não vou perder tempo nesta parvoíce dos relatórios trimestrais e do castigo dos investidores. O assunto da riqueza inexistente - gente que perde uns quantos mi milhões pela variação bolsista perde dinheiro que nunca existiu - por ser fastidioso.

Quanto às notícias a coisa preocupa-me mais.
Utilizarei sempre notícias em itálico porque cenas que são propagadas sem qualquer filtro ou investigação quanto à sua veracidade são meramente rumores.

Dá-se que estes rumores propagam-se, como todos os rumores, e são muito difíceis de combater.
Quando as pessoas acreditam numa merda qualquer como verdade ela não passa a sê-lo mas o resultado disso é real.
Parece-me estúpido que se diga que o FB propaga notícias falsas; idiotas são aqueles que confiam no FB para obter informação que não seja absolutamente pessoal.
Por exemplo:
Se uma gaja disser que está triste, tendo a acreditar porque fala do seu sentimento;
Se uma gaja disser que já foi atingido o Pico de Hubbert, tendo a não dar relevo.

Este é um reflexo da confusão que se cria e vive entre facto opinião.
Podemos ter qualquer opinião; não podemos ter qualquer facto.

...e depois há coisas de que nem me lembro:
Ontem, estava a ver um documentário sobre o Chris Hondros e, a dado momento, um dos gajos da Getty diz qualquer coisa como isto:

Há 10 ou 15 anos era muito diferente. Naquela altura, se tivéssemos uma credencial de jornalista, o fotógrafo podia andar no meio do campo de batalha em relativa segurança; seguramente, poderiam acontecer acidentes fatais mas a hostilidade não lhe era dirigida porque as partes em confronto tinham interesse em que fosse divulgado o que estava a acontecer.
Agora, não precisam de nós para passar a sua mensagem e, por isso, é muito mais arriscado e já não é preciso um acidente para que um jornalista ou fotógrafo sofra uma fatalidade.

Sofro sempre que sinto e digo isto: estamos perante o declínio da Humanidade!
E sofro porque as gerações anteriores hão-de ter achado a mesma coisa por outros motivos, o que, por sua vez, revela que estou a ficar velho.
K torna-se o Velho do Restelo é uma coisa que espero nunca vir a presenciar.

E

À hora do almoço:
Estou, filho? Tudo bem? Olha, um miúdo de 19 anos foi apanhado a passar umas ganzas e hoje - com 21 anos - foi chamado pela GNR. Acho que o processo está a andar para a frente. Estás interessado?
- Não.
Ah, está bem. E agora, o que tem ele de fazer?
- De arranjar advogado.
Ah...está bem. Até logo.

Não me ligam só quando precisam de mim.
Melhor: podem ligar e até podem precisar mas continuarão no mesmo estado que se encontravam antes do telefonema.

Deus perdoa.
Eu não.

Tuesday, July 24, 2018

CIGANOS ROMENOS

(este vai-me doer um bocado)

Um responsável político da minha cidade publicou um post no FB  - sim, começa mal! - com o título que dei a este post dando conta do mau comportamento de um grupo de Ciganos Romenos e especificando a zona de actuação deles a que se referia.
A publicação começa com não, não sou racista nem xenófobo o que é sempre um sinal de alerta; é como os que dizem como posso ser racista?! Até tenho um amigo preto!!

O SOS Racismo veio reagir dizendo que é particularmente grave que um responsável autárquico, com funções de representação do povo que o elegeu, difunda e torne públicas mensagens de natureza discriminatória, em afirmações pontuadas por preconceitos e por insultos.

Pá...
O problema aqui prende-se com o que o gajo quis dizer e explico-vos porquê.
Eu conheço a zona a que o gajo se refere e conheço, também, o grupo a que faz referência; melhor ainda que eu conhece a minha Mãe.
Tudo o que é descrito na publicação dele é FACTUALMENTE VERDADE.
É verdade que deixam lixo por todo o lado;
É verdade roubam;
É verdade que incomodam moradores, comerciantes e quem mais por lá passar;
É verdade que são Ciganos Romenos.

Isto que eu descrevi não é racismo nem xenofobia nem nada que se lhe assemelhe;
Isto que eu descrevi é a descrição da realidade por qualquer pessoa que conheça o caso, onde me incluo.

SE é como descrevi até aqui, o SOS Racismo deveria estar calado.
...só que pode não ser.

Não é possível excluir que o gajo tenha o seu quê de racista. Pura e simplesmente não é.
Tenho problemas com quem atribui características a um grupo sem identificar os integrantes.
Fosse o título do post Os Ciganos Romenos que Estão no Sítio X e apenas o defenderia.

Eu sei que isto é uma paneleirice; é perfeitamente possível que fosse exactamente isto que ele quis dizer mas eu também sou sensível à questão que incomodou o SOS Racismo porque racismo chateia-me.

Agora, o verdadeiro problema talvez seja outro:
Não é difícil gente boa tornar-se racista.
A minha Mãe é um sonho de pessoa e não pode ver Ciganos Romenos nem pintados de amarelo porque todos os que conhece - e já são umas dezenas! - correspondem à descrição do gajo a que me referi no início;
Verdade seja dita, não conheço um Cigano Romeno que não se enquadre em pedinte, ladrão, mendigo, produtor de lixeira a céu aberto e afins.

Eu sou muito pior pessoa que a minha Mãe mas não sou racista por uma questão meramente intelectual; acho mal classificar uma população que não conheço por uma amostra que me é apresentada.
Dá-se que não sei se será justo pedir a todos que se abstraiam desta maneira.

É uma situação de merda.

Eu queria muito concordar com o SOS Racismo mas àqueles Ciganos Romenos era corré-los!

Friday, July 20, 2018

A MINHA MÃE O QUÊ?!

A Minha Mãe O Quê?! foi uma expressão que passámos a usar há anos atrás por causa do comportamento de um amigo.
O conceito era mais ou menos este:
Um gajo diz Olá, bom dia! e tu respondes A minha Mãe o quê?! para arranjar uma desculpa para lhe partir a boca.

O meu amigo era (acho que ainda é) um animal e nós criámos esta alegoria para ele.

Eu padeço do síndrome A Minha Mãe O Quê?! também.
No meu caso, funciona mais ou menos assim:
Fico ou estou irritado com qualquer merda e procuro confusão mas de uma maneira mais subtil. Vou andando na conversa com um tom ligeiramente mais áspero e à espera que a outra pessoa ponha o pé em ramo verde para começar a discutir.
Quando está a acontecer, não dou por ela. Se desse não o faria. Isto é estúpido.
Mas dou por ela pouco depois.

Hoje, as putas das meias estão a magoar-me os pés e porque sou diabético isto stressa-me muito mais do que o ligeiro desconforto. Começa a dar-me no psicológico e faz-me pensar caralho, tu és tão burro!!!
...e porque estou irritado...

Ela perguntou-me como estava a correr o dia e foi ainda mais simpática do que o habitual porque é sexta-feira e eu detesto sextas-feiras.
Liguei-lhe, depois, para pedir que antes de me apanhar passasse na loja e me trouxesse meias (isto parece estúpido mas hoje vamos sair directos para o MIMO e o tempo é apertado).
Ela aceitou o pedido sem nenhum problema...mas eu continuei a falar e a ver se conseguia arranjar motivo para me chatear.

....mas Ela não me conhece de ontem e gosta de mim; então, ignorou olimpicamente as minhas tentativas de arranjar merda e continuou a ser simpática e carinhosa.
Desliguei sem me chatear.
Tenho sorte de Ela não ter o mesmo feitio que eu.

Gente Moderna

Volta e meia, apanho um clip ou umas transcrições disto https://pt-pt.facebook.com/redtabletalk/ nos meus passeios pela imprensa cor de rosa (faço-o diariamente e aprecio muito!).
Não consigo ver nem ler muito porque começo a ficar profundamente irritado.

Este casal é desprovido de qualquer réstia de bom-senso que há-de ter sido distribuído pela humanidade; quando o gajo que andava a entregar chegou a eles deve ter dito: Eh, pá...acabou. 

Acho que o principal problema deles é viverem numa bolha de gente à frente que acha tudo normal e natural; considera tudo preconceito a ser desconstruído (esta é uma palavra pela qual ganhei repulsa à medida que entrou no vocabulário de qualquer mentecapto que se acha denso e profundo).
Estas bolhas chateiam-me....

Quando entramos neste tipo de loop ficamos desfasados da realidade porque a limitamos à meia dúzia de camelos que connosco a partilham.
O que fizeste nas férias?
- Ah, estive em Bora Bora, no Hilton. Nunca foste?
Não.
- Ah, tens de ir!
Este tipo de conversas em que um gajo ou gajo fica surpreendido porque o outro nunca foi a um lugar extremamente exótico e igualmente caro e que termina com tens de ir é um exemplo comum e que serve de medida a estas bolhas.

Ia dizer mais coisas mas acabo de me lembrar que a Mrs. Smith - que não se considera casada mas antes uma life partner do marido porque já estão noutra fase - esteve a discutir com a filha - acho que ainda menor - o quanto aprecia vibradores e como, a dado momento, achava que estava a ficar viciada. 

Thursday, July 19, 2018

Misoginia

É bastante comum acusar a sociedade - os Homens que a constituem, mais precisamente, mas também algumas mulheres, ainda mais precisamente - de ser misógina.
Tendo em conta que o termo significa aversão às mulheres, não me parece o mais correcto; talvez a sociedade menorize as mulheres mas não que lhe seja avessa.

De todo o modo, esqueçamos esta distinção e assumamos que se diz misógina e que é exactamente isso que se quer dizer.
À partida e para que dúvidas não restem, eu acho que as mulheres têm menos preponderância e são menos respeitadas do que deviam. Acho, também, que se trata de uma questão milenar que não se ultrapassa numa ou duas décadas e muito mudou em uma ou duas décadas.

O meu problema é a estupidez.
O meu problema é o desfasamento entre a realidade e a ficção.

A FIFA
A FIFA proibiu as operadoras de tv de transmitir imagens das gajas boas que se encontrassem nas bancadas porque entendeu que denegria a imagem das mulheres.
(por um brevíssimo instante esqueceremos o tipo de corrupção que grassa na FIFA e a incrível falta de moral para moralizar)
Ora...alguém perguntou às filmadas?!
É óbvio que muitas ou a maioria apreciavam ser filmadas e há, inclusive, umas quantas que lançaram as suas carreiras e o seu ganha-pão com imagens fortuitas deste tipo; é óbvio que se as gajas semi-nuas não quisessem ser observadas/apreciadas vestiam mais roupa!

Reparem: não se trata de achar que uma mulher deve ser apelidada de alguma coisa ou incomodada por usar um profundíssimo decote mas é ridículo achar ofensivo olhar-se para o que ela se esforçar em mostrar.

Mostrar gajas boas que querem ser vistas não é misógino.
...mas nesta altura de merda em que temos de fingir que somos assexuados e incolores, a FIFA (?!) quis dar o exemplo do quão estúpido, dissimulado e ridículo se consegue ser.

EQUAL PAY FOR EQUAL WORK
Este é um chavão múltiplas vezes usados e, como vem sendo hábito, desconexo do seu real sentido.

Eu também acho que quem faz igual trabalho merece igual remuneração...mas o mesmo trabalho pela mesma remuneração implica, obviamente, o mesmo trabalho.
O que acontece é que sempre que se usa esta expressão - ou a esmagadora maioria das vezes - apresentam-se números sem sustentação nos factos.
Diz-se que os homens recebem mais X que as mulheres mas não o que um e outro fazem. É abstracto. A discriminação, para o ser, tem de ser concreta.

Pensem no Ténis.
Os prémios são de igual valor entre homens e mulheres (pelo menos em alguns dos Grand Slams) e toda a sociedade ridícula lava esta medida em loas e enaltece o progressimo do Ténis.
Meus caros e minhas caras: alguém acredita que o retorno entre um jogo masculino e feminino de ténis é igual?! Tem os mesmos espectadores?! A publicidade custa o mesmo?!
Não a tudo isto.

Os homens deveriam ganhar mais e as mulheres menos. Não por princípio mas por realidade.
Não deviam ganhar o mesmo.

Pensem na Pornografia:
As actrizes são manifestamente mais bem pagas que os actores.
Ora, tenho a certeza absoluta que é fisicamente mais exigente ser actor porno do que actriz.
Há limitações quanto a número e fingimento de ejaculações...ao que acresce que não é fácil ficar horas de pau feito.

Deviam os actores ganhar o mesmo que as actrizes?!
Não. Obviamente que não.
Quem leva a que o filme seja mais ou menos visto são as mulheres, ainda que tenham a vida mais facilitada. Os homens são mais adereços necessários que outra coisa.
Ela ganham mais e bem porque dão mais retorno.

Novamente: eu acho que as mulheres ainda não são tão socialmente beneficiadas como os homens mas, caralho, é preciso ter-se dois dedos de testa e muito menos que cinco palmos de hipocrisia.

Tuesday, July 17, 2018

Poliamor

Há uns dias, estava num convívio de cenas e atiraram-me esta à tola.
Em condições normais, não daria troco a quem avançou com a ideia e a defendeu mas tinha um tempo livre nas mãos para gastar.

Então,
é muito engraçado o facto de, por exemplo, os defensores da vida simples não a tenham e que aqueles que acham triste que nos prendamos às aparências sejam feios.
Não é por acaso.
Esta, por exemplo, é uma divorciada amargada que pensa que engana toda a gente quando se pinta como muito à frente. Uma destas ideias muito à frente é o poliamor e o outro a pansexualidade.

O problema dela é que fala de cor.
Eu não.

Na cabeça dela, terá pensado que eu não saberia o que é o poliamor nem a pansexualidade e enganou-se em ambos os casos; mais do que saber o que é, já vi ser tentado e sempre mas sempre sem sucesso.

Percebam: não tenho nada contra múltiplos parceiros e foder com quem lhes der na gana.
O meu problema são merdas inventadas; poliamor não é um relacionamento ainda que se lhe queira dar esse ar.
Pansexualidade é uma outra maneira de identificar bissexualidade.

A coitada que há-de ter usado o tempo para um casamento amargurado não percebe que eu o usei para viver cenas e conhecer cenas.
Agora, volvidas quase duas décadas de puta da loucura, estou noutra fase.

Não tenho, por exemplo, a veleidade de achar que sei imenso sobre relacionamentos sérios.
Não sei.
Estou a aprender e a tentar ser bom nisso.

Tenho, contudo, a veleidade de achar - talvez mesmo saber - que sou muito versado em puta da loucura e não é um embrião de libertina que me vai ensinar muita coisa ou vender gato por tigre.

Ah, só para que fique claro: acredito que haja pessoas para quem o poliamor funcione, eu só não conheço nenhuma e rejo-me por estatística e não por casos isolados.
Ah, mas comigo funciona! Tu não percebes!
Se 10 pessoas me disserem isto, 9,5 estão a mentir.

Monday, July 16, 2018

Feito é melhor que Perfeito e mais Duas Coisas

FEITO É MELHOR QUE PERFEITO

Eu sei que é politicamente incorrecto advogar menos do que a perfeição e, na verdade, não o advogo. Não o pratico.
Perfeccionismo é uma característica de gente chata - não das que dizer ser mas das que, de facto, o são - e de gente que não faz coisas.
Eu prefiro fazer.

Não me entendam mal. Não aprecio coisas mal feitas e esforço-me por fazê-las bem mas...perfeito?!

Por exemplo:
acabo de ver uma fotografia que tirei e de que gosto muito.
Entre outras coisas que poderiam ser feitas melhor, está descentrada e quando a vi pensei caralho, devia tê-la centrado melhor mas pensei ainda mais que estava contente de a ter tirado.

Feito é melhor que Perfeito.

CRISE DE MEIA IDADE?

Sempre achei que não ia sofrer disto porque nunca tive e também não tenho vontade de ter um carro descapotável nem uma namorada/mulher 10 anos mais nova e com mamas gigantes.
Mas já estive mais certo de não vir a passar por esta piroseira.

Estive de férias uns dias e fiz - salvo erro - 820kms de carro e mais de 20kms a pé.
Dormi umas 5 horas por noite.
Andei assim uns 4 dias e andei feliz da vida.

Regressei no sábado e, desde esse dia até segunda-feita de manhã dormi como um verdadeiro animal e ainda estou cansado.
Não tivesse regressado e ainda andaria a correr de um lado para o outro e a fazer kilómetros em cima de kilómetros.

Talvez a minha crise de meia idade seja a de achar que não estou aqui, parado, a fazer nada.

NOCTURNAL ANIMALS

Ontem, estive a ver este filme.
É certo que me é muito desagradável pensar em saber que a minha mulher e a minha filha seriam violadas e, depois, mortas mas é certo, também, que existem contextos em que tal possa ocorrer e que me escapem, por completo, ao controlo.

No caso do filme, além da hecatombe que descrevi, o gajo fez muito mas muito menos do que o que poderia ter feito.
....e eu não sei como sobreviveria na vergonha de poder ter feito mais do que o que fizera.

Eles não são como nós! Eles são guerreiros e não sabem viver na vergonha!! disse um médico no Any Given Sunday referindo-se aos jogadores de futebol americano.

Eu também não sei.
De vez em quando penso em pequenas vergonhas que ocorreram há décadas e que não são de monta e ainda faço um esgar de dor.

Monday, July 09, 2018

Não É Magia!

Este fim-de-semana perguntaram-me como é que eu tirava fotografias tão boas (não são assim tão boas quando comparadas com fotografias realmente boas mas quando comparadas com a média...).
A minha resposta foi aquela que é óbvia: Tiro muitas e muitas fotografias!

É espantoso como o esforço nunca é a primeira resposta que o pessoal encontra quando vê alguém fazer algo bem feito.
Normalmente, é sorte ou talento.

Reparem: eu sou realista.
Eu SEI nunca correrei tanto como o Bolt por muito que treine;
Eu SEI que nunca chutarei uma bola como o Messi por muito que me esforce;
Eu SEI que nunca saberei tanta coisa como o (esqueci-me do nome que queria dizer) por muito que leia.

Nós temos limitações, é óbvio.

Mas é impossível pensar-se dois segundos e continuar a achar que o Bolt e o Messi e o outro gajo cujo nome não me lembro acordaram um dia e eram espectaculares.

Poderemos não conseguir ser tão bons como outros mas poderemos - SEMPRE - ser uma melhor versão de nós mesmo.

Trabalhem, caralho!

Contabilista

Gostava de ser um gajo que não pensa no que é feito por si para decidir o que há-de fazer pelos outros.
(na verdade, não gostava mas admiro essa qualidade nos outros, pelo que vamos imaginar que gostava)

A minha contabilidade não é facial; não retribuo na estrita medida em que recebo.
As minhas contas têm que ver com - digamos - taxa de esforço.

Por exemplo:
por natureza, eu sou um gajo muito preocupado com as pessoas de quem gosto e não espero que essas pessoas se preocupem comigo na mesma medida (nem quero mas, novamente, vamos imaginar que uma conta equilibrada poderia ser esta). 
O que espero, contudo, é que se preocupem com o meu bem-estar na medida em que consigam mas que não o olvidem por dar trabalho.

Honestamente, as minhas relações próximas - as poucas que resistem e resistiram - são fundadas nisto: que as pessoas em questão mereçam que me preocupe com elas.

Há uns anos, aquele que era o meu melhor amigo, disse-me numa fase péssima da minha vida que estava meio chateado porque eu não dizia nada e nem aparecia. Era como se não me preocupasse.
Nesta mesma fase, gente tão próxima e nem tão próxima foi-me perguntando como andavam as merdas (sempre com a resposta impecável!), o que apreciei.

Poderia, então, pensar-se que fiquei fodido com ele por não se ter preocupado mas o que aconteceu não foi isso.
Não recrimino quem não me andava a perguntar como eu ando - aprecio quem o fez mas não recrimino quem o não fez - porque se que quisesse alguma coisa poderia sempre ter pedido; nunca pedi.

Agora...no meio da merda toda estar chateado porque eu não lhe dava atenção?!
Pois...não.
Não sei há quanto tempo não o vejo mas estou a achar que deve rondar os 4/5 anos.
Não lhe sinto a falta.

Lembrei-me disto porque ontem fui ter com uns amigos dEla e Ela ficou chateada porque só no fim do encontro, quando nos vínhamos embora, a amiga dela se ter mostrado interessada por como Ela se estava; até lá, o que interessava era a amiga.
- Não devias ficar chateada com isso. Não se fica chateada com um cão porque ele ladra. As pessoas são assim.

....e eu acredito firmemente nisto.
No lugar dEla, não me tinha chateado.
Ajustaria as contas.

Friday, July 06, 2018

As Jaula em que Nos (ME) metemos (METO)

Este é um assunto recorrente e no qual penso frequentemente e ontem deu-se uma ilustração perfeita da coisa.

Ando à procura de umas sapatilhas para substituir as minhas específicas há algum tempo e não tenho tido sucesso.
Ontem, tive.
Encontradas as sapatilhas; experimentadas as sapatilhas; ida para pagar as sapatilhas.

Quando chego à caixa, a mulher diz-nos:
Ah...têm aqui este defeito na sola... (era uma merda de nada que nem teria dado conta e que nem me interessa. Não sou picuinhas)
Ela olha para mim, para saber se me importava, e respondi à mulher da caixa: Ah, com defeito, não quero. Se levasse uns 20% de desconto em cima, ainda aceitava...
A mulher da caixa disse que nada podia fazer e eu respondi então deixe lá e fomo-nos embora.

Para perceberem:
além de nada me interessar a merda do risco da sola, as sapatilhas estavam com um desconto muito significativo mas vi ali uma oportunidade de diminuir o preço e entrei de tola.
Não tendo resultado...não quis.

Quando estava fora da loja, Ela disse-me:
Tu nem sequer queres saber do defeito. Nem tinhas dado por ela. Andamos há tanto tempo à procura disto...
- Eu sei. Tens razão em tudo. Tentei tirar proveito porque me parece mal comprar um produto novo com defeito.
(...)
- Bem, se quiseres, podes ir buscá-las mas eu não vou. Eu disse que não ia.

E Ela foi.
E eu tenho as sapatilhas que queria.

Percebem?
Porque disse Não ia continuar a ser Não independentemente do resultado em concreto. Resultado que não me beneficiaria.
Ela, porque não é como eu, não se importou de pensar qualquer coisa como tentou-se. Falhou-se. Dá-se o braço a torcer.

Eu não sei fazer isto.

Wednesday, July 04, 2018

Demasiado Sensíveis...

Não é de hoje a minha apreciação ou depreciação quanto à sensibilidade exacerbada da sociedade ocidental ou desenvolvida.
Os ataques terroristas que são terríveis mas que causam um temor muito maior do que merecem e, por isso, ganham;
Os ataques aos jogadores do Sporting na Academia que fez parecer que temos o Boko Haram entre nós.

A minha intenção não é desvalorizar estes incidentes que são graves.
A minha intenção é ressalvar que ainda que graves e manifestamente desagradáveis não são hecatombes.

Então,
há coisa de uma semana fui andar de canoa para um determinado lugar.
A coisa correu mal porque as minhas costas, cansadas do abuso que sofreram durante anos e anos, não se deram bem com aquilo e cederam; naquilo que julgava ser o fim do percurso comecei a ter ânsia de vómito de tanto me doerem...e depois descobri que não era o fim e ainda faltava um bocado.

Fui falar com o gajo que coordenava a cena e disse-lhe (tentarei ser o mais honesto possível!)
Boa tarde. Eu não consigo andar mais na canoa; há outra maneira de sair daqui? (era uma ilha).
- Está cansado? Eu posso ir na sua canoa e vou eu a remar.
Não. Não estou muito cansado. As minhas costas não aguentam.
- Ah...mas eu posso ajudar, como lhe disse.
(este gajo, que não me conhece, não sabia e nem sabe que quando eu digo que não consigo mais a verdade é que já há algum tempo não consigo mais. 
Este gajo presumiu que eu sou como os demais que quando as coisas aleijam um bocado chamam-lhe dor e quando dizem que não conseguem estão a dizer, apenas, que não estão virados para o esforço.
Eu não sou isto. Dizer que não consigo é matar-me mas, com o passar dos anos, passei a admitir que morrer em sentido figurado é melhor do que morrer em sentido literal. No caso, era melhor conceder do que ficar entrevado por dias).

Poderão, então, pensar que fiquei fodido com este gajo por causa disto mas não fiquei.
Ele achar que eu só não me queria cansar e tentar motivar-me era normal; baseou-se na experiência adquirida e aplicou-a. 
Estava errado mas não fez mal.

Então, porque azedou a merda?
Bem...continuando:
Eu não quero ser ajudado. Eu não consigo ir de canoa. Não há outra maneira de sair da ilha?
- Não. Tem de ser de canoa.
....e foi aqui.
Tem de ser é o caralho, pensei eu.
Pois. Não vou de canoa, já lhe disse. Vou ter de chamar um helicóptero?
- (...)
Não há nenhuma merda a motor que faça a travessia?!
- Há...mas tem de pagar.
Não me lembro de lhe ter perguntado se tinha de pagar ou quanto custava. É dizer-me onde apanho o barco a motor e mais nada. Aponte e chega!

Depois de me dizer onde estaria a lancha...voltou a carregar no erro.
Já na cena de embarque:
- Escusava de me ter falado assim. Em helicópteros! disse-me a uns seguros metros de distância que encurtei muito depressa.
Ouça lá: Eu disse-lhe que não ia de canoa; a sua obrigação é dizer-me que alternativas tenho. "Tem de ser de canoa"? Mas tem de ser o quê?!
- Ah (disse mais qualquer coisa que não ouvi)
Não vou continuar a bater boca consigo. Tenho mais com que me preocupar e muitas maneiras de apresentar reclamações. Mais alguma cosia?

Mais nada.
Acabou e a lancha apareceu.

Onde entra a sensibilidade?
Bem, o resto do grupo ficou mais ou menos de boca aberta ainda que não tenha dito nada. Foi uma sensação. É uma sensação que tenho em situações similares.
A verdade fica escondida no meio do desconforto que um confronto cria.
E a verdade é esta:
Eu sou um gajo educado.
Tento pedir e nunca dar ordens; tento tratar com dignidade todo o tipo de profissionais de todas as áreas...e isto é óbvio se me conhecerem.
Agora, filho da puta nenhum me diz que eu não tenho escolha e muito menos um filho da puta que está a ser pago para prestar um serviço.

Confunde-se educação com subserviência ou complacência.

Há uns anos, estava num bar de putas e um amigo pôs a mão na perna de uma das profissionais e a profissional disse-lhe para parar.
O meu amigo respondeu-lhe: Foda-se...queres ver que a puta aqui sou eu?!

É a sensação que tenho, de vez em quando, e que não me agrada.
O empregado era o gajo.
Eu não tenho prazer em tratar alguém como empregado mas também não me importo de - se provocado - retorná-lo à realidade de que está ali a ser pago para me servir.

Ah, K...isso não é maneira de falar com as pessoas!!
Não é o caralho.
Se tiverem noção do que andam a fazer, não preciso de dizer nada.
Se não tiverem noção do que andam a fazer, eu digo-lhes!

Monday, July 02, 2018


Sunday, July 01, 2018

Sou como as Criança

A minha paciência para esperar é ZERO.
Quando digo, por exemplo, temos de experimentar este restaurante o que se ouve - as mais das vezes - é que um dia será de experimentar.
Não.
É hoje.

Considero que já cresci um bocado....mas muito pouco.
A minha evolução permite - ainda que de forma mitigada - estar algum tempo onde não me apetece e esperar mais tempo do que a minha disposição permite.
...mas quando me dizem pronto, vamos indo não é algo que entenda como sendo daqui a bocado mas antes como vamos indo, agora. E todos os minutos que separam a frase da saída são a minha vida inteira.