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Lembro-me de que quando entrei para a faculdade achei que estava a entrar na última fase da minha vida "louca".
Pensei, e acreditava nisso piamente, que quando terminasse o meu curso e fosse um profissional de respeito tudo se transformaria como num passe de magia.
Na época que entrei nesse fastidioso e pré definido mundo de pensadores que se querem livres mas mais não são do que autómatos (aka vida académica), tinha muitos dos meus amigos a entrar comigo, alguns mais à frente e outros ainda quase a sair dele.
As pessoas com quem tinha um contacto mais directo estavam ainda na fase de adquirir o canudo, ou porque, efectivamente, eram pouco mais velhos que eu (alguns) ou porque não queriam sair da faculdade sem ter a certeza que saiam com tudo muito bem sabido e, por isso, ficaram lá mais tampo do que deviam eheheheh (a maioria).
Quando dei por mim comecei a ter as minhas primeiras festas de formatura, os primeiros profissionais estavam formados e iam passar a ser pessoas de respeito.
Ledo engano...
Continuei a sair com eles à noite, continuava a ser a puta da loucura, continuei (como continuo) a ter gente que acorda no meio da sala, continuei a ter quem não faça a mais pequena ideia de como foi pra casa naquele dia.
Começou então a minha dúvida:
"Mas...nada muda? Continua tudo na mesma?"
Dúvida que se esclareceu quando eu passei a fazer parte dos profissionais, quando eu passei a integrar o clube do pessoal que usa gravata...mas a puta da loucura continua.
Não houve qualquer passe de mágica, acordei da mesma forma que me deitei, continuo na busca incessante de qualquer coisa, continuo a sentir que perderei alguma coisa de verdadeiramente importante sempre que penso em não me juntar ao pessoal que está a entornar a sua cerveja pleno de prazer e a falar de coisa nenhuma.
Sou responsável, trato das coisas com esmero, não falho na minha profissão mas...o sol cai e a lua nasce e a pele de cordeiro (vulgo fato) rasga-se em mil pedaços e vê nascer o lobo (vulgo bambora tá na hora).
Boys will be boys.
É mais uma daquelas dicotomias que me apaixonam...
Aquela coisa de te conhecerem pela metade (ou mesmo por 1/3), aqueles que te vêem como o profissional de opinião avalizada (e que de facto o é) e que nem lhes passa pela cabeça a sede que toma conta dele quando todos os gatos se tornam pardos.
Amanhã é véspera de feriado, as solicitações começaram a aparecer e eu a negá-las...mas alguém acredita nisso? Eu quero acreditar mas jurar não juro...