Tuesday, June 30, 2015
Não sei se há um ditado que seja usado com a mesma finalidade em português mas sempre achei graça, por verdadeiro, este provérbio.
Deve ser por ter uma mente muito activa, por contraposição ao corpo, que é sempre má ideia ou dá mau resultado tê-la pouco ocupada. Com as mãos, é tranquilo, com os neurónios é um perigo porque sou dado a neuroses, se me deixarem.
...e estou a ter dificuldades em ficar quieto, sendo que já foi provado vezes sem conta que é o que devo fazer quando começo a trabalhar em seco.
...é uma imensa vontade que me deixem no preciso momento em que não me devem deixar.
...e vou tentar ficar quieto mas não me parece que vá acontecer (evitei escrever não vai acontecer porque esta expressão me força a cumprir e o parece defende-me).
Monday, June 29, 2015
Estava à ver um comunista - tinha de ser - já TV a dar conta que a falta de acordo com a Grécia e a recusa de prorrogar o plano (não darem mais dinheiro à má fila, entenda-se), é uma chantagem para o resultado do referendo.
Não é o Tsipras a sacudir a água do capote; não é mais um pretexto para atrasar o que quer que seja. Não, é só chantagem.
Vão ver a pergunta e a forma como vai ser colocada aos Gregos e perceberão que não pode povo algum responder-lhe de forma esclarecida. NENHUM!
Saturday, June 27, 2015
Não sei exactamente quando mas este episódio já por aqui passou e deve ter sido há muito tempo. Como me têm feito pensar nisso, não sei se feliz ou infelizmente, lembrei-me dele outra vez.
Tenho uma imagem muito vivida do funeral da avó de um amigo, imagem essa que diz mais de mim do que do evento em si, o que já por si diz pouco do egocentrismo que não me fica pelos limites da pele.
Já tinha estado e já estive em mais funerais, como também já por aqui passou sou mais de funerais do que de casamentos (não por um sentimento mórbido que não possuo mas por achar que sou necessário num funeral mas já não num casamento) mas aquele velório ficou-me marcado como um ferro em brasa na pele de um bovino.
O avô olhava consternado para a companheira que tinha morrido (partido é tão parvo...) e não chorava nem mostrava grande coisa, estava só perdido e vazio, era notório.
Doeu-me e não era comigo, directamente. A ausência é terrível... insultar, bater, odiar, chorar...enfim, qualquer coisa é mais admissível que nada, ainda que em graus diferentes. NADA...não.
Aquele homem estava perdido. Aquele homem tinha-se perdido. Aquele homem era uma concha.
Perdi-o de vista mas vou tendo notícias dele pelo neto, porque pergunto sempre por ele.
A resposta é que ele está bem e eu acho que deve estar melhor mas bem não me parece. Não se recupera daquilo que vi.
Não gostei do que vi, não quero ser aquele homem mas não vejo como possa ser algo semelhante e não aquilo mesmo; não sei como posso entregar-me o suficiente para não ficar assim então a solução tem sido nada.
Não me parece errado mas não gosto.
Friday, June 26, 2015
Deu-me uma luz e percebi que tinha escrito discrição quando queria ter escrito dEscrição.
Às vezes sou como um penedo.
Às vezes sou como um penedo.
Não Há Momentos Insignificantes
Já não me lembro em que parte da discrição deste blog digo que gosto da Teoria do Caos e gosto quer por ser a explanação da imprevisibiliade quer por dar um imenso relevo a coisas que não são, à partida, detectáveis. E quando escrevo imprevisibilidade não quero dizer que são literalmente imprevisíveis mas antes que as nuances são tão ténues que passam despercebidas; caso as entendéssemos, deixariam de ser imprevisíveis.
AS HELENAS QUE NÃO SÃO TODAS DE TRÓIA
Acabo de ler uma reportagem sobre o idiota que entrou numa igreja, nos estates e matou, acho, 8 pretos.
O que ele terá dito, quando questionado por que o tinha feito, foi que estava a tentar provocar uma guerra racial ou coisa que o valha.
Entrevistaram, também, um primo dele que disse que o assassino nunca tinha conseguido ultrapassar o facto de a namorada o ter trocado por um preto.
Pois bem, eu acredito no primo.
Eu sei que parece parvo, eu sei que é diminuto e ridículo e eu sei que isto não é motivo para que ele entrasse na igreja e aviasse gente... eu sei que parece e, contudo, acho que foi o que aconteceu.
Conta-se que o ódio do Che pelos americanos não terá conhecido o seu início de forma muito diferente.
Eu sei que se vão bater teses quanto ao comunismo dele e o combate ao imperialismo e cenas que tais mas o que terá acontecido (e não posso garantir que tenha acontecido nem que tenha sido, realmente, a génese) foi o seguinte: O Che estava com uma chavala num bar que tinha como clientes, também, Marines; os Marines, encorpados em em grupo, ter-se-ão metido com a miúda e o Che sentiu-se - compreensivelmente - humilhado.
Eu sei que parece mesquinho e desproporcionado, até porque ele se tornou um símbolo da luta armada do povo e tal....e, contudo, acho que este episódio teve um peso imenso.
Podia falar de Helena de Tróia, podia falar da Cleópatra, poderia falar da Mata Hari e de tantos outros exemplos conhecidos e outros de que não posso falar mas não conheço.
Não é minha intenção demonizar a mulher (que, apesar de tudo, alguém fez primeiro com a cena da maçã), nada disso. Só uso estes exemplos porque gosto muito de mulheres e porque questões eventualmente frívolas e insignificantes desencadiam acontecimento trágicou ou muito marcantes para a história da humanidade.
Nada é insignificante mas, às vezes, descobrimos muito tarde e outras vezes não chegamos, sequer, a descobrir.
CIÚMES E POSSESSIVIDADE
É muitas vezes usado o termo possessivo como eufemismo para ciumento e há bons motivos para isso. A diferença, em termos de resultado, entre um e outro, não é muito grande mas, novamente, coisas pequenas...
Eu, na qualidade de Possessivo assumido, entendo a diferença entre uma coisa e outra desta maneira:
O que é meu não é para ser tocado ou incomodado de forma nenhuma, muito menos na minha presença. Não gosto que se estiquem com o que me pertence mas isto é apenas vindo de terceiros.
Se eu fosse Ciumento a questão poderia também ser esta mas não só.
Quem tem ciúmes tem medo de perder o que lhe pertence e isto eu não sinto; se eu sentir que quem me pertence tem vontade de olhar para outro lado que não eu deixa de me pertencer e eu passo-me ao caralho.
Nunca tive uma dúvida deste tipo em nenhum relacionamento e nenhum terminou por causa disto.
Para tentar ilustar:
Se eu estiver num bar e um gajo se vier meter com quem me acompanha tomo como falta de respeito. Ela está comigo, é bom que, assim que o saibas, mantenhas a distância ou peças desculpa.
Neste caso que descrevi não me ocorre que o gajo tenha sido instigado ou apoiado por quem está comigo para este tipo de comportamento; não me ocorre que quem está comigo possa ter algum interesse na outra pessoa.
Nem me ocorre. Caso ocorra...passo-me ao caralho.
Não gosto de dúvidas, não vivo bem com isso.
Não estou onde não me querem e não podem querer outra coisa que não eu.
TODA A GENTE TEM ISSUES
- Hmm...mas se não gostas disso e não queres isso, como é que alguma vez conseguiste ter um relacionamento?!
- Fui apanhado. Não o vi chegar...
- Tá bem. Ok. Mas depois de seres apanhado ficaste lá. É porque gostaste.
- Sim, é evidente...mas ainda assim, as coisas não foram assim tão fáceis...
- Como assim?! Tu não és "agarrável"!
- Pois não; tanto não sou que quando não queria mesmo lá estar, fui-me embora. Sempre!
- ....
- Então... o que acontece é que às vezes, do nada, eu sentia que "não". E não era um "que não" por qualquer motivo, nada tinha acontecido. Era a minha natureza a acordar. Eu queria estar onde estava mas, ainda assim, era empurrado para não estar lá.
- ...mas então, como sobreviveu a coisa?
- Elas percebiam quando eu estava a queimar e seguravam-me... foi sempre assim. Elas percebiam que eu me estava a ir embora, percebiam que era uma estupidez que eu não controlava e seguravam-me...
- ...mas tu avisavas ou adivinhavam?!
- ...adivinhavam...não é difícil...
Uns dias antes desta conversa estava a falar com um amigo sobre uma coisas e numa das frases ele percebeu que eu tinha dito foder em vez de resolver. Não achou estranho. Foder isto, em contexto, seria menos estranho do que resolver.
Então,
não é por ser particularmente especial ou incrível (que admito poder ser em determinados parâmetros mas nunca em geral) que é preciso que quem me quer por perto me queir muito!
É porque dá muito trabalho...
Tuesday, June 23, 2015
Informaram-me que haverá uma app que impede que se use o telemóvel quando se está bêbado.
Não tenho apps, não tenho FB, não tenho insta, não me interesso por tecnologia que não entenda como estritamente necessária e sempre preferi papel, algo que não mudou.
Esta app, contudo, interessou-me porque seria extremamente útil.
Segundo me explicaram e não fui confirmar, consubstanciar-se-à num mecanismo que pede a introdução de um código de X em X tempo depois do momento em que avisas: telefone, vou começar a meter álcool!.
Desisti. Não é suficiente. Se dependesse da minha vontade consciente, como avisar que vou beber, eu não precisaria de nada que me controlasse, faço isso sozinho; quando preciso de ser controlado, a minha vontade é insuficiente e esta história de andar a meter códigos não iria resultar.
Para que conste, ando a portar-me muito bem quando bebo. Não tenho feito asneiras. Não tenho feito aquilo que não devo mas a estas coisas não é alheio o facto de não andar numa fase muito boémia (a itálico porque é eufemismo para não me andar a rebentar todo).
...isto é um temor antigo de quem já fez bastantes asneiras quando se pôs a jeito e não confia que o problema esteja resolvido pela ausência de sintomas.
Ah, mas o que é o pior que pode acontecer?
Materialmente, muito pouco;
Espiritualmente, muita coisa.
Um gajo esforça-se para fazer o que deve, quando outra hipótese não vê, no meu caso, para depois, por meia dúzia de cervejas, foder tudo.
Para não ser demasiado específico quanto ao que não quero, agora, fazer, uma história com 2 dias:
Queria mandar o O Que me Importa da Marisa Monte para um determinado destino e, por erro, mandei para outro; descobri isto quanto o destino primário me mandou um E-mail que não veio em resposta mas como início de conversa.
Fui ver para onde tinha mandado e pensei FODA-SE!!
No mesmo segundo em que descobri, mandei um outro pedindo toda a desculpa possível e explicando o que tinha acontecido.
Fiquei um tempo a temer qual seria a resposta mas a resposta não veio.
Ufa, fingiu que não viu! Cool!
Dia seguinte, mal abri o E-mail tinha um Que pena....a música era tão bonita...
E anos de esforço esfumaram-se...
A grande diferença do que acabo de contar para o que pode acontecer com o telefone é que não será por acaso, a acontecer, mas a equivalência é que me atirará para trás.
...e a finalizar estas coisas, uma versão lindíssima de uma lindíssima música.
Salve Pixinguinha, como sempre.
Monday, June 22, 2015
Isto vai fazer de mim mesquinho mas sa foda:
Cansei-me de dizer aqui que os radicais só o são enquanto não têm responsabilidades. Os Bloquistas desta Vida e, naturalmente, os syryzas também.
Andaram a fazer barulho de casaco de couro durante uns meses para, agora, ficarem com as calças pelos tornozelos (ainda lhes vai aparecer o Taveira).
...e o Costa, que rejubilou, deve estar com muitas dores por todo o lado.
Mesquinho porquê?
Bem...porque gosto de ter razão e porque isto confirma aquilo acho das pessoas: SÃO IGUAIS EM TODA A PARTE.
Espero que corra bem aos Gregos porque não lhes desejo mal mas aprendam, como nós, que os heróis a sério não costumam fazer muito barulho.
Pontos fracos são uma chatice!
E nem sequer me refiro a pontos fracos que nos magoam mas apenas àqueles que impedem uma atitude que seria tomada caso não fossem tocados.
No trânsito, de vez em quando, sinto-me capaz de matar e, sem hipérbole, sou capaz de sair do carro para fazer feridas mas se me pedirem desculpa, mesmo que tenha sido feita a maior cavalice, sou incapaz de levar a vontade ao destino;
Se me fazem coisas que não me agradam mas justificam com limitações próprias que eu compreenda, não me passa a irritação mas já sou incapaz de escalar na violência que tinha determinado;
Detesto que me toquem com os pés em qualquer parte do corpo, incluindo os pés; este fim de semana estava com uma criança de 2 anos que decidiu encostar-me os pés à barriga e ao braço... a mãe sabe o quanto isso me irrita e avisou o miúdo. Deixa estar, disse eu, porque gosto de crianças.
Foda-se.
Um gajo devia ser perfeito mas ainda não aconteceu.
Saturday, June 20, 2015
...e em contradição, porque se assim não fosse não tinha graça.
...e desagradavelmente previsível, porque também sou isso:
VULGARIDADE
O termo Vulgar como aqui o uso não tem nada de pejorativo. Uso-o com a finalidade com que foi criado, algo normal, corriqueiro, ordinário.
Eu queria ser mais vulgar, eu queria passar mais despercebido, eu queria ficar com as cores mais esbatidas.
É compreensível a confusão que este tipo de afirmação produz em quem me vai conhecendo ou lendo ou qualquer coisa do tipo. O meu comportamento é contraditório com a minha vontade e assumo-o sem grandes problemas mas a minha vontade é ser mais como toda a gente.
Aliás, posso dizer, até, que é uma tentativa constante a de ser mais comedido e dizer menos e fazer menos e compreender mais e resignar mais e respeitar mais. Tudo tentativas que não têm sido particularmente bem sucedidas mas de que não desistirei apenas por isso.
Por exemplo,
quando o Jesus diz que sabe que vai ganhar a Champions (algo que o Vítor Pereira também disse) quer-se dizer extraordinário mas como isso muito dificilmente acontecerá é só parvo;
quando o Mourinho diz a mesmíssima coisa quer-se dizer extraordinário e isso já aconteceu e acontecerá, provavelmente, mais vezes e, por isso, não é parvo.
Hoje em dia toda a gente sabe coisas que vão acontecer e entendem como verdadeiramente relevante aquilo que pensam e sentem; não quero retirar o valor intrínseco, para o próprio, dessas suas coisas mas a mim e à humanidade o que interessa isso?
Estamos na era da individualidade fictícia que uns tentam exteriorizar com a cor do cabelo, outros com unhas de gel, outros com a forma como se sentam, outros com afirmações desmesuradas de interesse que não têm...
....e a cor do cabelo, as unhas de gel, a forma como se sentam e as afirmações de interesses são todas iguais entre si, o que as torna, you guessed it, Vulgares.
O meu interesse é outro.
Eu gostava de ser mais relaxado, trabalhar menos, importar-me menos com vitórias e derrotas, incomodar-me menos com a burrice alheia, enfim, tolerar e acomodar-me mais ao mundo que me rodeia e que sinto, muitas vezes, estar mais adaptado aos outros do que a mim.
Eu queria tudo isto mas não me sinto capaz.
Quando estou a pensar que o sucesso está a chegar, dá-se qualquer merda que faz com que o verniz estale e venha ao de cima o que eu sou e não o que quero ser.
Uma vez, numa discussão sobre a temática, disse: é mais ou menos assim: quando penso que estou a chegar onde quero falho e parece-me a mesma coisa do gajo que julga que sabe nadar mas quando entra, mesmo, na água descobre outra coisa...fodeu-se.
É um bocado assim...e é um bocado querer-se o que não se tem, coisa que me deixa nervoso.
Eu acredito nisto tudo, eu penso isto tudo, eu quero isto tudo...e depois o que acontece?
Bem,
no meio de uma conversa sobre cenas, estávamos a falar do impacto que temos na vida das pessoas e naquilo que representamos para elas.
Aquilo que vivo parece-me normal porque é o que vivo e nunca vivi outra coisa. Mas é quando confrontados com experiências de outros que não os próprios que conseguimos aferir da vulgaridade ou da falta dela.
Quando estava a contar meia dúzia de coisas olharam-me com alguma surpresa porque, aparentemente, o que fizeram por mim, o que fazem por mim, o que estão dispostos a fazer por mim (com reciprocidade, suponho) não estava ao alcance dos meus interlocutores. Não lhes tinha acontecido o que me acontece com relativa facilidade.
Quem falava comigo achava que era uma maravilha, tudo isso; que era óptimo ter isso tipo de efeito; que teria de haver um motivo forte para me quererem tanto e tanto bem, ainda que não muitas pessoas.
...e voltamos à vulgaridade:
Vamos imaginar que o extraordinário sou eu e que quem admirou a minha extraordinabilidade é vulgar.
Os que admiram estão, provavelmente, agora a fazer coisas vulgares com a sua ou o seu cenas, estão a ver os ponteiros passar por eles, estão a perder tempo a ler isto que escrevo, enfim, estão a viver a sua vulgaridade ao passo que eu, esse ser extraordinário, está a trabalhar porque não tem mais o que lhe apeteça fazer e olhar para relógios chateia-me.
Podendo escolher, se honestidade houvesse ou se o politicamente correcto de hoje fosse uma outra coisa, quem preferiria ser mais mas sozinho do que menos em companhia se tal não fosse patológico?
...E O EXEMPLO ACABADO
Entre a penúltima linha e a presente passei 45 minutos ao telefone.
O que aconteceu?
Tenho um plano para hoje. Há duas coisas que decidi fazer sendo que uma delas já está resolvida, de momento, por impossibilidade de fazer mais.
O tempo está um sonho e ontem não dormi quase nada.
No telefonema, quem me pediu para fazer uma das coisas - que não tinha de ser para hoje mas que decidi fazer hoje - pediu-me, expressamente, que deixasse de lado e que fosse apanhar Sol ou dormir; se de Sol não estou muito necessitado, de dormir, estou.
Não! Há um plano. Disse-te ontem que ia fazer isto hoje. Não me interessa se está Sol ou se estou cansado por ter dormido pouco. O plano vai ser seguido!
À custa de quê?
Não interessa. Há um plano!
Admirem porque é a estoicidade que ganha.
Riam porque há quem queira fazer outra coisa e não consegue.
Vivam melhor com os prazeres simples e mais despreocupados que a vulgaridade permite e desejem-me o mesmo porque ficarei agradecido.
Friday, June 19, 2015
Tudo indica que a minha sexta-feira esta semana veio quinta.
Por isso, vamos dizer porque hoje é quinta:
Thursday, June 18, 2015
Dias como o de hoje não deviam existir mas, existindo, temos de viver com eles porque o contrário seria desagradável.
O pior, contudo, não é tanto o dia mas a dificuldade em defender-me; desaparecer não é uma possibilidade e isso deixa-me exposto, coisa pouco agradável e querida.
MAS
felizmente há um MAS.
Apesar de ser desconhecido o que me apoquenta não dá para fingir que nada me apoquenta.
O que aconteceu? Um banho de E-mail com música pirosa, gajas semi-nuas e por aí fora. Não resolveu mas prezo a tentativa.
Várias remetentes, o mesmo motivo.
Um deles acabou com um: anda lá, contigo assim ainda adormeço!
Fingir que se quer ajuda quando se quer ajudar. Gosto.
Apesar de não gostar de surpresas e ser muito mais a favor da previsibilidade, às vezes um gajo fica agradado com o que não era suposto dar-se.
Ia vir aqui porque estava a ouvir o Rather Be a Blind Girl da Etta James e lembrei-me que um dos meus mantras é o The difficult I´ll do Today, the Impossible will take a little while mas, depois, apanhei isto e pensei o clássico sa foda.
Então, sa foda:
Wednesday, June 17, 2015
Ainda há uns dias estive a falar sobre este assunto à pala da Monarquia e da defesa de se ter um gajo educado para representar um País.
Continuamos a viver num sistema de castas camuflado e se acedemos à casta "educada" vemos a festarola da xenofobia e pedantismo.
Continuamos a viver num sistema de castas camuflado e se acedemos à casta "educada" vemos a festarola da xenofobia e pedantismo.
Coisas que Parecem o Mesmo mas são MUITO Diferentes
REALISMO e DETERMINISMO
Sou ou procuro ser Realista mas não sou nada Determinista.
Para poupar tempo - que não tenho muito - não me confronto com a realidade mas não me conformo com desfechos.
Não tenho qualquer dificuldade em assumir que determinado comportamento tem um determinado resultado mas não admito que qualquer comportamento tem o mesmo resultado.
Aceito que as coisas não funcionem porque algo falhou mas não que falhou porque tem de falhar.
Esta pequena distinção leva para um lado e para o outro responsáveis e irresponsáveis, corajosos e cobardes; uma faz sentir que nada do que fizermos fará diferença e a outra responsabiliza quem faz pelo que acontece.
De determinista aceito a morte e mesmo isso com dificuldade, ainda não desisti!
PREVISIBILIDADE E IMPREVISIBILIDADE
Esta parece parva mas a realidade (realismo, olé!) desmente.
A tendência natural, como já disse tantas vezes que os carctéres vão começar a rejeitar, é vermos nos outros aquilo que vemos em nós, então, é imprevisível nos outros o que nós não faríamos.
É possível alguém dizer-vos olha, vou fazer isto!, vocês não acreditarem e depois acontecer? Pelos vistos, tende a ser imprevisível.
É possível alguém dizer-vos acho que vou tirar a camisa porque o Sol está forte! e responderem Não és Homem nem és nada! e quando fazes o que dizes ficarem surpreendidos?
Seria de supor que a previsibilidade é o cumprir e a imprevisibilidade o seu contrário. Acho, até, que o dicionário há-de dizer algo de parecido... não, nada disso.
Há meia dúzia de anos disse a uns gajos:
Meus amigos, esta merda ou muda ou ponho-me a monte!
Os gajos não acreditaram, a merda não mudou, eu pus-me a monte.
O que aconteceu?
Foram apanhados de surpresa...
Para fechar com, talvez, o melhor CD de sempre:
Tuesday, June 16, 2015
....Porque também sou Pessoa
Como costumo pôr-me fora do grupo, não por gosto mas porque provavelmente falo menos daquilo em que sou parecido do que daquilo em que sou diferente:
Hoje o dia começou mal, muito mal. O motivo conheço-o mas por motivos sobre os quais não me apetece debruçar não revelarei claramente; acrescento, apenas, que o motivo também é vulgar mas a minha reacção a ele já é bem menos vulgar.
Então,
fui fazer uma cena a que tenho de me sujeitar com alguma frequência e os resultados não foram preocupantes. Será este o motivo da minha inversão de humor?
Não, não é.
Fui manifestamente abalroado, olhado fixamente nos olhos e à minha sempre igual pergunta preciso de tirar a camisa? a resposta foi precisa, com a camisa não consigo.
Ora, consegue como já conseguiu, pelo menos, em 4 ocasiões diferentes.
Ah, se sabes que pode ser com a camisa por que perguntaste? é uma dúvida legítima e, em defesa, digo que pergunto sempre porque acho educado e mais do que lhe perguntar sempre pergunto sempre a toda a gente que me presta esse serviço, independentemente de sexo ou idade.
Hmm...os números estão ligeiramente altos! Sabe que já um cliente me disse que era por ser eu a medir!
Ri-me porque esse cliente fui eu, há algum tempo.
Ah, esqueceu-se! poderão dizer. E é possível. Só é estranho que se lembre dos meus hábitos alimentares (porque me perguntou), quantas vezes faço exercício por semana (porque perguntou), que os números estão melhores ou piores (porque se lembra) mas isto, em concreto, tinha-se esquecido...
...e porque sou como as pessoas, o meu humor melhorou por motivos evidentes.
Menos evidente e menos como as pessoas é o facto de não estar inclinado a tentar aproveitar esta abertura mas isso não invalida o título.
...e para acabar esta pavonice que só não me chateia porque me melhorou o humor:
Monday, June 15, 2015
Sem House Há Quanto?
Num dos episódios, depois de entrar uma interna genial mas muito nova que o House foi obrigado a aceitar na equipa, tornou-se necessário mentira (não me lembro se à administração se ao paciente) para se conseguir dar-lhe o tratamento que, potencialmente, se salvaria a vida.
A miúda nova recusou-se porque a moral a impedia de mentir.
Então:
H - Serias capaz de dizer à tua mãe que um vestido lhe fica bem quando, na realidade, lhe fica mal?
G - Claro.
H - ...mas não és capaz de mentir a um paciente para lhe salvar a vida.
G - Não, não minto a pacientes.
H - Então, não te importas de mentir quando não interessa mas quando é importante és incapaz. É a puta da loucura.
(isto foi parafraseado, obviamente)
É um argumento maniqueísta e com imensas pontas onde se lhe pegue mas no fundo no fundo estará o House errado?
Friday, June 12, 2015
Mesma Situação, Coisas Diferentes.
SITUAÇÃO
Falaram-me de uma camisa que me queriam oferecer. Por princípio, não gosto que me ofereçam coisas porque tendo a sentir-me em dívida e invadido.
Neste caso, contudo, tudo mudou quando soube que a peça em questão era uma camisa de manga curta azul marinho e, preparem-me, cravejada de espermatozóides.
Poderia recusar?!
Fui, então, ao atelier (dói-me chamar-lhe isto mas, de facto, era isso mesmo).
A camisa já não havia, então tentaram impingir-me uma T-shirt e iam conseguindo mas não me servia, era muito justa.
Daqui, as 2 coisas:
1.
Vestida a T-shirt, tornou-se óbvio que me era muito justa.
Porque a minha cabeça ainda está presa há uns anos atrás, saí a rir-me porque era ridículo andar de licra.
A dona do atelier achou que me era um bocado justa mas não achou ridículo. Percebi, então, que o tempo tinha passado, eu tinha passado com ele e, agora, uma coisa justa continua a não me favorecer mas é ponderável, esteticamente, que a opção seja aceitável.
Resultado:
mais uma vez, senti que a graça não tinha sido percebida e porque assim foi senti-me um gajo vaidosos e tendencialmente vistoso, que não sou.
Senti que a situação não era divertida por ridícula mas que o ridículo era eu.
2.
A dona do atelier achou-me graça mas não mais que isso. Bem, porque não sou tímido e porque apenas estavam presentes a dona e a pessoa que me queria oferecer o presente tirei o que tinha vestido sem ir para lado nenhum esconder-me e talvez tenha achado mais graça do que outra coisa.
Então, a coisa passou mas eu sabia que não tinha passado.
Umas horas depois:
Então, K? A F achou-te muito graça. Até elogiou o teu cabedal....
Ri-me.
Precisou de umas horas para tocar no assunto mesmo que eu tenha percebido, no momento, que ela não tinha achado graça nenhuma.
Gajas...
Thursday, June 11, 2015
Mentiras 1.000 Vezes Repetidas
Diz-se muitas vezes que uma mentira 1000 vezes repetida não faz com que se torne verdade mas é, por vezes, muito duvidoso que assim seja.
A discussão é relativamente esotérica mas, em termos práticos, muitas das vezes nem sequer interessa se a mentira é uma mentira porque, em termos palpáveis, o resultado é mais importante e quando se acredita na mentira o resultado é o mesmo que se da verdade se tratasse.
Imaginem, por exemplo, que o vosso marido/mulher/namorado/namorada/cenas era visto (ou mesmo fotografado) a entrar numa casa ou num quarto que não o próprio de mão dada com uma pessoa do sexo oposto e que saía um par de horas depois, também com registo fotográfico.
Ele/Ela dizia-vos que a pessoa com quem estava se tinha sentido mal e que por isso a levaram para seja lá onde e teria sido, também, por isso que entraram de mão dada, porque a pessoa precisava de apoio.
Aqui, acreditarão ou não mas o favor de ser verdade ou mentira é menos relevante porque vocês acreditarão no que quiserem, não obstante o mais provável é que seja mentira.
A maioria das pessoas que acreditassem na estória viveriam com um par de cornos mas...novamente, se não souberem que diferença faz?
O pior, contudo, é quando mais do que o resultado a mentira em si torna-se verdade.
Imaginem, por exemplo, que estão a falar com alguém na rua e que, depois, chega um amigo; a boa educação obriga a que o apresentem mas quando o fazem o vosso amigo, surpreendido, pergunta a quem está a ser apresentado se ninguém lá está...
Neste cenário, está mesmo lá uma pessoa; neste cenário, o vosso amigo vê mas finge não ver. Multipliquem, agora, isto mesmo por 1000 pessoas, 1000 pessoas que afirmam ninguém lá estar, que vocês estão a alucinar...mas não estão, a pessoa está lá.
Quanto tempo demorariam a ficar malucos quando não estão malucos?
Isto é uma coisa imaginada e que implica coordenação; é um exagero. Mas pensem em coisas simples.
Quantas vezes aguentarão que vos digam que são burros até começarem a acreditar que o são? Quantas vezes aguentarão que vos digam que são horríveis até começarem a acreditar que o são? Quantas vezes aguentarão que vos digam que são uns monstros até começarem a acreditar que o são?
Estes cenários, contrariamente ao primeiro, acontecem todos os dias e em todo o lado.
Às vezes são criados por quem vos quer bem mas não sabe fazer melhor, outras vezes por quem não gosta de vocês e vos quer fazer mal e, provavelmente o pior de todos, por pessoas que gostam de vocês mas que precisam que vocês se sintam mal para que percebam a sorte que têm por alguém vos aturar e gostar de vocês apesar de todos esses defeitos horríveis...que não existem.
Não sou invulnerável a este tipo de coisas mas - como me canso a mim mesmo de dizer - porque sei que existem estou atento e tento defender-me o melhor que consigo; o que, por seu turno me deixa vulnerável a mim mesmo.
Hoje disseram-me: tu achas que és pavão mas eu não acho isso de ti.
Respondi da mesma maneira que respondo quando a coisa não é tanga, com seriedade e com a verdade como a vejo: Eu não me acho pavão, eu acho-me realista. Tenho a mesma facilidade - se calhar não a mesma mas mais - em ver os meus defeitos e assumi-los, o mesmo acontecendo com as virtudes. O que acontece, muitas vezes, é que porque acho, por exemplo, que sou esperto e não tenho problemas em assumi-lo quem ouve tende a achar que é o mesmo que ser pavão.
Dito isto, contudo, seria injusto não assumir que se eu fosse a única pessoa a achar-me inteligente alguma coisa tenderia a estar errada e, provavelmente, se um número suficiente de pessoas me dissesse que sou burro enquanto crescia talvez eu acreditasse e, talvez, ficasse efectivamente burro.
É assim que nascem pessoas traumatizadas.
É assim que crescem pessoas com uma imagem que tendem a completar com o decorrer dos anos (que nunca terá sucesso, que nunca ninguém o há-de querer, que nunca será feliz, que nunca fará ninguém feliz, que nunca será suficientemente bom).
É assim que se perpetua um ciclo e se cria uma sociedade medíocre porque a mediocridade é alimentada mesmo quando lá não está.
....e é assim que uma das minhas poucas virtudes se torna um bem escasso e muito procurado:
Eu não deixo que pisem quem me acompanha.
Eu não alimento traumas injustificados e arranco-os, nem que seja à pancada, às pessoas com quem me preocupo.
E é assim que pelo meio do pântano que é a minha esquisitice algumas pessoas se tornam naquilo que não e não naquilo que lhes disseram que eram.
Um exemplo muito fútil mas nem por isso menos importante disso mesmo é o seguinte:
A minha primeira namorada tinha umas mamas (pensei escrever peito mas eu não penso peito) maravilhosas e depois descobri que não gostava delas porque lhe tinham enfiado na cabeça que não eram elegantes, não eram de senhora.
Passou-lhe. Algum tempo depois, mais do que não gostar passou a gostar; passou a preocupar-se com os sutiãs que usava porque queria que lhe ficassem bem e não que a achatassem, porque eu gostava, porque havia motivos para gostar, porque eram, de facto, maravilhosas.
Ficou a ver-se de uma outra maneira mas não de uma maneira distorcida, ficou a ver o que lá estava. Apenas isso.
Wednesday, June 10, 2015
(a Cuddy não controlava o House, a Cuddy geria-o.
Parece o mesmo mas é diferente)
AS PESSOAS
Chamaram-me a atenção para o facto de usar muitas vezes a expressão As Pessoas quando descrevo um determinado tipo de comportamento.
Pelos vistos, quando uso a expressão fará parecer que não me incluo no grupo ou que incluo no grupo a pessoa com quem estiver a falar.
Nenhuma das duas coisas ocorre; melhor, pode ocorrer mas não é esse o sentido quase nunca, a menos quando digo qualquer coisa como as pessoas são assim e tu também és uma pessoa, o que já fiz e provavelmente farei mais vezes.
Eu penso em estatísticas e probabilidade. Não em termos matemáticos, qualidade que não possuo, mas no sentido de quantas vezes acontecerá um determinado comportamento naquelas circunstâncias. Quero com isto dizer que não presumo que todas as pessoas agirão de uma determinada maneira mas que a maioria das pessoas assim o fará; aposto no que mais vezes acontecerá não podendo, nunca, ter 100% de certeza se naquele caso em concreto estarei certo mas como todos os casos são um caso concreto isoladamente ainda assim acertarei mais do que falharei.
Então,
quando falo das pessoas estou, também, a falar de mim. Eu não sou nem mais nem menos humano do que os outros até porque, como já muitas vezes disse, os outros dos outros somos nós.
da mesma maneira, quando digo a alguém com quem estou a falar que as pessoas são assim não me estou a referir a essa pessoa em concreto, sendo certo que como também ela é uma pessoa não a posso excluir.
O que, daquilo que observo, me tende a distanciar da maioria (fugi, deliberadamente, a pessoas) é que me esforço muito para evitar os erros que detecto e que são muito comuns.
O maior desses erros é que espelhamos nos outros aquilo que nós somos. Pensamos que a forma de ajudar os outros será aquela que queríamos que nos fosse atribuída; julgamos que naquela situação o outro reagirá de uma forma porque nós reagiríamos dessa forma; cogitamos que alguém não pode ser feliz na situação em que se encontra porque o desfecho para quem observa seria diferente.
Não quero com isto dizer que sou mais esperto (bem pelo contrário) mas que estou muito mais antenado. Esforço-me (muito!) por prever o que aquele fará a seguir tendo em conta o que fez antes e nunca o que eu faria nas mesmas condições.
Não meço o comportamento pelo meu, sempre que consigo evitar, até porque o meu comportamento é mais estranho do que o comum provavelmente porque neste particular eu não sou comum.
...e talvez o que venho escrevendo explique muita coisa.
Às vezes sinto-me deslocado porque apesar de muitos de nós acharem que se conhecem estão enganados.
Não é pouco comum ser eu a dar choques de realidade a alguém sobre ela própria e isto não acontece porque sou particularmente inteligente mas porque me interesso e estou atento; eu vejo mesmo, eu presto atenção mesmo e não o faço por altruísmo mas porque não consigo evitar, é compulsivo e, talvez, um ramo do meu control freakismo.
Não é por ser possidónio (coisa que detesto) que tendo a fugir daquilo que é mais comercial; é porque o mais popular é feito para agradar e, por isso, menos natural e real e ambas as coisas me desagradam.
Não tenho nenhum problema com alguém que diz, por exemplo, eu fiz esta música para que as pessoas gostem mas já tenho algum com quem faz isso mesmo de forma óbvia e depois diz que faz apenas aquilo que gosta.
Há uns anos estava a falar com o Cid e ele disse-me que um dos maiores sucessos dele era uma merda (literalmente, não estou a parafrasear) mas tinha de ganhar dinheiro e aquilo era o que as pessoas queriam ouvir.
Tudo bem, sem problema.
...sem sair daqui,
teceram comentários sobre mim e a minha alteração morfológica. Não nos termos que têm sido habituais e que me irritam um bocado - por comuns - mas de uma forma mais profunda.
Então,
foi-me dito qualquer coisa como isto: tava-te a ver entrar e é igual à forma como entravas quando tinhas mais 30 kgs.
Coisa que tomei como um elogio. Afinal, nunca quis perder nem ganhar nada. Só que não era...
Não devia ser. Tu estás muito diferente e isso deveria revelar-se, também, no teu porte e na maneira como te movimentas...e isso não aconteceu. Continuas a entrar de ombros para cima, peito inchado e com a presença de quem é muito maior do que é agora.
Continuei sem perceber onde se pretendia chegar e como o assunto me interessava insisti.
Então, o que me parece é que tens pânico de ser vulgar e, agora, és mais vulgar. O teu tamanho era pouco comum e isso distinguia-te da manada, o que agora não acontece da mesma maneira...
Para vos poupar a demasiadas explicações a respeito, vou só escrever, mais ou menos o que disse:
Nunca pensei nisso do porte. Nunca, nem antes e nem agora, pensei da forma como entro em algum lugar. Não tenho consciência de encher o peito nem de querer que notem que acabei de chegar. Concedo que possa ser verdade porque não me debrucei sobre isso...hei-de ter uma conclusão mas não agora.
Quanto à vulgaridade, a coisa é diferente, já pensei muito sobre isso.
O que me distingue da manada não é o meu corpo nem a minha pose, pelo menos para mim. Eu sou pouco comum por muitos motivos que nada têm que ver com o físico. Há muitas características que albergo que me impedem de conformar com a vulgaridade, tanto boas como más e é até discutível quais têm um maior peso.
Não gosto da vulgaridade porque a vulgaridade é chata!
E A FINALIZAR
...se pudesse alterar uma característica das pessoas seria, talvez, a cancerosa questão de precisar de se sentir algo a escapar para se perceber a importância que ela tem.
Valorizar depois de perder é uma das melhores maneiras de se ser infeliz,
Detesto frases feitas mas ouvi em qualquer lado que o mais difícil não é ter o que se quer mas continuar a querer depois de se ter.
É uma parvoíce mas não estou certo que seja errado.
SÓCRATES
Por vezes aparvalha-me o quão inocentes e, até, parvas as ideias podem ser. Pior, ideias que se transformam em actos.
Quando se começou a aventar que iria ser proposta a pulseira ao Sócrates pensei: meu deus, como podem dar-lhe exactamente o que ele quer? e não me referia à prisão domiciliária... referia-me a palco.
Para se usar a pulseira em casa é obrigatório o consentimento do próprio, é o único tipo de medida de coacção em que tal acontece.
Era claro como água que ele iria recusar. E era claro como água porque os tigres não mudam as riscas (pedido perdão aos tigres deste mundo por usá-los em relação a um animal bem menos nobre e bem mais rasteiro) e o 44 vive muito melhor no meio do caos do que em tempos de acalmia (algo que entendo muito bem).
Esta parvoíce permitiu que aparecesse novamente nas notícias e para que o bando de papalvos que ainda o apoiam - e são tantos... - encham o peito com tal coragem de quem pugna pela justiça Às expensas do próprio bem estar!
Temos Mandela parece-me ouvir mas a verdade é que nem toda a lixívia do mundo o tornaria suficientemente branco para uma tal alusão.
Dêem ao inimigo o que ele quer... é deveras inteligente!
O que deveriam ter feito?
Simples: mantinham ou mandavam-no para casa com um moina à porta, casos em que ele teria de se sujeitar ao que fosse decidido; caso em que o fato quixotesco ficaria ainda mais ridículo; caso em que não se permitiria um levantar de crista; caso em que o animal feroz teria menos tempo de antena; caso em que não seria permitida uma ilusão - por mais ridícula que seja - de um mártir.
Pois é.
Isto não é só justiça nem é só alimentar a comunicação social com partes do que interessa (sendo que não me parece que nenhuma das partes esteja inocente neste quesito). Às vezes é preciso ver mais longe e, aqui, nem era preciso ver MUITO longe.
QUANDO SE ABRE OS OLHOS...
Há uns anos atrás um gajo que conhecia - cresceu comigo apesar de nunca ter sido meu amigo - levou um tiro à porta de um conhecido estabelecimento aqui da zona. Chamaram-no à porta, ele veio, um tiro foi dado, o gajo não resistiu.
De seguida, vi a notícia no jornal.
A reportagem dava conta do sucedido e da incredulidade disso mesmo. Familiares e amigos informavam que não entendiam como é que um tipo que morava em X, que era bom pai e bom marido, trabalhador que desempenhava as suas funções de jardineiro com todo o empenho tido sido alvo de tão vil acto.
Era, realmente, incompreensível; não se desse o caso de ser tudo mentira.
O gajo não morava em X, o gajo não era bom pai, o gajo não era casado e o gajo não era jardineiro.
Na verdade, a profissão que tinha tornava o acontecido muito natural como é natural que um carniceiro corte um dedo. Era um risco profissional que se concretizou.
Eu sabia disto.
Quem mentiu sabia disto.
Mas a maioria absoluta não fazia ideia porque, obviamente, tende a acreditar no que se noticia quando não tem motivo para duvidar.
Este tipo de coisas repetem-se, seguramente, vezes sem conta.
O que me leva a pensar nisto:
a) quando algo de supostamente esquisito acontece não é realmente esquisito, nós apenas desconhecemos o porquê... e quando o porquê torna tudo ainda mais esquisito, normalmente esse porquê não é o porquê que deveria ser;
b) a amplificação de um facto sem que saibamos que foi amplificado é perigosíssimo (o risível caso de eu estar noivo, por exemplo) ou mesmo que o saibamos, quando suficientemente amplificado é fodido da mesma maneira (o caso de um artista que conheci e que disseram que havia violado a filha, coisa que não aconteceu mas que passou a indiferente quando a comunidade papou).
Isto pode fazer com que um gajo se torne um bocado paranóico mas nada é mais paranóico do que ouvirmos que um desgraçado de um jardineiro que nunca fez mal a uma mosca foi assassinado à porta de um restaurante, pois não?
(começou o House. Vou parar mas já volto!)
Tuesday, June 09, 2015
...Coisa que Faz Sangrar!
Eu gostava de ser isto ou sentir isto.
Não sei e não consigo.
Para quem sente este tipo de coisas isto é uma parvoíce porque não me parece que seja algo que se queira.
Estava relutante em pôr isto cá porque anda a fazer-me confusão andar metido no Ney (salvo seja) até aos joelhos (pescoço era excessivo), por isso, para tentar contrabalançar isto vou dar-me ao trabalho de transcrever para antes de ouvirem:
Já sei que vai embora
Que não queres mais o meu amor
Que minh´alma que chora
E te pede, por favor,
Deixa ficar teu retrato comigo.
Quero ter a ilusão que ainda vivo contigo.
Fica, abre a cruz dos teus braços
Meu coração em pedaços
Só pode falar assim, porque
Eu lhe imploro
Se fores embora eu choro.
Não te separes de mim...
Nelson Gonçalves
Aliviada a consciência:
Monday, June 08, 2015
...e é mais ou menos isto, por comparação.
Duas versões da mesma música em que uma delas apenas é má por comparação à outra porque se a outra não existisse era muito boa porque a música é muito boa.
Deixo as duas:
Uma Historieta que é uma Seca...
O programa que o Conan O´Brian tem, agora, é de baixo orçamento quando comparado com os que tinha antes.
Como a necessidade é a mãe de todas as coisas, teve de se adaptar, pelo que as bandas (a maioria delas) são desconhecidas ou quase isso porque as maiores têm outras coisas para fazer.
A primeira aparição em TV desta que consta do clip foi lá e tive a sorte de a apanhar.
Achei uma maravilha e tornou-se - de cabeça - na única banda de que gosto e que se formou nos últimos, vá, 10 anos; não é que não goste de uma ou outra música de outras bandas mas de Bandas mesmo não me lembro.
Uns meses depois, estava a ver um documentário sobre as guitarras e equipamento de alguns guitarristas (sim, eu papo desse tipo de cenas e não sei tocar uma única nota) e cruzei-me com o Vivino, o líder da banda do programa do Conan que mostrou uma das guitarras dele que pediu para estes gajos assinarem porque acho a banda fucking awsome.
Bem,
é muito refrescante ver uma banda que só toca e não é pretensiosa e mais refrescante, ainda, ver uma mulher a liderar uma banda sem ser uma boneca; uma mulher cheia, uma mulher que sua (como verão) e uma mulher que canta sem medo da figura que faz.
Se não gostarem tanto disto como eu...são uns penedos!
Sunday, June 07, 2015
Porquê uma repetição da mesma música com pior qualidade?
Há-de acontecer mais vezes de forma involuntária, a repetição, mas neste caso não é casual.
É uma música de que gosto muito;
É a minha intérprete favorita da nova geração;
É tocada com o Trio Madeira Brasil;
É tocada num lugar que muito bem conheço e que me corta o peito ao meio por ser tão longe de onde estou.
Dá para começar melhor a semana?
Deve dar mas não sei dizer como.
...e porque é o Alemão Frederico um génio!
As mulheres podem tornar-se facilmente amigas de um homem; mas, para manter essa amizade, torna-se indispensável o concurso de uma pequena antipatia física.
Saturday, June 06, 2015
Acho que já vociferei contra a perda de valor das palavras e dos próprios conceitos.
Este muitas vezes lamentável acesso a tudo leva que se não conheça quase nada. É difícil continuar-se a ter cultura (da real) e interesse (do verdadeiro) quando se papa, por exemplo, tudo que a Wikipedia nos empresta; Wikipedia que é de fonte aberta e, suponho, a maioria de nós - ou muitos de nós - não sabe que se escreve basicamente o que se quer.
Eu sei que pareço um Velho do Restelo e fustigo-me sempre que me ouço a pensar algumas coisas que fariam o meu eu de 16 anos revirar os olhos.
Chateia-me que se tenha, sempre, de ser razoável e respeitar as vontades das crianças; os Pais não são amigos, as crianças não são adultas; os Pais não são fazedores de vontades, são educadores e as crianças não são clientes, são gente em quem tem de se mandar.
Chateia-me que os cães tenham mais tempo de antena, quando mal tratados, que as pessoas; chateia-me um abaixo assinado e uma marcha porque se abateu um cão com medo que transmitisse uma doença que mata milhares de pretos por ano mas em prol de quem não se marcha.
Chateia-me que se use o conceito de culpa num animal dizendo que não a tem esquecendo-se que para se ter culpa é preciso ter-se consciência e os animais não a têm.
Chateia-me que me olhem de lado porque fumo como se isso fizesse de mim um anormal nojento quando essas pessoas (algumas delas, pelo menos) são capazes de violentar o corpo para caber um número abaixo ou chamar gorda a uma gorda como se ela desconhecesse que o é.
Chateia-me que se ande com o ser eu mesmo na boca mas sem coragem de o ser realmente por medo de arriscar o cu; não se tem de ser corajoso mas convém não se fingir junto de quem sabe ser mentira.
Há uns anos, aquando da campanha contra/a favor do aborto vi uma gaja a criticar mulheres que abortam e eu sabia que ela tinha ido a Badajoz e, como todos sabemos, um aborto no estrangeiro não conta como tal.
Há meia dúzia de meses fui apanhado no meio de um grupo de pessoas em que conhecia uma delas a fundo. Pois ela sabendo que a conhecia a fundo, sabendo que tinha chifrado o anterior namorado com alguém que ali estava deu-se ao desplante de criticar uma pessoa que nem conheço porque andava muito decotada e isso não era decente para o namorado.
Há bastante tempo tive uma alteração com um gajo que era, supostamente, muito perigoso. Eu nem sabia que ele era muito perigoso mas apanhou-me em estado de cegueira e disse-lhe abres mais uma vez a boca e rebento-te todo! e não falou mais; umas semanas depois, o mesmo gajo, encontrou-me num shopping com uma amiga e ele estava com dois amigos. Terá pensado é agora porque estava com uma mulher e ele com dois otários. Veio ter comigo e disse-me daquela vez não estiveste bem...e estavas com os teus amigos...não gostei (sendo que não me lembro se estava mesmo com amigos e não me lembrava, também, quando mo disse).
Contou com a força dos números e com o facto de eu estar com uma menina. Pensou mal. Disse-lhe se pensas que tenho problemas por ter os teus amiguinhos aí (com eles a ouvirem) enganas-te. Se temos alguma coisa para resolver é agora!!!
Pois... não era bem isso que ele queria dizer...no fundo, queria dizer-me que ficou magoadinho...
Puta que o Pariu. Até hoje cumprimenta-me com muita simpatia sempre que me vê e continuei a ouvir histórias de como ele é valente.
Só és maluco com quem é menos maluco que tu dizia-me o meu Avô e tinha muita razão.
Isto parece um chorrilho de coisas desconexas e pode até ser mas na minha cabeça faz sentido.
Se se aplica qualquer palavra a qualquer coisas ela deixa de significar coisa nenhuma.
Uma pessoa gorda é gorda, não é forte;
Uma pessoa feia é feia, não é simpática;
Uma pessoa com mau feitio não tem um feitio especial;
Uma criança mal educada não tem uma personalidade forte;
Uma coisa de que se gosta não tem de ser uma coisa que se ama (sapatos, tigelas, saias, livros, minhocas, telefones, cafés...);
Uma pessoa que desfilou uma vez não é modelo;
Uma pessoa que trabalha muito não tem sorte quando as coisas lhe correm bem.
....mas depois, um gajo como eu que gosta de usar as palavras para o que elas servem (ou, pelo menos, tenta fazê-lo consciente de que nem sempre o consegue) é que é picuínhas. Sim, eu que gosto de perceber o que me dizem e, por isso, tendo a ter atenção às palavras usadas para me transmitir o que se quer é que dou demasiada atenção a estas coisas.
M-I-S-A-N-T-R-O-P-O!
Com um Bocado Mais de Tempo...
JORGE JESUS
O terramoto do momento é a ida do JJ para o Sporting provindo, directamente, do SLB.
Já me parecia há bastante tempo que ele não iria ficar no SLB e nunca me pareceu que fosse vontade própria a determinar o desfecho.
Na véspera da notícia da troca disse qualquer coisa como isto a um benfiquista:
a) o JJ não fica;
b) o Vieira quer corrê-lo porque enquanto no Porto o campeão é sempre o Pinto da Costa, no SLB o campeão é o JJ e isso mata o Vieira;
c) não me acredito que ele vá para o Sporting e nem sequer para o Porto; era um tiro no pé sair de lá para outro clube directamente rival...ficava-lhe mal. Vai 1 ano pastar para qualquer lado e depois volta.
No dia seguinte, confirmou-se a ida.
Não me vou referir ao Bruno Carvalho porque não merece e nem vou tocar no facto do JJ ter assinado ou assumido um compromisso com um clube que ainda tinha treinador o que revela a falta de chá cujo gosto JJ nunca conheceu.
Pensei, então, que ele deve ter ficado muito ressabiado com qualquer coisa que lhe tenham feito e que isso não se resumia à patética proposta de metade do ordenado para um bi-campeão (o que, por si, revela a vontade de o pontapear no fundo das costas)...
Então, o mesmo benfiquista com quem tinha falado antes diz-me que na BTV tinham justificado a saída de JJ com o facto de ele não aceitar ter 5 miúdos da formação no plantel principal. Era parvo, disse-lhe isso, não sei como se pode crer na BTV em qualquer assunto relacionado com o patrão mas muito menos nestes.
Ontem à noite, o RAP disse que já havia sido confirmado que, pelos visto, em vez do que a BTV tinha descrito do almoço ou jantar o que terá, realmente, acontecido foi que foi mostrada ao JJ uma carteira de propostas (pelo seu próprio presidente, o que é a puta da loucura) milionárias de outros países e que foi aconselhado a aceitar.
Sem ter a certeza, tendo para a segunda explicação e esta segunda explicação revela o motivo do ressabiamento de um enorme ressabiado.
Ainda assim, parece-me que o JJ só tem a perder....excluindo o sempre importante vil metal.
JJ passou a Judas, justamente, parece-me.
Ele tem razão para estar ressabiado mas pôr um país contra ele (incluindo os Sportinguistas, que queriam o Marco Silva, o único que sai bem disto tudo) depois de mais de metade o ver como herói não é uma decisão inteligente.
Fosse fazer um aninho de férias...
OS CIGANOS
Houve, por esta semana, um processo judicial que chegou ao fim e que envolvia Ciganos e, mais particularmente, o casamento de menores dentro da comunidade.
Não me interessa, para o caso, a decisão nem vou tecer grandes considerações sobre uma comunidade em relação à qual o meu conhecimento é muito reduzido.
Também não direi coisa nenhuma sobre imigrantes (até porque nem sei se estamos a falar de imigrantes), em relação aos quais nada tenho contra nem acho que sejam a raiz do mal de coisa alguma.
O que tenho para dizer é isto:
vieram logo psicólogos e cenas dizer que deveríamos contextualizar e entender a cultura e que tais. Que não se podia julgar em desconhecimento e que as tradições têm de ser respeitadas e tal.
Meia tanga!
Concordo que se respeitem tradições mas não quando contradizem a Lei do país onde se habita.
Sou completamente a favor que se respeitem costume e coisas do género mas não se pode admitir um costume em que se casam menores de idade entre eles ou, pior e que também acontece, maiores de idade com menores de idade. Quando se vive numa qualquer sociedade e se usufrui do que tem para oferecer (sejam estradas, hospitais ou RSI) não se pode permitir que se escolha cumprir com o que dá jeito.
Falei de imigrantes por causa disto mesmo.
Quem vem procurar uma vida melhor é bem vindo. Nós portugueses, os trolhas da Europa até há menos de uma geração, deveríamos ser os últimos a defender xenofobia porque somos um povo imigrante desde sempre e, infelizmente, a intensificar essa actividade.
Agora,
temos de ser corteses e respeitadores com o anfitrião; temos de respeitar a casa para onde vamos - devendo, naturalmente, ser respeitados em troca - e não afrontar decisões tomadas por quem nos recebe e nem sequer nos convidou formalmente.
Esta new age de compreensão a qualquer custo são as térmitas das nossa madeira que só se descobrem quando tudo está podre.
As pessoas precisam de regras para conviver; as pessoas precisam de ordem; as pessoas precisam de Estado...e se duvidam, dêem uma volta pela Síria e pelo Paquistão ou, até há meia dúzia de anos, pela Colômbia.
O sonho de se viver em paz sem a, pelo menos, ameaça de um cajado é só isso, um sonho.
COISAS COM GRAÇA
1.
Como é do conhecimento generalizado, as minhas sextas são difíceis, sempre. E mais difíceis se tornam quando se alia a este simples facto temporal com o sentimento de as minhas defesas estarem a soçobrar.
Esta sexta foi assim. Senti as forças esvaírem-se e a hipótese de fazer o que não queria ou ser quem não gosto de ser pairou no ar.
Felizmente, tive sorte e o almoço tirou-me disso porque,..foi divertido.
Houve vários sub-temas do mesmo assunto, o que mais me interessa e que são as pessoas e as suas relações.
Ri-me muito quando ouvi: nãã, eu quero mudar de casa desde o início porque o I viveu lá com outra gaja antes. É completamente irracional mas nada estranho. As pessoas não são racionais quando gostam.
Em resposta, porque não gosto de deixar as pessoas sozinhas, disse: pá. Queres pior? Eu nunca quis virgens na vida e não é possível eu ter um relacionamento, oficial, com alguém antes de ir para a cama com ela. Não posso dar um passo desse tipo sem saber se vale mesmo a pena e se um gajo se entende...depois, quando passo a ter um relacionamento, fico fodido por ela não ser retroactivamente virgem. Não gosto que tenham mexido com o que me pertence! Ela percebeu a idiotice da coisa e rimo-nos muito. As pessoas não são racionais quando gostam.
Depois, a cereja em cima do bolo e, provavelmente, o principal motivo para nos darmos bem:
- K, ouvi outro dia a X dizer que eras um monumento...OUTRA VEZ!
- Sim, sim. E hoje, por causa da história dos cafés e dos cigarros foi um bocado mais agressivo...
- Oh, pá. Se ela ao menos fosse mais esperta e interessante, quem sabe....
- Nop. Ela não quer nada comigo. Ela só quer que eu queira alguma coisa com ela. Gosta de atenção e essas cenas. É uma teaser.
- Bem... deves ter razão ou, pelo menos, achar mesmo isso porque se achasses que ela te queria sacar dirias....
- Evidente! Mas já te disse milhares de vezes: ninguém me quer!
- Ah?! Nem sequer precisamos de sair do recinto!
- Oi?! Quem é que me quer sacar e eu não sei?! (foi a primeira vez que se descaiu sobre aquilo de que não se fala na minha presença e eu queria ver até onde a coisa ia porque gosto sempre de saber o que se diz sobre o que eu sei que se fala).
- Sabes... temos um problema parecido. Somos distraídos... tu não sabes quem é e eu esqueço-me com muita facilidade do nome das pessoas...
Mais uma vez, ri-me muito.
A sexta feira melhorou.
Gosto de gente que não é burra mas fica calada (gosto quando gosto...porque gente deste tipo também tende a ser perigosa...)
2.
Convidaram-me para aparecer e recusei por motivos que não tenho vontade de explicar e que também não têm muita graça.
O que tem graça, é isto:
Sabes, K. Eu tenho muito cuidado com esse tipo de coisas, também, e se achasse que era um problema não te convidaria. Eu não sou de ter casos (e aqui, um breve silêncio porque pressentiu o estado em que a minha cara tinha ficado quando falou em caso mesmo tendo acontecido telefonicamente)...quer dizer, não que nós tenhamos um caso!!!
Gente que me conhece bem é perigosa...
Percebeu logo que eu estava de faca na mão para cortar tudo mal fosse feita menção a qualquer tipo de coisa contínua mesmo que seja contínua.
Retratou a tempo e continua a trabalhar na sombra, o que eu sei e permito, porque os meus issues são do conhecimento dela.
3.
Já falei sobre isto por aqui:
quando estou de mau humor tendo a ser um buraco negro que suga toda a energia que rodeia e quando estou de bom humor tendo a ser, mais ou menos os eu contrário; e digo mais ou menos porque nestes momentos posso ser extremamente chato, espaçoso e barulhento para quem não me acha graça, coisa que não é tão rara como isso.
É uma coisa que entendo como egoísta: se estiver com a energia em alta têm de suportar a minha parvoíce e a minha idade mental de 10 anos. Sai estupidez a uma velocidade super-sónica e faço coisas que, se mal entendidas, podem ser muito desagradáveis. É egoísta porque faço na mesma mesmo sopesando todas estas coisas.
Engraçado é, também, que as pessoas são mais espertas do que lhes dou crédito e, normalmente (as que não antipatizam comigo), toleram ou, pasme-se, gostam destas coisas porque sabem que só pratico a parvoíce com as pessoas a quem acho alguma graça.
Algo que dei conta, recentemente, é que tenho o hábito de ameaçar as pessoas com o meu próprio mal como se isso fosse um peso para elas.
Ontem, arrastei uma cadeira, com uma pessoa lá sentada, desde o seu lugar de trabalho até à porta depois deixei-as lá, a pessoa e a cadeira.
A pessoa, em tom de brincadeira, disse-me qualquer coisa como então?! Isto é assim?! ao que respondi: Oh O! É assim! Prefere isto ou que esteja de mau humor?!
Não, não, K...prefiro isto...
Tem muita graça.
4.
Esta semana mandei uma cena de um gajo a solar de cavaquinho. Uma coisa pouco comum - um gajo a rasgar de cavaquinho - e que achei que seria apreciado.
Resposta:
Foda-se, K. Um gajo percebe que só anda a sujar papel quando vê este tipo de coisas!!!
Pois.
Concordo.
Sujar papel e gastar caractéres, como acabo de fazer. E gastei muitos!
Thursday, June 04, 2015
Como Não Deixei de Ser um Gajo Agradecido (embora este agradecimento não venha a chegar ao destinatário)
Não me via a viver longe do mar.
Isto dito desta maneira parece que sou surfista ou um gajo místico que vê energias e cenas mas não sou nada disto.
Aliás, poderia imaginar-se, também com sentido, que vejo o mar com bastante frequência mas também não é o caso.
Então é o quê?
Bem, o mar para mim representa muita coisa sendo que a primeira delas será ter passado uma enorme parte da minha infância metido na água mas a mais importante é a sensação de pequenez - a minha - o eterno movimento - o dele - e a imutabilidade - de ambos. Posso, até, dizer que só o Deserto me deu uma sensação parecida quando é muito antagónico pensar-se na secura e na mais completa humidade como a mesma coisa.
Mais uma vez, pode parecer místico mas é muito terreno. Admito uma metáfora involuntária mas não coisas como bater palmas ao pôr do sol que me parece sempre a mesma palhaçada do pessoal que bate palmas quando o avião aterra....porque não caiu.
Outra parte fundamental desta minha ligação é a disponibilidade.
Não vou vê-lo todos os dias nem todas as semanas (ainda que, ultimamente, o tenha feito) e nem preciso disso. Não sou dado a saudades de pessoas daí muito menos o ser de inanimados. Também não é, portanto, isso.
O que eu preciso é de saber que, se quiser, em 5 minutos estou de olhos nele. Está ali para quando quiser. Pensar em viajar para ver as ondas desnorteia-me.
(isto foi um bocado parvo mas precisava de mexer os dedos para desanuviar os neurónios.
Não se premeditou isto, não se pensou porquê - coisa que, eventualmente, farei por ser mais forte que eu - não terá feito sentido.
Precisava de apanhar ar....)
A merda da Playlist Continua a Irritar-me...
...mas o problema de partilha ainda se mantém;
...mas sinto-me compelido a publicitar coisas menos complicadas e pretensamente pretensiosas;
...mas esta deixa-me um sorriso nos lábios, coisa pouco comum porque não é alegria nem arrepio, é só bem-estar.
Wednesday, June 03, 2015
Acertos...
Eu preciso que tomem conta de mim, é uma evidência.
O que me parece ser menos evidente é o porquê.
Então,
eu não me preciso que me tornem responsável quanto a coisas externas. Não preciso que me acordem para ir trabalhar nem que me digam que tenho obrigações a cumprir nem, sequer, que tenho de levar alguém a algum lado.
Para isto, não preciso de nada nem de ninguém. Sou extremamente responsável.
Preciso que tomem conta de mim, daquilo que me defende, pessoalmente, de mim.
Por exemplo:
preciso que alguém me force a evitar comer algumas coisas ou a cumprir determinados horário cujo incumprimento apenas a mim fere.
Ou seja,
aquilo que pode, em tese, prolongar a minha vida e torná-la melhor, algo que pela minha natureza tenho dificuldade em fazer.
É muito engraçado.
Por norma, as pessoas têm de ser pressionadas a não falhar com as outras enquanto a mim acontece, precisamente, o inverso.
É desagradável, eu sei; é, até, egoísta, eu sei (não o acto mas o que direi a seguir):
Preciso que tomem conta de mim se quiserem que lhes faça companhia mais tempo e com mais qualidade.
....e para terminar, como também eu pareço, por estes dias, um Amendoim Torradinho:
Tuesday, June 02, 2015
Bruce Jenner
Como sou um ávido consumidor de TV já sabia quem ele era antes de se ter transformado em mulher.
Por uma vez sem exemplo deixarei o cinismo que me preenche o corpo de fora e nem ponderarei golpe mediático. Esqueçamos isso. Esqueçamos, até, o Bruce.
Foi, agora - e não devo ter visto metade - uma chuva de elogios e loas desmedidas. É um herói!
Não, não é. Um herói é outra coisa.
E ninguém se atreve em público a perguntar se não terá sido errado ter-se casado três vezes...
Reparem: nada contra ser-se o que se quer, por mim dá no mesmo o que ele fez ou faz; chateia-me é que só se tenha liberdade para elogiar (um bocado como não faz mal os Podemos chamar labregos aos espanhóis que os não elegeram...a vasta maioria).
A terminar,
Felicidades, Bruce ou Caitlyn ou como te quiseres chamar.
Espero que tudo te corra bem, como desejo a todos os estranhos que não fazem mal a ninguém.