Friday, November 30, 2007

Há uns tempos passei uma fase fodida...
Diagnosticaram como carência... não sei se era.

Tenho dificuldade em baptizar o que nunca senti ou nunca soube que senti.
Já li a descrição do dicionário, já me disseram que estavam carentes e tentaram explicar-me o que era mas não sei exactamente o que é.

É parecido com a saudade.
Já ouvi músicas, li poemas e até, como com a carência, fui ao dicionário.
Aquela dor de ausência é-me desconhecida...

Tenho saudades do Rio de Janeiro mas vivo tranquilamente com ela.
Será que é saudade?

Thursday, November 29, 2007

Gente Depressiva

Ouve-se falar com muita facilidade de depressão.
Volta e meia, um ou outro amigo diz que está deprimido.

Na maioria absoluta dos casos, a depressão de que te falam resulta de um desgosto amoroso ou da falta de um gosto amoroso.
Umas poucas vezes, foi uma notícia do telejornal que revelou uma catástrofe em qualquer lado.
A minoria das vezes, foi o Porto que perdeu ou o Benfica que ganhou.

Uma coisa parece-me cada vez mais verdade: Quem está realmente fodido, não diz.
Porque digo isto?
Bem, há pessoas que têm a infelicidade de ter queda pra depressão sem que esse sentimento tenha um estímulo externo claro.
Não, ninguém me deixou.
Não, não quero ninguém.
Não, o Porto não perdeu.
Não, o Benfica não ganhou.
Não, não houve uma cheia na Guiné Equatorial.

Há pessoas cuja pele lhes pesa.
Há uns quantos que sentem cada grama do seu cérebro.
Há gente que sente o esqueleto como ferro.

O pior, como tudo que não se controla, é que não passa.
Não vai aparecer um rabo de saia que resolva a questão e nem um jogador de futebol que marque o golo decisivo.
Também não será Deus a iluminar-lhe o caminho, até para Ele a electricidade está ao preço do outro.
Nada resolve, nada transforma, nada cria.

Poderia, pelo menos, haver um aviso prévio, tipo uma merda de uma andorinha que anuncia a primavera mas, caralho, essa andorinha está de asas partidas.

Tuesday, November 27, 2007

Seinfeld

Acabo de ver a continuação da tournée do Jerry Seinfeld pelos talk shows americanos a promover o Bee Movie.
Vi-o no Leno (o que gostei mais), no Jon Stewart (o meu favorito dos 3 mas a pior aparição) e, agora, no Conan.

O Seinfeld é, para mim, um caso estranho de sucesso, um pouco como, por exemplo, o Lost (que deixei de seguir de forma voraz por conta dos FDP que cortam a emissão da série e depois decidem retomar... dizem que é uma questão com a Fox que não disponibiliza a série inteira de uma só vez... caguei, não vejo mais!!) apesar de num registo diferente.

O Seinfeld não é a típica sit com, está longe disso.
Não são episódios soltos, não são piadas fáceis e imediatas, não tem gajas boas como personagens principais (a Elaine não é boa) e não te dá o que esperas.
É dos momentos em que tenho esperança na humanidade.

Este tipo de séries são a prova que as pessoas gostam do inesperado e que não tem de ser de digestão imediata.
É um pequeno escaparate para a miséria que querem, forçosamente, enfiar-nos goela abaixo com a desculpa de "darem o que o povo quer".

Fora esta coisa meio sociologica sem fundamento académico, sinto-me muito dentro daquilo que se passava naquele apartamento nova iorquino.
É o meu interesse por coisa nenhuma que me atrai ao tudo... o fundamento de que tudo acontece mesmo quando nada parece estar a acontecer.

Monday, November 26, 2007

Esperar Demais

Esperar tudo é esperar demais?
Esperar muito é esperar demais?
Esperar o satisfatório é esperar demais?

Já andei por este tema várias vezes mas, normalmente, com a minha visão sobre a coisa.
Hoje, tento ver as coisas de fora, ainda comigo como actor principal (toque de egocentrismo com uma pitada de realismo... na verdade, se não me inclui interessa-me pouco e tenho um conhecimento nulo).
Ainda não decidi se pedem muito de mim, se podem pouco, se eu dou pouco, se eu tenho pouco... enfim...

É uma queixa constante.
Aliás, já me pediram desculpas por esperar demais de mim, já, até, me pediram desculpas por querer falar da relação.
A verdade, aqui que ninguém nos ouve, é que não acho errado que esperem tudo, eu espero o mesmo.
A verdade, em segredo, é que eu também já tive a iniciativa de discutir relação, uma ou duas vezes, mas já.

Não é uma chatice dar a quem se quer.
Não é impossível discutir uma relação sem que se torne numa coroa de espinhos.
Tudo depende de gostar o suficiente ou não... ou ser capaz de gostar o suficiente ou não.
Não posso afirmar a qual dos grupos pertenço mas desejo ser capaz de dar tudo, por mais que não seja porque detesto limitações.

Não será apenas foder nem fazer amor nem sexo nem andar de mãos dadas nem desabafar nem confidenciar nem ir ao cinema nem passar férias juntas nem casar.
Será tudo elevado à décima potência.

Hoje, tristemente, sinto-me no "Acontece" do mestre Cartola:

Esquece o nosso amor, vê se esquece.
Porque tudo no mundo acontece
E acontece que eu já não sei mais amar.
Vai chorar, vai sofrer, e você não merece,
Mas isso acontece.

Acontece que o meu coração ficou frio
E o nosso ninho de amor está vazio.
Se eu ainda pudesse fingir que te amo,
Ah, se eu pudesse
Mas não quero, não devo fazê-lo,
Isso não acontece.

Hoje é assim, espero que amanhã não.

O que se quer que tu saibas mas não se quer dizer e pede-se segredo a quem as ouve

Título comprido e nada do meu agrado mas... é para tornar mais ridículo o próprio ridículo.
Tenha-se o exemplo que se segue, transcrição imaginária de coisas bem reais.

A Ex diz ao melhor amigo do Ex:

"Sabes... não consigo parar de pensar no X.
Eu até tento interessar-me em alguém, até namorei uns tempos com o Y mas... não resulta.
Estou a desesperar.
Olha, estou a desabafar contigo mas NÃO CONTES AO X!!!"

Quem nunca passou por isto?
Sendo o ouvinte ou o receptor deste "não contes!!"
É tão estúpido que só não o será por completo se quem envia esta mensagem tiver menos de 10 anos.

A pessoa que tenta uma coisa destas ou é estúpida porque acha que o X não vai receber nos segundos seguintes esta mensagem secreta ou porque acredita o X não vai perceber que era mesmo para receber a mensagem e, perante aquela revelação incontida, vai reconsiderar.
Foda-se, e querem fazer-me acreditar que os primatas são uma raça inferior aos sapiens que vieram depois.

Depois, o X é insensível porque não dá o devido valor à X.
Pior, se o X lhe liga e diz "então disseste aquilo? Olha, até te comia... tás numa de?", bem, aí torna-se o pai do nazismo.
Só porque atira à cara da X que ela é parva mas que, ainda assim, é boa e ele gosta de a comer, é um reles rastejante e digno de ouvir todos os impropérios.

Em suma, a X pode achar que ele é parvo mas ele, que sabe que ela é parva, não pode esfregar-lhe isso na cara.
Ela pode tentar manipula-lo mas ele não pode dizer-lhe a verdade.
Pior, ambos querem foder mas ela precisa de uma desculpa... do tipo "talvez resulte agora... vamos tentar".

Hipocrisia, teu nome é Sociedade e que não lembre a ninguém desafiar este perfeito equilibrio entre o que se quer e o que se diz.
Mais uma vez, as pessoas só preferem a verdade se esta lhes interessar... senão...

"Não Tens Nada Para Me Dizer?!"

Essa frase é como que kriptonite, para mim.
É parecido com "temos de conversar" quando se está numa relação.

Ainda este fim de semana ouvi esta frase.
Acredite-se ou não, estava em ponto de bala (eu e o Golias), pronto para entrar em acção e quando estas palavras bateram nos meus tímpanos pareceu que um atirador furtivo havia acertado em cheio na libido.
Foi um tiro tão certeiro que nem houve tempo para o clássico deambular em dor para, posteirormente, cair no chão inerte. Não, foi tiro e queda... caí e não me levantei mais.

Não, não tenho nada para dizer, caso contrário, diria e não teria de existir a pergunta.
Nem sequer é uma coisa de quem está irritado, apenas não tenho para dizer aquilo que se quer ouvir.
Não tenho, sequer, vontade de mentir.

Poderia achar-se (como alguns amigos meus acham) que tenho tantas gajas atrás de mim que me dou ao luxo de dizer o que me apetece, mesmo quando o que me apetece dizer vai implicar, com bastante segurança, que o Golias não se aconchegue mais naquela caverna em dias de temporal.
Infelizmente, não é o caso.
A verdade é que não gosto de concessões.
A mentira, para mim, é o contrário do afrodisiaco.

Por exemplo, a mentira implica que o telefone toque mais vezes e isso implica que eu tenha de mentir mais.
A mentira, aquela que significa dizer o que a pessoa quer ouvir, é como um novelo. Dizes a primeira e, depois, as perguntas vão-se acomulando, cada vez mais profundas e cada vez mais directas e cada vez mais complicadas... depois, como a estas perguntas se vão seguindo mentiras, a coisa vai-se tornando um constante olhar por cima do ombro.

Mentiria se não dissesse que muitas das vezes me arrependo de não mentir, especialmente quando rebento os meus esquemas todos e só me sobra o youporn.
Nesses momentos fico bastante irritado e, numa racio de relação directa, começo a sair mais e a beber mais porque só assim consigo encontrar quem aguente mais verdades.

Ouve-se muito que as mulheres querem quem não lhes minta... pois, desde que as verdades lhes agradem.
É dizer, de caras, a uma gaja que o que me interessa é vê-la nua durante uma hora por semana. O resultado não será bonito...

Poderia, agora, mentir e dizer que as mentiras me enojam ou que não sei mentir.
Tanto uma coisa como outra não seriam verdadeiras.
As mentiras não me enojam e sou muito bom mentiroso.
Agora, não admito que me obriguem a mentir, nem nisso concedo a ser ordenado.

Cheira-me que vem aí uma temporada de Jameson.

Friday, November 23, 2007

És Idiota?

.

Tens Dúvidas?
Então és, devias ter a certeza.

Não és?
Só os Idiotas têm certezas absolutas, então és.
.

É fodido.
É o etern preso por ter cão e preso por não ter.
É injusto?
Mas.... isso interessa a alguém?!

Ambição

Acho que sou ambicioso por falta de tempo para não o ser.
Ontem estava a pensar nisso....

Se me perguntarem o que me faz feliz ou o que acho que me faz feliz, a resposta será pronta, concisa e directa: Andar de calções, havaianas e t-shirt.
A isso poderá e deverá ser acrescentado um país tropical... mas pouco mais.
No geral, é uma coisa frugal e despojada de ouros.

No entanto, apesar de querer o que descrevo, não tenho tempo para isso.
Contrariamente à indumentária que muito me agrada, trajo de fato diariamente e, pior que isso, de sapatos (não uso gravata e normalmente ando com a barba por fazer, é como que uma festinha ao meu ego, faz-me sentir menos com aquilo que pareço).
Acordo às 6.45 para trabalhar e chego a casa às 19 ou 19.30 ou, em caso de emergência, às horas que for.
O tempo que tenho para não fazer nada faço exactamente isso.... nada.
Preciso de dormir e...pronto.

Para colmatar o tempo, retiro prazer a jantar onde tenho vontade, comendo o que tenho vontade, bebendo o que tenho vontade e pagando em igual medida.
Como me faltam as horas para andar de calções e havaianas, pretendo ter, um dia, um Frank Muller para me dizer o tempo que perco.
Se não posso andar em passeios porque eles custam um enorme aglomerado de minutos, de que não disponho, tenho uma enorme televisão, leitor e gravador de dvds e um computador portátil para prazer enlatado.

Se desse, trocava estas coisas, que só me dizem alguma coisa porque estou impossibilitado de não as ter, por cerveja numa praia.
Pois.... não tenho e acho que não terei o que quero, tenho de me contentar em ter aquilo que poderei ter.

Wednesday, November 21, 2007

O Injustiçado


Estive vai que não vai para colocar aqui a foto do Scolari a dar um soco a um jogador mas achei que nem disso precisava tanto é o asco que este gajo me transmite.
Ontem, mais uma vez, o Dom Quixote de além mar sentiu-se atacado porque os jornalistas lhe disseram que Portugal não jogou merda nenhuma e se tinha sofrido um golito, o que pode sempre acontecer [tornando-se mais provável ainda se for o Ricardo o guarda redes], tinhamos ficado fora do Europeu.
Scolari sentiu-se ultrajado!!!
Disse coisas como "fiz e faço por Portugal o que nem pelo Brasil fiz ou faria!!".
Ninguém o apoia, só o criticam... por pouco não vi o Sargentão chorar ao bom estilo de uma Madalena.
Chegou ao ponto de se queixar que [ahahahahahahahah.....ok..... continuando] o seleccionador Finlandês disse que não faria qualquer diferença o Scolari estar no banco ou não e a imprensa portuguesa não o defendeu!!!!
Porque o haviam de defender? Ora, porque quando um treinador diz que não faz diferença que o outro esteja ou não no banco é falta de ética!!! Como não o defenderam?! [e ainda querem legalizar as drogas... havia de ser bonito].
Mas... porque criticam Scolari?
Bem, talvez seja porque num grupo de merda tivemos de esperar o último jogo [à queima] para nos apurarmos.
Talvez seja porque temos vergonha [eu tenho, e muita] que um tipo de 60 anos que comanda a selecção do meu país desate ao soco a um jogador da equipa adversária e depois, na conferência de imprensa, minta a esse respeito [as imagens foram uma cena tipo matrix, as câmaras captaram mas nunca aconteceu].
Talvez seja porque ele fica nos churrascos e vê os jogos pela televisão. Portugal é extenso demais para que ele assista aos jogos ao vivo.
Talvez seja porque tenha dado a baliza da selecção a um funcionário de um aviário.
Talvez seja porque levou o Boa Morte ao mundial [devia de faltar quem carregasse os sacos].
Enfim, há umas quantas razões.
Já lamento pouca coisa no futebol e só não lamento mais porque sou portista e, por isso, vou tendo motivos para sorrir.
Temos, até, um presidente da Federação que achou pesado o castigo dado ao seu seleccionador por ter agredido um jogador adversário mas que se dá ao desplante de insultar de todas as formas como pode e suspender um atleta durante 1 ano das selecções porque tirou um cartão da mão de um árbitro [jogador que não agrediu ninguém, apenas foi burro, e que tem 19 anos e não 60].
Outra coisa que não percebo, apesar de ser portista, é o anda o Pepe a fazer na selecção.
Ok, é mais que muito bom, concordo. Agora, o problema da equipa não é sofrer golos, é não os marcar.
Se é pra transformar a selecção de Portugal num Brasil de refugo, porque não naturalizam o Liedson?!
Quando olho para o quadro geral, tenho a sensação de que é um filme do David Lynch, uma coisa que não percebo de todo e mais parece uma obra em benefício próprio... mas para a qual eu e todos os outros pagam.
Pá, façam mais uma Branca de Neve sem imagens e passe no cinema, não se vê nada mas entende-se o que se diz.

Tuesday, November 20, 2007

Descobri a Nina Simone há uns anos atrás, quando vi um filme da Bridget Fonda chamado Point of No Return, no longinquo ano de 1993.
Assumo que na altura, época de grunge e Alive, disse-me muito pouco, estava na fase gadelha a esvoaçar e acordes distorcidos, o jazz ou o soul [podem chamar o que quiserem ao que ela canta, é indiferente] parecia-me uma coisa muito chata.
Depois, a segunda vez que me surgiu à frente foi no Thomas Crown, na cena em que ele vai devolver o quadro à parede ao som do inigualável Sinnerman [a minha favorita e já postada neste blog].
Na altura fez-me alguma confusão a forma como a música é desordenada e apenas tem coerência na voz da Nina Simone... fiquei viciado e nunca mais me curei.
Gosto de tudo que lhe sai da boca.
A terceira vez foi mais agradável, descobri a Nina numa banda sonora de um filme que tinha visto mas que, na altura, a música me tinha escapado [stealing beauty].
Foi mais agradável porque encontrei mais uma pessoa que gosta muito de Nina Simone e um prazer partilhado é sempre prazer vezes 2.
Não acredito, naturalmente, que sejamos os 2 únicos admiradores de Nina Simone mas não é daquelas coisas que surja numa conversa ou se ouça num bar.
Agrada-me de sobremaneira o secretismo de ter a Nina a cantar-me ao ouvido e achar que partilho um segredo.
Liz taylor is not his style
And even lana turners smile
Is somethin he cant see
My baby dont care who knows
My baby just cares for me

Filosofia - Mart´nália

O mundo me condena
E ninguém tem pena
Falando sempre mal do meu nome
Deixando de saber
Se eu vou morrer de sede
Ou se vou morrer de fome

Mas a filosofia
Hoje me auxilia
A viver indiferente assim
Nessa prontidão sem fim
Vou fingindo que sou rico
Pra ninguém zombar de mim

Não me encomodo
Que você me diga
Que a sociedade
É a minha inimiga

Pois cantando nesse mundo
Vivo escravo do meu samba
Muito embora, vagabundo

Quanto à você da aristrocacia
Que tem dinheiro
Mas não compra alegria

Há de viver eternamente
Sendo escrava dessa gente,
Que cultiva hipocrisia

Mas a filosofia
Hoje me auxilia
A viver indiferente assim
Nessa prontidão sem fim
Vou fingindo que sou rico
Pra ninguém zombar de mim

Não me encomodo
Que você me diga
Que a sociedade
É a minha inimiga

Pois cantando nesse mundo
Vivo escravo do meu samba
Muito embora, vagabundo

[a tristeza na voz desta mulher, nesta música,
é digna de ser ouvida]

Off Key - Ella Fitzgerald

Love is like a never-ending melody
Always have compared it to a symphony
A symphony conducted by the lighting of the moon
But our song of love is slightly out of tune

Once your kisses raised me to a fever pitch
Now the orchestration doesn't seem so rich
Seems to me you've changed the tune we used to sing
Like the bossa nova, love should swing

We used to harmonize, two souls in perfect time
Now the song is different and the words don't even rhyme
Cause you forgot the melody our hearts would always croon
So what's good's a heart that's slightly out of tune

Tune your heart to mine the way it used to be
Join with me in harmony and sing a song of loving
We've got to get in tune again before too long

Ther'll be no desafinado
When your heart belongs to me completely
Then you won't be slightly out of tuneYou'll sing along with me

Ella Abraça Jobim

Deve ser das melhores coisas que já ouvi.
Mesmo fazendo uso da minha imaginação, não consigo pensar em algum casamento mais virtuoso do que as músicas de Jobim cantadas pela enorme Ella.

Não sei se é verdade ou se é mentira, no entanto, quando estas músicas me entram nos ouvidos sinto que a beleza tem rosto ou, pelo menos, voz.
Alguma coisa não joga em mim, ainda não me foi possível descobrir o quê mas que não joga, não joga.
Nos últimos meses tenho reparado que deve existir algo de descompensado dentro de mim.
Corro demais para quem não tem lugar para onde ir.

Fico a pensar se tenho urgência porque algo de muito bom me irá acontecer mais lá pra frente ou se ando em alta velocidade para aproveitar o agora porque o depois será pior.

Thursday, November 15, 2007

Estava agora sentado no sofá e lembrei-me que não me lembro de ter sofrido por ninguém.
Nunca me senti particularmente afectado por nada que aconteça aos outros, por muito que goste ou ache que goste dessa pessoa.

Não é uma coisa sádica, não tenho prazer na dor alheia, para ser sincero, não desejo mal nem a quem não gosto, daí que muito menos deseje a quem gosto.
Também não é que não me importe, sou um tipo presente quando acho que precisam de mim.
A questão é que não deprimo e nem fico dias a pensar no mal que aconteceu aos outros.
Não sou de partilhar as dores como se as sentisse na pele.

Já entrei e saí de relações e nunca me ficou a faltar um pedaço.
Já assisti a separações dolorosas mas nunca fiquei com aquele sentimento de que parecia que me estava a acontecer a mim.
Já, até, tive familiares [de quem gosto] em situações de alguma maleita e sempre achei que ia tudo ser tranquilo, não me passava pela cabeça que fosse correr mal então fiquei sempre tranquilo.

No meio de tudo isto, que se pode chamar de insensibilidade, lamento, em parte, não ter uma laceração profunda na pele, lamento não saber exactamente o que é isso de sentir a vida esvair-se por não ter aquela pessoa comigo ou por uma outra pessoa estar a passar um momento muito dificil.
Sinto-me uma bocado como o ar rarefeito pela altitude que, apesar de existir, não abunda.

Cada um preenche os seus vazios como entende.
Umas pessoas querem sucesso, outras querem fama, outras querem comer gajas, outras querem dinheiro, outras querem roupas, outras querem afecto... enfim, todas as necessidades terão uma explicação psicologica ou coisa parecida mas isso nem interessa.
A minha dúvida é outra, se tudo é vazio haverá alguma coisa que o preencha?

Muitas vezes acho que talvez seja esse o meu mal.
Desisti de encontrar o que me falta porque me falta tudo.
Se me falta tudo, acaba por ser a mesma coisa de não me faltar nada e se não me falta nada não há nada que queira.
Não posso dizer que seja um barco à deriva nem um papel perdido no chão. Para ser o barco precisava de estar em contacto com o mar e para ser o papel preisava de estar em contacto com o chão... e não sinto nada em baixo dos pés.

Deve ser por isso que sou do samba, é das poucas coisas que faz com que esta estadia no limbo se torne coerente, é aquele momento em que pouco interessa se há alguma coisa além do pandeiro no ouvido e o samba no pé.
Juro que não fumei nada mas talvez precise.

E quem não tem dono não é dono de ninguém.
"Deixe-me ir preciso andar,
Vou por aí a procurar,
Sorrir pra não chorar
Se alguém por mim perguntar,
Diga que eu só vou voltar
Depois que me encontrar"

Wednesday, November 14, 2007

A Tabela

Ouve-se com muita frequência, da minha boca e da maioria dos homens (os que conheço) que traçam todas as gajas que lhes aparecerem à frente.
Ora, cada vez me parece mais falso... apesar de não entender a afirmação como mentira.
A verdade, para mim, é que é mais a testosterona hipotética a falar, ao bom estilo de "eu tenho olhos mas o meu pau não!!!!Ehehehe".

O meu grau de exigência é maior do que o que revelo com as palavras e até do que eu acho que é.
Tenho extrema dificuldade de, em termos hipotéticos, dizer que não comeria esta ou aquela. Normalmente, a questão, em termos teóricos, coloca-se em comer com mais ou menos vontade.
A realidade, no entanto, é diferente.

Se entrarmo no campo das fêmeas que não existem [Jolie, Alba, Bellucci e afins], é dificil ter noção, a menos que frente a frente, se esta ou aquela despertam a vontade de lhes arrancar a roupa à dentada.
Há uma gaja que trabalha no mesmo lugar que eu que é boa, é gira e tem ar de porca [tudo pontos altos aos meus olhos] que eu não tenho a mínima vontade de saltar em cima.
A envolvência pouco apelativa [a que poderia chamar estupidez] retira-me toda a vontade de, sequer, lhe dirigir a palavra e se eu nem a palavra lhe quero dirigir, muito menos o Golias apontará pra ela.

Não preciso de ligação espiritual nem de almas, até porque não tenho uma coisa nem outra, mas preciso que haja qualquer coisa ali que eu queira.... é difícil explicar...
O meu romantismo nada tem de carnal, por isso, com facilidade fodo e esqueço mas... não sei... talvez esteja a ficar velho mas uma gaja chata aparece-me nos olhos com as mamas a arrastar pelo chão, mesmo que sejam ogivalmente perfeitas.

É a velhice.... eu não era assim...

Tuesday, November 13, 2007

Como tenho tempo para postar em horário de expediente sendo um gajo muito ocupado (que sou mesmo)?

Simples.
Não releio.
Não penso nas palavras.
Não corrijo frases.
Não penso no que escrevo.
Não me preocupo com o bem e o mal.
Não me interessa se faz sentido.
Não me faz diferença que se goste ou deteste.
Não quero saber se ofendo ou agrado.

Então, isto ocupa-me o mesmo tempo que eu demoraria a vomitar, com a vantagem que, aqui, não tenho aquele periodo póstomo de recobro.

Se nada me interessa porque tenho o logo da super bock aqui?
Como disse em cima, não tem de fazer sentido.

Dualidades

Quando entrei para a faculdade descobri que nem todas as pessoas eram como eu e os meus amigos em imensos aspectos.

Por exemplo, dois meses depois, mais ou menos, de entrar para a faculdade tive um almoço.
Não era um almoço para matar a fome, era daqueles almoços a pedir mais bebida que comida, aqueles para festejar qualquer coisa ou em que se inventa qualquer coisa para festejar.
Nesse almoço, eramos uns 4 gajos e 3 gajas, acho.
Eu e mais 2 ou 3 pedimos vinho, havia uns que queriam sangria e 2 das gajas pediram cerveja ou lá o que era (a comida, não me lembro).
Uma das gajas pegou na minha garrafa e serviu-se de vinho (garrafa que eu nem sabia que era minha, descobri mais tarde).

Chega a conta e as duas gajas começam a fazer as contas delas... fez-me extrema confusão, mas...
Depois de se encherem de vinho com as minhas garrafas, dizem que beberam duas cervejas e mais não sei o quê.
Eu disse hã?! e o caldo entornou.
Antes que a discussão começasse mesmo (uma delas teve o desplante de dizer que, se era assim, até pagava o copo de vinho que tinha bebido... como se eu fosse dividir uma garrafa em copos para fazer contas) disse-lhes a alto e bom som que se podiam ir embora que eu pagava o almoço delas mas que elas estivessem cientes que era a última vez que almoçavam comigo... e foi mesmo.

Eu estou habituado a almoçar sem máquina de calcular.
Das duas, uma: ou tenho dinheiro ou não tenho.
Se tenho, vou.
Se não tenho, não vou.

Detesto contas, detesto ter de memorizar o que comi ou bebi.
É muito chato...

Monday, November 12, 2007

Tensão


A tensão sexual é uma coisa que me diver, mesmo quando não é tensão sexual e apenas parece que é.

Como em tantas outras coisas, nem sempre o que parece é, por isso, mesmo não sendo possível ter a certeza da existência desse desejo camuflado (porque é camuflado) é muito divertido tentar ver se as ervas se movem por conta do vento ou porque tem uma cobra a deslocar-se.

Um desses divertimentos, tenho-o aqui, onde trabalho (não poderia ter em muitos mais lugares porque não saio daqui).
Então, é uma coisa parecida com gato e rato em que, a maioria das vezes, eu sou o gato.
A única coisa que me faz pensar mais a sério que a coisa daria, caso algum de nós quisesse é a forma como ela se prega a olhar para mim.
Não olha para a minha cara, como acontece com basicamente toda a gente com que as pessoas se cruzam, mas para os meus olhos... um tempo considerável.

Uma das vezes, encostou-se às minhas costas disfarçadamente e eu, que sou super discreto e preocupo-me em não embaraçar as pessoas desnecessariamente, disse-lhe "já nem sequer consegues evitar tocar-me" . Aquelas brincadeiras tendentes a deixar as pessoas de rosto, como se estivesse entumescido.... ou se calhar estava mesmo.

A útima que apareceu no meio de uma conversa (nem sequer sei a que propósito mas, a início, pareceu-me mesmo inocente) foi um "levantas-te com facilidade?", ao que eu respondi (menos inocentemente) "se pedires com jeitinho... logo se vê".
Depois, foi aquele riso meio que perdido no meio da frase, sem dizer que sim e nem dizer que não.

Confesso que acho esta história mais ou menos regular e sem nada de extraordinário mas se se pensar que como-trabalho-durmo nestas últimas semanas, é o suficiente para eu ter um momento de descontração e divertimento durante o dia.

Foda-se, há uns anos atrás a minha vida era muito mais interessante.

[depois desta última frase, o meu riso foi audível, perguntaram-me o que foi e eu respondi com verdade:
"foda-se, tou mesmo a bater no fundo"
E mais uns segundos de gargalhada]

Velhice

Este fim de semana fiz uma coisa que não fazia há sei lá quanto tempo... não fui pra noite.
Em consequência directa, aconteceu uma outra coisa sem memória... não tive uma ressaca.

Foi uma escolha deliberada, telemóvel sem som e longe da vista, jornais para ler, filmes para ver, voltinha sem dor de cabeça, almoço de domingo com sabor a comida e tantas outras coisas que quando não se troca o dia pela noite vão aparecendo.

Sexta ainda fui a casa de um amigo beber um wisk (para não me sentir absolutamente fechado no meu casulo) e a coisa andou pela idade.
Idade estúpida, esta.
É verdade que estou longe de ser velho, apesar de extremamente gasto.
O problema é que já não sou novo.

É uma segunda adolescência esta.
Não é momento de pensar que não se pode fazer muita coisa, ainda, no entanto, é tarde para se achar que ainda se pode fazer tudo.
Já não me parece que vá a tempo de mudar de vida, não sinto que possa fazer algumas coisas que seriam, na verdade, andar pra trás.

Por exemplo, a semana passada pensei em deixar o emprego e mandar tudo pra puta que pariu.
Se fosse há 05 anos atrás, talvez o fizesse... hoje não.
Olho para as coisas e, sendo certo que é mais que tempo para as mudar, não é menos certo que já não me posso dar ao luxo de um golpe absoluto e brusco.... ou parece-me que não posso.

Parece aquela merda do lusco fusco, não é tarde mas também não é cedo.

Friday, November 09, 2007

Distâncias


Tenho uma imagem de mim de um corredor de 100 metros.
Acho-me óptimo na curta distância, em sprint, e péssimo em provas longas.
Não sou adepto de grandes estratégias nem de conservar energias, sou de entrar a matar, rápido, letal e de forma limpa, sem dar margem para pensar.
Quando me pedem para me manter muito tempo em movimento, perco o incentivo e começo a ficar maçado, normalmente desisto.
Durante 21 anos da minha vida, andei em constantes corridas de pequena distância, relacionamentos relâmpago que duravam, no máximo, um par de semanas.
Nunca achei grande graça em enganar pessoas, acho asqueroso, na verdade, então optava por entrar, empenhar-me enquanto conseguia e depois sair.
Quando pensei que tinha concretizado tudo aquilo que tinha vontade entrei num relacionamento.
A coisa correu bem mas não foi uma maratona, foi uma coisa do tipo corrida dos 10.000 metros, um meio fundo.
Depois disso, os meus relacionamentos passaram para os 1.500 metros.
Não tenho, não consigo, não me deixam ou qualquer outra merda, manter-me quieto e sentir-me preso.
Ora, entramos na fase óptimo amante e péssimo companheiro.
Na parte carnal sou bom (ou esforçado), segundo alguns relatos, sou surpreendentemente carnal.
Gosto muito de carne, há-se ser isso.
Quero agora e quero já, e isso é, pelo que tenho visto (ou do que me têm mentido), é uma característica agradável quando a coisa se encontra com o tesão.
Dos olhos de todas as mulheres que por mim passaram (infelizmente bem menos do que as queria), menos 2, via-lhes nos olhos que gostavam de mim mas que não me viam como pai dos filhos delas, conclusão a que chegavam com uma enorme colaboração da minha parte.
É engraçada esta coisa do que se mostra, do que se quer e do que se é.
Eu, quero ter uma família, ser fiel, ter a casa e o cão e essa bregeirisse toda.
Eu, mesmo inconscientemente, mostro que não podem ter nada disso comigo, que estou de passagem e que apanharei o próximo comboio... o que, para mim é mentira.
Ora, o que transmito como mentira talvez seja a verdade e, então, não deve haver comprimido que me salve.
O Elevador que desce espera-me.

Thursday, November 08, 2007

Dos Galhos

Ontem, à conversa com um amigo enquanto guiava (ele ia no lugar do morto, não ao telefone, sou super respeitador das leis... ou não) a conversa caiu na cena das mulheres que terminam os relacionamentos com os seus respectivos porque deixaram de gostar deles.

Para ele, era super normal, para mim, é super mentira.
Disse-lhe, como escrevo agora, que há milhares de motivos para terminar um relacionamento mas quando o motivo é deixar de gostar, a fêmea já tem alguém a cobri-la ou terá, com uma velocidade que fará a cabeça do ex girar.

Conheço bastantes mulheres, sei de imensas histórias.
Algumas delas de ouvir dizer e outras de presenciar com os meus próprios olhos.
De todos os relacionamentos que terminaram, somente, porque ela deixa de gostar dele não conheço um único caso em que isso seja toda a verdade.
Há sempre um outro gajo de quem ela gosta ou se interessa, há sempre um gajo na calha ou um corno já devidamente colocado.

Conheço poucas (poderia dizer que conheço uma e seria mais preciso e verdadeiro) mulheres que vivam bem com a sua solidão, que não andem desesperadamente à procura de companhia para partilhar a cama.
Aliás, nem acho tanto que seja uma questão de cama mas uma questão de ter a quem ligar e sentir-se importante para alguém.

E lá chegamos aos galhos e ao facto de que, por norma, as mulheres só largam um para se agarrar a outro.

[Daqui, há, no entanto, um outro facto interessante a retirar.
Depois de se casarem e, posteriormente, se divorciarem, os papeis invertem-se... são os homens que passam a procurar quem tome conta deles e as mulheres a ficarem livres, leves e soltas de muito bom grado.

Mas isso é para outra altura]

Wednesday, November 07, 2007

Aceitação

Ontem estive a ver um documentário sobre a vida do George Foreman, pugilista que muito aprecio (por isso fiquei a ver).
Como já conhecia a história das suas vitórias e derrotas e altos e baixos e mulheres e filhos e tal, por isso, o que me chamou a atenção foi o que se retira de entre as linhas... ou de entre os punhos.

O sucesso, como o altruismo ou o egoismo ou o amor ou seja lá o que for, é tendencialmente um movimento de fora para dentro.
O Foreman tinha sucesso porque ganhava combates, o Gates porque é rico, a Hilton porque mostra o corpo, o Marcelo porque diz merda e enfim, a lista seria interminável.
Nada disto representa sucesso por si, tudo isto é conhecimento e reconhecimento de meia dúzia, ou milhões, de um atributo ou um percurso.

Não definirei sucesso porque, eventualmente, tenho a mesma imagem dos gajos e gaja de que falei acima, mas que é ridículo, é!
Se não é o gajo que se cruza comigo na rua que me dá comida ou que me educa as crianças ou que paga a prestação da casa, porque motivo me interessa o que ele acha ou deixa de achar?
Talvez a resposta seja o gosto por ser invejado, por fazer o que os outros gostariam de fazer.

No mesmo dia, logo a seguir, vi umas quantas gajas na Oprah a dizerem que o importante era sentirem-se bem consigo e confortáveis na sua pele.
Sim, claro, depois de horas de maquilhagem e deslocando-se em verdadeiras andas de 10 cms.

Vontade de perguntar: "Foda-se, quem queres enganar?!"
Mas pronto, foi mais um show de verdades absolutas e de filosofias de vida onde a Oprah ainda sacou uma epifania.

Gostava de saber o que esta gente fuma porque, apesar de potencialmente nocivo, deve ser muito bom!

Monday, November 05, 2007

Quando é que mais é demais?

Não sou adepto do sacrifício, especialmente que se sacrifiquem por mim.
Há quem entenda isso como altruismo e há quem o entenda como egoísmo... não sei ao certo quem está certo ou se estarão ambos.

O que não suporto, mesmo, é sentir-me em dívida, o fantasma de que mais tarde ou mais cedo me dirão "mas eu fiz isto por ti" dá-me náuseas.
Aquele sentimento que corroi o estômago e te faz ponderar se deves ou não fazer isto ou aquilo baseado não na vontade nem na razão mas na dívida.
São grades que não me aprisionam, são correntes que não me tocam os pulsos.

Essa sombra, no entanto, impede-me de pedir o que quer que seja, e se é verdade que nada deve ser imposto ou feito apenas como favor, não é menos verdade que muitas das vezes não recebes o que te dariam de bom grado porque, simplesmente, não sabem que o queres.
É uma coisa do tipo, deixarem-te sozinho porque pensam que queres ficar sozinho, quando até te queriam fazer companhia, mas que tu não verbalizas porque sentes como imposição.

Não são rosas nem espinhos...
É até indiferente se o céu está claro ou nublado.
Não sou eu nem é meu.
Esta merda de não me apetecer nada anda a irritar-me.
Ainda hoje de madrugada acordei a imaginar "que faltem 3 horas, que faltem 3 horas" e fiquei feliz da vida porque ainda faltavam 4.
O pior de tudo é que não era uma questão de sono mas antes de não ter vontade de acordar.

Quando vinha para cá sentia que me dirigia para a forca.
Foda-se, ando a irritar-me e nem eu gosto de mim irritado.
Não deve faltar muito para dar um pontapé no próprio rabo.

Ainda vou pensar no que preciso mas, assim de cabeça, uma gaja mesmo mas mesmo boa vinha a calhar.

Saturday, November 03, 2007

Há uns anos atrás sentiria como inacreditavemente ridículo imaginar-me dizer que "se não tivesse de trabalhar, deprimirai".

Sinto-me triste.
Não tenho grande vontade de fazer coisa nenhuma.
Quinta feira passada saí e votei urgentemente pra casa a meio da noite... ninguém percebeu e eu também não.
Sexta feira caguei e fiquei a ver tv, não vim trabalhar.

Para não correr o risco de mais um dia a ver tv, saí de casa e vim trabalhar... se não tivesse de trabalhar não sei o que iria fazer.