Saturday, April 30, 2016
Quando era mais miúdo senti algumas vezes o aproximar do nada quando fechava os olhos. Não estou a tentar ser dramático nem poético: o que acontecia era que o próprio do escuro se aproximava e afastava, parecia vertigem. Eram noites muito desagradáveis.
Como já não me lembro se havia cirscunstancialismo específico, não consigo determinar padrão.
O afastar e aproximar do negro acho que não voltou a acontecer mas o sentimento de vertigem aparece de vez em quando. E não preciso de fechar os olhos.
Agora - por estes dias, na verdade - é uma sensação de inquietude que me levou a ponderar sair para comprar merdas...sendo que há pouca coisa que me incomode mais do que o sentimento consumista de que se quer comprar coisas sem se saber, exactamente, o quê e para quê.
É evidente que anda alguma coisa desequilibrada e aqui surge o problema: o quê?
A resposta não é clara ou, eventualmente, não a pretendo clara.
Normalmente, quando estas coisas me acontecem faço terra queimada. Sou um homem simples, de gostos simples, com uma rotina simples e uma vida leve e livre. Não tenho coisas e não devo nada. Não estou, normalmente, demasiado envolvido em coisa nenhuma e posso pegar numa sacola (sim, nem de mala preciso) e pôr-me a monte.
Apesar de me agradar esta vida de leveza, a verdade é que não é completa. Mas isso de completa existe?
Bem, na minha cabeça existe mas ela não é das coisas mais fiáveis quando não estamos a discutir sobre o que é palpável.
Terra queimada?
Não sei.
Será que a táctica do alentejano para a vontade de trabalhar (sentar e esperar que passe) vai funcionar?
Estou a tentar a aplicação mas a passividade não faz mesmo parte da minha natureza.
Conflitos interiores são uma merda...
Friday, April 29, 2016
"Anda, diz alguma coisa!"
Foi uma coisa que me disseram durante um jantar com uma desconhecida ou muito-muito recentemente conhecida, se preferirem.
Sim, não tenho grandes problemas em dar opiniões sobre cenas e como me tenho em boa conta tendo a achar o mesmo das minhas opiniões. O historial dos meus achismos também ajuda.
O que acontece é que não gosto de me meter onde não sou chamado, coisa que se aplica a quem me é próximo e, naturalmente, mais ainda em quem não é.
Ah, K, tu és top! Muito respeitador da intimidade das outras pessoas e do seu livre-arbítrio!
Sim...mas não tanto assim...
(ia escrever primeiro e segundo mas descontinuei a ideia porque não consigo garantir a ordem)
Por uma lado, é verdade que respeito os outros e aquilo que querem fazer;
Por outro lado, quando dou opiniões elas tendem a ser...bem...opiniões musculadas. Não é que tenham mesmo de ser seguidas mas devem...ou então deve ser-me explicado o porquê de não serem.
Como não sou bom a estar meio-dentro nem meio-fora, evito. Ou completamente fora (não opino se não perguntado, só ouço) ou completamente dentro (opino forte, se perguntado).
E foi por isso que evitei dizer coisas. Evito sempre.
Agora, se me perguntarem...
Acabo de encontrar agora, enquanto almoçava, um gajo com quem trabalhei e com quem não me cruzava há uns 10 anos (talvez menos qualquer coisa, não me lembro bem).
Este gajo é o mesmo que conheci: representa o papel daquilo que faz e parece muito bem educado e urbano. Na verdade, não acho apenas que pareça, é mesmo estas coisas. A única coisa que a sua aparência faz presumir erradamente é que é competente.
O que é muito engraçado é o seguinte:
quando trabalhava com ele era comum o pessoal juntar-se à volta do computador dele (com ele lá, naturalmente) a analisar a catrefada de pornografia que o gajo tinha em arquivo. Em horário de expediente, óbvio.
Quem o vê apenas como o vi agora, nunca diria mas é mesmo assim e não me parece que tenha mudado.
Não estou certo que cada um de nós seja diferente dele. Suponho que tenhamos todos umas idiossincrasias escondidas mas o mais espectacular é que continuamos a ficar surpreendidos com as dos outros.
Percebem?
Achamos naturalíssimo termos partes escondidas que contrastam com o óbvio demonstrados mas cai o queixo sempre que vemos isso nos outros e, como já repeti vezes sem conta, os outros dos outros somos nós.
Algumas das coisas pouco aparentes em mim (que não escondidas...as escondidas vão continuar assim a menos que não consiga evitar):
- preciso de actividade, não dou para estar a fazer nada;
- sou muito controlado e pouco dado a impulsos;
- gosto de utensílios de cozinha;
- gosto de flora e fauna;
- dou um enorme valor à ordem e detesto o caos;
- não sou capaz de ser maldoso se não foram primeiro comigo.
Haverá mais coisas mas cansei-me...
Um exemplo engraçado de coisas óbvias que não são vistas:
a mulher de um amigo (que é minha amiga também), disse-me uma vez que não tinha nenhum relacionamento sério porque era incapaz de ser fiel.
Ora, há maneira mais segura de ser fiel do que ser solteiro? Para ser infiel é preciso ser infiel a alguém.
O que eu não sou capaz é de ser infiel (incapaz é excesso de linguagem), daí evitar estar em posições que me levem a isso.
...e há uma coisa que me mata e torna tudo uma espiral de cor vermelha.
É comum achar-se que pouco me interessa o que acham de mim e, nesse caso, é comum e está certo mas vezes há em que fico muito fodido com isso e é coisa para acontecer quando me parece que estão certos por ser o mesmo que eu acho.
Exemplo não muito concreto mas que me parece suficiente:
Se todos acharam que eu fui estúpido e a minha ideia for outra, caguei;
Se todos acharem que eu fui estúpido e a minha ideia for a mesma, rebenta-me.
Em situações deste segundo tipo saltam as piores características que me vão preenchendo e a principal delas é que terei de equilibrar as coisas, eufemismo para ter de me vingar. Custe o que custar e a quem custar.
O engraçado disto é que é uma contradição nos termos:
por um lado, vingo-me para ganhar controlo;
por outro lado, o facto de ter de me vingar é uma perda de controlo em si.
(sim, isto foi parecido com vomitar mas quebrar a rotina de passar cá de vez em quando é pior)
Tuesday, April 26, 2016
...Solipsismo...
Há coisa de duas semanas, fiquei desiludido porque me pareceu chato quem nunca foi chato...
Sexta-feita passada tive de me ir embora de onde estava porque não aguentava mais a chatice a que estava exposto...
Acho que falei destas duas merdas, por aqui...
Este fim-de-semana, em dias seguidos, vi duas reportagens.
Uma sobre alimentação saudável e outra sobre gordos.
A da alimentação saudável irritou-me na precisa medida em que presumi que o ia fazer: bando de gente a sonhar com glutens e a puta que os pariu e os super-alimentos (voam?!) e as cenas de vapores e coisas.
Reparem, nada tenho contra comer bem mas fundamentalismo dá-me nos nervos.
Só comecei a comer pratos vegetarianos quando o vegetarianismo foi substituído por esta coisa nova.
...e depois apareceu uma gaja que não era obcecada mas tinha uma app que lhe dizia quantas calorias tinha ingerido e outra que informava quanto mais exercício tinha de fazer para compensar e, suponho, uma outra que lhe diz quando os neurónios acordam (nunca tocou).
Nada obcecada...
E no dia seguinte, os gordos.
Como os pretos têm moral para falar de pretos eu tenho moral para falar de gordos.
Não me é estranho nem esquisito a discriminação de que os gordos sofrem mas, depois, entra a parvoíce.
Vi uma queixar-se que lhe disseram que não lhe podiam dar o emprego que ela pretendia porque era muito gora. O emprego era de atendimento numa loja, uma loja onde teria de andar de um lado para o outro todo o dia.
SE não lhe deram o emprego porque ela ficava mal na loja, é uma coisa;
SE não lhe deram o emprego porque o desempenho pedia um desempenho físico que, supostamente, lhe faltava é uma outra.
As pessoas valem independentemente daquilo que parecem mas as limitações existem.
Eu não andei nem vou andar com t-shirt de licra que me fazem parecer um chouriço mas nunca tive problemas em ir para a praia ou despir-me quando vou malhar alguém.
Cada coisa é uma coisa e não é toda ela a mesma.
A vida é fodida para todas.
A outra idiota com os alarmes no telefone era óptima e de que lhe adiantava isso?! Haveria dinheiro ou mamas que me oferecessem para aturar uma gaja destas?!
Não. Venham as gordas sem sequer hesitar!
Saturday, April 23, 2016
Forma VS Substância
Comecemos pelo mais simples: Restaurantes.
O que mais interessa num restaurante? O que se come.
Não sou indiferente ao ambiente nem à decoração nem a nada disso mas tudo depois de o que se come.
Ora, não é estúpido presumir-se que se comerá melhor onde se paga mais mas já é estúpido que se volte ou se aprecie um lugar onde se paga mais e não se come condignamente...e o pior é que isso acontece com muita frequência. E porquê?
Há uns tempos, uns gajos pegaram em duas garrafas de vinho, esvaziaram-nas e trocaram os líquidos de uma para a outra.
Uma delas era caríssima (com o líquido barato) e a outra barata (com o líquido caríssimo). Mesmo com o líquido barato, ganhou a garrafa caríssima. GANHOU A GARRAFA!
Isto devia ser suficiente para se entender que a presunção é certa mas sempre passível de ser demonstrada errada.
1
É sabido por quem me conhece, mesmo que mal, que não tendo a andar a passear mulheres. Não janto fora, não vou aos meus spots habituais e não faço reuniões de amigos com elas...a menos que me digam mais do que duas horas de diversão - e elas sabem sempre o fim a que a coisa se destina.
É, também, sabido que sou pouco dado a lugares da moda (daí a cena dos restaurantes mais acima) e prefiro coisas mais terrenas e simples.
O que se passa é que se confundem as coisas porque se presume o que se não sabe: não é que não jante fora com mulheres, só não janto fora com qualquer mulher; não é que não goste de luxo, só que luxo real não se mede em ouro e em veludo mas em subtileza (gente de bom gosto usa Jaqut Doroz e não Jacob e cenas cravejados de diamantes).
Então, eu conheço e eu sei...mas não parece.
Fiquei surpresa por conheceres todas essas coisas, depois do que me dizes...
Não devia.
Eu sei. Eu conheço. Eu gosto. Eu só não preciso de demonstrar com palavras e o bom gosto não precisa de holofotes.
Sou sofisticado mas não pareço...
2
Eu disse à X o que fazias mas disse que não serias nada do que se espera de quem faz o que tu fazes.
Até tenho vergonha...
O termo vergonha não foi o que se pretendia usar, por isso não me irritou.
Ri-me muito. É exactamente o que me agrada em ser o que sou e como sou.
É um facto que não me pareço com as outras pessoas que fazem o que eu faço. É verdade que é inesperado. É verdade que me atribuiriam muitas outras profissões.
...o que se passa, contudo, é que na profissão em si eu não sou nada de deitar fora.
Eu sou exactamente o que se precisa de quem faz o que eu faço mas, concedo, não pareço.
Como antes, a substância interessa sempre mais mas, sem qualquer margem para dúvidas e sem nenhum ressentimento, é certo tirarem-se conclusões quando se vê a forma. É como a história dos lugares comuns, o pessoal ri-se destas coisas redondas mas isto é certo: os lugares comuns existem por isso mesmo, porque são comuns e, por isso, certos a maioria das vezes.
3
Ontem encontrei meia dúzia de pessoas que não via há bastante tempo e de quem não tinha saudades.
Por causa da minha transformação física e do tempo que passou desde que me viram, foi assunto.
Sim, novamente uma questão de forma vs substância mas aqui era tão óbvia que o foco será outro:
De entre as pessoas, havia 2 casais e as mulheres desses casais ficaram impressionadas (sim, uma outra vez: sou a mesma pessoa que sempre fui - com ligeiras diferenças, claro - mas agora olham para mim de maneira diferente).
Como perdi muito peso mas continuo a ser encorpado, elas perguntaram-me o que andava a fazer para estar assim e lá lhes disse.
Elas: nota-se. Estás óptimo. Agora a coisa deve estar movimentada...
Eles: oh. Isso não é possível. Deixa-me ver uma cosia (e um deles apertou-me o braço e pediu que contraísse, coisa que fiz porque até reflexivamente o faria se fosse apertado sem me pedirem nada). Hmm...os meus são mais grossos!
Eu: Oh, L, tu não podes estar bom da cabeça. Esses fósforos que tens presos aos ombros são como os meus?! Pá, se calhar pedimos à C (mulher dele) para desempatar...
Ele não quis. O que tinha dito era demasiado estúpido e a mulher poderia gostar mais do que devia.
O que isto revela é mais ou menos isto:
Ele - como muitos e muitos outros - sentiam-se melhor na minha presença antiga porque os fazia (achavam...) parecer mais desejáveis mas o tempo passou e, para mim, andou para trás. A coisa mudou e isso chateou a testosterona que lhes há-de andar a faltar.
A mim, nunca fez qualquer diferença.
Os outros podem ver-me por comparação mas eu não me vejo por comparação a ninguém.
Estive lá pouco tempo e fui-me embora. As pessoas chateiam-me cada vez mais...
CRISE POR CAUSA DE MISS BUMBUM
Título de uma notícia do VIDAS.
O que terá acontecido é que o Ângel - O terá tentado sacar a Miss BumBum e soube-se porque ela deu com a língua nos dentes. A Iva Pamela não gostou.
Perguntarão: O que me interessa isso?
Bem, em concreto, nada. Em abstracto, muito.
Esta é uma relação entre uma gaja de 39 e um gajo de 28 e estarão juntos há 6 ou 7 anos. Esta é uma relação que começou entre uma gaja de 33 e um gajo de 22.
Ora, qualquer pessoa de 22 é uma criança. Um homem de 33 é discutível que seja adulto; uma mulher de 33 é, muito provavelmente, adulta. A hipótese de um miúdo de 22 ter interesse para uma mulher de 33 é ou nula (se ela for...normal) ou possível (se ela for...limitada).
Já ouço as feministas histéricas vociferar contra este machismo mas interessa-me pouco.
Há uns anos violentos, era pouco comum relações em que a mulher era bastante mais velha que o homem e nesses tempos concebo que seja possível que as excepções ditassem regra. Ou seja, nesse tempo poderia ocorrer que essas mulheres tivessem encontrado homens bastante mais maduros do que a idade revelaria, o que é perfeitamente possível.
Agora, que a coisa é manifestamente mais comum, não entendo como a manifestação de uma emancipação mas uma regressão e uma tentativa triste de dizer se eles podem nós também podemos.
Até biologicamente faz sentido os homens procurarem mulheres mais novas mas deixarei esta coisa de parte. O que interessa é que nós, portadores de pila, fomos montados para ser outra coisa que não maduros ou, pelo menos, não tão maduros como as mulheres ou muito mais tardiamente maduros.
Para que não se pense que ando aqui a ser anjinho e falo de coisas etéreas:
Ainda hoje, sabendo que isso nunca vai acontecer, adoraria ter conhecido apenas uma mulher na vida. Adoraria que aquela coisa de conheci-a na primária e fiquei com ela para sempre! me tivesse acontecido mas isso era completa e absolutamente impossível! Jamais poderia ter ido para a cama com apenas uma mulher. JAMAIS.
Uma criança de 22 anos manter-se numa relação com uma mulher de 33 (clássico: fiél e feliz e tal) serão sempre erros estatísticos. Um homem com 22 ainda não viveu nada e muito menos terá vivido aquilo que quer viver.
A JLo tem uma música que verso sobre não querer ser a mãezinha do seu namorado/marido/gaja que anda a comer, seja lá o que for.
A JLo tem 45. O namorado/marido/gajo que a anda a comer tem 25.
Teria graça se não fosse trágico.
Meninas: se querem andar a comer miúdos porque eles têm ou parece que têm mais saúde ou são mais rijos ou mais definidos ou mais fáceis de lidar, tudo bem. Ninguém tem nada que ver com isso.
Se querem convencer que querem relações sérias com miúdos....bem, ou estão a mentir (o que me desagrada) ou estão a tornar-se demasiado verdes (o que me entristece).
...e tenho a impressão que já por cá não passa Samba há muito.
Não entendi o enredo desse samba, amor...
Wednesday, April 20, 2016
Também me dá aquela coisa meio intelectualóide de achar que para um artista ou um profissional qualquer ser realmente extraordinário deve conseguir fazer diversas coisas e não ser um pónei de um só truque (sim, directamente do inglês).
...e depois, Ben Harper:
Tuesday, April 19, 2016
Intervalo
...a primeira vez que fiquei contente com os anúncios antes dos vídeos do Youtube:
...e só porque é muito cool
Monday, April 18, 2016
...e uma Bichice das Melhores...
(não sei muito bem o que é Saudade.
Já li sobre mas acho que nunca senti ou, em alternativa, nunca identifiquei
...do Youtube sinto muita falta.)
Nada De Novo
Sou um gajo simples, ainda que não necessariamente fácil, por isso o que me aflige é sempre a mesma coisa ou as mesmas coisas - tendo a evitar o plural porque apesar de mais do que uma coisa elas não são muitas.
Por norma, tenho muita facilidade em ver o destino que um determinado caminho vai dar e confio quase plenamente no que acho. Infelizmente, como o retrovisor do meu carro, tenho um ponto morto que não consigo ver mas, contrariamente ao referido retrovisor, o problema não é de reflexo mas de vontade.
Trocando por miúdos:
a proximidade implica uma visão mais afunilada do quadro e impede que se veja o que o conjunto das pinceladas formam e porque tenho noção dessa proximidade tenho mais dificuldade em estar seguro de ver o que está lá.
O receio é o do costume: não conseguir ver o que é óbvio.
A solução - ou pelo menos o que parece mais viável - seria dar uns quantos passos atrás; criar algum espaço entre mim e a obra só que isto levanta-me um outro problema (já não um receio) e que é o de que distanciar-me tende a fazer com que perca a vontade de me aproximar novamente, em regra geral.
Ora, pelo que descrevi torna-se claro que ambos os preços são, potencialmente, altos:
1. não sei se vejo o que lá está;
2. conseguindo ver o que lá está tornar-se-á irrelevante porque me dá espaço e tempo para pensar.
É uma merda.
Até hoje, a minha incapacidade de viver desagradado com os meus actos nunca perdeu, independentemente do custo.
O quão desagradado poderei ficar até detonar? É muitas vezes essa a questão.
Friday, April 15, 2016
Os Temas Fracturantes
O BE, agora, anda preocupado em mudar o nome Cartão de Cidadão para Cartão da Cidadania.
Porquê? Porque o nome não respeita a identidade de género de mais de metade da população portuguesa.
Dir-me-ão que não é a coisa mais estúpida que já ouviram e, sem uma discussão mais aprofundada, não vos chamaria estúpidos por isso.
É certo que não entendo bem como poderá ser ofensivo; é certo que me parece uma luta pelo mediatismo e pelo politicamente correcto vindo de gente revolucionária; é certo que já assumo o uso do papel que há-de ter sido gasto com a proposta mais bem empregue em papel higiénico...mas, ok. Querem pôr a ILGA a discutir este assunto e colocar a questão na praça, tudo certo.
...mas...será esta parvoíce algo que nos deve distrair de coisas mais importantes (ia escrever realmente importantes mas contive-me)?
É por causa destas parvoíces e que tais que imagino os comícios do BE como acampamentos de pessoal e tocar djambé e a fazer demonstrações de malabares e diablos enquanto se fuma uma ganza e outra.
Atenção! Nada contra acampamentos (ok, alguma coisa contra...eu preciso de uma casa de banho só minha), nem contra djambé (que já pratiquei), nem contra malabares ou diablos (que nunca experimentei e considero ser um dos principais motivos por não ser virgem) e muito menos contra ganzas.
Tudo certo.
...mas será este um ambiente para se discutir o que interessa?
Não há paciência...
Ser do BE deve ser cool para sacar adolescentes reais e tardias com conversa revolucionária dando palha a ignorantes mas nada mais que isso.
Aliás, não diria que pertencia ao BE nem para sacar a Eva Mendes e seria capaz de muita coisa para sacar a Eva Mendes, onde se incluiria aprender a fazer cenas com o diablo.
Antes do golpe do PS que resultou em dar força governativa ao BE diria que tem graça por não ser trágico mas agora se não fosse trágico teria graça.
Thursday, April 14, 2016
A Regra de Ouro
Sou defensor da clássica expressão Não faças aos outros o que não gostavas que te fizessem a ti e ontem, à pala de uma conversa sobre empresas e as pessoas que nelas trabalham dei por mim a pensar e a falar sobre um âmbito mais alargado disto.
Não sei se será evidente para todos mas para mim é: as pessoas reagem umas às outras e aprendem e apreendem comportamentos da mesma maneira. Por muito determinados e independentes que sejamos não escapamos ao contágio.
(pensem, por exemplo, em quem dá a um cão um nome agressivo. O nome, em si, significa nada, para o cão, as ao dar-lhe o respectivo nome estamos em extensão daquilo que dele esperamos e da forma como o iremos tratar e, até, do comportamento que instigaremos...e isto mesmo sem darmos conta)
Lembram-se do descalabro bancário e do crédito hipotecário e cenas? Os créditos são concedidos pelos balcões e, suposta e formalmente, há muitos trâmites a seguir para que sejam respeitadas cenas que garantem a qualidade do emprestado pelo emprestador.
Só que, em simultâneo, havia prémios atribuídos por quantos mais empréstimos se concedessem, pelo que o que se dizia era que sim, os prémios são atribuídos mas respeitando as normas, o que era tanga porque ao só se olhar para números e resultados quanto mais se emprestasse mais se ganhava.
Ora, seguramente que alguns dos bancários seriam pessoas de fraca índole, como os há em todas as profissões, mas a maioria não o seria mas estava metido no mesmo.
Os Bancos encorajaram este comportamento.
Pensem, também, nos elevados padrões de segurança exigidos nas plataformas petrolíferas.
Está tudo regulamentado e tal mas, depois, os orçamentos das petrolíferas para a segurança são reduzidos sem que se permita menos produção.
Então, independentemente do que se diga, oralmente, o facto é que se encoraja menos medidas de segurança porque tal fica mais barato.
As pessoas que se colocam em risco não são estúpidas, são empurradas para a estupidez.
Agora, pense-se mais restrito e use-se o It´s no secret tha a liar won´t believe anyone else dos U2.
Simples, directo e verdadeiro.
Não excluindo que quem tenha sido traído tenha mais propensão para imaginar que o será de novo, normalmente quem tem mais medo de ser traído é um traidor;
Pensem na pessoa que está a falar alto e que vos põe a falar mais alto com ela por esse mesmo motivo;
Pensem na população prisional que continuará a ser profissionalmente criminoso porque será sempre assim tratado.
Eu sei que esta é uma visão que não pode ser por completo aplicada ao mundo onde nos encontramos. E eu sei, também, que há quem será uma besta independentemente do seu contexto e da forma como é tratado mas tenho para mim que será uma minoria.
Não podemos crer que é um acaso que quem é delinquente uma vez terá muito mais hipóteses de o ser de novo;
Não podemos crer que o facto da criminalidade (em número e não em gravidade) esteja mais entranhada em comunidades pobres é um mero acaso.
...infelizmente, além da Regra de Ouro também sou seguidor da de Talião (Olho por Olho, Dente por Dente), pelo que não serei o melhor pregador para esta mudança fraternal mas, pelo menos, reconheço-a e talvez um dia a consigo aplicar.
Wednesday, April 13, 2016
...E Ainda No Mesmo Hiato
K, só te metes com gajas comprometidas para ter a emoção de andar a trair?
- Nada disso. Só fico com mais tempo livre e menos chamadas no telefone. Duas coisas que me agradam muito!
O conceito que ela descreveu parece ser mais ou menos corriqueiro mas não me diz nada. Trair é uma coisa que me faz muita confusão (quando o traidor sou eu), pelo que não me dá nenhuma pica especial.
Outro conceito que está permanentemente presente e que me diz muito pouco é o da conquista. Não tenho apreço pela caçada e pela conquista.
Se estivermos a falar de uma coisa séria, ela deve ser fácil e nada ambígua ou dependente de jogos irritantes;
Se estivermos a falar de uma coisa fortuita, terá de ser rápida; se há um jogo ou não é irrelevante. Haverá se tiver se haver e não haverá se não tiver de haver. Só interessa o resultado.
Agora deve ser uma festarola! Nunca tiveste dificuldade em safar-te mas agora...
- Não me posso queixar...
A ela - como a quem me conhece relativamente bem - existe esta ideia de que sempre saquei muitas gajas. Sendo certo que pode variar o que se entende por muitas, confirmo que nunca fui muito mal sucedido mas também não tão bem sucedido como ela e quem me conhece relativamente bem pensa e a explicação é fácil: o que me tornaria um gajo com o sucesso que elas imaginam que eu tinha é exactamente aquilo que elas vêm mas que quem és sacado não vê porque não tenho interesse nisso.
Continua-se a Subir a Pirâmide
O título é um bocado pretensioso - só para avisar - porque presume que estou a subir degraus da pirâmide e cada degrau deste monumento é menos espaçoso que o anterior e, por isso, um gajo vai ficando mais isolado.
Admito que possa estar a ocorrer precisamente o inverso mas...
Ontem tive um jantar com um gajo (e respectiva família) de que gosto muito. E foi muito desagradável...
Também ele, como a maioria das pessoas de quem me fui afastando sem nada ter contra, cresceu. O que para muitos será entendido como maduro para mim é chato.
Falou-se, por exemplo, durante muito tempo de negócios e dinheiro e impostos e coisas do género. Não se pense que entendo quaisquer destes assuntos como menores mas...é chato.
Quanto a dinheiro, é sabido o quanto me irrita (o único motivo para querer ganhar o Euro-Milhões seria sempre para não pensar nunca mais nele) e, além disso, por uma questão de educação aprendi que não é elegante. O que é esquisito, neste caso como em outros com pessoas que conheço, é que ele, como muitas das pessoas que conheço, nasceram, cresceram, continuam e morrerão com muito mais dinheiro do que eu.
Só os pobres falam de dinheiro porque têm pouco é comum dizer-se mas a realidade desmente.
É muito materialismo.
É muito coisas.
É muita tensão...especialmente para um gajo que podia dispensar tudo isto.
O que vai salvando este encontro (que só ontem percebi ter de ser salvo) é que contrariamente à aparência - um pouco como eu - este gajo sabe coisas; este gajo lê coisas; este gajo sabe dizer coisas. Então, assuntos como sistemas políticos e governativos e forma de gerir um hospital e por aí fora são possíveis sem que sinta que estou a falar com quem não percebe caralho nenhum de merda nenhuma mas que gosta de achar cenas.
Houve mais uma coisa que me chateou mas, por agora, vou ficar calado.
No fundo, o que me incomoda mas sinto como inevitável é que se nada de relevante ou espantoso acontecer, poderei passar do misantropo em que me tornei no eremita que não quero ser. Mas não aguento isto (em vez de isto ia escrever mediocridade mas acho que já preenchi a minha quota de pretensão por hoje).
Um gajo que conheço acha que nós, que temos uma abordagem parecida mas resultados muito diferentes, é que estamos bem e o resto do pessoal errado.
Infelizmente, não concordo.
Para mim, funciona sempre o clássico quem está mal muda-se e a nunca se muda a maioria.
SOLTAS, SÓ PARA RIR
Sócrates acha que a Operação Marquês serviu para impedir que concorresse a Belém e que o PS ganhasse as eleições, tendo sido bem sucedida em ambas as empreitadas.
Diz, ainda, que o que está a acontecer com o amigo Lula é semelhante ao que está a acontecer com ele...a Direita ao ataque.
É assustador...
Quantas mais pessoas levam a religião a sério maior a desigualdade de género. A correlação é de 79% (li no Observador).
Não sei quem pode ser surpreendido por esta notícia, estudo ou correlação. É óbvia!
Ainda há pouco tempo disso não consigo perceber como és católica. Como se pertence a uma organização que diminui a mulher... e quando disse católica é possível que pudesse ter dito qualquer outra mas não tenho conhecimento suficiente para isso.
Um dia destes ainda descobrem a correlação entre a religião e a guerra.
Não vou mentir que estou feliz por ter marcado e melhorado os meus números, mas o mais importante é a equipa. Estou melhor do que nunca (foi o CR...)
Isto foi de um só fôlego e depois fica estupefacto por ser entendido como um otário. Depois pensa que todos estão errados quando o criticam.
Pá...depois de o ouvir quem poderá imaginar que o mais importante é a equipa?!
Tuesday, April 12, 2016
COISAS QUE ME FAZEM CONFUSÃO
Imaginem que há um comportamento em alguém com quem se preocupam de que não gostam. Não é não gostar por vos incomodar mas não gostar porque prejudica essa pessoa.
Imaginem, também, que podem fazer alguma coisa (pelo menos, tentar) para evitar que esse comportamento tenha lugar.
Descrevendo assim é óbvio que responderão que tentarão fazer alguma coisa mas mais óbvio ainda é que, provavelmente, a maioria optaria por dizer que o comportamento faz mal e dizer que gostavam que deixasse de ocorrer.
Afinal,
dizer dá muito menos trabalho do que fazer.
TRAUMAS
O Trauma é um assunto que me interessa mas, apesar disso e contrariamente a muitos dos assuntos que me interessam, não vi nem li nada a respeito. Então, a coisa pode bater completamente ao lado mas, sa foda.
O Trauma interessa-me porque me soa sempre a medo irracional. Não quer dizer que o motivo do medo não exista mas é amplamente exacerbado (sim, soa-me com muitas semelhanças a paranóia).
Lembrei-me disto porque estou adoentado e, como todos os portadores de pénis, não sou muito valente perante uma enfermidade de merda. Se for grave, aguento-me mas se for uma constipação ou uma gripe sinto que a terra me vai engolir.
O que acontece, agora, é que tenho mesmo motivos para ficar preocupado quando me apoquenta esta coisa e, por isso, estou manifestamente menos dramático e menos queixoso porque estou realmente preocupado.
Ia dizer que o que me parece ter acontecido mas não vou por ser falso. Sei muito bem o que me aconteceu.
Não há muito tempo - talvez um ano - tive esta merdice que me dá todos os anos e, também como é habitual, afectou-me a garganta. Nesta fase, também como de costume, andei a chorar-me porque me sentia cansado e sem fome e sem vontade de fazer nada e por aí fora...só que daquela vez apanhei com 40º de febre e a coisa azedou mesmo.
Na altura, foi só extremamente desagradável mas quando passou, enfim, passou. Nunca tinha tido 40º e, por isso, seria improvável que voltasse a ter.
Pois, nem por isso.
No dia seguinte, contei - dramaticamente, claro - o que me tinha acontecido ao meu amigo médico e ele respondeu:
Pois, K. Agora que tens X, as infecções correm mais depressa e podem ser mais agressivas. Em princípio, foi o que aconteceu.
E...Trauma.
Agora, sempre que esta merdice me dá fico com todas as antenas no ar.
Para agrado geral, fico muito menos choramingas e repondo, sempre, tudo bem quando me perguntam porque, agora, é muito pouco certo que a colina não apareça e eu vá por lá a rebolar.
Entendo o medo que me anda a dar como irracional - e porque escrevi medo, percebam que é mesmo isso - porque apesar de mais possível não me parece provável que por cada pingo que me caia do nariz venha uma infecção a caminho...mas é o que acontece,
Quando descobri que não era feito de ferro a coisa não correu bem e, agora, que o sei e que tiveram de me andar a dar água embebida em algodão para a poder engolir, tem vindo a piorar.
A sorte é que não fujo do que me amedronta (quase nunca. Nunca é demasiado forte e seria mentiroso), por isso, é seguir. Doa o que doer.
...e novamente o Trauma.
É difícil traçar linhas entre o receio racional e isto.
É difícil vermos as probabilidades e conseguirmos distanciar-nos delas.
A minha cabeça diz-me que não sou especial e que se já aconteceu é provável que aconteça outra vez.
A minha cabeça diz-me, também, que porque já aconteceu não terá de acontecer outra vez porque assim funcionam as coisas.
E estes dois últimos trechos (bem, os anteriores também) servem para tudo e não apenas para a minha eventual/hipotética febre.
Monday, April 11, 2016
Panamá e os Comunistas
Esta história dos Panama Pappers faz-me lembrar o corno que só se interessa e fica chocado por o ser quando confrontado com o facto ao vivo e a cores.
Nada do que se descobriu é novo ou inesperado mas, concedo, quando se conhecem as pessoas a coisa parece ter um maior impacto, impacto que, de facto, não tem.
O que é verdadeiramente espantoso é isto: é claro que fugir aos impostos (legal ou ilegalmente) é maus e choca que quem mais tenha para contribuir sejam as mesmas pessoas que escapam ao seu contributo (quantos de nós não faríamos o mesmo?! Muitos, se não todos...) mas o pior destas coisas não é o Vilarinho mas os traficantes de armas e drogas desta vida, aqueles a quem estes Panamás dão mais jeito...e entre eles se encontram agências de espionagem de países respeitosos.
Não perderei tempo com o tempo gasto nos noticiários com assuntos menores só porque mais apelativos. A saga do cabelo do Renato Sanches chegou-me...
Para o efeito disto, Os Comunistas.
Fico sempre de cara à banda com estes revolucionários de tempos idos que mesmo nesses tempos idos nunca o foram.
Lembro-me da guerra contra o off-shore da Madeira (não tenho simpatia pelo arquipélago, diga-se) porque era uma vergonha. O resultado é que quem de lá saiu foi para umas milhas ao lado alugar outra caixa postal para fazer o mesmo.
Perda de receita sem nenhum proveito.
Agora, à pala da notícia, voltam a perorar contra os off-shores e apresentar moções e cenas.
Vamos lá ver: estarão os Comunistas errados quanto à necessidade de erradicação destes antros? Simplificando o que não o é, direi que sim mas o problema é a desconexão com a realidade.
Seremos nós a formiga que vai dizer ao elefante esta cidade não é suficientemente grande para os dois? Seremos nós o D. Quixote?
Estes gajos - como tanta gente que conheço - têm uma visão desfigurada da importância que lhes é dispensada.
Cansa-me muito esta gente...
Não fosse a Joana Amaral Dias (e já foi mais...) e preferia que fossem proibidos.
Expectativas Irreais
A minha idade mental varia entre os 2 e os 16 anos, não exactamente entre mas ou tenho 2 ou 16.
No que toca à necessidade de completar impulsos tenho 2 mas, como não tenho mesmo 2, a coisa é pior. Não me podem pôr de castigo nem impedir de comer ou fazer o que me apetece. E quando me apetece apetece-me muito.
É verdade que aprendi a conter alguns impulsos mas visto de fora parece que tal não chegou a ocorrer, apesar de ter ocorrido.
Quanto aos 16, é uma coisa que tem mais que ver com aquilo que quero em termos de relacionamentos emocionais.
Há pouco tempo disse estas duas coisas:
1. Pois. Não sei bem o que é uma relação estável. Nunca tive. Quer dizer, nunca tive aquilo que as pessoas consideram estável.
Acho que por uma questão de personalidade, a coisa é muito de altos e baixos. Muito altos e muito baixos. Temperado é raro.
Talvez seja por isso que só tive um relacionamento mais longo e, por isso, supostamente estável...só que mesmo esse não era mediano e morno.
2. O que tenho medo é disto: não gosto (é mais que não admito) que durmam comigo de pijama. É uma coisa que me chateia. Se é para dormir com alguém, pelo menos tenho de sentir pele.
E quando deixar de me importar? E quando for menos relevante se ela tem a depilação como eu gosto ou não? Não. Não. Não acho que aguente isso.
É provável que tenha expectativas irrealistas porque a realidade que rodeia é diferente.
O que o calcorrear dos dias e dos anos tem demonstrado é que não me dou muito bem com a realidade. Não tendo a vergar-me a ela mas já me partiu algumas vezes; em alguns momentos achei mesmo que me tinha partido definitivamente mas ainda não aconteceu.
Será que algum dia vou ser um adulto com uma relação adulta?
Bem, não sou homem de apostar porque não gosto de jogo mas se fosse não apostaria nesse possibilidade.
Relações adultas são uma seca...
Saturday, April 09, 2016
Friday, April 08, 2016
Todos Humanos, o que É Triste...
Ando muitíssimo fodido com a época do Porto e tão fodido ando que ontem quando me perguntaram se queria ver a entrevista do Pinto da Costa, declinei.
Declinei porque não acho graça a proclamações em vez de entrevistas, o que acontece quando as coisas acontecem em ambiente demasiado controlado (Porto Canal, Benfica TV, Sporting TV e por aí fora) e declinei porque me pareceu que vinha a caminho aquilo que mais me irrita quando as coisas dão merda: desculpas esfarrapadas.
Argumentos idiotas chateiam-me. Sabem aquelas coisas que se dizem em desespero de causa para se evitar o simples tens razão?. Pois. Deixa-me um bocado em ponto de bala.
Como não vi a entrevista em si, não tenho muito a dizer.
Presumo muitas desculpas esfarrapadas mas, novamente, poupei-me a esse triste espectáculo.
...só que li, hoje, que o Pinto da Costa terá dito que houve um erro muito grave que não voltará a cometer e, aparentemente, esse erro muito grave foi Lopetegui.
Não deixando de ser óbvio que tal foi o erro da magnitude referida, o Pinto da Costa, por um decoro que muito lhe aprecio, sempre optou por não pontapear um cadáver e usá-lo como bode expiatório...até agora.
Porquê a mudança de atitude?
A coisa está negra e, nestas alturas, a dignidade passa para o banco de trás e quem tem cu tem medo.
O Pinto da Costa, no fundo, é como todos nós.
Thursday, April 07, 2016
Dress For The Job You Want, Not The Job You Have
Esta expressão tem âncora no Mundo capitalista onde por ora andamos.
É o corolário dos cartões de crédito, do carro que se tem e que não se suporta e da casa pela qual o pessoal se atravessa em detrimento de jantar fora.
O Jordan Belfort (e muitos e muitos além dele) incutiam este tipo de mentalidade nos seus colaboradores: gastar mais do que aquilo que ganhavam para que fossem o burro constantemente atrás da cenoura.
O é preciso gastar dinheiro para ganhar dinheiro é outra expressão que tem o mesmo escopo.
Algo menos usado, por mais subtil e necessitado de alguma subtileza que escapa, é o comportamento.
É mais fácil e, possivelmente, mais imediato usar um fato Boss (reparem como escapei a uma qualquer referência a Saville Row porque demasiado subtil para o efeito) do que esperar que algo seja apreendido ou, pior, inconscientemente detectado.
Por exemplo:
o elevar de voz junto de um militar tem um efeito de voz de comando fortíssimo e de uma vontade imediata de obedecer. É algo que está entranhado na educação que receberam mas que, as mais das vezes, ignoram.
Apontar-lhe uma arma terá um efeito mais óbvio ainda que não necessariamente mais eficaz.
O que quero dizer é isto: mesmo quando não querem as pessoas são afectadas pelo que não lhes é esfregado na cara.
Comportem-se como alguém no comando e serão assim encarados. Não é parecer, é ser mesmo quando se não é.
Comportem-se como um subalterno e é isso que serão, independentemente do cargo que ocupam e da posição hierárquica.
As pessoas cheiram o medo e cheiram o comando.
Fizeram, por exemplo, um estudo em que se revelou que uma pessoa normal quando na presença de um psicopata fica de pele arrepiada sem saber porquê;
Fizeram outra estudo em que se aprendeu que quem tem perfil de vítima se torna aparente como tal, daí - e isto é incrível! - ser estatisticamente mais provável que uma pessoa seja violada uma segunda vez mais do que a primeira.
O que acontece é que como tudo é fast food, as subtilezas perdem a atenção que merecem mas não a sua eficácia.
Somos todos animais.
"Não Quero Que Mudes!"
Esta afirmação vem nos livros daquilo que se deve dizer e as mais das vezes nada mais é do que isso mesmo: o que é suposto dizer-se e o que supostamente se quer ouvir.
A experiência e um olhar desapaixonado mostram-nos que o que se quer (ia dizer o que queremos mas não gosto de me incluir nisto) é, de facto, mudar as pessoas. Pretendemos resguardar aquilo que agrada e alterar o que causa mais desconforto ou aquilo que, pura e simplesmente, não gostamos.
Por ser evidente num breve olhar atento, não perderei muito tempo com isto.
Se algum de vocês achar que esta não é a regra ou é demasiado novo para entender ou demasiado estúpido para a aprender.
Aliás, uma excepção real e completa nunca a conheci. O mais próximo que cheguei de ver (e o que tento fazer mas com sucesso muito pouco promissor) será o reconhecer os defeitos que acompanham os defeitos, entender que uns não vivem sem os outros e tentar diminuir os estragos que provocam ou evitar situações em que eles se revelam.
A temática, para o caso, é diferente e pessoal, como as mais das vezes.
Sinto-me um buraco negro ou um poço sem fundo. Quando me tenho em boa conta vejo-me como um poço sem fundo - porque não consegue ser preenchido - e quando me tenho em má conta vejo-me como um buraco negro - porque suga tudo o que rodeia sem nunca desaparecer ou dar-se por satisfeito.
A ideia, em abstracto, de se querer sempre mais independentemente do quanto se tenha é bom para escrever romances e fazer filmes. É uma coisa sem compromisso e todas as coisas sem compromisso são alvo de admiração e facilmente tornadas histórias de superação (sim, não convém sabermos ou publicitarmos quando corre mal...).
A ideia, em concreto, é menos fixe quando nos toca na pele.
Imaginem que têm muita fome.
Quando estão saciados, a sensação é sublime.
Agora imaginem que só têm muita fome.
Nunca estão saciados, ainda que por breves momentos possa parecer.
E a ligação ao tema é esta:
Existem coisas que quero mudar e quero muito. Essas, se pudesse escolher, seriam as mesmas que quereria que quisessem mudar em mim.
É certo que, por feitio, seria capaz de levar a mal quererem mudar o que quer que fosse...mas precisava. Preciso.
Não me apetece muito continuar a esmiuçar isto, por isso, exemplo concreto:
Uma das pessoas com quem me relacionei mais tempo - esteve entre ser um caso e uma namorada, por isso tenho mais dificuldade em descrever a coisa - ficava literalmente excitada quando eu era agressivo. Quando me irritava com um porteiro, com um empregado de um restaurante, com um outro condutor....enfim...e quando digo literalmente excitada é isso mesmo que quero dizer: ficava a escorrer, também literalmente.
Ora, eu não gosto de engrossar nem de ser agressivo.
É verdade que pode parecer que gosto porque acontece com alguma frequência mas, ainda assim, é uma versão moderada da minha vontade. É resultado de um esforço de me manter calma que não é bem sucedido.
Entendem?
Esta deveria querer mudar alguma coisa em mim, deveria, como eu, querer que eu fosse um bocadinho mais manso.
Não. Alimentava aquilo que eu entendia e entendo como mau comportamento.
Acho que é por causa do que descrevi, em geral, que há relacionamentos destrutivos.
Wednesday, April 06, 2016
Só À Chapada...
Marcelo Rebelo de Sousa, questionado sobre o que levaria na mala se fosse refugiado, responde:
Fotografias da família, uma Bíblia, o livro Guerra e Paz e um telemóvel com carregador.
WTF!
Aniversários
Desde que deixei de receber dinheiro no aniversário passei a deixar de lhe dar qualquer importância. Nessa altura, fazia-me diferença para orientar os meus gastos e era dinheiro extra; na verdade, o Natal não é muito diferente. A principal diferença entre uma data e outra é que, apesar de tudo, consigo ignorar muito mais facilmente o meu aniversário do que os últimos 15 dias do ano, época que me exaspera.
Há mais do que um motivo para o pouco caso que atribuo ao meu aniversário.
Em termos meramente intelectuais, não dou especial relevo ao facto de nascer num determinado dia. Se fosse outro seria sempre o mesmo dia e a Terra não interromperia a rotação por ter nascido nem a desacelera sempre que o dia se repete, anualmente.
Envelhecer, em si, não me chateia nem me alegra. É o que é e lutar contra inevitabilidades é estúpido.
Em termos mais terrenos e palpáveis, chateia-me os que se lembram de quem quer que seja porque, por acaso, se nasceu nesse dia há umas décadas atrás.
São mensagens (graças a Deus pelas mensagens. Atender telefonemas era muitíssimo mais doloroso) de gente que se queixa de há muito tempo não nos ver; mensagens de gente que anda na sombra à espera que surja a data em que é suposto dizer alguma coisa e descarrega tudo de uma vez; mensagens de gente que quer sempre combinar coisas mas que depois se esquece (novamente, graças a Deus); mensagens de gente que quer um resumo do que aconteceu nos restantes 364 dias ou fazer um resumo do que lhes aconteceu nesse mesmo período.
Agora, ao almoço, perguntaram-me se não ficava contente com algumas das mensagens que recebia de certas pessoas e a minha resposta foi esta:
Essas pessoas deixam-me contente sempre que me mandam mensagens, todos os dias. Não fico mais contente por ter sido ontem.
Para que seja, ainda, mais claro o pouco caso que deixo a este dia:
Na véspera, à meia-noite (nem sei se se pode dizer véspera ou dia), tocou um despertador, que não me pertencia, e não percebi porquê.
Era o meu aniversário...não me lembrava...
O dia em que calhou de ter nascido foi óptimo, este ano.
Nada a apontar, bem pelo contrário.
O que se passa é isto:
Teria sempre sido um dia óptimo, como foi, independentemente da data em que tivesse ocorrido.
Enfim...
é um bocado como nos funerais: todos somos óptimos no dia do nosso aniversário, mesmo quando não somos.
Saturday, April 02, 2016
Gente Alheada
É sabido que me dói o desfasamento entre a realidade e a ficção e é sabido, também, que um dos poucos medos que me ocupa é que me aconteça o mesmo a mim.
Há uns dias conheci um casal de velhos que se sentem injustiçados com a miséria de reformas que auferem. Um descontou muitos e muitos anos sobre um salário mínimo que não recebia. Outra teve uma carreira contributiva entre os 16 e os 30 anos.
Não desejo que recebam pouco, todos merecem dignidade. Agora, o porquê de receberem pouco quando um defraudou-nos ao descontar menos do que devia e outra contribuiu com 14 anos de trabalho e, depois, reformou-se explica-se a si próprio.
Há, contudo, casos que me são mais próximos (há tantos...) e menos dramáticos, pelo que mais aptos a não levantarem vozes de escândalo pela opinião que acabei de expressar.
Um desses casos é o de uma mulher que se sente injustiçada por não devidamente recompensada pelo trabalho que desenvolve para a sua entidade patronal.
Esta pessoa não é particularmente competente (eufemismo), não é particularmente activa nem com iniciativa própria (eufemismo), não é lá muito esforçada (eufemismo) e passa demasiado tempo em cenas de redes sociais e tal (o que pode explicar, ainda que parcialmente, as duas apreciações anteriores).
Esta pessoa nunca foi promovida (foi, factualmente, despromovida duas vezes), é tratada com parcialidade negativa (por tudo que disse no parágrafo anterior) e não é contemplada com admiração por ninguém (sim, é uma gaja porreira que, para o caso, não interessa).
Dito isto,
acha que deveria ganhar mais, acha que deveria ver o seu valor mais reconhecido, acha que deveria ter mais privilégios e menos ignorada.
Não, não devia.
Fosse eu que mandasse no estaminé e o provável é que caso ainda tivesse emprego seria uma sorte.
Fosse este país mais virado para a meritocracia e é provável que já a tivessem feito patinar.
Sente-se injustiçada.
A realidade diz que é privilegiada,
Outro desses casos dá-se com uma outra mulher que por motivos que me são absolutamente insondáveis se entende como óptima, competente, inteligente e interessante.
Se é competente, não sei, ainda que desconfie. Óptima, não é. Inteligente, não é. Interessante, não é.
Sofre de uma mal que não lhe é exclusivo de se atribuir uma importância que não tem. Acha que todos gostam dela e que tem permanentemente razão e que quem não vê isto é estúpido.
Agora, imaginem que esta mesma pessoa informa que vai abandonar os seus companheiros de trabalho na véspera de o fazer. Na verdade, uma ou duas horas antes de o fazer.
Caso ela fosse aquilo que acha que é, haveria alguma comoção. Não digo choro mas, pelo menos, umas mensagens entre gente que trabalha junta a dizer coisas como sabias? ou sabes para onde vai? ou será que aconteceu alguma coisa? (reparem: nem sequer digo das pessoas para ela, digo das pessoas entre si).
Nada disto aconteceu. Foi, até, ligeiramente desconfortável. Já vi agitação maior pela passagem de um gato próximo da janela.
Pensarão, então, que talvez agora ela tenha percebido que há um claro distanciamento entre o que as pessoas pensam dela e o que ela pensa de si mesmo. Neste caso, um tal desfasamento que poderia levar a questionar pá, será que eu tenho de repensar alguma coisa?
Pois, não me parece.
E o problema que se coloca, muitas vezes, é que este tipo de comportamentos é apoiado, se não explicitamente, pelo menos tacitamente.
Quando me vieram falar da minha avaliação (coisa que o contexto me faz entender como balelas), foi-me dito que o circunstancialismo externo tinha levado que não fosse acontecer nada. Tenho mais benefícios que a generalidade; ganharei mais que a generalidade; tenho condições de trabalho melhores que a generalidade; e por aí fora.
Se me tivesse sido dito que esperavam mais de mim ou que eu não tinha atingido o que de mim se esperava ou que a minha competência deixava a desejar ou qualquer outra coisa com a qual pudesse não concordar mas entender divergência de opinião, tudo certo.
Não gostaria, poderia responder mas, enfim, visões e cada um tem a sua.
Agora,
justificar uma não promoção ou um não aumento por comparação com a mediocridade deixa-me em fogo!
Se eu tenho tudo o que dizem que tenho e se me dão tudo o que dizem que dão é porque faço por isso. Se eu faço mais não devo ser comparado com quem faz menos para justificar a paralisação. Se o que eu quero é ser melhor - e faço por isso, conseguindo ou não - não me desce ter direito ao mesmo só porque sim.
Premeia-se a mediocridade.
Apoia-se quem se sente injustiçado só porque sim.
Alimenta-se a ideia de que só porque se existe se tem direito ao que quer que seja.
Não é que seja um extremo defensor de Darwin mas...foda-se, um bocado é preciso porque caso contrário não saimos da cepa torta. Nem nós enquanto indivíduos nem nós enquanto sociedade.
Ah, não percebo o motivo de me tratarem assim!
Foda-se! Abram os olhos. Muitas das vezes há motivos!
Friday, April 01, 2016
Rousimar Palhares
Este gajo é um lutador de MMA e, particularmente, de BJJ.
Este gajo é, também, um animal. Foi expulso do UFC porque segurou uma finalização depois de ter sido dado como acabado o combate e aconteceu o mesmo no Bellator (ou WSOF...acho que era Bellator).
Retiraram-lhe o título e suspenderam-nos indefinidamente.
(entretanto encontrou um buraco e vai voltar a lutar mas isso, agora, não interessa).
Por ter tempo a mais entre mãos, estava a ver um vídeo dele em que diz uma coisas.
Em monólogo, diz isto:
Para mim, é Deus, família e BJJ. O BJJ deu-me tudo o que tenho hoje.
Vocês sabem o que é comer e beber quando se quer? Hoje, de o frigorífico avariar e quiser comer eu vou comer.
Vocês sabem o que é isso?!
Não, eu não sei.
Não se deve desculpar as idiotices que este gajo faz, colocando em risco desnecessário os adversários e correndo o risco de os lesionar depois de desistirem, mas, pelo menos, ficamos com uma ideia de uma psique que, felizmente, muitos de nós não entendemos.
Este gajo não entra no ringue para provar que é macho nem para comprar um apartamento no Leblon, entra porque quer continuar a comer.
Não há dinheiro que lhe dêem que o vá fazer sentir-se seguro. Todos os dias se vai lembrar que comida é o mais importante, não interessa as toneladas que tenha e, talvez por isso, acumule muitas toneladas de comida.
Os traumas fodem um gajo e às vezes fodem o gajo à nossa frente.
Duas Coisas (Podem Ser Três)
1.
A própria da estupidez e da inteligência são bastante mais relativas do que poderá ser imaginado.
Não entrarei na questão da validade ou falta dela dos testes de QI - algo bastante discutível - mas algo que é intuitivo e que não mereceria que se perdesse tempo com o seu estudo não se desse o caso de ser ignorado (lembra-me sempre o facto de não haver restaurantes mexicanos no México mas apenas restaurantes).
Ia dar o exemplo da largura de banda da internet e de muitas vezes entendermos a mesma, ou o computador, como lento ignorando ou desconsiderando como relevante o facto de termos 3 filmes a descarregar e 45 janelas abertas. Não o vou dar porque não percebo nada dessa merda e soaria como falso.
Tenho um exemplo mais pessoal para a coisa:
Uma das minhas amigas, em especial, é muito inteligente e espera (sendo mais inteligente do que esperta) e tem uma característica que acompanha gente que possui estes predicados, uma características que muito aprecio: é rápida.
Dá-se que às vezes estou a falar com ela ao telefone e sinto-a muito lenta, coisa que me irrita; o que está a acontece, sempre, é que está a fazer outra coisa enquanto fala comigo (não me debruçarei sobre os nomes que lhe chamo quando isto acontece e o quanto me irrita).
Então,
porque a conheço, sei que não é lenta nem burra. Está a fazer mais do que uma coisa ao mesmo tempo;
se não a conhecesse, presumiria que era escassa a parte neuronal que lhe tinha saído na cruzada genética.
Mesma pessoa. Banda mais ocupada. Banda menos ocupada.
Voltando a uma cena mais geral:
É comum entendermos os pobres como mais burros e piores pais do que os burros, com tudo o que isso tem de preconceituoso, mas há, pelo menos, aquilo que descrevi: como os pobres têm mais dificuldades têm, também, mais coisas a ocupar-lhe o pensamento e a reduzir-lhe a capacidade de se concentrarem com mais poder em outras coisas.
Foi feito um estudo (voltando aos testes de QI) que tentou avaliar o impacto de estarmos ocupados com outras coisa quando nos devíamos concentrar num determinado desempenho e o que se constatou é que o QI poderia variar até 18 pontos e 18 pontos são, mais ou menos, o que distam a pessoa normal da pessoa com um atraso.
Até a puta da burrice é relativa...
2.
Ontem tive uma reunião que não correu nem bem nem mal, correu como seria de esperar mas não como queria que corresse.
Isto nem sequer é dizer muito porque nunca nada corre como eu quero porque mesmo quando acontece tal efeméride demoro uns dois minutos a achar que, afinal, o que queria era pouco para mo terem dado.
Outro acrescento a isto é o muitas vezes ouvido queres sempre tudo à tua maneira, o que me chateia porque não penso que assim seja mas, depois, quando olho é mesmo isso.
Voltando:
não é nada de dramático nem de preocupante, em geral mas como o meu nome é outro que não qualquer um, saí a pensar o que vou fazer?
Este o que vou fazer, quando me dá tende a ser relativamente dramático.
Normalmente, não demoro muito a decidir nada (às vezes até parece que nem sequer pensei entre a pergunta e a resposta, o que me lembra sempre a resposta do House claro que ponderei só que muito depressa) e quando demoro mais do que a fracção a que estou habituado a coisa parece mais grave do que o que é.
Em momentos como este fico mais distante e mais calado e menos alerta, onde se inclui uma menor vontade de responder.
Há algum tempo perguntaram-me: K, o que tens? Andas esquisito, esta semana... ao que respondi Estou a pensar... e era mesmo isso que estava a acontecer. Estava a pensar. E quando pendo muito tendo a ficar muito mais distante e...de pior humor porque pensar demais, a mim, faz mal.
3.